EVIDENCE OF PHYSIOTHERAPY IN MECHANICAL NECK PAIN
Gleiciane Sabino Mateus Andrade1*
Prof. Dr. Paulo Heraldo Costa Do Valle2
1 Fisioterapeuta, Graduada em Fisioterapia (IEPO), Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica (UCB)
2 Docente, Graduado em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (1993), Mestrado (1997) e Doutorado (2001) em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal de São Carlos.
*Autor para correspondência: Jardim América, 9, Qd. 244, Rua C-131, Goiânia-GO, Brasil, CEP:74.255-240. Telefone 62 99479 7989. E-mail: gleicianemateus@gmail.com
RESUMO
A dor mecânica no pescoço está presente em média de 30% das pessoas adultas e fazem parte de quase 25% dos indivíduos que procuram a fisioterapia para alívio de dor. Deste modo, objetivo da pesquisa foi descrever a atuação da fisioterapia na dor mecânica do pescoço. Para esta revisão integrativa da literatura do tipo observacional retrospectiva, os artigos científicos foram pesquisados nas bases de dados indexados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PEDro. A seleção do material bibliográfico foi feita por meio da leitura dos títulos, resumo e palavras-chave dos artigos, usando como parâmetro para a pesquisa os critérios de inclusão: publicações no período de 2011 a 2020; em inglês, material elaborado e publicado dentro do tema em estudo. Assim, foram selecionados 7 artigos científicos com a pontuação de no mínimo 7,0 da plataforma do PEDro. Considerações finais: notou-se que a fisioterapia é primordial para o tratamento da dor mecânica no pescoço. Todas as pesquisas salientaram que as técnicas realizadas foram benéficas e que tiveram contribuição no alívio da dor e no ganho de mobilidade e flexibilidade da região, onde a técnica mais utilizada foi a terapia manual, englobando tecidos moles e articular, e a segunda de melhor eficácia foi o exercício de alongamento, seguido do fortalecimento muscular.
Palavras-chave: Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Dor no pescoço, Dor cervical.
ABSTRACT
Mechanical neck pain is present in an average of 30% of adults and is part of almost 25% of those who seek physiotherapy for pain relief. Thus, the objective of the research was to define the role of physiotherapy in mechanical neck pain. For this integrative review of the retrospective observational literature, scientific articles were searched in the databases indexed in the Virtual Health Library (VHL) and PEDro. A selection of bibliographic material was made by reading the titles, abstracts and keywords of the articles, using as a parameter to search for inclusion criteria: publications from 2011 to 2020; in English, material prepared and published within the theme under study. Thus, 7 scientific articles were selected with a score of at least 7.0 on the PEDro platform. Final considerations: it was noted that physical therapy is essential for the treatment of mechanical pain in the neck. All research emphasizes that the techniques obtained were beneficial and that contributed to pain relief and to the gain of mobility and flexibility in the region, where the most used technique was manual therapy, encompassing soft and joint tissues, and the second one with the best effectiveness. it was the stretching exercise, followed by muscle strengthening.
Key-words: Trauma-Orthopedic Physiotherapy, Neck pain, Cervical pain.
INTRODUÇÃO
Uma das principais características do corpo humano é a capacidade de adaptação, apresentando a plasticidade como um fator primordial para as demandas funcionais variáveis, uma vez que o corpo pode se adequar as atividades e forças impostas a ele. Esse processo é importante por incentivar a busca pela funcionalidade e respectivamente pela qualidade de vida (ANDRADE et al., 2016).
A dor mecânica no pescoço está presente em média de 30% das pessoas adultas e fazem parte de quase 25% dos indivíduos que procuram a fisioterapia para alívio de dor. Visto que as causas, na maior parte, são provenientes da postura corporal, isso devido as alterações musculares e as respostas a exercícios de forma desiquilibradas e inespecíficas gerando sobrecargas e disfunções musculoesqueléticas (BORGES et al., 2013).
O pescoço é a parte do corpo humano que uni o corpo à cabeça, possuindo muitas estruturas importantes que desencadeiam diversas funções, sendo um local de muita flexibilidade e mobilidade, realizando movimentos como a flexão, extensão, rotações e inclinação, com funções e aplicabilidades posturais. Essa região é formada por 7 vertebras, fazendo parte da coluna cervical, englobando muitas inervações sensitivas e motoras dadas pelos nervos cranianos e raízes nervosas dos nervos espinhais (SANTOS e JOIA; 2018).
