REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411181806
Evaldo Wust Neto1
Tatiana Marangon Pereira2
Helena Haschel Bohnen3
Gécica Gracieli Wust de Moraes4
Jéssica Voltolini5
Ariadne Scaratti Campiolo6
Lirane Elize Defante Ferreto7
Paulo Cezar Nunes Fortes8
Resumo
Introdução: A finerenona, um antagonista seletivo dos receptores de mineralocorticoides, tem se mostrado promissora no tratamento da doença renal crônica (DRC) em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2. Objetivo: Analisar estudos que utilizaram a finerenona como tratamento para pacientes que foram diagnosticados com a doença renal crônica associada com a Diabetes Mellitus tipo 2 na última década. Metodologia: Revisão integrativa buscou artigos originais publicados em inglês, português e espanhol do anos de 2014 a 2024, nas bases de dados Cochrane, EMBASE, LILACS e PubMed. Resultados: De 51 artigos foram selecionados 17 artigos que avaliaram o impacto da finerenona em diversos desfechos, como progressão da DRC, eventos cardiovasculares e mortalidade. Discussão: Através dos dados analisados foi possível visualizar que a finerenona apresenta um perfil de eficácia e segurança favorável, com redução significativa da progressão da DRC e de eventos cardiovasculares, quando comparada com o placebo ou outras terapias. Especialmente, seu uso combinado com outras classes terapêuticas, como inibidores SGLT2 e agonistas do receptor GLP-1. Conclusão: Apesar dos resultados promissores, a heterogeneidade metodológica entre os estudos limita a generalização dos resultados. Sendo assim, esta revisão integrativa demonstra a necessidade de estudos mais aprofundados e padronizados para otimizar os benefícios da finerenona em diferentes grupos de pacientes e continuar avaliando seu papel na prática clínica.
Palavras-chave: Finerenona, DRC, Diabetes Mellitus 2
Abstract
Introduction: Finerenone, a selective mineralocorticoid receptor antagonist, has shown promise in the treatment of chronic kidney disease (CKD) in patients with type 2 Diabetes Mellitus. Objective: To analyze studies that have used finerenone as a treatment for patients diagnosed with chronic kidney disease associated with type 2 Diabetes Mellitus in the last ten years. Methodology: An integrative review conducted according to the PRISMA guidelines searched for original articles published in English, Portuguese, and Spanish from 2014 to 2024, in four databases (Cochrane, EMBASE, LILACS, and PubMed). Results: Of the 51 articles, 17 were included that evaluated the impact of finerenone on various outcomes, such as CKD progression, cardiovascular events, and mortality. Discussion: The results showed that finerenone has a favorable efficacy and safety profile, significantly reducing CKD progression and cardiovascular events compared to placebo or other therapies. Especially when combined with other therapeutic classes such as SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists Conclusion: Despite promising results, the variability in methods across different studies limits the ability to generalize the findings. Therefore, this integrative review highlights the need for more comprehensive and standardized research to better understand the benefits of finerenone in various patient groups and to assess its role in clinical practice.
Keywords: finerenone, CKD, Diabetes Mellitus 2
Introdução
A doença renal, que pode ser classificada como aguda ou crônica, representa um grave problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 700 milhões de pessoas em todo o mundo sofram da forma crônica dessa doença (DRC) (Jager et al., 2019). O diagnóstico é confirmado pela elevação persistente da excreção urinária de albumina (albuminúria), pela redução da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) ou por outras manifestações de lesão renal, que se apresentem por pelo menos 3 meses (Stevens et al., 2024).
Ao realizar o diagnóstico, é possível a distinguira doença renal diabética (DRD), que afeta de 20 a 40% das pessoas com diabetes. A DRD pode estar presente tanto no tipo 1 como no tipo 2, aumentando significativamente o risco cardiovascular e os curtos associados aos cuidados de saúde (Elsayed et al., 2023; Francis et al., 2024).
