PHYSICAL EXERCISE AND LONG COVID, BENEFITS AND LIMITATIONS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411192330
Cinthia Maria Costa Diniz
Francisco Valmor Macedo Cunha
Resumo : Diante da pandemia que começamos a viver no ano de 2020, muito se discutiu sobre os sintomas da infecção pelo vírus SARS-CoV-2, que causava a doença COVID-19 e começou a observar que alguns sintomas estavam persistindo em algumas pessoas o que determinaram de sídrome pós COVID ou COVID longa e na busca por melhorias desses sintomas investigou- se a associação do exercício físico como contribuinte de melhora para essa sintomatologia persistente, avaliando seus possíveis benefícios ou limitações. Concluiu-se que há mais benefícios que limitações, no que tange o exercício físico e COVID longa, sendo necessário um acompanhamento individualizado e constante, por fim salientamos a necessidade de mais pesquisas clínicas a cerca do exercício físico como um possível contribuinte, na reabçitação de pacientes com COVID longa.
Palavras– chaves: fadiga. exercício físico. covid longa.
TEMA: exercício físico e COVID longa : benefícios e limitações.
PROBLEMA: O exercício físico ou programa de reabilitação melhora o quadro de COVID longa ou síndrome pós covid ?
INTRODUÇÃO
No mundo a covid-19 tornou-se conhecido pela necessidade de isolamento e o distanciamento das pessoas. O novo coronavírus, conhecido como SARS-Cov-2 pode ser transmitido através do contato direto, indireto ou próximo com pessoas infectadas através de secreções infectadas como saliva e secreções respiratórias ou de suas gotículas respiratórias, que são expelidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra. (OPAS, 2020)
Tendo em vista por meio da sua facilidade de transmissão e altas taxas de mortalidade, o SARS-CoV-2 até 2021 já infectou mais de 15 milhões de brasileiros. Além do período de incubação e manifestação dos sinais clínicos, a COVID-19 acarreta em muito mais sofrimento pela permanência de sequelas que retardam esse quadro, causando infecção multissistêmica pelo acometimento de tecidos vitais como o cardiológico, muscular, neurológico e psicológico.(LIMA,NOGUEIRA 2020)
De acordo com Almazán (2021) a covid-19, evoluirá para uma fase de persistência de manifestações clínicas com duração superior a um mês, com doenças crônicas como fadiga , mal estar pós exercício, dispneia, dor de cabeça e muitas outras condições neurocognitivas descritas como névoa cerebral, incapacidade de realizar tarefas físicas diárias, esta condição definida como covid longa ou síndrome pós covid, afetou um número alto de pessoaa a medida que evoluiu.
Devido a persistência dessas sequelas mesmo já tendo a cura da doença, procurou-se formas de proporcionar maior qualidade de vida e melhora dessas sequelas com o exercício físico, estima-se segundo, jimeno- almazán que a inclusão de planos terapêuticos de exercício físico, introduzindo progressivamente pode ser benéfico para pessoas com síndrome pós covid.
Contudo, um programa de reabilitação que o principal aliado seja o exercício físico, funciona como uma ferramenta terapêutica, que pode contribuir com a remissão da sintomatologia pós covid e melhora considerável na qualidade de vida dessas pessoas, utilizando exercícios aeróbicos e de força, seguindo tolerância do paciente.
Diante disso, o objetivo do presente estudo, foi realizar uma revisão de literatura integrativa para analisar se o exercício físico ou programa de reabilitação melhora o quadro de pacientes com quadro de covid longa, tendo em vista a melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Os resultados podem contribuir de forma significativa para equipes multiprofissionais se assegurarem da prescrição de exercício para pacientes com esse quadro e para pacientes que por alguma limitação se restringe a qualquer prática de exercício físico pós covid.
O presente estudo trata-se uma revisão de literatura integrativa, que seguiu as etapas descritas a seguir : 1- decisão do tema e definição da questão da pesquisa; 2- estabelecer todos os critérios de inclusão e exclusão; 3- identificação de artigos; 4- análise dos dados de cada artigo escolhido; 5- apresentação e discussão da revisão.
