REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10395271
Maria Eduarda Lopes Silva Lima¹
Karyna Maria de Mello Locatelli²
Juliana Lilis da Silva³
Natália de Fátima Gonçalves Amâncio4
Resumo:
Introdução: A depressão é uma condição complexa e multifacetada que além de afetar o indivíduo, também tem um impacto significativo a nível global. Essa condição é influenciada por diversos fatores, incluindo aspectos sociais, orgânicos e psicológicos, impactando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo e contribuindo consideravelmente para a carga global de doenças. Paralelamente, o exercício físico, amplamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não é apenas uma prática que reduz o risco de várias condições de saúde, mas também desempenha um papel crucial na gestão e no tratamento da depressão. Além de ser um aliado no combate aos sintomas depressivos, o exercício físico promove o bem-estar geral, fortalece habilidades motoras e melhora significativamente a qualidade de vida, emergindo como uma estratégia valiosa e integrativa no tratamento dessa condição complexa. Objetivo: Este estudo visa analisar a literatura científica existente para verificar a relação entre a prática de exercício físico e a melhora da saúde mental, especificamente em pacientes diagnosticados com depressão grave. Método:A pesquisa foi conduzida por meio de buscas em várias bases de dados, incluindo Google Scholar, BVS, SciELO, PubMed e EbscoHost. A intenção foi identificar estudos que explorassem a correlação entre a prática de exercícios físicos e seu papel complementar no tratamento da depressão, com foco especial em pacientes com quadros graves da condição. Resultados: As análises dos estudos revisados ressaltam enfaticamente a relevância crucial do exercício físico, tanto aeróbico quanto anaeróbico, na regulação do humor e no tratamento eficaz da depressão em também diferentes contextos como durante a pandemia e em idosos, crianças e adolescentes, o exercício físico demonstrou eficácia na melhoria da saúde mental. Evidências científicas destacam a importância de planos de exercícios individualizados e adaptados para otimizar a saúde mental, sobretudo em pacientes com formas graves de depressão. Conclusão: Após uma análise aprofundada de uma amostra abrangente de 20 artigos, fica evidente que a depressão é um transtorno complexo que demanda uma abordagem multifacetada em seu tratamento. A inclusão do exercício físico como componente essencial dessa abordagem é inquestionável, porém, a adesão a essa prática terapêutica continua sendo um desafio significativo. No entanto, é crucial a implementação do exercício físico em estratégias contínuas e individualizadas para promover o bem-estar mental, enfatizando a sua importância no tratamento da depressão.
Palavras-chaves: Exercício físico; Saúde mental; Tratamento; Depressão.
Abstract:
Introduction: Depression is a complex and multifaceted condition that not only affects the individual but also has a significant global impact. This condition is influenced by various factors, including social, organic, and psychological aspects, impacting the lives of millions of people worldwide and contributing considerably to the global burden of diseases. Simultaneously, physical exercise, widely recommended by the World Health Organization (WHO), is not only a practice that reduces the risk of various health conditions but also plays a crucial role in managing and treating depression. Besides being an ally in combating depressive symptoms, physical exercise promotes overall well-being, strengthens motor skills, and significantly improves quality of life, emerging as a valuable and integrative strategy in treating this complex condition. Objective: This study aims to analyze existing scientific literature to verify the relationship between the practice of physical exercise and the improvement of mental health, specifically in patients diagnosed with severe depression. Method: The research was conducted through searches in various databases, including Google Scholar, BVS, SciELO, PubMed, and EbscoHost. The intention was to identify studies that explore the correlation between the practice of physical exercises and its complementary role in treating depression, with a special focus on patients with severe conditions. Results: Analyses of the reviewed studies emphatically highlight the crucial relevance of physical exercise, both aerobic and anaerobic, in mood regulation and the effective treatment of depression in various contexts, such as during the pandemic and among elderly individuals, children, and adolescents. Scientific evidence underscores the importance of individualized and adapted exercise plans to optimize mental health, especially in patients with severe forms of depression. Conclusion: After a thorough analysis of a comprehensive sample of 20 articles, it becomes evident that depression is a complex disorder that demands a multifaceted approach in its treatment. The inclusion of physical exercise as an essential component of this approach is unquestionable; however, adherence to this therapeutic practice remains a significant challenge. Nevertheless, implementing physical exercise in continuous and individualized strategies is crucial to promote mental well-being, emphasizing its importance in the treatment of depression.