A DRD é caracterizada por ser uma complicação microvascular da diabetes, sendo atualmente uma das principais causas da DRC e de doença renal em fase renal terminal (Piko et al., 2024). Atualmente, estima-se que diabéticos apresentem um risco duas vezes maior de desenvolver a DRC, sendo que entre as pessoas com DRC, aproximadamente metade tem diabetes tipo 2 (DT2) e um terço diabetes tipo 1(Kianmehr et al., 2022). O diagnóstico é feito a partir da elevação contínua da excreção urinária de albumina (proporção albumina/creatinina na urina >30 mg/g) e/ou uma redução da TFGe para <60 mL/min/1,73 m2 num doente com diabetes (Piko et al., 2024; Tuttle et al., 2022). Quando analisado, a DRD tipo 2 (DRD2) observa-se uma elevada morbidade, mortalidade e pior qualidade de vida, doença (Rangaswami et al., 2020).
O tratamento para pessoas que tem com diagnóstico a DRD2 envolve o aumento da atividade física e o controle dos níveis de açúcar no sangue (glicose) e da pressão arterial para melhorar a saúde (Hahr & Molitch, 2015). O controle da glicemia é fundamental para prevenir e retardar a progressão da DRD2, e o tratamento farmacológico comumente utilizado engloba inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2i) e agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP1-RA) (Machado Júnior et al., 2024).
Além destes, outro grupo de medicamentos, os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (ARM) envolvem a ativação do receptor mineralocorticoide e atuam independentemente do SRAA, contribuem para impedir o desenvolvimento da DRC. Nesse grupo encontra-se a finerenona, que tem se mostrado eficaz na redução da excreção de albumina na urina (albuminúria) e em desacelerar a perda da função renal, tanto quando utilizada isoladamente quanto em combinação com outros medicamentos (Persiano et al., 2024).
A finerenona é um ARM seletivo não-esteroidal, com menor risco de hipercalemia que outros ARM como espironolactona e eplerenona (Górriz et al., 2023).A sua atuação inibe a ligação da aldosterona e do cortisol e reduz o recrutamento de cofatores de transcrição tanto no estado conformacional ligado como não ligado (Agarwal et al., 2021). Diferente de outras opções, a finerenona é distribuída igualmente entre o coração e o rim, tem uma meia vida mais curta e nenhum metabolito ativo. Quando comparada com a espironolactona apresenta maior seletividade, e em relação à eplerenona, maior afinidade de ligação ao receptor (Di Lullo et al., 2023).
A finerenona é o único ARM aprovado para o tratamento da doença renal diabética. Especificamente, é indicado para o tratamento de adultos com DRC nos estádios G3 ou G4 (taxa de filtração glomerular 15-60 ml/min/1,73 m2) e albuminúria A2 ou A3 (relação albumina:creatinina na urina >30 mg/g) associada a DM2 (KDIGO, 2022).
Sendo assim, essa revisão integrativa tem como objetivo analisar estudos que utilizaram a finerenona como tratamento para pacientes que foram diagnosticados com a doença renal crônica associada com a Diabetes Mellitus tipo 2 nos últimos 10 anos.
Metodologia
Estratégia de busca
Foram consultadas quatro bases de dados bibliográficas: Biblioteca Cochrane, Excerpta Medical Database (EMBASE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Library of Medicine On-Line (MEDLINE) pela plataforma PubMed). A estratégia de busca utilizou os descritores DeCS/MeSH em diferentes idiomas (inglês, português e espanhol) presentes nos títulos e resumos, combinados com o operador booleano AND e OR:
Em português: Doença Renal Crônica OR insuficiência renal crônica OR nefropatia AND Finerenona AND placebo OR tratamento convencional AND Eficácia OR benefícios AND efeitos colaterais OR reações adversas OR impactos negativos OR contraindicações OR restrições de uso.
Em inglês: Chronic kidney disease OR chronic renal failure OR nephropathy AND Finerenone AND Placebo OR standard treatment AND Effectiveness OR Benefits AND Side effects OR adverse reactions OR negative impacts OR Contraindications OR usage restrictions.
Em espanhol: Enfermedad renal crónica OR insuficiencia renal crónica OR nefropatía AND Finerenona AND Placebo OR tratamiento convencional AND Efectividad OR Beneficios AND Efectos secundarios OR reacciones adversas OR impactos negativos OR Contraindicaciones OR restricciones de uso.