A dor mecânica no pescoço é uma disfunção que afeta muito a população adulta, principalmente entre a quarta e quinta década de vida, classificadas de forma geral, em dores na cervical associadas as dores de cabeça ou cefaleias e ainda dores no ombro. É importante destacar outros fatores ou outras patologias que podem gerar dor no pescoço, como a artrite reumatoide e a fibromialgia, em que essas são excluídas ao referir-se a dor mecânica. No entanto, sintomas como espasmos musculares na cervical, a síndrome cervical-ombro e outros desarranjos mecânicos podem ser fatores sugestivos aos sintomas de dor mecânica (SÁNCHEZ et al., 2017).
Segundo Hernández et al., (2012), a dor mecânica cervical é tão comum quanto a lombalgia, bem como os fatores pré-determinastes podem ser grandes influenciadores para os sintomas resultando em incapacidades que dificultam a execução das atividades de vida diárias (AVDs). Assim, Borges et al., (2013), acrescenta que este tipo de dor afeta cerca de 30% da população adulta, podendo ser responsável pela redução da qualidade de vida, ou seja, provocando mudanças no estilo de vida, estimulando a dependência de remédios, tal como induzir ao isolamento social, dificuldades na realização das atividades colaborativas e influenciar nas alterações emocionais.
Muitos fatores podem interferir na manifestação da dor, descarga de peso, pesadas ou não por longos períodos e de forma rítmica e repetitiva ou más execução de exercícios, fraquezas musculares entre outras condições, podem causar lesões ao organismo, nisso inclui fatores relacionados ao trabalho ou AVDs, até mesmo a postura durante o sono. Uma das principais evidências atualmente é a estreita relação da dor cervical mecânica com as alterações do sistema postural. A postura é o resultado de diversos estímulos tanto aferentes quanto proprioceptivos, somatossensorial, do aparelho vestibular e visão, que por meio de quaisquer variações pode ocorrer desequilíbrios motores e sensitivos (ANDRADE et al., 2016).
Essas características dos sistemas humanos são altamente adaptáveis a várias demandas funcionais, desse modo a indução a má postura pode provocar patologias de características agudas, e com o passar do tempo, tornam-se crônicas. Mas, a facilidade de adaptação também pode ser convertida em incentivo para minimizar o prejuízo funcional ou provocar alívio da dor, tanto de curto ou longo prazo através das várias técnicas estimulando a neuroplasticidade e a funcionalidade musculoesquelética (ANDRADE et al., 2016).
Conforme MASARACCHIO et al., (2013), em média 25% da procura de um profissional da fisioterapia é por dor na cervical de origem mecânica provocada por diversas causas e de caráter crônica, da mesma forma a respeito das abordagens de tratamento, a fisioterapia é elencada como a primeira alternativa de tratamento paliativo e não invasivo, tendo em vista os problemas idiopáticos simultaneamente com os mecânicos.
Para Martins et al., (2020), essas perturbações mecânicas do sistema musculoesqueléticas afetam, além do público adulto, também o grupo de adolescentes entre 10 a 19 anos. Mediante as modificações do corpo diante do processo de crescimento e outros fatores específicos da idade, os comportamentos posturais, podem causar desequilíbrio muscular e articular, envolvendo a coluna vertebral principalmente nas regiões cervical e lombar, manifestando-se como mal estar, dor e desconfortos de forma pontual, sistemática e até crônica.
O\’Leary et al., (2012), afirma que o fisioterapeuta deve avaliar cada paciente com dor cervical mecânica de forma minuciosa, desde as atividades diárias às atividades do ramo profissional, bem como incluir na análise as posturas exercidas inconscientemente, com a finalidade de realizar gradativamente a correção da postura e alívio da dor. Outro fator importante desta dinâmica de terapeuta-paciente é o entendimento de que cada indivíduo possui suas particularidades, e ter ciência dos demais fatores relacionados ao surgimento dos sintomas de dor no pescoço.
Pires e seus colaboradores (2018), em base no conceito de fisioterapia pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a fisioterapia estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais que podem ocorrer de alterações genéticas ou traumas ou por doenças adquiridas ao longo da vida. Tendo por objetivo preservar e desenvolver ou ainda restaurar a integridade dos sistemas e suas funções. Para isso, o fisioterapeuta usufruirá de conhecimento e dos seus recursos para promover melhoria e qualidade de vida dos indivíduos. Suas ações são fundamentadas nos mecanismos terapêuticos dos sistemas do corpo envolvendo a morfologia, fisiologia, patologia, bioquímica, biofísica, biomecânica e demais áreas afins. Contudo a coordenação e indução do tratamento do paciente é competente ao profissional, bem como o acompanhamento do quadro de evolução.