Keywords: Physical exercise; Mental health; Treatment; Depression.
1 INTRODUÇÃO
A depressão é uma alteração psicológica originada a partir de diversos fatores, sejam eles sociais, orgânicos, psicológicos ou mudanças químicas na diminuição de serotonina e noradrenalina. Sendo assim, esses compostos são produzidos no Sistema Nervoso Central, pelas células neuronais e desempenham importantes funções que podem ser influenciadas. (GOMES, 2019)
Pode-se igualmente definir essa desordem como uma condição psíquica na qual o humor de uma pessoa está difuso com uma sensação de desconforto mental e físico, resistente à autorregulação. As características básicas desse transtorno são: mau humor, falta de interesse, pensamento lento, reação lenta, redução do nível de autoestima e falta de vontade de se comunicar com amigos e colegas, podendo durar semanas, meses ou anos consecutivos. (REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, 2022).
No entanto, conforme informações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a depressão é um distúrbio mental que pode afetar qualquer indivíduo. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição é prevalente em todo o mundo, afetando mais de 300 milhões de pessoas de diversas faixas etárias, inclusive no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, cerca de 10,2% da população, ou seja, aproximadamente 16,3 milhões de pessoas com idade superior a 18 anos, foram diagnosticadas com depressão por profissional de saúde mental. É importante também ressaltar que a depressão contribui de forma significativa para a carga global de doenças, podendo, em casos extremos, culminar em suicídio (CASTRO et al., 2021).
Com base nesses dados, tornou-se uma prioridade desenvolver abordagens eficazes para o tratamento dessa condição. Atualmente, o tratamento predominante é farmacológico e, muitas vezes, complementado por psicoterapia. Vale ressaltar que o exercício físico desempenha um papel significativo na redução do risco de várias condições de saúde, como doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios endócrinos, de acordo com a OMS em 2010.Já na depressão, a prática regular da atividade física desempenha um papel fundamental na gestão e na prevenção desse transtorno, visto que a sua prática induz uma elevação na produção de dopamina e noradrenalina e de outros neuropeptídios, como a endorfina, proporcionando uma sensação de bem-estar ao praticante (CASTRO et al., 2021).
Sendo assim, é consequentemente, uma estratégia valiosa para a melhora da qualidade de vida das pessoas que enfrentam essa condição. A atividade física, quando planejada e estruturada também contribui para o desenvolvimento de habilidades motoras, além de promover saúde e qualidade de vida. Destaca-se ainda, sua capacidade de aprimorar o humor, elevar a autoestima, tornando-se um grande aliado no tratamento da depressão (CASTRO et al., 2021).
E para isso, a OMS (2010) recomenda que adultos com idades entre 18 e 64 anos realizem pelo menos 150 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada por semana ou 75 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada a alta. Aqueles que desejam obter benefícios adicionais podem aumentar seu exercício moderado para 300 minutos por semana ou praticar 150 minutos de exercício intenso. Além disso, a OMS também aconselha a inclusão de exercícios de fortalecimento muscular em pelo menos 2 dias por semana. (GOMES et al., 2019).
Nesse contexto, o presente estudo se revela de extrema relevância tanto para a comunidade cientifica, que está sempre em busca de novas abordagens e métodos terapêuticos, quanto para os diagnosticados com depressão, visto que atualmente, existem cerca de 22 fármacos antidepressivos distribuídos em oito classes diferentes. No entanto, conforme estudos, apenas 30 a 35% dos pacientes tem resposta positiva ao tratamento com psicofármacos (MENDES, 2020).