Critérios de elegibilidade
Os critérios de inclusão foram: artigos originais, relatos de casos e estudos observacionais com filtros linguísticos (português, inglês ou espanhol), disponíveis em acesso aberto e com período de publicação entre 2014 e 2024 (filtros temporários), cuja busca foi atualizada até 26 de agosto de 2024. Foram incluídos artigos que relatavam o uso do finerenona em pessoas com doenças renais.
Foram excluídos os estudos duplicados, resumos em anais e aqueles que não apresentavam pelo menos dois dos descritores no resumo ou no título. Após a leitura crítica, também foram excluídos artigos irrelevantes para a pergunta de pesquisa.
Resultados
Após a busca nas plataformas e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram identificados 340 artigos, dentre os quais foram selecionados 51 estudos para leitura completa e 17 artigos foram selecionados para fazer parte do estudo (Figura 1).
Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção dos estudos.
A Tabela 1 apresenta os artigos selecionados pelas vertentes de investigação, incluindo título, autores, ano de publicação, tipo de estudo, objetivos, principais resultados e conclusão.
Tabela 1. Artigos selecionados para a revisão integrativa
Autor (Ano) | Título | Tipo de Estudo | Considerações | |
1 | (Hanouneh et al., 2024) | Real-Life Experience on the Effect of SGLT2 Inhibitors vs. Finerenone vs. Combination on Albuminuria in Chronic Kidney Disease | Estudo retrospectivo | Avaliação de 98 pacientes, divididos em três grupos dois grupos de monoterapia com inibidores de SGLT2 ou finerenona e um terceiro grupo de terapia combinada com inibidores de SGLT2 durante os primeiros 4 meses e, posteriormente, inibidores SGLT2 e finerenona. Dentre os pacientes 78 (79,5%) tinham DT2. A utilização da combinação de SGLT2 e finerenona em pacientes com DRC foi associada a uma redução significativa e clinicamente relevante do índice albumina/creatinina na urina sem um risco acrescido de hipercalemia. |
2 | (Eissing et al., 2024) | Pharmacokinetics and pharmacodynamics of finerenone in patients with chronic kidney disease and type 2 diabetes: Insights based on FIGARO-DKD and FIDELIO-DKD | Ensaio controlado randomizado | Análise de dois ensaios de fase 3 aleatorizados, duplo cego, com placebo como controle, incluindo um total de 13026 pacientes com DT2 e DRC. As intervenções foram de finerenona 10 ou 20mg versus o placebo. Na análise do potássio, níveis séricos e taxas mais baixas de hipercalemia foram associadas com doses mais elevadas de finerenona (20mg). Dessa forma, destacando evidências da eficácia da finerenona no controle de elevações do potássio, além da eficácia renal independente do uso concomitante de inibidores SGLT2 e GLP-1RAs. |
3 | (Agarwal, Ruilope, et al., 2023) | Effect of finerenone on ambulatory blood pressure in chronic kidney disease in type 2 diabetes | Ensaio controlado randomizado | Ensaio de fase 2b que randomizou 823 pacientes com DT2 e DRC, em dois grupos placebo ou finerenona (1,25 – 20mg) administrado uma vez ao dia por 90 dias. Como resultado o grupo finerenona apresentou redução na pressão arterial sistólica durante 24h apesar da meia vida curta deste medicamento. |
4 | (Agarwal, Pitt, et al., 2023) | A comparative post hoc analysis of finerenone and spironolactone in resistant hypertension in moderate-to-advanced chronic kidney disease | Ensaio clínico | Avaliação dos resultados de dois ensaios clínicos diferentes (FIDELITY e AMBER) com 769 pacientes com DT2 e DRC. Sendo capaz de comparar indiretamente o efeito da finerenona versus espirolactona na pressão arterial sistólica em uma população com hipertensão resistente ao tratamento e DRC moderada a avançada. Os resultados associaram a finerenona com a redução da pressão arterial e um menor risco de hipercalemia. |