Visto que a fisioterapia obtém diversas intervenções para o tratamento da dor, entre elas estão os exercícios de alongamento, estabilização e de mobilização de impulso e os aparelhos que auxiliam a diminuir os estímulos da dor e acelerando o processo de cicatrização de dos tecidos moles. Outras práticas defendidas são as terapias manuais e exercícios terapêuticos direcionados à melhoria e ganho da ADM, devolução da funcionalidade da articulação (SEGURA et al., 2012).
Este estudo justifica-se na tentativa de entender a participação do fisioterapeuta no tratamento da dor mecânica do pescoço, elencando as técnicas e seus efeitos para melhor evidenciar os benefícios aos pacientes, esclarecendo as principais causas e mecanismos de ação que estimula a dor no pescoço e em outras regiões como cabeça e cintura escapular. Destacando que por ser uma região (pescoço) com grande mobilidade e de extrema importância para a sustentação da cabeça, esta pode sofrer impactos por excesso de exercícios físicos, traumas ou ainda, ter lesões por inatividade. À vista disso, com o aumento das cefaleias, dores no ombro, surgimento de hérnias discais ou espondilolisteses na coluna vertebral, relacionando as principais técnicas e evidências da fisioterapia no tratamento da dor mecânica do pescoço. Logo, irá contribuir para a elaboração e atualização das condutas traçadas pelo fisioterapeuta favorecendo o tratamento da dor do paciente.
Assim, o objetivo da pesquisa é descrever a atuação da fisioterapia na dor mecânica do pescoço, bem como, identificar as principais causas de estímulos que geram a dor mecânica no pescoço, destacar as técnicas utilizadas pela fisioterapia no tratamento e descrever os efeitos da fisioterapia na dor mecânica do pescoço.
MÉTODO
A pesquisa trata-se de uma revisão integrativa da literatura do tipo observacional retrospectiva, executada no período de agosto de 2019 a janeiro de 2020. Foram realizadas buscas de artigos científicos nas bases de dados indexados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PEDro com os seguintes descritores agrupados pelos operadores booleanos AND: “fisioterapia”, “dor pescoço” e “dor cervical”. A seleção do material bibliográfico foi feita por meio da leitura dos títulos, resumo e palavras-chave dos artigos, usando como parâmetro para a pesquisa os critérios de inclusão: publicações no período de 2011 a 2020 para construção dos elementos textuais e o período de 2016 a 2020 para elencar as pesquisas originais quando a dor mecânica no pescoço; em inglês, material elaborado e publicado dentro do tema em estudo. Foram excluídos os materiais que não apresentaram características referentes a base principal do estudo, de acordo com os seguintes critérios: artigos publicados no período anterior ao ano de 2011; materiais duplicados ou incompletos; sem texto gratuito e fora do tema.
Os artigos de análise das evidências fisioterapêuticas foram os originais, somente da base de dados PEDro, com os seguintes critérios de inclusão: como pesquisa avançada foram acrescidos onde se pede o preenchimento no campo ‘resumo e titulo’, preencheu-se com: ‘mechanical neck pain’ ou seja, ‘dor mecânica do pescoço’. No campo ‘terapia’ colocou-se: a opção ‘alongamento, mobilização, manipulação, massagem’, no campo ‘problema’ foi a palavra ‘dor’. Sobre o ano de publicação foi a partir de 2011, com a pontuação de pelo menos 7, correspondendo a todos os termos de pesquisa (AND). A análise do material bibliográfico do resultado da pesquisa é de abordagem qualitativa, por meio de leitura integral dos artigos incluídos, cujo os dados extraídos serão sistematizados em um quadro apresentando os resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado da pesquisa foi de 28 artigos, onde somente 18 foram selecionados por estarem com textos completos e gratuitos. A segunda pesquisa diferiu apenas no campo ‘terapia’ de ‘alongamento, mobilização, manipulação, massagem’, para ‘treinamento de força’, obtendo 7 artigos, sendo 4 selecionados por estarem gratuitos e completos, ficando 22 artigos para análise minuciosa. Após a leitura completa foi classificado 14 artigos que estavam de acordo com o tema principal. E logo foram excluídos 7 artigos por serem publicados antes de 2016.
