EXPLORANDO AS VIAS NEUROPSICANALISTAS SOBRE O COMPLEXO PATERNO NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE: UM ESTUDO DE REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249171225


Lawrice Kercia Nascimento dos Reis
Anderson Rocha Alencar


RESUMO

A neuropsicanálise é um ramo da psicologia que combina psicanálise e neurociência para entender como os processos mentais se relacionam com a atividade cerebral. Esta pesquisa investiga a influência do complexo paterno na formação da personalidade, explorando tanto aspectos emocionais quanto neurológicos, buscando conexões entre eles. A presença do pai na vida da criança tem impactos positivos, promovendo habilidades sociais e equilíbrio. Por outro lado, a ausência do pai pode levar a problemas emocionais. O objetivo do estudo é compreender a influência do complexo paterno na formação da personalidade. Utilizando uma metodologia qualitativa, a pesquisa realiza uma revisão de literatura que revelou uma convergência entre a teoria psicanalítica e neurociência na compreensão do complexo paterno. Esta revisão da literatura procurará responder às seguintes questões: O que a teoria psicanalítica do complexo paterno busca compreender nas bases teórica subjacente à influência do pai na formação da personalidade? Quais estudos de pesquisa prévios que abordam a relação entre a figura paterna e o desenvolvimento da personalidade? Como compreender a influência do complexo paterno na formação da personalidade, utilizando dados neuropsicanalíticos? O estudo enfatiza a importância de uma abordagem integrativa entre psicanálise e neurociência para compreender a influência do complexo paterno na formação da personalidade. A pesquisa destaca a necessidade de mais estudos nessa área, visando uma compreensão mais abrangente dos processos envolvidos no desenvolvimento emocional e psicológico das criança.

Palavras-chave: Complexo Paterno. Personalidade. Desenvolvimento Infantil.Neuropsicanálise. Relacionamento.

ABSTRACT

Neuropsychoanalysis is a branch of psychology that combines psychoanalysis and neuroscience to understand how mental processes relate to brain activity. This research investigates the influence of the paternal complex on personality formation, exploring both emotional and neurological aspects, seeking connections between them. The presence of the father in the child’s life has positive impacts, promoting social skills and balance. On the other hand, the absence of a father can lead to emotional problems. The objective of the study is to understand the influence of the paternal complex on personality formation. Using a qualitative methodology, the research carries out a literature review that revealed a convergence between psychoanalytic theory and neuroscience in understanding the paternal complex. This literature review will seek to answer the following questions: What does the psychoanalytic theory of the father complex seek to understand in the theoretical bases underlying the father’s influence on personality formation? What previous research studies address the relationship between the father figure and personality development? How to understand the influence of the paternal complex on personality formation, using neuropsychoanalytic data? The study emphasizes the importance of an integrative approach between psychoanalysis and neuroscience to understand the influence of the paternal complex on personality formation. The research highlights the need for more studies in this area, aiming for a more comprehensive understanding of the processes involved in the emotional and psychological development of children.  

Key-words:        Paternal       Complex.       Personality.       Child development.Neuropsychoanalysis. Relationship.

1  INTRODUÇÃO

A neuropsicanálise é uma área interdisciplinar que combina elementos da psicanálise, com a neurociência. Ela busca entender como os processos mentais emocionais se relacionam com a atividade cerebral e os sistemas neurobiológicos. Explora como a noção do inconsciente, os mecanismos de defesa e os conflitos psicológicos, podem estar relacionadas às descobertas da neurociência, como a função cerebral, a plasticidade neural, os processos de neurotransmissão e outros. Isso significa que a neuropsicanálise busca investigar como as experiências emocionais e os processos mentais têm bases biológicas no cérebro. (Rodrigues, 2023).

A influência da função paterna no desenvolvimento da personalidade é um aspecto importante que desempenha um papel significativo no crescimento saudável e na construção psíquica do indivíduo. Quando um pai está presente na vida da criança, sua influência se estende a diversos domínios. Através do envolvimento ativo, os pais podem ajudar a criança a desenvolver habilidades sociais, resolução de conflitos e empatia. A figura paterna oferece um modelo de comportamento para ambos os gêneros, permitindo que as crianças desenvolvam uma compreensão equilibrada de papéis de gênero e relações interpessoais saudáveis (Torres, 2020).