5 | (Bakris et al., 2023) | A prespecified exploratory analysis from FIDELITY examined finerenone use and kidney outcomes in patients with chronic kidney disease and type 2 diabetes | Ensaio clinico | Análise dos resultados do estudo FIDELITY com 13026 pacientes, separados em dois grupos (placebo e finerenona) demonstrando que a finerenona melhorou os resultados renais, reduziu o risco de doença renal em estágio terminal nos pacientes com DRC e DT2. Além de destacar os benefícios do início precoce do tratamento para desacelerar a progressão da DRC em pacientes com DT2 |
6 | (Bramlage et al., 2023) | An analysis of DPV and DIVE registry patients with chronic kidney disease according to the finerenone phase III clinical trial selection criteria | Ensaio clinico | Análise da inclusão dos pacientes no ensaio clínico da finerenona fase 3, relatando que certos subgrupos de doentes, especialmente os doentes com DRC não-albuminúricos, um grupo comum na prática clínica, não foram incluídos nos ensaios clínicos aleatórios com finerenona. Dessa forma, sugerindo que a população do estudo seja apenas parcialmente comparável à prática clínica. |
7 | (Green et al., 2023) | Design of the Combination effect of Finerenone and EmpaglifloziN in participants with chronic kidney disease and type 2 diabetes using a UACR Endpoint study (CONFIDENCE) | Ensaio clinico | Estudo randomizado, controlado e duplo-cego, multicêntrico de fase 2 com 807 adultos com DRC e DT 2. Os pacientes foram separados em três diferentes grupos de tratamento (finerenona e empagliflozina, finerenona e placebo, ou empagliflozina e placebo). Os resultados não foram disponibilizados, mas o objetivo proposto foi avaliar os benefícios clínicos da terapia dupla com finerenona e SGLT2i nos resultados renais em pessoas com DRC e DT 2 utilizando a alteração na UACR como resultado primário e como indicador para a progressão da doença renal crônica. |
8 | (Heerspink et al., 2023) | Estimated lifetime benefit of novel pharmacological therapies in patients with type 2 diabetes and chronic kidney disease: A joint analysis of randomized controlled clinical trials | Ensaio controlado randomizado | Análise de estimativas fornecidas por ensaios clínicos randomizados (CREDENCE e FIDELIO) que avaliaram a eficácia e segurança da canaglifozina e da finerenona em pacientes com DRC e DT2. Foi avaliado o efeito cumulativo do tratamento farmacológico combinado em comparação com a terapia convencional com um inibidor ECA ou BRA. Os resultados demonstraram que, em comparação com o tratamento convencional utilizando apenas um inibidor da ECA ou um BRA, a utilização de uma combinação de agentes farmacológicos modificadores da doença reduziu substancialmente o risco de resultados renais graves e de hospitalizações por insuficiência cardíaca em 50%. |
9 | (Rossing et al., 2023) | Finerenone in patients across the spectrum of chronic kidney disease and type 2 diabetes by glucagon-like peptide-1 receptor agonist use | Ensaio clinico | Análise do efeito modificador da utilização do agonista do recetor do péptido-1 semelhante ao glucagon (GLP-1RA) nos resultados com a finerenona em doentes com DRC e DT 2 na análise conjunta do FIDELIO-DKD e do FIGARO-DKD. Os resultados sugerem benefícios cardiorrenais da finerenona e na redução da UACR nos pacientes e parecem manter-se, independentemente dos GLP-1RA. |
10 | (Vizcaya et al., 2023) | Characteristics of patients with chronic kidney disease and Type 2 diabetes initiating finerenone in the USA: a multi-database, cross-sectional study | Estudo transversal | Análise das caraterísticas demográficas e clínicas de 1015 utilizadores de finerenona nos Estados Unidos, de acordo com a utilização do inibidor do cotransportador de sódio e glucose 2 (SGLT2i) e a relação albumina-creatinina na urina. Foram incluídas três coortes: finerenona, finerenona e utilização concomitante de SGLT2i. Os resultados apontam para a utilização da finerenona como um modo de ação complementar a outros fármacos protetores renais e cardiovasculares recomendados. |