A pesquisa se deu conforme problema questão : “o exercício físico ou programa de reabilitação melhora ou piora o quadro de COVID longa” e para tal análise, buscou-se artigos entre janeiro de 2020 e agosto de 2024, em plataformas eletrônicas como : PUBMED, SciELO e Science direct, utilizando os descritores : “rehabilitation long covid”; “physical exercise and long covid”; “long covid and physiotherapy”.
Figura 1- fluxograma descrevendo o processo de inclusão dos artigos, utilizando os critérios de inclusão. Adaptação do prisma flow diagram
Diante dos critérios de elegibilidade para esta revisão, foram adicionados artigos completos e originais para serem analisados mais detalhadamente. Após leitura critica, sete artigos foram incluídos nessa revisão e avaliados quanto a qualidade metodológica – escala PEDro, conforme quadro 1.
Quadro 1- Critérios de avaliação de qualidade PEDro(versão português)
RESULTADOS
A escala descrita – PEDro é composta por 11 critérios avaliativos, que auxiliam em uma melhor avaliação dos artigos utilizados para compor esta pesquisa, sendo que cada critério é pontuado (tabela 1). Cada critério quando atendido de forma coesa e específico tem em sua atribuição 1 ponto.
Consoante a isso, um total de 10 pontos estão disponíveis (devido ao critério 1 não entrar na contagem), os artigos que obtiveram a pontuação PEDro entre 6 e 10 pontos considerou-se como artigos de alta qualidade; artigos com pontuação na escala PEDro entre 4 e 5 pontos considerou-se como artigos de qualidade moderada, seguindo Beardsley e Skarabot (2015). Os artigos incluídos nessa revisão integrative de literatura alcançaram pontuação media 5 a 9 pontos, conforme escala PEDro.
Tabela 1 – pontuação na escala PEDro para os estudos incluídos nessa revisão integrativa de literatura.
Os estudos que foram incluídos e que respoderam a questão norteadora, foram organizados em um quadro divididos em autor/ano, designer de estudo, resultados sobre o tema pontuação da escala PEDro.(Quadro 2)
Quadro 2 – Sumarização dos artigos incluídos na revisão integrativa de literatura.
AUTOR/A NO | DESIGNER DE ESTUDO | RESULTADOS | PONTU AÇÃO ESCALA PEDro |
KOGEL et al (2023) | Estudo prospectivo randomizado controlado com avaliação de endpoint aberta e cega foi projetado. 272 pacientes com sintomas de fadiga persistindo por mais de 6 semanas após a infecção por COVID foram rastreados. Pacientes com achados cardiovasculares patológicos foram excluídos.57 pacientes consentiram e foram randomizados para 4 semanas de treinamento supervisionado personalizado de força e resistência ou cuidados usuais. O períododeacompanhamento foi de 3 e 6 meses. | Não houve eventos adversos relacionados ao treinamento. A espiroergometria do grupo de treinamento mostrou um aumento significativamente maior no VO2pico (10,0 ± 12,7% vs. 0,1 ± 8,9%,p e pulso de oxigênio (9,8 ± 10,8% vs. 0,0 ± 13,9%,p Os parâmetros do Multidimensional Fatigue Inventory-20, McGill Quality of Life Questionnaire e Post-COVID-19 Functional Status foram melhorados após 4 semanas em ambos os grupos. No período de acompanhamento, a atividade física total por semana foi significativamente maior no grupo de exercícios do que nos controles (1280 ± 1192 min vs. 644 ± 554 min,pAs melhorias na fadiga e na qualidade de vida não foram estatisticamente diferentes entre os grupos de treinamento e de cuidados habituais. | 5 |