Por outro lado, a ausência do pai, seja devido à separação, comparação, falecimento ou outras razões, pode ter consequências importantes, como problemas emocionais, sentimentos de abandono e problemas de autoestima. As crianças têm dificuldade em entender os padrões de relacionamento saudáveis e buscam preencher essas lacunas por meio de outras influências, nem sempre benéficas, podendo incluir modelos de comportamento inadequado, como raiva, hostilidade, comportamentos manipuladores e até mesmo tratar as pessoas de forma injusta (Hodecker et al, 2019).

Nessa perspectiva, este estudo tem como objetivo explorar a teoria psicanalítica do complexo paterno, incluindo conceitos como o Complexo de Édipo e a função paterna, para compreender a influência do pai na formação da personalidade. Busca-se integrar perspectivas da psicanálise, com seu enfoque simbólico e subjetivo, e da neurociência, que oferece uma visão objetiva e mensurável do funcionamento cerebral. A pesquisa investiga a relação entre a figura paterna e o desenvolvimento da personalidade, identificando descobertas e lacunas, visando contribuir para uma compreensão interdisciplinar mais ampla desses processos complexos, promovendo avanços científicos nas áreas da psicanálise e neurociência.

2  REFERENCIAL TEÓRICO
2.1  A teoria psicanalítica relacionada ao complexo paterno

A teoria psicanalítica foi desenvolvida por Sigmund Freud, onde ele oferece um olhar profundo sobre a influência do complexo paterno na formação da personalidade. Nesse contexto, conceitos fundamentais como o Complexo de Édipo, a função paterna e a identificação paterna são como pilares para compreender a interação entre a figura do pai e o desenvolvimento psicológico de um indivíduo (Torres, 2020).

Durante a fase fálica, por volta dos três a cinco anos, a criança experimenta sentimentos intensos e muitas vezes conflitantes em relação ao pai e à mãe, para Hall, Lindzey e Campbell (2000, p. 44) “as experiências infantis precoces que criam altos níveis de ansiedade são reprimidas no inconsciente, de onde elas podem influenciar o comportamento, as emoções e as atitudes durante anos”. Esses sentimentos ambivalentes são resolvidos gradualmente à medida que a criança internaliza as normas sociais e se identifica com o genitor do mesmo sexo.

O Complexo de Édipo descreve um conjunto de conflitos emocionais vivenciados pela criança durante seu estágio de desenvolvimento. Ele se desenvolve durante a fase fálica que é uma das etapas do desenvolvimento psicossexual da teoria psicanalítica. Durante essa fase, a criança passa por um intenso interesse e curiosidade em relação aos seus órgãos genitais. Durante esse período, a criança experimenta sentimentos conflitantes em relação aos pais. (Freud, 1923) 

Para Freud, os meninos desenvolvem um desejo inconsciente pela mãe e rivalidade com o pai. No entanto, essa situação também é confrontada com o medo de ser punido pelo pai por esses desejos, resultando em ansiedade e uma censura interna do comportamento. Enquanto as meninas desenvolvem sentimentos semelhantes em relação ao pai. Essa fase é fundamental para o desenvolvimento psicossexual saudável, pois molda a maneira como a criança lida com sua sexualidade e relacionamentos interpessoais ao longo da vida. Os conflitos não resolvidos durante essa fase podem levar a dificuldades emocionais e de relacionamento na vida adulta. (Freud, 1923)

A função paterna, por sua vez, desempenha um papel fundamental na resolução do Complexo de Édipo. A entrada do pai nessa fase do desenvolvimento é o que permite à criança ajustar suas afeições e identificações. A figura paterna tem papel de autoridade, sua função é delimitar limites, moral e regras que ajudam a criança a internalizar normas sociais e construir a noção de certo e errado. A presença da figura paterna como figura de identificação leva à formação de um superego, parte da psique que regula o comportamento de acordo com as normas sociais internalizadas (Torres, 2020).