Dessa maneira, o presente artigo tem como objetivo revisar a literatura científica e verificar a relação da prática de exercício físico na melhora da saúde mental em pacientes com diagnóstico de depressão.
2 METODOLOGIA
O presente estudo consiste de uma revisão exploratória integrativa de literatura. A revisão integrativa foi realizada em seis etapas: 1) identificação do tema e seleção da questão norteadora da pesquisa; 2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos e busca na literatura; 3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; 4) categorização dos estudos; 5) avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa e interpretação e 6) apresentação da revisão.
Na etapa inicial, para definição da questão de pesquisa utilizou-se da estratégia PICO (Acrômio para Patient, Intervention, Comparation e Outcome). Assim, definiu-se a seguinte questão central que orientou o estudo: “Como a prática de exercícios físicos corrobora para a melhora da saúde mental de pacientes com diagnóstico de depressão?” Nela, observa-se o P: pacientes com diagnóstico de depressão; I: prática de exercícios físicos; O: saúde mental.
Para responder a esta pergunta, foi realizada a busca de artigos envolvendo o desfecho pretendido utilizando as terminologias cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) criados pela Biblioteca Virtual em Saúde desenvolvido a partir do Medical Subject Headings da U.S. National Library of Medcine, que permite o uso da terminologia comum em português, inglês e espanhol. Os descritores utilizados foram: “saúde mental” and “esportes”, “sports” and “mental health” and “depression”, “exercício físico” and “saúde mental”. Para o cruzamento das palavras chaves utilizou-se os operadores booleanos “and”, “or” “not”.
Realizou-se um levantamento bibliográfico por meio de buscas eletrônicas nas seguintes bases de dados: Google Scholar; Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientif Eletronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed), EbscoHost.
A busca foi realizada no mês de outubro de 2023. Como critérios de inclusão, limitou-se a artigos escritos em português e inglês, publicados nos últimos 4 anos (2019 a 2023), que abordassem o tema pesquisado e que estivem disponíveis eletronicamente em seu formato integral, foram excluídos os artigos em que o título e resumo não estivessem relacionados ao tema de pesquisa e pesquisas que não tiverem metodologia bem clara.
Após a etapa de levantamento das publicações, encontrou 100 artigos, dos quais foram realizados a leitura do título e resumo das publicações considerando o critério de inclusão e exclusão definidos. Em seguida, realizou a leitura na íntegra das publicações, atentando-se novamente aos critérios de inclusão e exclusão, sendo que 7 artigos não foram utilizados devido aos critérios de exclusão. Foram selecionados 20 artigos para análise final e construção da revisão.
Posteriormente a seleção dos artigos, realizou um fichamento das obras selecionadas afim de selecionar a coleta e análise dos dados. Os dados coletados foram disponibilizados em um quadro, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão integrativa elaborada, de forma a atingir o objetivo desse método.
A Figura 1 demonstra o processo de seleção dos artigos por meio das palavras-chaves de busca e da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão citados na metodologia. O fluxograma leva em consideração os critérios elencados pela estratégia PRISMA (Page et al., 2021).
Fonte: Adaptado do Preferred Reporting Items for Systematic review and Meta-Analyses (PRISMA). Page et al., (2021).
3 RESULTADO
Diante dos 20 artigos selecionados e avaliados nesse presente estudo, os principais resultados foram organizados 3 fileiras. Estão ordenados em ordem crescente de acordo com o ano de publicação, juntamente ao nome do autor, título e síntese.
4 DISCUSSÃO
4.1Exercício físico na saúde mental
O exercício físico exerce um papel fundamental na saúde mental, desencadeando uma série de respostas fisiológicas que afetam positivamente o funcionamento cerebral. Portanto, tanto os aeróbicos quanto os anaeróbicos desempenham papéis importantes na regulação do humor, no alívio do estresse e na promoção do bem-estar mental, proporcionando uma melhora significativa na saúde mental, atendendo tanto casos leves quanto moderados. (ROCHA, 2021; CASTRO, 2021). Sendo assim, um um estudo realizado no Psychatric University Hospital Basel e no Psychiatric Services Solothurn, na Suíça, que envolvia pacientes entre 18 e 60 anos, diagnosticados com de depressão grave, teve como resultado os exercícios físicos anaeróbicos e aeróbicos como complementares no tratamento hospitalar em pacientes gravemente deprimidos, destacando os benefícios gerais do exercício também para a saúde física e cognitiva (IMBODEN, 2020).