11 | (Zhang et al., 2023) | Finerenone in Patients with Chronic Kidney Disease and Type 2 Diabetes: The FIDELIO-DKD Subgroup from China | Ensaio controlado randomizado | Avaliação da eficácia e segurança da finerenona em 372 pacientes com DRC e DT2 na China, separando-os em dois grupos (finerenona oral ou placebo). A finerenona resultou em riscos mais baixos de progressão da DRC do que o placebo e um perfil de segurança equilibrado. |
12 | (Van Den Berg et al., 2022) | Finerenone Dose-Exposure-Response for the Primary Kidney Outcome in FIDELIO-DKD Phase III: population Pharmacokinetic and Time-to-Event Analysis | Ensaio controlado randomizado | Avaliação de 5674 pacientes, separados nos grupos finerenona (2833) e placebo (2841) para análise da farmacocinética. Os resultados indicam que não foram identificadas covariáveis clinicamente significantes para a farmacocinética do medicamento e que os resultados apoiam o regime de dosagem testado indicando um benefício independente e aditivo da finerenona com o SGLT2i. |
13 | (Bakris et al., 2020) | Effect of Finerenone on Chronic Kidney Disease Outcomes in Type 2 Diabetes | Ensaio controlado randomizado | Análise de 5734 pacientes com DRC e DT2, distribuídos na proporção de 1:1, nos grupos finerenona ou placebo. Após o acompanhamento por 2,6 anos o tratamento com a finerenona resultou em menor risco de progressão da DRC e de eventos cardiovasculares. |
14 | (Bakris et al., 2019) | Design and Baseline Characteristics of the Finerenone in Reducing Kidney Failure and Disease Progression in Diabetic Kidney Disease Trial | Ensaio clinico | Apresentação do modelo do estudo para análise das características da finerenona na redução da progressão da doença renal em diabéticos, sendo os resultados apresentados no artigo publicado no ano seguinte. |
15 | (Sato et al., 2016) | A Randomized Controlled Study of Finerenone vs. Eplerenone in Japanese Patients with Worsening Chronic Heart Failure and Diabetes and/or chronic kidney disease | Ensaio clínico randomizado | Avaliação da atuação da finerenona versus a eplerenona em 72 pacientes com insuficiência cardíaca, DRC e DT2. Os resultados sugeriram que os pacientes podem ser tratados com segurança e que a fienrenona apresenta equivalência a eplerenona, com efeitos adversos leves. |
16 | (Filippatos et al., 2016) | A randomized controlled study of finerenone vs. eplerenone in patients with worsening chronic heart failure and Diabetes Mellitus and/or chronic kidney disease | Ensaio clínico randomizado | Avaliação de 1066 pacientes, randomizados nos grupos finerenona ou eplerenona. Os resultados indicaram que a finerenona foi bem tolerada, induzindo a redução de 30% dos níveis de N-terminal pro-B-type natriuretic peptide e apresenta uma proporção equivalente a eplerenona. |
17 | (Bakris et al., 2015) | Effect of Finerenone on Albuminuria in Patients With Diabetic Nephropathy | Ensaio clínico randomizado | Avaliação de 1501 pacientes, randomizados nos grupos finerenona ou o placebo, durante o período de 90 dias. Os pacientes foram tratados com inibidor da enzima de conversão da angiotensina ou um bloqueador dos receptores da angiotensina, com a adição da finerenona. Quando comparados com o placebo observou-se a melhoria da relação albumina-creatinina urinária. |
Discussão
A utilização de antagonista do receptor mineralocorticoide para o tratamento da doença renal diabética foi descrita a primeira vez, em um estudo pré-clínico, a mais de duas décadas, iniciando com a utilização de espirolactonas e eplerenona, e posteriormente evoluindo até o uso da finerenona no manejo da doença (Piko et al., 2024). Através desta revisão integrativa foi possível analisar como os estudos em relação a finerenona progrediram e quais foram os principais achados em relação aos pacientes que apresentavam a doença renal crônica associada ao Diabetes Mellitus tipo 2.
