EVIDÊNCIAS DA FOTOBIOMODULAÇÃO TRANSCRANIANA E MECANISMO DE AÇÃO

EVIDENCE OF TRANSCRANIAL PHOTOBIOMODULATION AND MECHANISMS OF ACTION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202411301109


Valdeci Luiz Dassoler1
Ivan Luis Stringhini Bonaldo1
Franciane Bobinski2


Resumo

Introdução: A terapia laser de baixa intensidade, também chamada de fotobiomodulação, é o uso terapêutico da energia eletromagnética não ionizante, através da aplicação de luz. Com o uso de dispositivos com comprimentos de onda entre 600 e 1300 nm, é possível realizar a aplicação na pele e atingir as estruturas cerebrais, sendo assim chamada de fotobiomodulação transcraniana. Objetivo: Compilar as evidências clínicas do uso da fotobiomodulação transcraniana, bem como os mecanismos de ação envolvidos. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada por meio de pesquisas nas bases de dados PubMed, Scielo, Cochrane e Lilacs. A busca foi direcionada para ensaios clínicos, pré-clínicos e estudos observacionais sobre o uso de fotobiomodulação transcraniana em idioma português, inglês ou espanhol, sem restrição de ano de publicação. Resultados: A fotobiomodulação transcraniana estimula o citocromo C oxidase, que faz parte da cadeia transportadora de elétrons na mitocôndria, envolvido na síntese de adenosina trifosfato. A fotobiomodulação transcraniana apresenta um potencial terapêutico comprovado sendo uma terapia de fácil aplicação, baixo custo e segura para diversas patologias. Apresenta ainda, resultados promissores, como a diminuição da inflamação local, melhora da circulação sanguínea e funcionamento do tecido afetado, com raros efeitos adversos leves. Porém, os ensaios clínicos, em sua maioria, apresentam número reduzido de pacientes. Conclusão: Esta revisão demonstrou o potencial terapêutico da fotobiomodulação transcraniana, e explanou sobre as evidências clínicas e mecanismos de ação a fim de compilar essas informações para embasar o uso dessa terapia, como prática integrativa e complementar, na atuação fisioterapêutica.

Palavras-chave: LASER; LED; Inflamação; Mitocôndria; Sistema Nervoso Central.

Abstract

Introduction: Low-level laser therapy, also called photobiomodulation, is the therapeutic use of non-ionizing electromagnetic energy through the application of light. With the use of devices with wavelengths between 600 and 1300 nm, it is possible to apply it to the skin and reach brain structures, thus being called transcranial photobiomodulation. Objective: To compile clinical evidence on the use of transcranial photobiomodulation, as well as the mechanisms of action involved. Methodology: This is a narrative review of the literature carried out through searches in the PubMed, Scielo, Cochrane and Lilacs databases. The search was directed to clinical trials, preclinical and observational studies on the use of transcranial photobiomodulation in Portuguese, English or Spanish, without restriction on the year of publication. Results: Transcranial photobiomodulation stimulates cytochrome C oxidase, which is part of the electron transport chain in mitochondria and is involved in the synthesis of adenosine triphosphate. Transcranial photobiomodulation has proven therapeutic potential, being an easy-to-apply, low-cost, and safe therapy for various pathologies. It also presents promising results, such as decreased local inflammation, improved blood circulation, and function of the affected tissue, with rare mild adverse effects. However, most clinical trials have had a small number of patients. Conclusion: This review demonstrated the therapeutic potential of transcranial photobiomodulation and explained the clinical evidence and mechanisms of action to compile this information to support the use of this therapy as an integrative and complementary practice in physical therapy.

Keywords: LASER; LED; Inflammation; Mitochondria; Central Nervous System.

