EXPORTAÇÃO DE TECNOLOGIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7384074


Julia Maria Alves de Souza1
Sofia Consoli dos Santos2
João Almeida dos Santos3


RESUMO.

O presente artigo, que conta como trabalho de conclusão de curso, aborda um estudo sobre as exportações de tecnologia automobilística entre as grandes empresas, destacando a Ford. O trabalho foi efetuado através de dados disponibilizados por colaboradores da empresa e com o embasamento teórico adquirido em artigos, sites, relatórios e livros. Os temas estão sendo desenvolvidos seguindo uma sequência lógica de fatos, desde a nova era da revolução industrial e tecnológica que estamos vivendo, chamada de Indústria 4.0, passando pelo processo, mercado e valores da exportação em si, a crise dos microchips que influenciam severamente nesse ramo, como o COVID-19 afetou esse mercado e como estão atualmente algumas empresas com essa venda de tecnologia automobilística que é cada vez mais procurada, uma vez que o comércio exterior e, principalmente, a atividade de exportação ligada a tecnologia estão em notório crescimento em grande parte do mundo. Ao final do artigo é possível observar como a exportação de tecnologia cresceu e como ela continuará se desenvolvendo ao longo dos anos.

Palavras-chave. Tecnologia, Exportação, Automobilístico.

ABSTRACT.

The is a course conclusion article, addresses a study on exports of automobile technology among large companies. The work was carried out using data provided by company employees and with the theorical basis acquired in articles, websites, reports and books. The themes are being developed following a logical sequence of facts, from the new era of the industrial and technological revolution that we are living, called Industry 4.0, how COVID-19 affected this market and how are some companies currently with this sale of automobile technology that is increasingly sought after, since foreign trade and, mainly, the export activity linked to technology has grown and how it will continue to develop over year.

Keywords. Technology, Export., Automobile.

INTRODUÇÃO

A indústria automobilística brasileira iniciou suas atividades com a entrada de pequenas empresas que realizaram a montagem dos primeiros veículos e assim foi se expandindo até essas mesmas empresas se tornarem montadoras e os investimentos estrangeiros começarem a aparecer por volta de 1952 com a Comissão de Desenvolvimento

Industrial e a indústria automobilística se tornar e uma das mais importantes do país, com alto grau de integração intersetorial e grande peso na economia. E assim, com o crescimento da globalização e aumento expressivo do uso de tecnologia a necessidade de investimento e modernização se tornou essencial para as exportações e investimentos necessários no setor.

Seguindo tal temática, este trabalho objetiva analisar as exportações de tecnologia automobilística no Brasil na atualidade, como se encontra o mercado, a reestruturação produtiva das empresas, a falta de investimento das empresas no mercado automobilístico brasileiro e a exportação de engenharia.

NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – INDÚSTRIA 4.0

O final do século 17 foi marcado pela máquina a vapor e agora o mundo se encontra em um cenário de quarta revolução industrial, como acreditam alguns estudiosos como Klaus Schwab autor do livro A Quarta Revolução Industrial. Marcada pela junção de tecnologias digitais, físicas e biológicas une um amplo sistema de tecnologias avançadas como Inteligência Artificial (IA), robótica, Internet das Coisas (IoT) e computação em nuvem que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo. Em 1913, segunda Revolução Industrial, Henry Ford introduziu a linha de montagem levando a indústria automotiva a outro patamar. Após uma década de evoluções, a indústria automotiva está novamente passando por uma mudança importante graças a introdução cada vez mais abrupta da Indústria 4.0.

A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior).

(Klaus Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, 2016)

Segundo a Bosch, empresa multinacional alemã de engenharia e eletrônica, a Indústria 4.0 precisa adotar tecnologias capazes de executar tarefas com inteligência, como robôs colaborativos que interagem conosco sem risco de um acidente. E algumas tecnologias que permitem a execução inteligente das tarefas por trás dessa tecnologia são: Visão computacional, machine learning (aprendizado de máquina), deep learning (aprendizado profundo), edge computing (computação de borda) e a conectividade. as empresas automotivas ainda não atingiram hoje o estado de equilíbrio da conectividade em que os seres humanos e as máquinas funcionam em conjunto. Porém já começaram a introdução dos princípios da Indústria 4.0 como forma de não se tornarem obsoletos frente ao mercado e seus consumidores, os quais buscam por maior tecnologia em seus automóveis, acelerando a evolução do setor nesta área. Esses aprendizados estão cada vez mais inseridos no meio industrial, principalmente, no mundo automobilístico, uma vez que a tecnologia aumenta e o mercado precisa inovar e se adaptar a essa nova rapidez e inteligência que está sendo imposta de forma indireta a ele.

O acompanhamento da AFS indica que este ano oito fábricas de automóveis e utilitários no Brasil já promoveram paralisações e reduções da produção por falta de componentes eletrônicos.

Tabela 1

Fonte: Tabela Adaptada da AFS

CRISE DE MICROCHIPS

A pandemia do Covid-19 causou grande impacto na economia, a redução da oferta de capital de giro afetou a indústria com falta de demanda de seus produtos e dificuldade em conseguir matéria prima e insumos. Encontramos o centro do problema na insuficiência global de microchips semicondutores e o setor automotivo não foi poupado.