ALMAZAN et al (2022) | Foi realizado um ensaio clínico randomizado que incluiu 39 participantes com condição pós-COVID- 19 que tiveram uma fase sintomática crônica com duração >12 semanas. Triagem médica abrangente, sintomas relatados pelo paciente e aptidão cardiorrespiratória e força muscular foram avaliados. Os pacientes foram aleatoriamente designados para um programa de exercícios multicomponentes personalizado com base em treinamento simultâneo por 8 semanas (duas sessões supervisionadas por semana compreenderam treinamento de resistência combinado com treinamento aeróbico [treinamento variável de intensidade moderada], mais um terceiro dia de treinamento contínuo monitorado de intensidade leve), ou para um grupo de controle que seguiu as diretrizes da OMS para reabilitação após COVID-19 | Após o acompanhamento, houve mudanças nos resultados físicos em ambos os grupos, no entanto, a magnitude da mudança pré-pós- intervenção favoreceu o grupo de exercícios em marcadores cardiovasculares e de força: VO2máx + 5,7%, sentar-levantar – 22,7% e perfis de cargavelocidade no supino + 6,3% e meio agachamento + 16,9% (p < 0,05). Além disso, a intervenção com exercícios resultou em uma qualidade de vida significativamente melhor, menos fadiga, menos depressão e melhor estado funcional, bem como em aptidão cardiovascular superior e força muscular em comparação aos controles (p < 0,05). Nenhum evento adverso foi observado durante as sessões de treinamento | 5 |
ALBA et al (2021) | Realizamos um estudo de coorte retrospectivo de TECP em pacientes que relataram dispneia e/ou intolerância ao exercício após Covid-19 confirmada entre 1º de agosto de 2020 e 1º de março de 2021, e os comparamos a pacientes com idade e sexo correspondentes e dispneia inexplicada encaminhados para TECP no mesmo centro na era pré-Covid-19. | Em comparação com os comparadores de dispneia inexplicáveis, os pacientes com PASC compartilharam comorbidades médicas semelhantes e dispneia subjetiva no encaminhamento (pontuação mMRC 1,6 ÷ 0,9 vs. 1,4 ÷ 0,9, P = 0,5). Quinze (83,3%) pacientes com PASC foram submetidos a tomografia computadorizada de alta resolução do tórax, dos quais metade (46,7%) eram normais, e 17 (94,4%) pacientes tiveram testes de função pulmonar, dos quais a maioria (76,5%) estava normal. Todos os pacientes foram submetidos a CPET, e 12 (67%) tiveram achados normais. Em comparação com os comparadores combinados, os pacientes com PASC tiveram pico de consumo de oxigênio, consumo de oxigênio no limite anaeróbico ventilatário e eficiência ventilatória medida pela inclinação da ventilação do minuto para a produção de dióxido de carbono (VE/VCOz). | 5 |
JUNIOR et al (2023) | Trata-se de uma análise de dados secundários de um ensaio clínico randomizado (CORE-Study), controlado, realizado em paralelo, com cegamento dos avaliadores de desfecho. Para avaliação das barreiras de atividade física foi utilizado um questionário validado para adultos14, contendo 17 motivos para não se exercitar e os participantes marcaram os que se aplicavam a eles. Para as barreiras pessoais, incluíam: “preguiça e fadiga (cansaço, esgotamento físico)”, “falta de motivação”, “falta de tempo”, “falta de parceiro”, “dor, lesão”, “não consigo”, “não tenho como me deslocar para fazer exercícios”, “não é divertido”, “preciso relaxar e descansar”, “falta de competência”, “medo de lesões”, “falta de apoio”, “não entendo porque é importante” e “vergonha do corpo”. Para as barreiras ambientais foi incluído “devido à pandemia de COVID-19”, “falta de instalações/equipamentos/espaço adequados” e “clima. | Foram coletadas informações sociodemográficas, de saúde e de barreiras para a prática de atividade física, antes, 12 e 24 semanas após o início da intervenção. A medida das barreiras para a prática de atividade física foi obtida por meio de uma escala válida composta por 16 itens. As diferenças de barreiras entre os grupos e ao longo de tempo foi analisada a partir das Equações de Estimativa Generalizada, α = 0,05. As barreiras mais citadas pelos dois grupos na linha de base foram “Preguiça, cansaço ou desânimo” (71%), “Dores, lesões ou incapacidade” (38%) e “Falta de motivação” (48%). As análises principais indicaram que ambos os grupos tiveram redução na frequência da barreira “Preguiça, cansaço ou desânimo” na 12ª semana (p = 0,003), porém voltando aos valores iniciais na 24ª semana (p = 0,441). Já a barreira “Por causa da epidemia de coronavírus” foi reduzida na 12ª semana (p = 0,704) e ainda mais reduzida na 24ª semana (p = 0,158), comportamento também similar entre os grupos. | 7 |