Dentre os 17 estudos analisados seis avaliaram os efeitos em comparação com o placebo (Agarwal, Ruilope, et al., 2023; Bakris et al., 2015, 2020, 2023; Eissing et al., 2024; Zhang et al., 2023), dois avaliaram efeitos em comparação com eplerenona (Filippatos et al., 2016; Sato et al., 2016), um avaliou o efeito em comparação com a espirolactona (Agarwal, Pitt, et al., 2023), um avaliou o efeito em compração com a empagliflozina (Green et al., 2023) , um avaliou o efeito em comparação com a canaglifozina (Heerspink et al., 2023) e três avaliaram associados com outras classes terapêuticas, como inibidores da ECA, bloqueadores de receptor de angiotensina II e SGLT2 (Hanouneh et al., 2024; Rossing et al., 2023; Vizcaya et al., 2023). Outros estudos, propuseram outros tipos de análise, como a análise da população analisada (Bramlage et al., 2023), e proposta do modelo de estudo (Bakris et al., 2019; Green et al., 2023).
Entre os principais achados, a utilização da finerenona associada com inibidores da enzima de conversão da angiotensina, bloqueadores dos receptores de angiotensina ou SGLT2i foi vista em quatro dos artigos selecionados (Bakris et al., 2015; Eissing et al., 2024; Vizcaya et al., 2023; Zhang et al., 2023). O tratamento da Diabetes Mellitus envolve o controle da glicemia, e isso é comumente associado ao uso de antagonistas como SGLT2i ou agonistas, como o GLP1-RA, e essa abordagem tem se mostrado eficiente para a atenuação da albuminúria e desaceleração da perda de função renal (Kintscher et al., 2022). Essa relação entre a combinação terapêutica tem mostrado resultados promissores, contudo ainda é necessário acompanhamento a longo prazo para avaliar efeitos adversos, como a hipercalemia, visto que o aumento nos níveis de potássio no sangue é considerado um dos eventos adversos mais comuns na DRC.
Hanouneh e colaboradores (2024) relacionaram a diminuição do índice de albumina-creatinina com a diminuição da hipercalemia. Eissing e colaboradores (2024) também apresentaram dados que corroboram com a diminuição da hipercalemia, independente da associação do uso de outras classes terapêuticas como SGLT2 e GLP-1Ras. Além disso, outros dados como a relação albumina-creatinina urinária também foram avaliados ao longo dos anos pelos estudos, e os resultados apresentados por Bakris e colaboradores (2015) que sugeriram uma melhor relação da albumina-creatinina urinária, que continuaram a ser vistos, como demonstrado no estudo de Hanouneh e colaboradores (2024).
Outra alteração que foi avaliada nos diferentes estudos foi a variação na pressão arterial sistólica, sendo observado que quando o uso da finerenona é comparada com placebo, a pressão arterial sistólica aferida é significativamente mais baixa (Agarwal, Ruilope, et al., 2023; Bakris et al., 2015, 2020). Essa diminuição é observada também quando em comparação com o uso da espirolactona, como apresentada por Agarwal e colaboradores (2023).
Em relação a análise da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe), através dos dados de quatro estudos observou-se que o uso da finerenona foi associado a diminuição significativa de 40% quando comparada ao valor basal (Bakris et al., 2015, 2020; Filippatos et al., 2016; Sato et al., 2016).
Além da análise em relação aos fatores clínicos, alguns dos estudos avaliaram a eficácia da finerenona e nos seus resultados relataram que este medicamento apresentou uma maior proteção cardiorenal, ou seja, os dados sugeriram menor risco de progressão da doença renal cardíaca, hospitalização e risco de progressão cardiovascular (Bakris et al., 2020; Filippatos et al., 2016; Heerspink et al., 2023; Rossing et al., 2023; Vizcaya et al., 2023). Esses achados foram baseados nas análises de diferentes subgrupos e estudos multicêntricos que confirmaram a eficácia e segurança. A eficácia e segurança da fienrenona é abordada principalmente nos estudos apresentados por Heerspink e colaboradores (2023) e Zhang e colaboradores 2023, que avaliaram mais de 10000 pacientes com doença renal crônica e Diabetes Mellitus tipo 2.