Com a alta demanda de dispositivos eletrônicos enquanto as pessoas passavam a trabalhar em casa, as fábricas passaram a funcionar com a capacidade reduzida devido às regras de distanciamento. Portanto, à medida que a demanda aumentou, faltou a oferta de chips gradualmente.

Além de contratempos enfrentados que contribuíram para atrasos na entrega de semicondutores como o um incêndio em um fábrica de chips no Japão, Renesas Electronics, a qual corresponde 30% da produção mundial desse tipo de peça, de acordo com o Estadão, abril 2021.

O fogo ocorreu em meio a uma escassez global de chips que atinge setores de veículos e de produtos eletrônicos. A Renesas é responsável por 30% do mercado global de microcontroladores usados em veículos e dois terços dos chips produzidos na fábrica que sofreu o incêndio são dedicados a veículos.A empresa inicialmente havia informado que 11 máquinas foram danificadas pelo fogo deste mês na fábrica de Naka. (CNN BRASIL, 2021)

As montadoras dependem desses componentes até mesmo para carros básicos. À medida que a tecnologia avança e os veículos se tornam mais modernos, os chips se tornam cada vez mais essenciais, de navegadores embutidos a sistemas de informações e entretenimento, são necessários para os recursos de tecnologia funcionarem corretamente.

A Toyota, por exemplo, ainda está tendo dificuldades porque simplesmente não há chips suficientes. Como uma das maiores montadoras do mundo, a multinacional japonesa testemunhou uma queda substancial de 21% em seus lucros operacionais e espera uma redução de fabricação de cerca de 30.000 veículos em fevereiro de 2022. Em todo o ano de 2021, a Toyota perdeu a produção planejada de 1,1 m veículos, enquanto a Ford ficou aquém de cerca de 1,25 milhão de carros e vans.

Falta de investimento internacional nas empresas automobilísticas no Brasil

No Brasil é mais rápido encerrar operações do que investir em uma nova fábrica. Para ir para outros países são necessários no mínimo três anos de estudos para traçar uma estratégia e ter uma aprovação para fazer um planejamento estratégico de investimentos da matriz de uma montadora. Atualmente, se investe mais no mercado asiático e europeu, além dessas regiões apresentarem mais de 85% do mercado mundial, as novas tendências tecnológicas de veículos elétricos, híbridos e células de hidrogênio dificilmente são encontradas no Brasil, com apenas 3% do mercado mundial.

O mercado brasileiro não comporta novas montadoras com o atual cenário econômico, local e global em que o país se encontra. A Ford, fabricante de automóveis multinacional, anunciou o encerramento de suas atividades como montadora no brasil no ano de 2021, porém afirmou que continuará comercializando carros no Brasil, mas apenas importados, a decisão foi tomada com base em erros de gestão, a dificuldade da montadora em se manter competitiva diante das outras grandes concorrentes, as constantes transformações tecnológicas que acontecem a todo o tempo e as dificuldades, principalmente, referentes ao Custo Brasil que mensuram as dificuldades econômicas e estruturais enfrentadas no país, o que piora o ambiente de negócios e encarecem novos investimentos, diminuindo a competitividade do país, isso mostra uma grande desvantagem para investimento por parte de grandes empresas e até das próprias montadoras, com outros mercados amplamente tecnológicos por terem o investimento necessário, de acordo com a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, o Custo Brasil representa cerca de 22% do Produto Interno Bruto, o que significa em números absolutos 1,5 trilhão por ano que é consumido das empresas. Além disso, várias outras empresas de grande porte deixaram o Brasil entre 2019 e 2022 como a Mercedes-Benz e a Audi que parou de produzir o A3.

Devido a essa tendência de saída de empresas do mercado brasileiro, as exportações de tecnologia e, dos próprios carros se tornou cada dia mais inviável, uma vez que grandes montadoras como a Ford estão encerrando suas atividades e apenas ficando no país apenas para comercializar os carros que serão importados pela mesma, não gerando assim uma grande rentabilidade para empresa e para o país.

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Dentre as diversas transformações encontradas na indústria automotiva a Ford enxergou nesse cenário a oportunidade de exportar um produto muito valorizado, o conhecimento. Cerca de 1.500 profissionais localizados no Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford Brasil, Bahia, atuam em projetos voltados para o futuro: veículos elétricos, autônomos e conectados. “A inovação contínua é o diferencial entre as empresas que vão crescer e as que vão desaparecer neste mundo em constante mudança. Isso nos leva a outro grande desafio: a demanda cada vez maior por engenheiros e especialistas. Vimos nesse cenário a oportunidade de ampliar nossa atuação com a exportação de serviços de engenharia para os principais mercados da Ford no mundo, aproveitando a criatividade, versatilidade e a sólida experiência em custos dos nossos profissionais” diz Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul.

O Centro de Desenvolvimento é um dos maiores e mais completos do Hemisfério Sul. Tanto o volume quanto a complexidade dos requisitos de serviço cresceu nos últimos meses e, atualmente, 85% do trabalho é focado em projetos globais.