KERLING et al (2024) | Randomizamos 62 pacientes com PCS (20 homens/ 42 mulheres; idade: 46 ± 12 anos; índice de massa corporal: 28,7 ± 6,7 kg/m2) com pontuação ≥ 22 na escala de avaliação de fadiga (FAS) para uma intervenção focada em exercícios de 3 meses (IGe= 30) ou período de controle (CGe=32). Avaliamos mudanças na capacidade de exercício (teste de exercício de bicicleta com medições de trocas gasosas), fadiga, marcadores de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e saúde mental. | A pontuação FAS diminuiu significativamente em ambos os grupos de estudo (IG: 35,1 ± 7,4 a 31,8 ± 8,5 pontos; GC: 35,6 ± 7,4 a 32,6 ± 7,5 pontos, ambos. A capacidade de exercício não aumentou no GC ou IG (alterações dentro do grupo para IG: pico de captação de oxigênio: 0,9 ± 2,6 ml/min/kg,p=0,098; potência máxima de saída: 6,1 ± 17,8 W,p=0,076) sem alterações significativas na HrQoL e capacidade de trabalho. Pacientes com uma pontuação FAS na linha de base ≥ 35 (fadiga grave) não apresentaram alterações na capacidade de exercício com a intervenção de 3 meses, enquanto o subgrupo de pacientes com FAS < 35 pontos (fadiga moderada) apresentou melhorias, independentemente do grupo de estudo. | 8 |
COLAS et al (2023) | Este foi um estudo comparativo prospectivo que incluiu 38 pacientes com COVID longa do estudo COVIMOUV (ClinicalTrials.gov Identificador: NCT05236478) comparado a dois grupos de controle compostos por pacientes com doença arterial coronária do estudo CITIUS (ClinicalTrials.gov Identificador: NCT04102410, n = últimos 38 pacientes incluídos e randomizados no protocolo de reabilitação de exercícios) e com fibromialgia do estudo FIMOUV (ClinicalTrials.gov Identificador: NCT03736733, n = últimos 38 pacientes incluídos e randomizados no protocolo de reabilitação de exercícios). Esses pacientes foram inscritos em um estudo prospectivo combinado e tiveram uma análise de resultados coletados retrospectivamente. Todos os pacientes participaram de um programa de reabilitação de exercícios de 4 semanas. | Valores de pico de VO2 avaliados em 23,0 ± 5,92 mL·minÿ1 ·kgÿ1 e VO2 no limiar em 15,6 ± 5,03 mL·minÿ1 ·kgÿ1 . Essas medidas pareceram comparáveis a outros valores relatados na literatura, como no estudo de Barbaglata et al. (25,8 ± 8,1 mL·minÿ1 ·kgÿ1 ) [50] ou Contreras et al. (21,9 ± 6,4 mL·minÿ1 ·kgÿ1 ) [51], considerando que não foram encontradas diferenças de acordo com o nível de gravidade da COVID [52,53]. Comparado às outras duas populações aqui apresentadas, parece que o perfil cardiorrespiratório de pacientes com COVID longa é menos alterado. Isso pode ser explicado pelo atendimento relativamente precoce oferecido [54,55], que evita o estado crônico de descondicionamento físico bem descrito na fibromialgia [ 56–58]. Além disso, a idade, o gênero e o perfil de tabagismo foram diferentes devido aos fatores de risco coronário que são mais prevalentes em homens mais velhos e fumantes, enquanto a população com COVID longa e fibromialgia parece ser mais jovem e feminina. Todas as populações apresentavam sobrepeso, ou seja, IMC > 25 kg·mÿ2 . | 5 |
WRIGHT et al (2023) | A duração da LC foi calculada a partir do momento em que os participantes relataram os primeiros sintomas da COVID-19 (incluindo as primeiras 4 semanas da doença) e agrupados em intervalos de 6 meses. Os níveis de PA dos participantes (minutos por semana) foram calculados multiplicando o número de dias por semana em que eles estavam ativos pelo número médio de minutos em que eles estavam ativos por sessão para cada intensidade de PA (caminhada rápida, MPA, VPA). Para fornecer mais contexto às mudanças nos níveis de PA, os níveis de PA do participante pré e pós-COVID-19 foram comparados