Apesar de números expressivos terem sido utilizados para análise da finerenona na população representativa da doença renal crônica, o estudo apresentado por Bramlage e colaboradores (2023) questiona a falta da análise de pacientes com doença renal crônica não albumíricos, de forma que apresenta que os dados coletados até o momento ainda não podem ser considerados representativos de toda a população.
Sendo assim, a análise da literatura dos últimos 10 anos revela um crescente corpo de evidências que sustenta o uso da finerenona no manejo da doença renal crônica em pacientes com diabetes tipo 2. Os estudos demonstram consistentemente a eficácia da finerenona em retardar a progressão da doença renal e reduzir o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade de maneira que apresenta potencial para gerar impacto econômico positivo nos sistemas de saúde. Essa parte pode ser vista principalmente pelo potencial de redução de terapias mais complexas, além da diminuição de hospitalizações por eventos adversos(Ming et al., 2024; Pochopien et al., 2021; Zheng et al., 2024). A heterogeneidade metodológica entre os estudos, com diferentes grupos controle, limita a generalização dos resultados. No entanto, a finerenona se apresenta como uma opção terapêutica promissora, com potencial para transformar a prática clínica e melhorar o prognóstico desses pacientes.
Conclusão
Esta revisão integrativa demonstrou que a finerenona tem se consolidado como uma opção terapêutica promissora para pacientes com doença renal crônica associada ao Diabetes Mellitus tipo 2. Nos últimos 10 anos, a literatura científica tem evidenciado de forma consistente o potencial deste fármaco em reduzir a progressão da doença renal, eventos cardiovasculares e mortalidade. Embora a hipercalemia seja um efeito adverso conhecido, estudos recentes sugerem uma menor associação com a finerenona. Além desses achados, entre os estudos analisados foi possível associar que o uso combinado da finerenona com outras classes terapêuticas, como inibidores SGLT2 e agonistas do receptor GLP-1, tem mostrado resultados promissores. No entanto, ainda se faz necessário que essas análises sejam contínuas para assegurar a segurança, tolerabilidade e eficácia, principalmente sub-representadas, como pacientes com DRC não-albuminúricos.
Referências
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Bakris, G. L., Agarwal, R., Chan, J. C., Cooper, M. E., Gansevoort, R. T., Haller, H., Remuzzi, G., Rossing, P., Schmieder, R. E., Nowack, C., Kolkhof, P., Joseph, A., Pieper, A., Kimmeskamp-Kirschbaum, N., & Ruilope, L. M. (2015). Effect of finerenone on albuminuria in patients with diabetic nephropathy a randomized clinical trial. JAMA – Journal of the American Medical Association, 314(9), 884–894. https://doi.org/10.1001/jama.2015.10081
Bakris, G. L., Ruilope, L. M., Anker, S. D., Filippatos, G., Pitt, B., Rossing, P., Fried, L., Roy-Chaudhury, P., Sarafidis, P., Ahlers, C., Brinker, M., Joseph, A., Lawatscheck, R., & Agarwal, R. (2023). A prespecified exploratory analysis from FIDELITY examined finerenone use and kidney outcomes in patients with chronic kidney disease and type 2 diabetes. Kidney International, 103(1), 196–206. https://doi.org/10.1016/j.kint.2022.08.040
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1 residente em Clínica Médica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0009-0002-7403-6308. wust_neto@hotmail.com
2 residente em Clínica Médica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0000.0002.3484.9980. tatianamarangontati@gmail.com
3 acadêmica do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0000-0001-72140692. helenahaschel@outlook.com
4 acadêmica do curso de Medicina do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz (FAG) Cascavel (PR), Brasil. ORCID 0000-0001-8082-850X. gewust@hotmail.com
5 residente em Clínica Médica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0009-0000-2424-9239. voltolini.jessica@gmail.com
6 residente em Clínica médica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 00009-0005-7984-1420. ariadnescampiolo@gmail.com
7 Laboratório Multiusuário de Biociencias e Saude (LABS). Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0000-0002-0757-3659. lferreto@gmail.com Paulo Cezar Nunes Fortes, MD, PhD. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Francisco Beltrão (PR), Brasil. ORCID 0000-0001-8331-2410. paulo.fortes@unioeste.br