Abstracto

Introducción: La terapia con láser de baja intensidad, también llamada fotobiomodulación, es el uso terapéutico de energía electromagnética no ionizante mediante la aplicación de luz. Con el uso de dispositivos con longitudes de onda entre 600 y 1300 nm, es posible aplicarlo sobre la piel y llegar a las estructuras cerebrales, lo que se denomina fotobiomodulación transcraneal. Objetivo: Recopilar evidencia clínica sobre el uso de la fotobiomodulación transcraneal, así como los mecanismos de acción implicados. Metodología: Se trata de una revisión narrativa de la literatura realizada a través de búsquedas en las bases de datos PubMed, Scielo, Cochrane y Lilacs. La búsqueda fue dirigida a ensayos clínicos, preclínicos y estudios observacionales sobre el uso de fotobiomodulación transcraneal en portugués, inglés o español, sin restricción de año de publicación. Resultados: La fotobiomodulación transcraneal estimula el citocromo C oxidasa, que forma parte de la cadena de transporte de electrones en las mitocondrias, involucrada en la síntesis de trifosfato de adenosina. La fotobiomodulación transcraneal tiene un potencial terapéutico comprobado y es una terapia fácil de aplicar, de bajo costo y segura para diversas patologías. También presenta resultados prometedores, como la reducción de la inflamación local, la mejora de la circulación sanguínea y el funcionamiento del tejido afectado, con raros efectos adversos leves. Sin embargo, la mayoría de los ensayos clínicos tienen una pequeña cantidad de pacientes. Conclusión: Esta revisión demostró el potencial terapéutico de la fotobiomodulación transcraneal y explicó la evidencia clínica y los mecanismos de acción con el fin de recopilar esta información para respaldar el uso de esta terapia, como una práctica integradora y complementaria, en la práctica fisioterapéutica.

Palabras clave: LASER; LED; Inflamación; mitocondrias; Sistema Nervioso Central.

1. INTRODUÇÃO

Existem relatos antigos sobre o uso terapêutico da luz, apesar de parecer uma abordagem recente na medicina. Por exemplo, o trabalho ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina do ano de 1903 foi para a pesquisa com fototerapia no tratamento de lúpus vulgaris [1]. Com o passar dos anos, grandes avanços ocorreram no desenvolvimento desta terapêutica. Dentre estes podemos destacar, o uso de comprimentos de onda específicos capazes de atingir tecidos mais profundos, estimular tipos celulares específicos, ativar fotorreceptores e modular funções celulares [2–4]. 

A fotobiomodulação (FBM), também conhecida como terapia laser de baixa intensidade, é o uso terapêutico da energia eletromagnética não ionizante através de diferentes métodos de aplicação de luz. Dentre os mais conhecidos, estão a amplificação da luz por emissão estimulada de radiação (LASER) e o diodo emissor de luz (LED) [5].

As primeiras pesquisas utilizando esse método, foram realizadas na área de dermatologia, para melhora da inflamação, cicatrização e dor [3]. Porém, com o avanço tecnológico dos dispositivos emissores de luz e dos métodos de avaliação biológica, o uso terapêutico da luz gerou avanços para outros tecidos. Sendo uma opção terapêutica não invasiva, até mesmo para o sistema nervoso central (SNC) [6]. 

Estudos recentes, demonstraram que não só as células da retina possuem fotorreceptores, as células do encéfalo podem ser estimuladas pela luz, com efeitos potenciais para a proteção e reparação dos tecidos cerebrais [3,4]. Esta estimulação a partir da FBM, tem uma grande vantagem de não ser invasiva e com raros efeitos adversos relatados, e os que ocorreram são leves. Trazendo benefícios aos pacientes com doenças neurológicas, neuroinflamatórias e até efeitos protetores em pessoas saudáveis [4].

A aplicação ocorre com o uso de dispositivos, que direcionam a luz na superfície da pele. O uso de comprimentos de onda específicos (principalmente vermelho e infravermelho, 600 a 1300 nm) é possível ultrapassar as camadas da pele, crânio, meninges e chegar às estruturas cerebrais, sendo assim chamada de fotobiomodulação transcraniana (FBMt) [6]. Deste modo, o objetivo desta revisão narrativa é compilar as evidências clínicas sobre o uso da fotobiomodulação transcraniana bem como os mecanismos de ação envolvidos.

2. METODOLOGIA

Para elaboração da revisão narrativa, foi realizada a busca de artigos científicos nas bases de dados National Library of Medicine (MEDLINE, PubMed), Cochrane Library, Scielo e Lilacs, sem restrição de ano de publicação, nos idiomas português, inglês ou espanhol. A busca foi direcionada para ensaios clínicos, pré-clínicos e estudos observacionais sobre o uso de fotobiomodulação transcraniana.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Definições de fotobiomodulação 

Diferentes parâmetros podem ser definidos para a aplicação da FBM. Primeiro, a emissão da luz pode ser por LASER ou LED [5].  Na utilização do LASER, as ondas que compõem o feixe de luz possuem o mesmo comprimento de onda e irradiam em paralelo, na mesma direção, sendo um feixe de luz colimado. Já no LED, as ondas apresentam comprimentos diferentes e são irradiadas de forma divergente, para diversas direções (difusa). Além de a luz poder ser emitida por LASER ou LED, ela pode ser pulsada ou contínua [5]. 

Outro parâmetro fundamental é a definição do comprimento de onda (λ), pois isso irá definir qual o tecido será atingido pela luz [4]. O comprimento de onda é definido pela distância entre dois picos de uma onda de luz em nanômetro (nm). Ainda, os comprimentos de onda entre 600 e 1300 nm, que compreendem as frequências de vermelho (visível) e infravermelho (não visível), são capazes de atingir camadas mais profundas dos tecidos. Sendo assim, o conjunto de comprimentos de onda com propriedades terapêuticas mais estudadas [4].

Também, outros dois parâmetros são importantes, a irradiância e a densidade de energia [7]. A irradiância, ou densidade de potência (mW/cm2), é a definição da potência da fonte de luz em Watts dividido pela área de aplicação da luz no corpo. Já a densidade de energia (também chamado de fluência), é definida pela quantidade de energia fornecida em Joules por área (J/cm2). Estas definições são fundamentais para determinar a quantidade de luz que será absorvida pelo tecido alvo e os efeitos que serão gerados pela ativação celular pelos cromóforos [7]. Além disso, a duração e frequência de aplicação do tratamento com FBM também gera uma influência no resultado [7]. A definição detalhada é fundamental para a reprodução dos estudos bem como para a efetividade do tratamento. 

Historicamente, o uso de LASER apresenta um número maior de trabalhos com aplicações clínicas, por ser uma tecnologia que já está disponível a mais tempo no mercado e com uma maior faixa de comprimentos de onda [5]. Deste modo, apresenta uma melhor penetração nos tecidos, sendo capaz de estimular regiões mais profundas do SNC [8].

Porém, a ampliação e melhoramento da tecnologia LED, vem ganhando espaço na aplicação clínica e no número de pesquisas, por se mostrar eficaz e ser mais barata [5]. Inclusive com equipamentos a venda em lojas para autoaplicação e com preços cada vez mais acessíveis. Outra vantagem que o LED apresenta é a possibilidade de aplicação em áreas maiores, ampliando a área de estímulo luminosos e o potencial terapêutico, o que não é possível realizar com o LASER [5]. 

3.2 Penetração da luz na calota craniana até atingir tecidos encefálicos

A FBMt é um tratamento inovador e recente, que utiliza energia eletromagnética não ionizante em um comprimento de onda específico capaz de gerar mudanças fotoquímicas em moléculas fotossensíveis, modulando processos metabólicos [6]. A aplicação pode ser feita direta ou indiretamente nos tecidos, pois ao usar diferentes comprimentos de onda, podem ser atingidas camadas da pele ou até mesmo de órgãos como o encéfalo, atravessando o crânio e meninges [6]. Deste modo, uma técnica com potencial terapêutico para diferentes patologias neurológicas [9,10]. 

Estudos têm demonstrado que comprimentos de onda de 700-750 nm apresentam menor capacidade de penetração nos tecidos cerebrais [4]. Já comprimentos de onda de 760-900 nm apresentam melhores resultados sendo capazes de atingir e estimular regiões mais profundas [4]. A maior parte dos estudos com FBMt em humanos utilizam comprimento de onda de 810-850 nm [6]. 

Um estudo utilizando cadáveres humanos, testou diferentes comprimentos de onda com LASER ao aplicar a FBMt avaliando a profundidade de penetração [11]. Foram testados 660 nm, 808 nm e 940 nm. A onda com comprimento de 808 nm foi a que conseguiu atingir regiões com aproximadamente 40 mm de profundidade. E não houve diferença na aplicação com a luz contínua ou pulsada na profundidade dos tecidos atingidos [11]. 

A aplicação clínica da FBMt acontece com a aplicação dos emissores de luz principalmente na região frontal, pois é uma região com menos cabelo da cabeça [12]. O cabelo age como um atenuador significativo da luz visível e infravermelho. A aplicação nesta região também facilita o acesso da luz ao córtex pré-frontal do lobo frontal, região responsável por diversas funções importantes e também alvo terapêutico como função cognitiva, motora, linguagem, resolução de problemas e memória. Os emissores também podem ser aplicados em outras regiões da cabeça, com o objetivo de atingir outras regiões encefálicas como, temporal ou occipital [13]. 

Regiões mais centrais do encéfalo, como as regiões ventriculares e lobo da ínsula, são um desafio para a aplicação transcraniana, pois são distantes do local de aplicação da luz e a capacidade limitante de penetração. Porém, existem outras vias de aplicação sendo estudadas como intranasal e via oral [14]. Com a aplicação nasal a luz pode ser aplicada diretamente na placa etmoide, estando muito próxima das regiões subcorticais (hipotálamo, tálamo, amigdala, hipocampo), regiões importantes do sistema límbico. Sendo estas regiões envolvidas em diferentes doenças neurológicas como Doença de Parkinson e Alzheimer. Ainda são poucos os estudos utilizando estas vias de aplicação, porém demonstraram benefícios e raros riscos associados ao método de aplicação [15]. Estudos também avaliaram a aplicação intracraniana com a introdução de fibra ótica com aplicação direta da luz nos tecidos encefálicos [16,17]. Apesar de interessante, a possibilidade de aplicação direta e de maior controle de quais tecidos serão estimulados, esta terapia se torna invasiva e com possíveis riscos associados [17]. Deste modo, a FBMt é a terapia mais segura e eficaz atualmente para o estímulo do SNC com diversos trabalhos demonstrando a aplicação como tratamento para melhora de sinais e sintomas de pacientes, bem como em pessoas saudáveis como uma estratégia de prevenção de alterações no SNC [17].

3.3 Benefícios da fotobiomodulação transcraniana 

Terapias integrativas na área da medicina e fisioterapia buscam auxiliar na diminuição da progressão de doenças neurodegenerativas e diminuição da neuroinflamação, por meio de intervenções mais acessíveis financeiramente, com menos danos associados e estratégias não medicamentosas [18]. Sendo a FBMt uma terapia que vem apresentando resultados promissores para melhora da qualidade de vida de pacientes e modulação do desenvolvimento de patologias [19]. 

A literatura recente tem demonstrado resultados promissores do uso da FBMt para melhora da cognição, e tratamento de baixo risco para demência, depressão, trauma encefálico e doença de Parkinson [8,20]. Aumentando a capacidade metabólica dos neurônios, apresentando resposta anti-inflamatória, ação antioxidante, anti-apoptótica e neurogênese em estudos pré-clínicos e clínicos [6,8]. Sendo uma terapia não invasiva, menos agressiva do que outras técnicas convencionais e com resultados positivos a curto prazo8.