Figura 1 – Resultado final da busca de artigos.
Fonte: Autoria própria, 2020.
A partir dos 7 artigos selecionados, apresenta-se 2 artigos do ano de publicação em 2016, 2 artigos em 2017 e 3 em 2018. Conforme o quadro 1, os principais dados elencados foram o autor/ano, o objetivo de cada pesquisa e as causas que levaram a ocorrência da dor mecânica, além das intervenções fisioterapêuticas utilizadas, e para finalizar o resultado final da prática de fisioterapia.
Quadro 1 – Análise dos artigos selecionados.
Autor/ano | Objetivo | Causas | Intervenções | FISIOTERAPIA |
Celenay et al., 2016 | Comparar os efeitos da estabilização, exercícios mais terapia manual com de estabilização sozinho sobre incapacidade, dor, ADM e qualidade de vida em pacientes com MNP. | Má postura, movimentos e palpações. | Avaliação funcional, exercícios de estabilização, terapia manual, treinamento funcional. | Apresentou eficácia na melhora da dor, mobilidade e movimento de rotação cervical e da qualidade de vida. |
Costello et al., 2016 | Investigar os efeitos imediatos da mobilização de tecidos moles versus US terapêutico em pacientes com dor no pescoço e no braço que demonstram sensibilidade mecânica neural. | Dor no pescoço, disfunção ativa de movimentos, tensão muscular e hipersensibilidade. | Avaliação física, mobilização de tecidos moles (pressão manual), e US terapêutico. | Melhora significativa da dor e mobilidade com a técnica de mobilização de tecidos moles. |
Sánchez et al., 2017 | Comparar a eficácia na redução da dor e incapacidade no tratamento cervical fisioterapêutico individualizado versus coletivo na cervicalgia mecânica aguda e subagudo. | Cervicalgia mecânica causada por patologias osteomusculares. | Termoterapia infravermelha, massagem terapêutica, auto alongamento, alongamento ativo, exercícios de relaxamento da respiração abdominal, exercícios de flexibilização e isométrico. | Tratamento eficaz com melhora na dor e redução da incapacidade cervical. |
Aguirre et al., 2017 | Comparar os efeitos imediatos das manipulações da coluna vertebral cervical e torácica na mecanossensibilidade dos troncos dos nervos dos membros superiores e da força de preensão em pacientes com dor de garganta mecânica inespecífica crônica. | Dor (grau I e II) com ou sem irradiação, hipersensibilidade. | Avaliação, manobra de movimentação do polegar, técnica de impulso espinhal de alta velocidade, terapia manual. | 1 sessão de manipulação de impulso espinhal, não é suficientemente para a melhoria da dor mecânica. |
Huguet et al., 2018 | Investigar a eficácia da terapia de liberação miofascial (MRT) para melhorar os limiares de dor à pressão (PPTs) e dor em pacientes com dor cervical mecânica. | Tensão muscular, ponto gatilho miofasciais, com dores referidas ou local. | Indução assistida de fáscia cervical, liberação miofascial, alongamento, massoterapia, ultrassom terapêutico e TENS. | Houve melhora significativa da dor. |
Juana et al.; 2018 | Examinar os efeitos do impulso cervical manipulação ou manipulação falsa no sentido cinestésico cervicocefálico, dor, incapacidade relacionada à dor e pressão sensibilidade à dor em pacientes com dor cervical mecânica. | Sensibilidade a dor por pressão, dor bilateral, dor generalizada no pescoço ou ombro por irradiação. | Manipulação de impulso cervical, manipulação simulada do impulso cervical. | Melhora na incapacidade cervical e alívio de dor. |
Gauns e Gurudut; 2018 | Estudar e comparar o efeito da liberação miofascial bruta (MFR) do membro superior e pescoço isoladamente com fisioterapia convencional. | Dor mecânica e referida (ombro, braço e mão). Torcicolo congênito e Pós-operatório. | Tens, alongamento, fortalecimento da coluna cervical e isometria. | Melhora da dor e ADM, níveis funcionais no pescoço. |
Pode-se concluir que os sintomas presentes em todos os estudos foram a dor e prejuízos na mobilidade da região cervical. Nesse sentido, Masaracchio et al., (2019), afirmam que a dor e a incapacidade foram sem dúvidas as reclamações mais apresentadas em seu estudo, levando em consideração as dificuldades tanto pessoais quando profissionais. Mediante as intervenções realizadas, foram identificadas melhoras nas primeiras semanas de fisioterapia com técnicas de alongamento, mobilização e fortalecimento.