às diretrizes de PA do Reino Unido, ou seja, completaram mais de 150 minutos de MPA, 75 minutos de VPA ou qualquer combinação dos dois em uma semana [22]. Um teste de McNemar foi realizado para explorar se havia uma diferença no número de participantes que atendiam às diretrizes de PA nos últimos 7 dias em comparação com sua linha de base pré-COVID-19. | As análises mostraram que os participantes precisavam de significativamente mais ajuda para concluir as AVDs nos últimos 7 dias em comparação com uma semana típica pré-COVID-19 (2,23 ÷ 2,83 dias vs. 0,11 ÷ 0,74 dias) (T(475) = 16,44, p < 0,001), com significativamente mais pessoas classificadas como dependentes (exigindo Assistência em 1 dia por semana) nos últimos 7 dias (48,53%) em comparação com pré-COVID-19 (2,94%) (t(1) = 213,04, p < 0,001), como mostrado na Figura 1.Os participantes foram menos ativos nos últimos 7 dias (26,88 ‡ 74,85 min por semana) em comparação com uma semana típica pré-COVID- 19 (361,68 ‡ 396,29 min por semana) (t(476) = 18,75, p < 0,001). Análises post hoc do principal efeito da intensidade mostraram que as pessoas realizaram menos VPA (95,23 US$ 159,34 min por semana) do que caminhada rápida (221,45 ‡ 257,8 min por semana) ou MPA(266,15 US$ 395,83 min por semana, p < 0,001), e caminhada menos rápida do que MPA (p = 0,05) | 5 |
DISCUSSÃO
O presente estudo tratou-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa, onde buscou-se analisar o conhecimento disposto em pesquisas anteriores sobre exercício físico e covid longa : benefícios e limitações.
Diante dos critérios estabelecidos para essa revisão integrativa, a qualidade dos artigos incluídos é alta. Dois estudos satisfizeram os critérios de ocultar sujeitos que corresponde ao critério 5 da escala PEDro, três estudos capazes de satisfazer os critérios de ocultar terapeutas, que corresponde ao critério 6 da escala PEDro e, três estudos relataram satisfazer o critério avaliadores de forma cega, que corresponde ao critério 7 da escala PEDro. Sobre os sete critérios restantes, em sua maioria foram pontuados positivamente. Cinco estudos pontuaram 5 (WRIGHT et al 2023, ALBA et al 2021, ALMAZAN et al 2022, KOGEL et al 2023, COLAS et al 2023). O restante marcou 7 (4) e 8 (5) pontos.
Essa revisão de literatura possibilitou uma síntese de alguns estudos já publicados, o que permitiu novos conhecimentos, baseando-se em resultados que foram apresentados em pesquisas anteriores. Os autores dos artigos selecionados para essa revisão fizeram algumas relações da covid longa ou síndrome pós covid e seus principais acomentimentos duradouros onde os mais citados foram : fadiga, dispneia por esforço, astenia, falta de motivação e visaram a tentativa de melhorar esses sintomas com o exercício físico alguns com treinamentos e monitorização cardiorrespiratória, outros com exercícios metabólicos e de força.
Almazan et al (2022), no seu estudo comparativo, ao aplicar um protocolo de exercícios multicomponentes (força, aptidão física, resistência) e monitorar através de um questionário de qualidade de vida, aptidão cardiovascular (VO2 máx, RPEfinal e FC), obtiveram como descoberta que o treinamento com exercícios multicomponentes melhoram significativamente os marcadores de qualidade de vida, fadiga, força muscular e até sintomas depressivos relatados por alguns participantes.
Em contrapartida, Kogel et al (2023) aplicou apenas exercícios de força e resistência, os de força visaram 70% de uma repetição máxima e sobrecarga adicional de 20% durante a atividade excêntrica, já os exercícios de resistência foram definidos para potência em Watts no ponto de compensação respiratória (RCP) avaliado com 60–70 revoluções por minuto (rpm), concluíram que após 4 semanas de um programa de exercícios individualizados, os participantes melhoraram significativamente com relação aos indivíduos que não sofreram nenhum tipo de intervenção.