Estudos realizados com pacientes com trauma encefálico, apesar de serem com poucos pacientes cada (o com maior número de pacientes foi com 11), apresentam resultados positivos [13,21–23]. Em um estudo com LED 633 e 870 nm aplicados por FBMt na região frontal e bilateral, com aplicação de 10 min em cada local, com frequência de três vezes na semana por seis meses, foi observado a melhora na qualidade do sono, diminuição dos sintomas de estresse pós-traumático, melhora da interação social e funções ocupacionais [13]. Em outro estudo com parâmetros de aplicação semelhante, aplicado em dois pacientes, um semanalmente por seis anos e outro diariamente por quatro meses, foi observado a melhora na função executiva, memória e diminuição dos sintomas de estresse pós-traumático [21]. Outros dois estudos foram realizados com LASER [22,23]. No primeiro, o acompanhamento foi de pacientes com depressão maior, sendo observado uma melhora nos sintomas de dores de cabeça, distúrbios do sono, desregulação cognitiva, alterações de humor, ansiedade e irritação, com a aplicação de 2-3 vezes na semana por oito semanas [22]. Já no segundo, foi realizado somente com cinco pacientes, também com alterações de consciência, a aplicação foi cinco vezes na semana por 6 semanas, e observaram uma melhora nos níveis de alerta e atenção [23]. Porém, esse foi o único estudo que apresentou efeito adverso, com a ocorrência de crise epiléptica [23].

Os maiores estudos realizados com pacientes pós acidente vascular cerebral (AVC), apresentaram de 120 a 660 pacientes que receberam FBMt com LASER 808 nm [24–26]. Nestes três estudos a aplicação foi realizada em toda a cabeça e foi raspado o cabelo dos pacientes para uma melhor penetração da luz. No primeiro estudo, realizado com 120 pacientes, foram observados resultados positivos após 24h da aplicação com as escalas do NIH, índice de Barthel e Glasgow [24]. Porém, nos dois estudos realizados com mais pacientes, 630 [25] e 660 [26], não encontraram melhora significativa.

Em pacientes com demência, estudos também demonstram resultados positivos. Foi observado melhor funcionamento executivo, memória e atenção visual, com a aplicação de capacete LED 1060-1080 durante seis minutos por dia durante 28 dias consecutivos [27]. Neste estudo, também foi realizado avaliação com eletroencefalograma e houve melhora nas medidas de amplitude e conectividade [27]. No outro estudo realizado, com cinco pacientes, com aplicação FBMt LED 810 nm e também via nasal, por 20-25 min durante 12 semanas, houve melhora do sono, diminuição de explosão de raiva, ansiedade e distração [28]. Em pacientes com Parkinson os resultados também demonstram melhora no equilíbrio, função cognitiva e de fala, com aplicação diária durante duas semanas [29].

Resultados positivos são observados em paciente com depressão com a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade com a escala de Hamilton após tratamento com FBMt seja com a aplicação de LED 810 nm durante 4 min em uma única aplicação [30] ou com aplicação duas vezes na semana durante três semanas com LASER 808 nm [31], ambos com aplicação bilateral na região frontal.

Inclusive pessoas saudáveis podem se beneficiar da FBMt. Diversos estudos com voluntários saudáveis já foram concluídos demonstrando a melhora da circulação sanguínea cerebral em pacientes idosas com a aplicação de LED 627 nm duas vezes na semana durante quatro semanas [32]. Com a aplicação de LASER 1064 nm com aplicação única, com variação de tempo de aplicação entre 2 e 20 min nos estudos, também foram observados resultados positivos com melhora na execução de tarefas [33], melhora na atenção [34], melhora na memória de trabalho [34] e aprendizado [35].  Além das melhoras comportamentais, é relatado aumento da concentração de hemoglobina oxigenada nos hemisférios cerebrais durante a aplicação [36] e após [37], bem como ativação da via CCO/H2O [37].