Celenay et al., (2016), realizaram um ensaio clínico randomizado, com 102 pacientes que foram divididos em 2 grupos, um de exercícios de estabilização e outro com terapia manual, realizado 3 dias por semana em 4 semanas. O critério de classificação foi por más posturas do pescoço, movimentos ou palpação inapropriadas. Todas as avaliações foram feitas pelo mesmo fisioterapeuta e as sessões divididas em aquecimento, exercícios de estabilização e esfriamento e alongamento. A pontuação em relação aos dois grupos foi de melhoria em relação a dor e melhorias da incapacidade cervical, porém o grupo com terapias manuais foram mais eficazes, com melhoria na intensidade e no movimento de rotação cervical e qualidade de vida em relação a estabilização sozinha.
Para Ramos e seus colaboradores (2014), a técnica de terapia manual nos pontos de tensão e dor, foi efetivo nos seguintes critérios, alívio da dor, melhora da incapacidade e da amplitude de movimento cervical. Bem como, a técnica alternativa de Dry needling. O autor ainda alerta sobre o curto tempo de ensaio, visto que apenas 2 sessões mais o acompanhamento de 2 semanas.
No ensaio clínico randomizado de Costello e seus colaboradores (2016), realizado com 23 pessoas, com dor no pescoço e no braço, onde foram divididos em 2 grupos de tratamento, um grupo recebeu a técnica de mobilização de tecidos moles-STM e o outro ultrassom-US terapêutico. As avaliações e intervenções foram realizadas por 8 fisioterapeutas, que receberam treinamento inicial de 3 horas e seguido de um manual escrito de protocolos de estudo. O tempo de contato de ambos os grupos foram de 15 minutos. Os pacientes relataram melhoras significativas após uma única sessão de STM em comparação com o US terapêutico, principalmente em curto prazo, afirmando que essa técnica pode ser um fator primordial para o tratamento de dor no pescoço e braço.
Shirzadi et al., (2018), no ensaio clínico randomizado realizado com 46 pacientes com dor mecânica, durante uma semana, dos quais receberam 5 sessões, onde foi executada a técnica de mobilização escapulo-torácica, resultou na eficácia da técnica de mobilização, ainda sendo superior a fisioterapia convencional sem mobilização, agindo na redução da dor, maximizando a força e reduzindo a incapacidade do membro superior e pescoço.
Depois de 15 sessões de aproximadamente 60 minutos realizadas em 2 grupos em tratamento individual e coletivo de 90 indivíduos. O ensaio clínico randomizado de forma geral na sessão individual foi dividida em 15 minutos de Termoterapia infravermelha e 17 minutos de massagem e alongamentos, e o coletivo foi realizado mobilizações ativas, contrações isométricas e auto alongamento e recomendações posturais. Ambos os tratamentos foram significantes, mas os tratamentos individualizados foram mais significativos que em grupo (SÁNCHEZ et al., 2017).
Aguirre e seus colaboradores (2017), realizaram uma amostra com 88 indivíduos, com dor no pescoço de grau I ou II com ou sem dor irradiada. Sendo um ensaio clínico randomizado, controlado e cego. Todos os pacientes foram avaliados pelo mesmo fisioterapeuta. Assim, todo o protocolo fisioterapêutico foi realizado em uma única sessão com a duração de 40 a 45 minutos. As intervenções realizadas foram a manobra de movimentação do polegar, técnica de impulso de alta velocidade e baixa amplitude para o primeiro grupo. No grupo controle, o terapeuta realizou o contato manual por 3 minutos no couro cabeludo. Foi observado que a manipulação na coluna vertebral não houve estatísticas significativas de melhora, já sobre a técnica de impulso cervical ou torácico relataram o aumento da sensibilidade ao nervo radial, e melhorou a relação do nervo ulnar. Entretanto foi classificado que o efeito observado foi pequeno, chegando à conclusão que não é eficaz para melhorar a mecanossensibilidade neural e a força de pressão sem dor em uma única sessão.