Ao contrário de Kogel et al (2023) e Almazan (2022), o autor Kerling et al (2024) avaliou através de uma intervenção guiada de forma online, períodos de resistência ciclismo, caminhada, ciclismo indoor, treinamento cruzado, natação ou corrida), força (por exemplo, treinamento baseado em equipamentos em uma academia ou em casa, treinamento de força de membro único, treinamento de estabilidade ou vídeos de condicionamento físico focados no fortalecimento do corpo) e recuperação (por exemplo, meditação, exercícios de alongamento, exercícios respiratórios, ioga ou retiros de relaxamento). Além disso, uma vez por semana, exercícios mais intensos foram programados na forma de três a dez minutos de subir escadas ou um a três minutos de exercícios de sentar para levantar que permitiam que os pacientes excedessem seu limite de frequência cardíaca de exercício, se tolerado. Houve dentro desse estudo uma discussão sobre nível de fadiga descrevendo como leve, moderada e intensa e não observaram efeitos no desempenho do exercício ou na capacidade mental e física em pacientes com síndrome pós COVID, mas para neutralizar uma deterioração adicional no desempenho físico, o movimento e a atividade física devem ser integrados à vida cotidiana dos pacientes a depender da sua resiliência ao esforço.
Colas et al (2023), fez uma pesquisa voltada para a comparação onde frizou a covid longa, a doença arterial coronária e a fibromialgia e a reabilitação com exercício físico em todas essas doenças, entretanto apenas confirmou e reforçou o interesse em cuidar de pacientes com COVID longa sem exacerbação dos sintomas pós-esforço por meio da reabilitação com exercícios de treinamento de força e resistência, personalizando o programa para o paciente e os sintomas, já o autor Wright et al (2022) observou uma dependência em realização de atividades de vida diária e resistência em praticar atividade física devido ao mal estar pós esforço.
Tendo a dispneia como sintoma mais pertinentente na covid longa Alba et al (2021) investigou pacientes com dispneia inexplicada e pacientes com covid longa, todos os pacientes do estudo foram submetidos a um teste de exercício cardiopulmonar (CPET) e as alterações encontradas foram leves comparando uma faixa de gravidade inicial da COVID-19 e semelhantes aos comparadores pareados encaminhados para dispneia sem SARS-CoV-2 antecedente. Já júnior et al (2023) em um estudo mais recente pontuou as barreiras ao praticar exercício físico em pacientes pós infecção por COVID-19 e as barreiras mais encontradas foram, cansaço e desânimo, dores , lesões ou incapacidade ambas as barreiras foram reduzidas com 12 semanas de uma prática de exercício regular e moderada.
CONCLUSÃO
Os achados nesse estudo ressaltaram os benefícios do exercício físico em pacientes com síndrome pós COVID ou COVID longa. Os resultados da análise de artigos presentes nesse estudo enfatizaram que os maiores benefícios é aumento da disposição, tolerância ao esforço, redução da dispneia e maior disposição na realização das atividades de vida diária, em contrapartida é necessário alguns cuidados diante das limitações apresentadas por alguns pacientes como dispneia pós esforço, dificuldade na conclusão do exercício proposto, fadiga extrema pós exercício. Os estudos mostraram efetividade do exercício físico na COVID longa com treinamento de força, aeróbico, resistência e domiciliares mas enfatizaram a necessidade de uma supervisão constante, devido a dispneia e cansaço relatado pela maioria dos pacientes.
Tendo em vista o citado e analisado na pesquisa o exercício físico se mostra efetivo em pacientes com COVID longa, quando aplicado com monitorização frequente e observando a gravidade e situação que cada paciente se encontra, sendo assim uma aplicação totalmente individualizada. Considerando, enfim, as amostras de informações, coleta e análise de dados, período em que cada artigo foi publicado e a avaliação de cada pesquisa mediante a escala PEDro, sugere- se a necessidade de novos estudos clínicos que enfatize o uso do exercício como potencial meio de reabilitação para pacientes com COVID longa, tendo em vista a escassez de comprovações encontradas.
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