3.4 Mecanismos de ação da fotobiomodulação transcraniana

Diferentes moléculas celulares são capazes de absorver comprimentos de onda e serem estimuladas [8]. A água é capaz de absorver a luz no comprimento de onda de 970 nm ou superior. Já os comprimentos de onda de 600 nm, ou menores, são absorvidos pela melanina, hemoglobina e flavina. Deste modo, as pesquisas têm focado na ação terapêutica dos comprimentos de onda específicos do vermelho e infravermelho próximo (600 a 1100 nm) [8].

 A principal molécula estudada como foco de estímulo pela FBMt é o citocromo c oxidase (CCO), que tem pico de absorção em 800 a 860 nm, também denominado complexo IV da cadeia transportadora de elétrons localizado na membrana interna das mitocôndrias [38]. O CCO é responsável pelo processo final de transporte de elétrons da cadeia, gerando um efluxo de elétrons da matriz para o espaço intermembranas e a redução de elétrons de oxigênio para a produção de água, chamada via CCO/H2O [39]. Outra via de ação do CCO é a conversão do nitrito em oxido nítrico (NO), chamada de via CCO/NO [39]. Naturalmente a modulação destas duas vias ocorre conforme a concentração de oxigênio. Quando presente altas concentrações de oxigênio é priorizada a via CCO/H2O, e quando em hipóxia a via CCO/NO [39]. 

O CCO possui a sua ação redox devido os quatro sítios ativos com a presença de metais, dois com cobre e dois grupos heme com ferro, que são capazes de absorver a luz [38]. A ação da luz inibe a ligação do óxido nítrico aos sítios de ligação com os metais, que quando presente inibe a respiração celular, devido a ativação da via CCO/NO e inibição da via CCO/H2O. Desde modo, ao romper essa ligação com a FBMt, ativa a cadeia transportadora de elétrons, gerando influxo de elétrons, consumo de oxigênio O2 e produção de ATP. Essa teoria é confirmada por pesquisas que usaram um inibidor do CCO o efeito da FMB foi nulo [39].

Além disso, o estímulo gerado pela FBMt no CCO gera um aumento transitório de espécies reativas de oxigênio (EROs) e liberação de cálcio (Ca2+) [40]. Que irão agir como sinalizadores para ativação de fatores de transcrição, como o NF-κB, prolongando os seus efeitos celulares [40].

O tecido neuronal apresenta uma alta concentração de mitocôndrias, e a disfunção mitocondrial está presente em diversas patologias neurológicas e psicológicas [41,42]. Quando há alteração mitocondrial podem ser observadas alterações como redução da atividade dos complexos da cadeia transportadora de elétrons e por consequência diminuição da síntese de ATP, produção exacerbada de EROs e dano celular [43]. 

Diversos estudos, com modelos animais demonstram que a aplicação da FBMt (808-830 nm) gera um aumento de produção de ATP no tecido neuronal em animais saudáveis e também em modelo animal de AVC e trauma encefálico, revertendo os danos mitocondriais [44–46]. Estudos em células neuronais humanas demonstraram que o efeito da FBM (808 nm) diretamente nas células gera um aumento da produção de ATP após 10 min da aplicação [47]. 

Além do aumento da produção de ATP e ativação mitocondrial, a dissociação do NO age como vasodilatador, aumentando a perfusão sanguínea nas regiões encefálicas [10]. Em diversas patologias ocorre a diminuição da perfusão vascular, o que gera danos aos tecidos. Em estudos pré-clínicos, foi observado que a FBMt aumentou a concentração de NO nos tecidos neuronais, aumentou o diâmetro dos vasos sanguíneos e fluxo sanguíneo cerebral [48–51]. E os efeitos foram observados não só na região foco da aplicação, mas também no hemisfério oposto [52].

Em estudos humanos, foi observado o aumento de 20% do fluxo sanguíneo cerebral em pacientes em estado vegetativo com a aplicação de LED 850 nm na região frontal [53]. E em pacientes saudáveis foi observado um aumento ainda maior, de até 30%, com LED 627 nm [32]. Já em pacientes com depressão maior e ansiedade, com aplicação na região frontal de LED 810 nm, foi observado um aumento do fluxo sanguíneo logo após as aplicações, porém não se manteve a longo prazo (após duas e quatro semanas) [30].

Outro mecanismo importante associado as mitocôndrias é a produção de EROs. Parte dos elétrons acabam escapando da cadeia transportadora e se tornando radicais livres, e quando em desequilíbrio mitocondrial e diminuição da atividade dos complexos, esse escape é exacerbado. Deste modo, gerando estresse oxidativo com dano a diversas moléculas celulares como o DNA, lipídeos, proteínas e as próprias moléculas do complexo [10]. Em diversas patologias já é bem descrito a associação com os danos oxidativos e a gravidade, como sepse, AVC, depressão maior e Alzheimer [54–57]. Portanto, a recuperação da atividade mitocondrial pode ser uma boa estratégia para recuperação do tecido e das funções alteradas.

O dano gerado pelas EROs vai além da própria célula, acaba gerando a ativação de mediadores inflamatórios e desenvolvendo a neuroinflamação e a ativação da micróglia [58]. A micróglia quando ativada produz ainda mais EROs, NO e citocinas que irão aumentar e manter o processo inflamatório no SNC [58,59]. Uma das vias ativadas é a translocação do fator de transcrição NF-κB, responsável pela ativação da transcrição de diferentes genes pró-inflamatórios, com a produção de citocinas como TNF-α, IL-1β, IL-6 e IL-18 [58]. Em estudos em animais foi observado uma diminuição da concentração de citocinas no SNC após a aplicação de FBMt [60–62].

4. CONCLUSÃO

O mecanismo de ação do estímulo luminoso gerado pelo LED ou LASER utilizado pela FBMt gera estímulo a diferentes moléculas, mas principalmente ao CCO. Este tem papel fundamental na mitocôndria na síntese de ATP, sendo um mediador de diversas outras vias que estão relacionadas a alterações pró-inflamatórias, por tanto um bom alvo terapêutico. O que gera uma diminuição da inflamação local, melhora da circulação sanguínea, auxiliando na melhora do funcionamento do tecido afetado. A FBMt apresenta um potencial terapêutico comprovado sendo uma terapia de fácil aplicação, baixo custo e segura para diversas patologias. Sendo raros os efeitos adversos, dentre todos os estudos avaliados nesta revisão. Os resultados são muito promissores apesar de alguns estudos terem sido realizados com grupo reduzido de pacientes, o que demonstra uma área que deve ser ampliada a realização de ensaios clínicos.

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 Laboratório de Neurociência Experimental – LaNEx, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Palhoça, SC, Brasil. E-mail: ivanbonaldo@yahoo.com.br – ORCID: Valdeci Luiz Dassoler: https://orcid.org/0009-0001-3739-5398 – Ivan Luis Stringhini Bonaldo: https://orcid.org/0009-0004-2856-3486. Link CV Lattes:
Valdeci Luiz Dassoler: http://lattes.cnpq.br/2232255978207420 – Ivan Luis Stringhini Bonaldo: http://lattes.cnpq.br/5900521499962199
Laboratório de Neurociência Experimental – LaNEx, Docente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Palhoça, SC, Brasil. Doutorado em Neurociências (UFSC). E-mail: francianebobinski@hotmail.com – ORCID: Franciane Bobinski: https://orcid.org/0000-0002-3537-1712. Link CV Lattes: Franciane Bobinski: http://lattes.cnpq.br/7232913047938242