A identificação paterna é um aspecto importante do desenvolvimento emocional, resultando da resolução do Complexo de Édipo e da internalização da figura do pai. A criança incorpora traços do pai que são percebidos como desejáveis, criando uma base para a formação de valores, atitudes e comportamentos ao longo da vida, segundo Hodecker et al. (2019, p. 130) “até que se alcance essa autonomia, a criança terá o apoio dos pais para compreender e saber controlar questões relacionadas ao interno e externo”. A identificação paterna contribui para a formação da identidade pessoal, influenciando como o indivíduo se vê e como se relaciona com os outros.

A função paterna atua como um ponto de referência para a criança, alguém que exerce autoridade, oferece limites e serve como modelo de identificação para os papéis de gênero. Segundo Freud (1913, p. 305) “entre as imagos de uma infância que geralmente não mais se conserva na memória, nenhuma é mais importante, para um jovem ou um homem, do que a de seu pai.” Ao explorar as nuances dessas experiências infantis, complexas emoções, desejos e fantasias que as crianças experimentam em relação aos pais, Freud reconhece a centralidade da figura paterna na construção da identidade, salientando como as emoções e fantasias relacionadas a figura paterna, que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento psíquico. (Freud, 1913)

A compreensão desses elementos não apenas enriquece nosso conhecimento sobre o desenvolvimento psíquico, mas também lança luz sobre as dinâmicas familiares e sociais que moldam nossa jornada emocional e comportamental. As interações entre pais e filhos durante essa fase têm o potencial de moldar a capacidade das crianças de estabelecer vínculos e construir relacionamentos saudáveis (Hodecker et al, 2019).

2.2  As interações entre mente, cérebro e a função paterna

Ao examinar as complexas interações entre mente e cérebro, a neuropsicanálise não só busca uma compreensão mais profunda da natureza dos processos mentais e emocionais, mas também almeja oferecer uma perspectiva mais unificada sobre como mente e cérebro se influenciam mutuamente. Essa abordagem integrada pode ter implicações significativas para a compreensão das diversas condições que abrangem a formação da psique. (Rodrigues, 2023).

A ativação cerebral pode lidar com questões relacionadas nesse contexto, pois o complexo paterno envolve várias interações nas regiões do cérebro. Isso pode ser investigado por meio de técnicas, de neuroimagem, por exemplo, permitindo observar as mudanças na atividade cerebral em tempo real (Leyser, 2018)

Diversas áreas cerebrais poderiam ser citadas, como exemplo o córtex pré- frontal, que é uma região do cérebro associada à tomada de decisões, planejamento e regulação emocional. Segundo Leyser (2018, p.145):

Os avanços comportamentais no desenvolvimento cognitivo durante o período da terceira infância estão intimamente relacionados às mudanças contínuas no cérebro. Uma região do cérebro que sofre um desenvolvimento significativo durante a terceira infância é o córtex pré- frontal(…). Esta área do cérebro está envolvida no desenvolvimento de funções executivas, que incluem inibição comportamental e memória de trabalho, entre outras

Quando alguém reflete sobre seu relacionamento com o pai, o córtex pré- frontal é ativado. Isso ocorre porque as questões relacionadas ao pai frequentemente envolvem ponderações de autoridade, identidade e planejamento para o futuro. A ativação do córtex pré-frontal pode refletir a ponderação de diferentes aspectos do relacionamento pai-filho e a busca por soluções para conflitos ou dilemas (Leyser, 2018).

Outra área é a amígdala, sendo uma região do cérebro que é envolvida no processamento das emoções, Para Leyser (2018, p.67) a amígdala “foi pensada para desempenhar um papel em uma série de comportamentos, incluindo reconhecimento facial, emoção e agressão”, especialmente aquelas relacionadas ao medo e à ansiedade, consideram experiências emocionais, como sentimentos de medo, insegurança ou respeito. Isso demonstra como o complexo paterno pode evocar respostas emocionais intensas que têm raízes no processamento da amígdala (Leyser, 2018).

O hipocampo segue desempenhando um papel crucial na formação e recuperação de memórias de longo prazo. Ativando para acessar as memórias associadas a eventos, que moldam as emoções e os pensamentos em relação ao pai. O cíngulo anterior também está envolvido no processamento de emoções negativas e na detecção de conflitos. Quando há ambiguidade ou conflito nas emoções em relação a paternidade, o cíngulo anterior pode ser ativado. Isso indica a complexidade das emoções que podem surgir ao lidar com o complexo paterno.

Segundo Furtado (2021, p. 92), (…) tendo em vista a dificuldade de se tratar de um só sistema para as mais variadas emoções, é necessária uma análise geral das funções das principais estruturas do sistema límbico. O autor destaca que foi comprovado que o hipocampo desempenha um papel na consolidação tanto da memória emocional quanto não emocional. Por outro lado, a amígdala foi identificada como uma estrutura que atua como um gatilho para toda a experiência emocional.

Essas regiões cerebrais trabalham em conjunto, interagindo e comunicando- se para processar emoções, memórias e reflexões relacionadas ao pai. A ativação específica dessas áreas pode variar de pessoa para pessoa, isso dependerá das experiências individuais, relacionamento paterno e contexto emocional (Furtado, 2021)

Outro ponto relevante, são os neurotransmissores, que desempenham um importante papel nas experiências emocionais. Os neurotransmissores são substâncias químicas no cérebro que são fundamentais na regulação das emoções e no processamento das experiências emocionais. Quando se trata do complexo paterno e das emoções associadas a ele, vários neurotransmissores podem estar envolvidos, por exemplo, a serotonina, dopamina, noradrenalina e a oxitocina (Rodrigues; Sanches, 2022)

A serotonina é conhecida como o neurotransmissor da felicidade, devido ao seu papel na regulação do humor e bem-estar. Níveis adequados de serotonina estão associados a sentimentos de calma e satisfação. Em situações em que o relacionamento paterno é positivo e satisfatório, níveis saudáveis de serotonina podem estar envolvidos. Por outro lado, os desequilíbrios estão ligados a distúrbios de humor, como a depressão, que podem ser influenciados por complexas emoções. Para Rodrigues e Sanches (2022, p.7):

A regulação deficiente de Serotonina está intimamente ligada a esse comportamento. Sabemos que o nível correto de serotonina ajuda muito no controle da agressividade, impulsividade. Existem evidências para esta hipótese com diminuição do comportamento agressivo e impulsivo com inibidores da serotonina, em isso em indivíduos normais. Existe um transtorno de personalidade quando os aspectos se tornam fortes, inflexíveis e mal adaptativos, tendo dessa forma uma ruptura social e pessoal, com padrões de relacionamento desajustados.

A dopamina é central no sistema de recompensa do cérebro e está envolvida na motivação e no prazer. Se o complexo paterno envolve sentimentos de conquista, admiração ou satisfação, a dopamina pode ser liberada. Isso poderá criar associa- ções positivas e motivar comportamentos. Segundo Medeiros et al. (2018, p.44) ela

“age como inibidor, trazendo a sensação de tranquilidade e alívio da ansiedade (…) A dopamina, por sua vez, tem a capacidade de modificar a atividade elétrica dos neurônios que a recebem”. Um desequilíbrio na dopamina pode estar relacionado a comportamentos viciantes ou obsessivos em relação ao pai (Medeiros et al., 2018).

A noradrenalina é associada à resposta ao estresse e à ativação do sistema nervoso simpático. Quando as emoções em relação ao pai são marcadas por medo, ansiedade ou excitação, a noradrenalina desempenhará um papel. Isso pode acon- tecer em situações de conflito ou quando o relacionamento com o pai é percebido como desafiador (Medeiros et al., 2018).

Por último a oxitocina que é frequentemente chamada de hormônio do amor, e está envolvida nas relações sociais e no vínculo emocional. No contexto do com- plexo paterno, ela poderá desempenhar um papel em fortalecer os laços emocionais entre pais e filhos. Quando o relacionamento com o pai é positivo, a oxitocina pode contribuir para sentimentos de afeto e ligação (Rodrigues; Sanches, 2022)

É importante destacar que a interação desses neurotransmissores e seu equilíbrio no cérebro é altamente individual. Além disso, fatores genéticos, experiências de vida e ambientais também desempenham um papel na regulação dos neurotransmissores. Portanto, as experiências emocionais relacionadas ao complexo paterno podem ser influenciadas por esses sistemas de neurotransmissores e suas bases biológicas no cérebro, mas a compreensão completa é complexa e multifacetada (Leyser, 2018).

Outra pesquisa que vale ser citada é a relação entre sono e função de memória. A partir de um estudo do sono em análise entre psicanálise e neurociência, destacam a descoberta neurobiológica de que o sono de ondas lentas precede o sono REM, facilitando a compreensão dos mecanismos subjacentes aos sonhos. A ciência mostra a importância dos sonhos na consolidação da memória, evidenciado pela relação entre privação de sono e aprendizagem. (Ribeiro, 2003)

Nesse contexto, os sonhos surgem como uma janela para o processo de consolidação da memória durante o sono. A observação de elementos da experiência diurna nos sonhos, e a persistência de atividades mnemônicas e cognitivas na forma onírica indicam uma função essencial dos sonhos na organização e processamento das informações adquiridas durante o estado de vigília. Essa interação entre os conteúdos diurnos e a atividade cerebral durante o sono reflete a complexidade dos processos mentais que ocorrem durante esse estado, corroborando a visão da psicanálise sobre a relevância dos sonhos na consolidação e integração das memórias. (Ribeiro, 2003)

2.3  As principais linhas de pesquisa e descobertas relevantes

A investigação da relação entre a função paterna e o desenvolvimento da personalidade tem sido um tópico de interesse na psicanálise. Vários estudos anteriores desenvolvem teorias sobre a conexão complexa e forneceram insights valiosos sobre como a presença e a influência do pai podem moldar aspectos importantes da personalidade de um indivíduo (Benczik, 2011).

As influências do envolvimento paterno são acumulativas, variáveis e evoluem ao longo do tempo, à medida que o pai, a criança e os contextos relacionais se desenvolvem. Alguns teóricos relatam que comumente os pais que interagiam mais com os filhos em diversas atividades como, ler livros, cantar em conjunto ou contar histórias durante o período da infância, ao modelarem, ensinarem e reforçarem comportamentos positivos no contexto de uma comunicação familiar e atividades de aprendizagem, com isso, as crianças entram para a escola com capacidades e competências socioemocionais mais desenvolvidas (Reis, 2019).

Alguns estudos examinaram como a relação com o pai pode estar relacionada a traços específicos de personalidade. Por exemplo, a presença de um pai afetuoso e envolvido, pode estar associada a traços como empatia, resiliência emocional e assertividade. Adler (1956, p.16) acreditava que “os efeitos do ambiente social são de extrema importância e que essa relação que a criança tem com o pai é muito poderosa pois ela suaviza os efeitos da hereditariedade”. Até o período do início da adolescência as forças ambientais já modificaram ou moldaram quase todos os aspectos da personalidade da criança.

O distanciamento emocional do pai pode impactar a criança, levando-a a desenvolver uma visão distorcida do seu envolvimento na sociedade, sentimentos de negligência e, em alguns casos, um relacionamento excessivamente dependente com a mãe. Uma criança que vivencia o afastamento do pai pode priorizar a busca de superioridade pessoal em vez de uma fundamentada no interesse social.

Segundo Pereira Neto e Grzybowski (2020, p.98):

A reatividade emocional apresenta aspectos externos e internos, incluindo a expressão da raiva direcionada para dentro (indivíduo reconhece a emoção, mas a suprime) e para fora (expressa verbal ou fisicamente a emoção para outros), o que, por sua vez, impacta nos conflitos e relações interpessoais. O nível de fusão do sistema pode levar ao rompimento emocional (isolamento diante do conflito) devido à dificuldade de tolerar a intensidade das emoções mantendo-se presente nas relações.

O autoritarismo paterno, também pode levar a um estilo de vida doentio. Uma criança que vê o pai como um tirano aprende a lutar pelo poder e pela superioridade pessoal. De acordo com d’Ornellas (2022, p.15) “a figura parental procura controlar e moldar o comportamento da criança de acordo com um padrão de conduta pré- determinado e inegociável”, o que reforça a predominância da obediência e do respeito pela autoridade, que muitas vezes, acaba desencorajando as expressões da perspectiva da criança, a qual é esperada a aceitar as decisões dos pais sem contestação.

 A função paterna muitas vezes atua como um modelo para o desenvolvimento de valores, crenças e comportamentos. A função paterna desempenha um papel na transmissão de normas sociais e culturais, que podem influenciar a ética pessoal e os padrões de comportamento. Chora et al. (2019), relata que os estilos de parentalidade induzem na modificação das emoções positivas e negativas. Examinando a conexão entre os estilos parentais, as abordagens paternas para lidar com as emoções negativas das crianças e a capacidade das crianças de compreender suas próprias emoções, nos levam a considerar fatores como idade e sexo. Segundo o autor Chora et al. (2019, p 22):

Espera-se que: 1) o estilo parental autoritativo do pai esteja positiva e significativamente associado com a compreensão emocional global da criança, enquanto os estilos autoritário e permissivo estejam negativamente associados com a mesma; 2) as práticas de socialização positivas estejam positiva e significativamente associadas com a compreensão emocional, e as práticas de socialização negativas estejam negativamente associadas à compreensão emocional.

Os impactos da ausência paterna, seja por separação, divórcio ou outras circunstâncias, têm implicações no desenvolvimento emocional, social e comportamental da criança. Segundo Schwartz (2023, p.14) “um pai ausente oprime à medida que está e não está por perto. Sua ausência contribui para uma autoimagem inadequada, infantil e diligente.” Além disso, a falta da figura paterna influencia a capacidade da criança em lidar com emoções negativas, e podem resultar em dificuldades na compreensão e expressão emocional. (Schwartz, 2023)

3  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa adota uma metodologia qualitativa, fundamentada em uma revisão de literatura com o objetivo de investigar a influência do complexo paterno na formação da personalidade a partir de uma abordagem neuropsicanalítica. Essa análise busca compreender as interações entre processos psicológicos e neurobiológicos que contribuem para a construção da identidade, focalizando a função paterna e seu papel na moldagem da personalidade ao longo da vida.

A revisão de literatura será orientada pelas seguintes questões de pesquisa: (1) Qual é a compreensão teórica psicanalítica do complexo paterno quanto à influência do pai na formação da personalidade? (2) Quais estudos prévios abordam a relação entre a figura paterna e o desenvolvimento da personalidade? (3) Como os dados psicanalíticos e neurocientíficos elucidam a influência do complexo paterno na formação da personalidade?

O levantamento bibliográfico será realizado nas bases de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), Capes Periódicos e Zlibrary, com o Google Acadêmico utilizado como plataforma auxiliar para localizar fontes adicionais. Os descritores utilizados incluirão: complexo de Édipo, identificação paterna, complexo paterno, personalidade, desenvolvimento infantil, relacionamento, psicanálise e neurociência, combinados com o operador booleano “AND” para assegurar um levantamento abrangente dos estudos na área.

Os critérios de inclusão definidos compreendem estudos publicados entre 2017 e 2023, incluindo artigos científicos, revistas, dissertações e teses, disponíveis integralmente em português e inglês, além de livros e obras relevantes para a abordagem adotada. Os critérios de exclusão abarcam materiais não indexados, capítulos de livros, estudos de caso e resenhas. Não foram impostas restrições quanto ao tipo de delineamento metodológico.