4.2 Tipos de exercícios e neurotransmissores
4.2.1 Exercícios Aeróbicos e Neurotransmissores
Os exercícios aeróbicos têm grande ligação na regulação dos neurotransmissores, especialmente endorfinas e serotonina. Durante atividades como: corrida, dança, natação, hidroginástica, spinning, o corpo libera endorfinas. Estas endorfinas atuam como neurotransmissores capazes de reduzir a percepção da dor e gerar sensações de euforia e prazer, promovendo um estado mental positivo e relaxamento. Além disso, os exercícios aeróbicos elevam os níveis de serotonina, hormônio fundamental na regulação do humor, sono e apetite. Assim, a serotonina contribui para a redução dos sintomas de ansiedade e depressão, tornando os exercícios aeróbicos uma ferramenta eficaz para prevenir e tratar esses transtornos (CASTRO, 2021)
Adicionalmente, em pacientes psiquiátricos sedentários, os exercícios aeróbicos demonstraram ser benéficos, reduzindo os sintomas depressivos ao aumentar substâncias cerebrais positivas, o que mostra um potencial promissor no tratamento dessa condição (SANTOS, 2019). No entanto, é fundamental implementar planos de exercícios apropriados e adaptados a cada indivíduo e suas restrições, para aprimorar a saúde mental, especialmente em pessoas com quadros depressivos e não debilitar outras áreas. Assim, essas estratégias devem ser adaptadas considerando não apenas a intensidade e a frequência, mas também as particularidades psicológicas dos participantes. Sendo essencial equilibrar a complexidade com a sua relevância individual, sobretudo ao lidar com estudantes afetados pela depressão (SHEN, 2023).
4.2.2 Exercícios Anaeróbicos e Neurotransmissores
Por outro lado, os exercícios anaeróbicos, como levantamento de peso e atividades de alta intensidade, influenciam diferentes neurotransmissores, particularmente a dopamina. Enquanto os exercícios aeróbicos liberam endorfinas, os anaeróbicos estimulam a produção de dopamina, hormônio essencial na regulação do humor, motivação e prazer. Dessa forma, a prática regular de exercícios anaeróbicos está associada a sensação de satisfação e também contribui para o bem-estar mental (CASTRO, 2021).
4.3 Exercício físico em diferentes realidades
Nesse contexto, experiências em diferentes partes do mundo também reforçam a eficácia da atividade física no tratamento da depressão. Na China, por exemplo, foi apontado em pesquisas, a ligação do exercício à liberação de hormônios que anteriormente já foram citados, influenciando positivamente o humor, a ansiedade e a autoconfiança, acelerando a recuperação de pacientes dependentes de medicamentos (WANG, 2021). Já durante o confinamento no Uruguai, no tempo de pandemia, a redução nas atividades físicas somadas às diversas questões negativas desencadeadas durante esse período resultou em problemas de saúde e impactos negativos na saúde mental, especialmente em indivíduos anteriormente ativos (SANSEVERINO, 2023).
Por outro âmbito, o exercício físico regular também desempenha um papel crucial na melhoria da saúde mental e no combate à depressão em idosos. Desse modo, exercícios como dança e esportes mostraram-se eficazes, além, de terapias envolvendo psicoterapia, farmacoterapia e políticas de saúde direcionadas a esse grupo mostraram-se essenciais para melhorar a autoestima e a relação entre depressão e atividade física nessa população (CORREA, 2022; HE, 2022).
Por conseguinte, dentre essas opções de atividades para os idosos, o exercício aquático de baixa intensidade também é eficaz como terapia. Essa prática melhora o humor, reduz a ansiedade e promove autonomia funcional, proporcionando uma maneira acessível e eficaz de melhorar a disposição, mesmo com uma frequência modesta de apenas duas vezes por semana (SILVA, 2019).
Além disso, os estudos revelam que exercícios de alongamento são benéficos em pacientes deprimidos, evidenciando a importância de manter uma prática a longo prazo no tratamento da depressão (PHILIPPOT, 2022). Esse é um ponto relevante não apenas para pacientes hospitalizados, mas também para idosos frágeis, onde intervenções futuras com exercícios podem contribuir para a saúde mental e física, melhorando sua qualidade de vida e independência funcional, sendo um componente fundamental para promover um envelhecimento saudável e preservar o bem-estar mental nessa fase. (CORREA, 2022; HE, 2022; OLIVEIRA, 2019).
Sendo assim, a prática regular de atividade física também oferece inúmeros benefícios em outras faixas etárias, como por exemplo, em crianças com obesidade. A atividade física não apenas reduz os pensamentos depressivos, mas também está associada a um aumento da autoestima e melhoria do bem-estar emocional, oferecendo um caminho para uma percepção mais positiva de si mesmas (PÉREZ, 2020). Na adolescência, também é necessário incentivar atividades leves, visando a prevenção da depressão, visto que o sedentarismo está relacionado ao desenvolvimento dessa alteração (KANDOLA, 2020).
Já em outro contexto, em casos extras como adultos com Transtorno do Uso de Álcool (AUD), atividades como ioga e exercícios aeróbicos também têm mostrado eficácia na melhoria da saúde mental, ressaltando os benefícios tanto físicos quanto psicológicos (ZHANG, 2023; KANDOLA, 2020; WELFORD, 2022).A prática física também se destaca na redução dos sintomas depressivos em pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC), corroborando estudos anteriores sobre os benefícios do exercício aeróbico no humor (ABDELBASSET, 2019). Além da influência genética na redução dos sintomas reforçar a importância do exercício como uma intervenção eficaz na melhoria da saúde mental, enfatizando a necessidade de promovê-lo como parte do tratamento da depressão, adaptando-o ao prazer da prática e considerando diferenças de gênero e contexto cultural (JOHNSON, 2020; WANG, 2019).
Contudo, a adesão aos exercícios continua sendo um desafio, destacando a necessidade de mais estudos para determinar o tipo ideal de exercício e estratégias que incentivem sua continuidade (GOMES, 2019). Por fim, como visto, diversos tipos de exercício têm demonstrado impacto positivo na redução da ansiedade, evidenciando que práticas como o pilates não apenas beneficiam fisicamente, mas também melhoram a qualidade de vida e aspectos psicológicos, enfatizando a importância de abordagens variadas na prescrição de atividades físicas para a saúde mental (SANTOS, 2023).
5 CONCLUSÃO
Diante das informações levantadas, verifica-se que a depressão está ligada a diversos fatores, desde alterações químicas cerebrais até a falta de exercício físico. Destaca sua prevalência global, afetando milhões e contribuindo significativamente para a carga global de doenças, inclusive podendo levar ao suicídio. Enquanto o tratamento predominante envolve medicamentos complementados por psicoterapia, saliente-se o papel vital do exercício físico na gestão e prevenção da depressão, aumentando a produção de neurotransmissores que promovem o bem-estar.
A prática regular de exercícios, como aeróbicos e anaeróbicos, demonstra influenciar positivamente a saúde mental, beneficiando não apenas pessoas com depressão, mas também outros grupos, como idosos, jovens e pacientes com condições específicas. Apesar disso, persiste o desafio da adesão aos exercícios, ressaltando a importância de continuar investigando estratégias para manter a continuidade e a especificidade na prescrição de atividades físicas para aprimorar na saúde mental.
REFERÊNCIAS
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¹Discente do curso de Medicina do Centro Universitário de Patos de Minas -UNIPAM.
²Docente do Centro Universitário de Patos de Minas -UNIPAM.