A sede em Camaçari tem uma área total de 6 mil metros quadrados, distribuída em seis prédios que abrigam o estúdio de design, laboratórios de realidade virtual e de Teardown – que realiza a desmontagem e análise de componentes –, escritórios e o D-Ford, nova área que funciona como uma startup com foco em inovação, realizando pesquisas para antecipar as necessidades dos consumidores anos antes de os veículos chegarem às ruas.

Os exemplos de projetos nos quais a equipe brasileira está fortemente envolvida incluem o desenvolvimento de uma nova linguagem de design para os futuros veículos elétricos da Lincoln, a implementação de tecnologias de eletrificação em modelos destinados ao mercado global e o desenvolvimento de futuras gerações de sistemas multimídia da Ford.

O time brasileiro também é responsável pela criação e pelo aprimoramento de um terço das funcionalidades embarcadas nos veículos Ford ao redor do mundo, a exemplo do “One Pedal Drive” do Mustang Mach-E – que permite dirigir usando apenas o acelerador, sem acionar o pedal do freio – e da “Zone Lighting”, que controla as luzes externas da F-150, inclusive da Lightning, sua versão elétrica.

André Oliveira, diretor de Engenharia da Ford América do Sul, reforça: “A base de tudo que fazemos e do que está por vir no futuro da mobilidade é a pesquisa, seja de novos produtos, materiais ou mesmo de utilizações. A pesquisa é necessária para qualquer empresa ou país que queira se sobressair. Nesse ambiente de inovação surgem grandes ideias, muitas delas, inclusive, dão origem a patentes dado o seu grau de originalidade”.

O uso do grafeno, material de extrema versatilidade, já está sendo combinado com outros materiais para estudos e desenvolvimento.

“Existem outros projetos inclusive para aplicação em carros elétricos, uma vez que o grafeno possibilita a redução do peso de componentes, o que, por consequência, leva a um aumento da vida útil das baterias.”

EXPORTAÇÃO DE ENGENHARIA

A Ford, tem um de seus objetivo principais o desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva, expandindo sua atuação iniciou a prestação de serviço para outras empresas. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia de Tatuí, tem uma estrutura de classe mundial para testar veículos para o Brasil e outras regiões como Estados Unidos, China e Europa, reproduzindo as condições e desafios dessas localidades de acordo com a relevância da pista.

“Estamos provando que investir em desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva é um negócio rentável, mas que requer uma estrutura de desenvolvimento e testes com profissionais altamente capacitados. Por isso, Tatuí representa um diferencial competitivo e estratégico para a Ford no Brasil e no mundo”

A Ford Tatuí investe em talentos locais que contribui para fazer da engenharia brasileira uma das mais competitivas do mundo “O capital humano é raro e extremamente valorizado atualmente. Mesmo com o avanço da tecnologia e das simulações virtuais, os testes em pista e a sensibilidade dos pilotos ainda são essenciais para o ajuste fino e a validação dos veículos”, explica Alex Machado.

O Centro de Desenvolvimento contém um estrutura completa feita para testes automotivos integrada a um time local de engenharia, o qual atua no desenvolvimento, testes, validações e homologações dos modelos atuais, tanto para o Brasil quanto para outros países da América do Sul.

O local está preparado para realizar mais de 440 tipos de testes, como avaliação de durabilidade, calibração, desempenho e segurança, além de homologação. Desde o início das atividades, mais de 250 milhões de quilômetros já foram rodados nas suas pistas, o equivalente a mais de seis voltas ao redor da Terra. Os laboratórios de emissões, desmontagem e análise de peças (Teardown), dinamômetro de motores, vibro acústico e simulador de estradas para avaliação de suspensão (4Poster) são equipados para realizar mais de 400 testes, atendendo a legislações e normas nacionais e regionais.

Em Tatuí é realizado um trabalho muito preciso, repleto de segurança e confidencialidade, o conhecimento é utilizado também no pós-venda para a melhoria dos veículos. O objetivo é que os veículos tenham inteligência pra manter os cliente conectados.

Conclusão

Concluímos com essa pesquisa que apesar das dificuldades apresentadas, como o Custo Brasil e a pandemia do COVID-19, que agravaram as condições e investimentos das grandes montadoras automobilísticas no Brasil ainda se fala em investimentos de pessoas locais para fazer da engenharia brasileira uma das mais competitivas do mundo e na ampliação da atuação de exportação de serviços de engenharia para os principais mercados da Ford no mundo, assim como o Centro de Desenvolvimento é um dos maiores e mais completos do Hemisfério Sul. O cenário atual não se encontra muito favorável para a exportação, porém o Brasil ainda é um forte concorrente e fonte de pesquisas para futuros investimentos em tecnologia automobilística.

REFERÊNCIAS

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ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA. Revista Uniabeu. Disponível em: < https://core.ac.uk/ download/pdf/268395863.pdf/> .

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1Fatec Zona Leste, jjulia@icloud.com
2Fatec Zona Leste, sofia.consoli@hotmail.com
3Professor Fatec Zona Leste, joao.santos256@fatec.sp.gov.br