4  RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados da presente revisão de literatura evidenciam que o complexo paterno desempenha um papel significativo na formação da personalidade, influenciando diversos aspectos do desenvolvimento psicológico e emocional. A análise das interações entre os processos psicanalíticos e neurobiológicos revelou que a figura paterna atua como um mediador essencial na construção da identidade, com impacto direto na modulação de comportamentos e na regulação emocional.

Estudos revisados indicam que a função paterna não se limita apenas ao contexto familiar imediato, mas se estende para a formação de vínculos sociais e à capacidade de resiliência do indivíduo, apontando para uma complexa inter-relação entre fatores simbólicos, psicológicos e neurológicos na determinação da personalidade.

A análise dos materiais selecionados demonstra que a formação da personalidade é influenciada por uma multiplicidade de fatores, que estão intimamente relacionados às influências psicossociais, ambientais e neurológicas. Esses fatores atuam de forma interdependente nos processos que promovem o desenvolvimento e a construção da psique, elemento central na constituição da personalidade do indivíduo. A seguir, serão apresentados os fatores identificados que exercem esse impacto (Ketzer, 2019).

A revisão da literatura revela uma convergência entre a psicanálise e a neurociência na compreensão do complexo paterno. Estudos de Rodrigues (2023), Leyser (2018) e Furtado et. al. (2021) destacam como as experiências emocionais relacionadas ao pai têm bases biológicas no cérebro, envolvendo áreas como o córtex pré-frontal, amígdala, hipocampo e cíngulo anterior. Essas regiões cerebrais estão associadas a processos cognitivos, emocionais e de memória, evidenciando a complexidade das interações mente-cérebro. (Ketzer, 2019)

Para Rodrigues (2023) alguns eventos traumáticos podem gerar dificuldades na expressão de si mesmo e na elaboração de uma narrativa identitária. Em situações em que não há conexão emocional ou representações externas, a memória tende a se tornar vaga. Portanto, a memória assume um papel ativo, não se limitando apenas a recordar o passado, mas também se atualizando conforme é conscientemente relembrada, especialmente quando associada a sentimentos positivos ou negativos.

Isso pode ser influenciado por uma série de fatores, incluindo a interação dos neurotransmissores que têm grande influência nas experiências emocionais relacionadas ao complexo paterno. A serotonina, dopamina, noradrenalina e oxitocina estão envolvidas na regulação do humor, motivação, resposta ao estresse e formação de vínculos afetivos. Desiquilíbrios nesses neurotransmissores podem influenciar o modo como a criança percebe e lida com o relacionamento com o pai, afetando sua personalidade e bem-estar emocional. (Furtado et. al., 2021)

A presença e qualidade do relacionamento com o pai têm influências significativas no desenvolvimento emocional, social e comportamental da criança. A função paterna atua como modelo de comportamento, oferecendo orientação, limites e suporte emocional. Por outro lado, a ausência ou distanciamento do pai pode levar a dificuldades emocionais, problemas de autoestima e comportamentos inadequados. (Schwartz, 2023)

Esses resultados ressaltam a relevância da compreensão das vias neuropsicanalíticas sobre o complexo paterno na formação da personalidade, evidenciando as interações intrincadas entre fatores psicológicos, neurológicos e ambientais no desenvolvimento emocional e psíquico das crianças. Segundo David e Caeiro (2020), a psicanálise valoriza as experiências individuais na constituição da personalidade, destacando o papel fundamental do complexo paterno nesse processo. As críticas dos psicanalistas às neurociências também se aplicam ao impacto do complexo paterno na formação da personalidade, com ambos os campos enfatizando a singularidade das experiências e a complexidade dos fatores que moldam a subjetividade de cada indivíduo.

A teoria psicanalítica de Freud, embora controversa em alguns aspectos, oferece uma estrutura valiosa para compreender a psicodinâmica da mente humana. Embora alguns aspectos da ciência psicanalítica, como o Complexo de Édipo, possam parecer simplistas, a ideia central de que as relações familiares já construída nos primeiros dias de vida de uma criança que moldam a personalidade de uma pessoa é apoiada por evidências empíricas e observações clínicas. Por exemplo, estudos sobre apego infantil apontam consistentemente a importância das funções parentais na formação do senso de segurança e autoestima de uma criança, corroborando os princípios fundamentais da teoria psicanalítica já citados neste artigo. Compete à função paterna impor limites, instaurar a castração simbólica e fornecer um modelo de autoridade e identificação para o desenvolvimento saudável da criança. (Torres, 2020)

As descobertas neurocientíficas sobre as bases neurais das experiências emocionais e sociais têm o potencial de enriquecer nossa compreensão das relações dos filhos com seus genitores, embora muitas questões estejam em debate e permaneçam em abertura. A influência dos neurotransmissores nas experiências emocionais é bem estabelecida pela pesquisa científica. Embora seja verdade que a relação entre neurotransmissores e comportamento seja complexa, numerosos estudos corroboram o papel dessas substâncias químicas na regulação do humor, ansiedade, estresse e outros aspectos emocionais. Portanto, a ideia de que desequilíbrios nos neurotransmissores podem influenciar as respostas emocionais às experiências relacionadas ao pai é consistente com o corpo de evidências científicas disponíveis. (Rodrigues, 2023)

O envolvimento paterno tem sido amplamente reconhecido como um fator importante no desenvolvimento emocional e social das crianças. A formação da personalidade da criança é influenciada por uma combinação de uma série de fatores genéticos e experiências ambientais. A influência genética estabelece as primeiras características que definem as potenciais particularidades do indivíduo. Enquanto as relações parentais e o ambiente que a criança está inserida atuam como catalizadores na expressão e desenvolvimento de diversos atributos. (Reis, 2019)

A paternidade não apenas contribui para o cenário afetivo e educacional, mas na construção de valores e identidade da criança. O relacionamento entre pais e filhos é marcado por padrões de cuidado, apoio emocional e modelos comportamentais, que levam o indivíduo a internalizar normas sociais que farão parte da estrutura moral da personalidade. Um relacionamento próximo e positivo com o pai está associado a uma variedade de resultados positivos, incluindo melhor autoestima, ajuste social e sucesso acadêmico. Embora seja importante reconhecer que a qualidade e natureza do envolvimento paterno podem variar, a evidência acumulada sugere que pais engajados e presentes desempenham um importante papel no bem-estar e desenvolvimento saudável de seus filhos. (Schwartz, 2023)

5  CONCLUSÃO

Ao analisarmos a influência do complexo paterno na formação da personalidade, torna-se evidente que a função paternal desempenha um papel importante no desenvolvimento emocional, social e comportamental do indivíduo. A teoria psicanalítica fornece uma estrutura valiosa para compreender a dinâmica dessas interações, destacando conceitos como o Complexo de Édipo, a função paterna e a identificação paterna. A presença e a qualidade do relacionamento com o pai têm impactos significativos no desenvolvimento da personalidade da criança.

Além disso, as descobertas da neurociência destacam as bases biológicas das experiências emocionais relacionadas ao complexo paterno. A integração da psicanálise com a neurociência oferece uma perspectiva mais abrangente sobre o desenvolvimento da personalidade, evidenciando as complexas interações entre fatores psicológicos, neurais e ambientais.

Ao longo deste estudo, a pesquisa enfrentou diversos desafios, desde a complexidade dos dados até a necessidade de encontrar métodos adequados de análise. A amplitude e a diversidade dos dados coletados também representaram um desafio significativo. No entanto, esses desafios também proporcionaram oportunidades de aprendizado e crescimento, incentivando o pesquisador a buscar soluções para aprofundar seu conhecimento na área. Apesar das dificuldades, os resultados obtidos foram gratificantes, destacando aspectos importantes e insights relevantes para o campo de estudo. A capacidade de contribuir para o avanço do conhecimento em uma área específica é um dos pontos mais positivos deste trabalho. É importante ressaltar que esta pesquisa não representa um fim em si mesma, mas sim um ponto de partida para investigações futuras. Os resultados alcançados abrem novos caminhos e levantam questões que podem ser exploradas posteriormente.

REFERÊNCIAS

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