EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM IDOSOS.

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GEISA MICAELLE ALMEIDA NASCIMENTO

RESUMO

O índice de queda em pessoas com idade avançada vem aumentando com o crescimento da população idosa. Portanto, este artigo visa verificar a utilização dos exercícios proprioceptivos para prevenção de queda na população idosa e consequente a diminuição do alto índice de queda. O atual estudo está embasado por intermédio de revisão bibliográfica em vários artigos científicos e revistas. As especificações de inclusão foram estipuladas por períodos de no máximo 10 anos, de 2010 até 2020, quando estivessem relacionadas ao tema. Conclui-se, finalmente, que os exercícios proprioceptivos para prevenção de quedas em idosos é muito importante por reduzir a suscetibilidade de quedas, melhorando o equilíbrio dinâmico e estático, promovendo independência funcional e qualidade de vida.

Palavras-chaves: Queda de idosos, Prevenção e Propriocepção.

INTRODUÇÃO

O ciclo da vida é constituído de várias fases: infância, adolescência, fase adulta e velhice. Dessa forma, em cada fase, o corpo vai sofrendo alterações fisiológicas e na fase adulta passa a ocorrer um declínio de maneira gradativa até a longevidade, deixando os idosos mais suscetíveis as quedas.

O envelhecimento já está presente mundialmente com o aumento na quantidade de idosos na população. Com base em pesquisas realizadas, o Brasil será a sexta população mais idosa no mundo no ano de 2025.

Segundo uma pesquisa realizada por Ferretti em 2013, as idosas sofrem mais quedas no ano do que os homens, sendo 51% nos indivíduos com mais de 85 anos e cerca de 30% com idade similar ou maior há 65 anos. O evento da queda seguido por fratura é responsável aproximadamente por 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos.

Dentro desse contexto, este artigo abordara a eficácia dos Exercícios Proprioceptivos como forma de prevenção de quedas em indivíduos idosos.

Os Exercícios Proprioceptivos, como uma oportunidade de prevenção da possibilidade de queda em pessoas de mais idade, diminuem o perigo de quedas, melhora o equilíbrio dinâmico e estático, promovendo independência funcional e promoção da saúde. (MENDES et al., 2016; NASCIMENTO et al., 2012).

O Artigo é relevante por alertar os idosos os riscos de quedas que estão propensos. Mostrar uma forma de prevenção de futuras quedas, além da relevante contribuição da fisioterapia na terceira idade.

O atual estudo está embasado por meio de ver revisão bibliográfica em várias revistas e artigos científicos. As especificações de inclusão foram estipuladas por períodos de no máximo 10 anos, de 2010 até 2020, quando estivessem relacionadas ao tema e, consequentemente, aquelas publicações sem a real relevância para apuração do tema foram descartadas.

Conclui-se, finalmente, que para prevenção de quedas em idosos os exercícios proprioceptivos são benéficos por reduzir a suscetibilidade de quedas, promovendo independência funcional e qualidade de vida, melhorando o equilíbrio dinâmico e estático dos longevos.

DESENVOLVIMENTO

2.1 Aspectos do declínio fisiológico funcional que ocorre em idosos, com potencial de motivar quedas.

A senescência é processo natural que ocorre no ser humano (envelhecer). Entretanto, as alterações produzidas por inúmeras doenças podem manifestar-se no idoso, e é definido como senilidade (envelhecer patológico). Apesar do envelhecimento ser um processo crescente, as modificações são muito individualizadas, ainda assim, impactam na qualidade de vida favorecendo a ocorrência de quedas. (ESQUENAZI et al., 2014; PAULA et al., 2014).

As alterações fisiológicas que ocorrem no processo do envelhecimento, são de forma sutil e progressiva, porem inaptas a gerar limitação no início desse processo. No entanto, devido ser continuo, ao passar dos anos diminui o desempenho de atividades básicas da vida diária. Dessa maneira as modificações fisiológicas que a idade impõe, como: alterações visuais, sistema vestibular, alterações musculoesqueléticas, ósseas e alterações neurológicas. Implicam diretamente na qualidade de vida e no aumento do índice de queda (ESQUENAZI et al., 2014).

Esquenazi et al. (2014) afirmam que a diminuição da visão ocasionado pelo envelhecimento fisiológico reduz a estabilidade postural intensificando significativamente o risco de quedas e fraturas em idosos. E segundo um estudo realizado por Piovesan, Pivetta e Peixoto (2011) a visão é muito relevante quando se refere a equilíbrio e marcha, e na interação que tem com função cognitiva, correndo o risco de ser responsável por até 20% da taxa de quedas.

As modificações musculoesqueléticas também são causadoras de limitação funcional no idoso e de elevar o índice de queda. E uma das alterações fisiológicas é alterações natural na cartilagem articular, alterações biomecânicas e sarcopenia, que é a perda de massa e força muscular que está claramente associada à diminuição e perda de mobilidade. Dessa forma, o idoso tem tendência a posturas viciosas irregulares e compensatórias, advindas pela fraqueza muscular que acaba prejudicando às estruturas do aparelho locomotor, levando à lentificação da marcha e perda de equilíbrio, com uma maior propensão a quedas e fraturas. (ESQUENAZI et al., 2014; SILVA e OLIVEIRA., 2015).

A diminuição do estrogênio nas mulheres devido a menopausa, acarreta no processo de osteopenia mais acelerada e perceptível do que no sexo masculino. A perda de mineral ósseo, isto é, a densidade do osso vem a ser mais baixa que o normal, e o hipoestrogenismo parece implicar no equilíbrio postural, influenciando no aumento, tendência e frequência de quedas e fraturas na fase de pós-menopausa. (ESQUENAZI et al., 2014; NAHAS et al., 2013; SILVA e OLIVEIRA., 2015).

Ao decorrer da vida, inúmeras alterações fisiológicas e estruturais acontecem no cérebro, sendo elas multifatoriais, na qual muitas contribuem para a redução da força e desequilíbrio em pessoas idosas, e quando são associadas a processos patológicos elas potencializam-se. Após os 40 anos, cerca de 5% por década, o volume e o peso do cérebro declinam, e notasse um acentuado declínio a partir da sétima década de vida. (ESQUENAZI et al., 2014; SILVA e OLIVEIRA., 2015).

Conforme Bushatskyet al. (2018, p. 02)

O desequilíbrio corporal é um dos principais fatores que limitam a vida do idoso. Na maioria dos casos, não pode ser atribuído a uma causa específica, mas sim a um comprometimento do sistema de equilíbrio como um todo. O desequilíbrio corporal aumenta com a idade. As quedas são as consequências mais graves do desequilíbrio, sendo seguidas por fraturas, hospitalização, complicações psicológicas, medo de novas quedas, perda e redução da independência, da autonomia e mortalidade.

2.2 Os riscos e as probabilidades de queda que os longevos tendem a ter.

Vários autores incluindo Gasparotto, Falsarella e Coimbra (2014) definem a queda como um evento não proposital que se caracteriza como a mudança da posição inicial do indivíduo para um mesmo nível ou nível mais baixo, podendo ser gerado por fatores intrínsecos e extrínsecos.

O fator intrínseco está relacionado com o declínio fisiológico natural que ocorre nos idosos mencionado no tópico anterior e fatores extrínsecos associado a fatores ambientais e sociais que facilitam a queda do idoso.

Diante disso, sabe-se que os idosos devido o declínio fisiológico e a diminuição da capacidade funcional estão mais propensas ao evento da queda, que vem acompanhada de possíveis: hipoatividades, delimitação, insegurança, isolamento social, depressão, lesões, fraturas dentre outras limitações. Ocasionando, dependência funcional, diminuição na qualidade de vida, podendo levar à mortalidade do idoso.

Portanto, a queda é um ato não intencional que predispõe mais a população longeva, sendo o acidente mais frequente, com imensa relevância epidemiológica, econômica e social. E com bases em estudos realizados por Karuka et al, (2011) a incidência de queda é maior após a sexta década de vida, triplicando os índices de hospitalização de idosos após os 65 anos, podendo levar a óbito.

Gasparotto, Falsarella e Coimbra (2014) afirmam que longevos acima de 75 anos tem maior ameaça de queda, na qual estimasse que 60 a 70 % ocorrem dentro de suas residências. Assim, como: escadas, pisos lisos, tapetes, iluminação baixa, são fatores que favorecem o episódio de queda no idoso.

Portanto, subentendesse que a queda é multe fatorial que provoca vários malefícios para as últimas décadas de vida do ser humano, prejudicando na qualidade de vida do idoso, diminuindo as atividades de vida diária ou limitando-os, acarretando na dependência de familiares, amigos e cuidadores. Resultando no aumento de gastos, adaptação na rotina familiar, isolamento social do idoso, tristeza ao extremo e óbito.

2.3 Exercícios proprioceptivos para prevenção de quedas em idosos e a utilização da Escala de Berg como ferramenta de avaliação para o teste de equilíbrio estático e dinâmico.

Com o passar dos anos a população idosa está aumentando e elevando o índice de queda, portanto com o objetivo de avaliar o equilíbrio dos longevos, o teste de equilíbrio de Berg e exercícios proprioceptivos podem servir como prevenção na possibilidade da queda.

De acordo com Souza e Santos (2012, p. 309)

A escala de equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio dinâmico e estático dos indivíduos e o risco de quedas considerando a influência ambiental na função. Avalia o desempenho do equilíbrio funcional com 14 testes, sendo estes direcionados para a habilidade do indivíduo de sentar, ficar de pé, alcançar, girar em volta de si mesmo, olhar por cima de seus ombros, ficar em apoio uni podal e transpor degraus. Apresenta pontuação máxima de 56 pontos e mínima de 0 pontos, onde cada teste possui cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos. A escala foi traduzida para o português e adaptada transculturalmente para sua utilização no Brasil. Esta versão apresentou alta confiabilidade comprovando a sua utilidade para avaliação do equilíbrio de idosos brasileiros.

Segundo Mendes et al. (2016, p.5;6) O treinamento com exercícios proprioceptivos pode ser utilizado para melhoria do equilíbrio visando à prevenção de quedas. Sendo assim, alguns estudiosos fazem uso da Escala de Equilíbrio de Berg, para analisar os fatores de risco da perda de independência e para possíveis quedas em idosos.

Com objetivo de examinar a eficiência de um treino proprioceptivo na prevenção de quedas em idosos, Pereira e Wenke (2016) realizaram um estudo submetendo longevos a treinos proprioceptivos, e indicaram relevância na atenção primaria. A qual os treinos proprioceptivos como forma de prevenção podem colaborar de forma positiva na prevenção de quedas em pessoas idosos.

Conforme Nascimento, Patrizzi e Oliveira (2012) afirmam que um dos notáveis motivos que restringe o bem-estar do idoso é a possibilidade de queda. Sendo assim, submeteram nove idosos de ambos os sexos cadastrados na Unidade de Atenção ao Idoso da cidade de Uberaba, MG, Brasil, a um treinamento proprioceptivo, durante um mês, duas vezes por semana com duração de 20 minutos cada, totalizando oito sessões. O treino proprioceptivo foi constituído de treino de marcha com oito metros, com quatro tipos de solo a cada dois metros, com dificuldades progressivas avaliando o tempo em segundos da segunda volta da primeira sessão, com a segunda volta da última sessão. Os resultados mostram a eficiência do treino proprioceptivo com menor tempo para percorrer o trajeto após treinamento, além da melhoria no escore da escala de equilíbrio de berg, oferecendo uma oportunidade para prevenção de quedas e promoção à saúde por meio de autonomia funcional.

Santos, Goedert, Bento e Rodacki (2015) realizaram uma revisão sistemática, dessa forma, abordaram a combinação entre exercício de propriocepção e físico em idosos. Com base nesse objetivo, um dos resultados encontrados foram que exercícios que envolvam propriocepção ou equilíbrio são eficientes para aguçar a propriocepção em idosos.

Uma pesquisa realizada por Mendes et al. (2016) mostra a efetividade da fisioterapia em atividades voltada para a prevenção de quedas em idosos, com tratamento acessível e de custo baixo para a população idosa. Sendo assim, diminuindo de forma considerável o risco de fraturas devido a quedas e consequentemente diminuindo os gastos hospitalares.

Estimular a propriocepção em idosos melhora o equilíbrio dinâmico e estático, evita possíveis quedas, possibilita maior independência e qualidade de vida em seu dia a dia, diminui o medo e a insegurança.

Exercícios proprioceptivos visando diminuir quedas em idosos pode ser considerado uma forma de prevenção, assim como a escala de equilíbrio de Berg pode identificar esse risco. Em consequência, promove bem estar na vida diária dos idosos, segurança e confiança até o desfecho da vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao decorrer do artigo, foi verificado que as alterações fisiológicas que ocorrem no processo do envelhecimento são de forma sutil e progressiva, podendo gerar queda que traz vários malefícios para as últimas décadas de vida do ser humano, prejudicando diretamente na qualidade de vida do idoso.

Dessa maneira, neste estudo foi elucidado a veracidade do teste de equilíbrio de berg e exercícios proprioceptivos para prevenção de quedas nos longevos, na qual foi constatado sua efetividade. Portanto contribui na qualidade de vida, promoção a saúde, autonomia e independência funcional. Tornando a vida diária do longevo, segura e agradável.

Conclui-se, finalmente, que os Exercícios Proprioceptivos para prevenção de quedas em idosos é muito importante por reduzir a suscetibilidade de quedas, promovendo independência funcional e qualidade de vida, melhorando o equilíbrio estático e dinâmico.

REFERÊNCIAS

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