Através de um ensaio clínico randomizado, único-cego, foi realizado protocolos de atendimento para a melhora da dor. Os participantes foram divididos em 2 grupos, onde o MRT se submeteu a 2 semanas totalizando 5 sessões de 45 minutos, com técnicas lentas e progressivas de força leve. Foram 4 manobras (indução assistida da fáscia cervical, libração miofasciais, esticar o músculo esternocleidomastóideo e alongar as estruturas miofasciais). O segundo grupo PT, também com 2 semanas e 5 sessões de 45 minutos, as intervenções foram o US, TENS e massagem. Em resumo, as evidências deste estudo afirmam que ambas as intervenções oferecem melhorias, principalmente na dor. Mas, que o grupo MRT foi mais eficiente no alívio de dor à curto prazo (HUGUET et al., 2018).
Nesta mesma vertente, Aquaroli et al., (2016), defende que a composição da intervenção no paciente com diversas condutas que estimulem tanto o alívio da dor como de estabilidade, é eficaz para o tratamento ao paciente. As técnicas usadas foram as de mobilização neuronal, tração cervical, pompagens para relaxamento, inibição miofascial e manipulação e exercícios de estabilização. Abordagens que melhoram significativamente os resultados de analgesia e de incapacidades funcionais.
O estudo de Juana et al., (2018), comparou os efeitos de uma manipulação do impulso cervical versus a manipulação simulada do impulso cervical. Com características de um estudo randomizado, oculto. A técnica foi aplicada apenas por um fisioterapeuta, em 54 participantes. Os resultados imediatos incluíram o senso cinestésico cervical, avaliado por erro de detecção de posição (JPSE) e limiares de dor por pressão (PPTs) e Índice de Incapacidade no Pescoço (NDI). Assim, foi revelado que houve melhora significativa em favor do grupo de manipulação do impulso cervical para o JPSE, PPT e NDI, que foram superados os níveis mínimos publicados do JPSE e sobre os PPT, que neste caso os níveis foram médios. Foi de conhecimento do estudo que após uma semana da última sessão, não houve melhora na intensidade da dor.
Um estudo realizado com 40 pessoas, com dor no pescoço, onde foram divididos em dois grupos, o grupo controle foi submetido as intervenções convencionais da fisioterapia: compressa úmida quente, TENS e exercícios de alongamento e fortalecimento. O grupo experimental realizou tanto a convencional como MFR bruta do pescoço e membro superior. A duração foi de 6 dias consecutivos. Assim, foi afirmado que houve alterações significantes para a dor, resistência a flexão cervical, ADM e habilidades funcionais para ambos os grupos. Portanto a MFR bruta no membro superior e pescoço mostrou-se eficaz, apresentando melhora rápida, sugerindo assim que a técnica pode ser implementada em protocolos de reabilitação para o tratamento de mecânica com ou não dor referida (GAUNS e GURUDUT; 2018).
Para O\’Leary et al., (2012), o direcionamento de exercícios para o ganho de força e estabilização da estrutura musculoesquelética é primordial e necessária. No seu estudo foi defendido que os treinos de mobilidade ativa, coordenação e de desempenho de força muscular, foram eficazes no desenvolvimento do desempenho motor e melhoria na resposta de exercícios funcionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos achados, notou-se a importância dos procedimentos fisioterapêuticos para o tratamento da dor mecânica no pescoço. As pesquisas salientaram que as técnicas realizadas foram benéficas, mesmo as de apenas uma sessão com efeitos de curto prazo e não duradouros, bem como as que se estenderam por semanas e foram mais eficazes, tendo contribuição no alívio da dor e no ganho de mobilidade e flexibilidade da região. Dentre elas, a mais citada foi a terapia manual, englobando tecidos moles e articular, indicada como uma intervenção necessária para a prática da fisioterapia. A segunda técnica mais citada foi a de alongamento, seguido pelo de fortalecimento muscular com intuito dinâmico e de estabilização.
Vários autores relataram que os resultados foram inconclusivos devido o curto tempo de tratamento, resultando na melhora de curto prazo, logo havendo necessidade de intervenções mais especificas com a execução de condutas com objetivo visando médio e longo prazo.
No entanto, as técnicas contribuíram para o alívio de dor momentâneo e melhora da mobilidade musculoesquelética. Embora as técnicas fisioterapêuticas realizadas apresentaram grandes benefícios, é necessário a realização de novos estudos que apresentem mais evidências quanto a origem da dor mecânica, incluindo a origem da dor em ralação aos músculos da região cervicotorácica e articulação temporomandibular, além da associação de técnicas da eletrotermofototerapia com terapias manuais e da utilização dessas associadas aos exercícios de fortalecimento.
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POTENCIAL CONFLITO DE INTERESSES
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo.