ESTUDOS DE TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO EM CRIANÇAS VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10053657


Gabrielle Cristina Martins Correia
Camilla Carneiro Silva Queija
Marcella Antunes Sousa Luiz de Oliveira
Priscilla Paiva Medeiros Dias
Lucas Augusto de Carvalho Ribeiro
Jerline da Silva Rocha


RESUMO

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) está inserido nos Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores (TRTE), indicando que qualquer ameaça à integridade física ou mental pode culminar em casos de TEPT. Este artigo tem como objetivo levantar informações e conhecimento sobre como o TEPT afeta o comportamento de crianças vítimas de abuso sexual e como a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) poderá ajudar no tratamento. Esta é uma revisão bibliográfica cujas fontes de pesquisa foram através das plataformas: SciELO, Capes e BVS, usando como descritores “Transtorno de Estresse Pós-Traumático criança abuso sexual”. Como resultado obtido, verificou-se que muitos autores afirmaram que o TEPT é o transtorno mais comum em casos de abuso sexual infantil e utilizaram a TCC como forma de tratamento.

Palavras-chave: Abuso. Criança. Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Terapia Cognitiva Comportamental.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o DSM-V (APA, 2014), os Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores (TRTE) tem como critério diagnóstico a exposição a um evento traumático ou estressante. O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) está inserido nos TRTE, indicando que qualquer ameaça à integridade física ou mental pode culminar em um caso de TEPT. Os sintomas podem ser desenvolvidos quando o indivíduo é exposto a eventos traumáticos, que causem, por exemplo, terror ou medo (Andrade; Barcelos; Silva, 2018).

Em crianças e adolescentes, os sintomas mais comuns do TEPT são hiper vigilância, comportamento agitado e irritabilidade (Passarela; Mendes; Mari, 2010). A hiper vigilância coloca a vítima em um estado de ameaça contínua, na qual o ambiente é considerado sempre como inseguro e imprevisível para a vítima (BORGES; DELLAGLIO, 2008).

Em Gong, Kamboj e Curran (2019), afirmam-se que cerca de 70% da população em geral relata que experimentaram ou presenciaram um evento traumático que se qualificaria sob o critério A1 (vivenciar diretamente o evento traumático) dos critérios diagnósticos para TEPT pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V) em sua quinta edição (APA, 2014). Dessa forma, torna-se importante investigar como esse evento traumático pode afetar a vida dos indivíduos, tendo em vista que a porcentagem é alta.

Crianças e adolescentes precisam, cada vez mais, enfrentar eventos ameaçadores. No estudo clínico realizado por Mghaieth et al. (2007), afirma-se que as pesquisas (realizadas até aquele momento) sobre transtornos psicológicos decorrentes de eventos traumáticos, negligenciaram a população jovem, apesar de estarem sujeitas às mesmas experiências traumáticas que os adultos. Os participantes do estudo clínico foram jovens com idade entre 4 e 17 anos que foram vítimas de acidentes de trânsito. Das 15 crianças que participaram, 14 foram diagnosticadas com TEPT. Com isso, podemos concluir que não só adultos são propensos a desenvolverem TEPT, como também crianças e adolescentes, tendo em vista que no estudo realizado, 93,3% dos jovens foram diagnosticados com TEPT de acordo com as os critérios do DSM. Uma das causas do TEPT está relacionada ao abuso sexual.

O abuso sexual pode ser definido como qualquer atitude de interesse sexual de adulto(s) em relação a uma criança ou adolescente. Os abusos podem ocorrer tanto dentro da família, como em pessoas que não possuem nenhum tipo de parentesco (Florentino, 2015).

Os casos de abuso sexual que ocorrem dentro de casa podem ser mais difíceis de serem evitados, tendo em vista que o agressor muitas vezes é um parente próximo, como, por exemplo, o próprio pai, o padrasto ou o pai adotivo (BRINO; WILLIAMS, 2003). Muitos desses casos a vítima têm medo de denunciar e isso faz com que a criança sofra por um longo período, agravando os sintomas do TEPT.

Independentemente do tipo de abuso sexual, a vítima pode sofrer grandes implicações tanto física como psicológica, que carregará pelo resto de sua vida. De acordo com Paolucci et al. (2001 apud Borges; Dell’aglio, 2008), as implicações causadas incluem: Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), gravidez indesejada, ansiedade, sentimento de culpa, depressão, TEPT, entre outras.

O TEPT pode ser tratado através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). A TCC infere que nossos sentimentos e comportamentos dependem da maneira como interpretamos as situações e que, após um evento traumático há o surgimento de crenças disfuncionais, isso colabora para o surgimento de patologias (GONÇALVES et al., 2010). Uma dessas patologias pode ser, por exemplo, o TEPT.

Gonçalves et al. (2010) pontua que o TEPT pode ser tratado através da TCC, utilizando técnicas como, por exemplo, reestruturação cognitiva, respiração diafragmática, relaxamento muscular progressivo e psicoeducação. Os tratamentos podem ser feitos de forma individual ou em grupo, de acordo com o trauma vivido pela vítima. O tratamento em grupo possui a vantagem de fornecer apoio a criança, diminuindo a sensação de isolamento (Knapp; Caminha, 2003).

Dessa forma, a TCC poderá auxiliar fornecendo ferramentas que ajudarão o paciente a não só identificar, como também avaliar e modificar as crenças disfuncionais (Gonçalves et al., 2010). Segundo Mendes (2008 apud Gonçalves et al., 2010), “A TCC apresenta eficácia comprovada no tratamento do TEPT”.

O intuito deste artigo é levantar informações e conhecimento sobre como o TEPT afeta o comportamento de crianças vítimas de abuso sexual e como a TCC poderá ajudar no tratamento. Para alcançar o objetivo geral, um estudo bibliográfico foi realizado, escolhendo plataformas de pesquisas científicas, nos quais os artigos encontrados foram selecionados, levando em consideração a relação do TEPT com o comportamento de crianças vítimas de abuso sexual. Os artigos levantados foram discutidos, com o propósito de detectar os impactos do TEPT na vida dessas crianças e verificar como a TCC atua nesses casos.

2. O TEPT NA INFÂNCIA

Ao vivenciar um evento traumático, crianças e adolescentes, podem apresentar tristeza, sentimentos de confusão e reações de culpa e vergonha (Ximenes et al., 2013). Como afirma Borges et al. (2010), há poucos estudos sobre o TEPT relacionados a infância e adolescência. Na maior parte dos casos, as amostras de vítimas que são expostas a diferentes eventos traumáticos, como, por exemplo, maus-tratos (tanto abuso físico, como abuso sexual), acidentes de carro e desastres naturais são utilizadas para os estudos sobre a prevalência de TEPT.

Segundo Machado (2015), o modelo cognitivo-comportamental prevê que a ansiedade desperta reações de fuga para situações perigosas. Dessa forma, a vítima de abuso sexual busca não se expor a determinados riscos, impulsionando-a a um instinto de sobrevivência.

Como as características de desenvolvimento em adultos e crianças são diferentes, isso influencia diretamente nas respostas emocionais e comportamentais. Dessa forma, o trauma e o quadro clínico do TEPT também podem ser diferentes (Borges et al., 2010).

Conforme explica Habigzang et al. (2005), as crianças ou adolescentes vítimas de abuso sexual podem desenvolver transtornos de ansiedade, hiperatividade, déficit de atenção, entre outras psicopatologias. No entanto, uma das psicopatologias mais decorrentes é o TEPT.

Segundo Pfeiffer e Salvagni (2005), a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o abuso sexual infantil um dos maiores problemas de saúde pública. Além disso, de acordo com Almeida (2012), a necessidade de tratamento das vítimas de abuso sexual através da psicoterapia pode ser, em alguns casos, superior ao tratamento feito com medicamentos.

As opções de tratamento feito com a psicoterapia incluem o tratamento individual e tratamento grupal. Segundo Knapp e Caminha (2003, p. 35), o tratamento grupal possui algumas vantagens em relação ao individual:

diminuir a sensação de isolamento; fornecer apoio social; ajudar a confirmar e normalizar sentimento em relação ao trauma; compartilhar técnicas de manejo e enfrentamento; proporcionar um ambiente seguro para o desenvolvimento de vinculação afetiva; e poder ajudar aos participantes a atribuir significado diferente ao evento traumático (Knapp e Caminha, 2003, p. 35).

Conforme explica Oliveira et al. (2018), diante de um evento considerado negativo, as intervenções apoiadas na TCC podem reestruturar as características psicológicas, favorecendo a conscientização e percepção das vítimas de violência doméstica. Além disso, conclui-se que, ao aplicar a TCC no tratamento de vítimas de violência doméstica, a abordagem possibilita construir pensamentos e comportamentos funcionais, possibilitando a mesma uma vida funcional.

3. METODOLOGIA

Este artigo será fundamentado em uma metodologia de revisão bibliográfica afim de avaliar os efeitos do TEPT em crianças vítimas de abuso sexual. A revisão bibliográfica consiste em analisar os referenciais já publicados, com o objetivo de discutir as contribuições científicas e buscar uma resposta para um dado problema. Nesse sentido, é muito importante que seja feito um planejamento de como a pesquisa será guiada (Pizzani et al., 2012).

Esta pesquisa será guiada da seguinte forma: Para a discussão a ser realizada na seção 4, foi feita uma busca em 3 (três) plataformas com o objetivo de analisar artigos existentes que estão alinhados com os seguintes tópicos: (I) Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT); (II) abuso sexual; (III) Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). As plataformas selecionadas para o levantamento bibliográfico foram: o Portal de Periódicos Capes/MEC, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO).

As buscas foram realizadas utilizando o termo de busca: “Transtorno de Estresse Pós-Traumático criança abuso sexual”. Além disso, utilizou-se os seguintes filtros nas 3 plataformas: artigos; português; e data de publicação do período de 2008 a 2018. Os dados quantitativos desta busca estão representados na Tabela 1.

Tabela 1. Quantitativo da pesquisa realizada em periódicos de acordo com o termo de busca

Fonte do levantamentoQuantidade sem filtroQuantidade com filtro
Capes/MEC159
BVS50814
SciELO43
Total52726

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Conforme descrito na Tabela 1, foram encontrados 26 artigos com os filtros aplicados nas plataformas. No entanto, vale ressaltar que houve duplicatas tanto na mesma plataforma, quanto em plataformas distintas. Na BVS houve 5 artigos repetidos (ou seja, aqueles que aparecem 2 vezes cada) e na SciELO houve 1 artigo repetido. Sendo assim, os 6 artigos duplicados tiveram uma cópia eliminada, restando apenas 20 artigos para a comparação de duplicatas entre plataformas. A Tabela 2 mostra o título de cada artigo e a plataforma onde o mesmo foi encontrado, alguns artigos se repetiram em mais de uma plataforma.

Tabela 2. Artigos encontrados nas plataformas

TítuloCapesBVSSciELO
1Abuso sexual infantil em laudos psicológicos: as “duas psicologias”X

2Adaptação e Avaliação de uma Intervenção Cognitivo-Comportamental para Meninos Vítimas de Violência SexualX

3Avaliação de um Modelo de Intervenção Psicológica para Meninas Vítimas de Abuso Sexual
X
4Avaliação Psicológica em Casos de Abuso Sexual na Infância e Adolescência
X
5Caracterização dos sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em meninas vítimas de abuso sexual
X
6Dados demográficos, psicológicos e comportamentais de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual
X
7Funções cognitivas e Transtorno de Estresse Pós-Traumático(TEPT) em meninas vítimas de abuso sexual
X
8Grupoterapia cognitivo-comportamental para crianças e adolescentes vítimas de abuso sexualXXX
9Mulheres que denunciam violência sexual intrafamiliarX

10Relações entre abuso sexual na infância, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e prejuízos cognitivos
X
11Revisão sistemática para estudar a eficácia de terapia cognitivo-comportamental para crianças e adolescentes abusadas sexualmente com transtorno de estresse pós-traumáticoXX
12SINTOMAS PSICOPATOLÓGICOS EM MENINAS VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL ABRIGADAS E NÃO-ABRIGADASXXX
13Violência Doméstica e Risco para Problemas de Saúde Mental em Crianças e AdolescentesX

14Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequênciasX

15Violência sexual na adolescência, perfil da vítima e impactos sobre a saúde mentalX

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Conforme mostrado na Tabela 2, houve 2 artigos (números 8 e 12) que se repetiram nas 3 plataformas. Além disso, houve 1 artigo (número 11) que se repetiu na Capes/MEC e na BVS. Ao eliminar-se uma cópia dos artigos repetidos entre plataformas, sobraram 15 artigos para a análise inicial (descritos na Tabela 2).

A análise inicial consistiu na leitura do resumo dos artigos levantados sem repetição (15 artigos). Considerando-se critérios de inclusão e exclusão, caso o artigo estivesse alinhado com o tema proposto da pesquisa (TEPT em crianças vítimas de abuso sexual), o mesmo seria selecionado para leitura completa. De acordo com a Tabela 2, os artigos que não estavam de acordo com o tema proposto, foram os números 1, 9, 12, 13, 14 e 15.

Com isso, restaram 9 artigos, nos quais foram lidos na íntegra. Destes, foram extraídas as informações relevantes para a pesquisa e todo o conteúdo selecionado foi registrado para compor a seção de discussão deste artigo. Desta forma, foram considerados 3 artigos da Capes; 6 da BVS e nenhum da plataforma SciELO. 1 artigo apareceu nas 3 plataformas e outro artigo apareceu em 2 plataformas (Capes e BVS).

4. DISCUSSÃO

Nos estudos realizados por Habigzang et al. (2008a) e Habigzang et al. (2008b), os autores avaliaram intervenções em meninas vítimas de abuso sexual intrafamiliar. Em ambos os estudos, participaram 10 meninas com idade entre 9 e 13 anos que foram submetidas a pelo menos um episódio de abuso sexual. Ao fazer uma comparação das amostras utilizadas nos trabalhos, constatou-se que se trata da mesma amostra, uma vez que a idade de início do abuso, o agressor (pai, tio, avô, irmão ou padrinho/madrinha) e a idade de cada criança são correspondentes em ambos os trabalhos. Inicialmente, foram realizados 3 encontros semanais individuais, com duração de uma hora cada, com o objetivo de realizar a avalição clínica de cada menina. Após esta avaliação, as mesmas foram encaminhadas para a grupoterapia, que é um modelo de intervenção cognitivo-comportamental grupal testado experimentalmente.

Os instrumentos utilizados nos 3 encontros individuais por Habigzang et al. (2008a) e Habigzang et al. (2008b), foram: (I) entrevista semiestruturada, na qual visa estabelecer um vínculo de confiança; (II) Children’s attributions and perceptions scale (CAPS), que consiste em uma entrevista estruturada de 18 itens, com o objetivo de mensurar questões específicas do abuso sexual em crianças; (III) Inventário de depressão infantil (CDI), composta de 27 itens, com o objetivo de detectar a presença e a severidade do transtorno depressivo; (IV) Escala de estresse infantil (ESI), que consiste em 35 itens relacionados a reações do estresse como, por exemplo, físicas e psicológicas; (V) Inventário de Ansiedade Traço-Estado para crianças (IDATE-C), do tipo autoavaliação, com o objetivo de medir dois conceitos de ansiedade: traço e estado; e (VI) Entrevista estruturada com base no DSM-IV/SCID para avaliação de TEPT. Vale ressaltar que a ordem de aplicação dos instrumentos foi alterada aleatoriamente no 2º e 3º encontro para evitar que a ordem não interferisse no resultado. No 1º encontro aplicou-se a entrevista semiestruturada; no 2º encontro aplicou-se o CDI, o IDATE-C e a CAPS; já no terceiro encontro aplicou-se a entrevista estruturada baseada no DSM-IV e a ESI.

A principal diferença entre os trabalhos de Habigzang et al. (2008a) e de Habigzang et al. (2008b) é que no Habigzang et al. (2008a), descreve-se todas as sessões de grupoterapia, mostrando cada atividade realizada nas sessões. Já no Habigzang et al. (2008b), os autores apenas informam que as meninas foram encaminhadas para a grupoterapia, não mostrando como a grupoterapia ocorreu, no entanto, como resultado, a avaliação individual psicológica permitiu a identificação de alterações cognitivas e sintomas psicopatológicas, uma vez que as crianças demonstraram confiança na equipe, estabelecendo um vínculo forte com as avaliadoras. Isto evidencia que, quando a criança tem a atenção, credibilidade e disponibilidade, a mesma se sente à vontade para relatar o abuso. Vale ressaltar que, em ambos os trabalhos, dentre as 10 meninas avaliadas, 7 apresentavam diagnóstico de TEPT.

Tendo em vista que as pesquisas que utilizam a TCC como tratamento para vítimas de abuso sexual têm se destacado em relação as outras formas de tratamento, o trabalho realizado por Habigzang et al. (2009), buscou avaliar os efeitos do modelo de grupoterapia cognitivo-comportamental para meninas, sejam crianças ou adolescentes, vítimas de abuso sexual no período de 2006 a 2008. Neste estudo, a utilização da grupoterapia objetivou reduzir, entre outros, os sintomas do TEPT. A amostra consistiu em 40 crianças e adolescentes com idade entre 9 e 16 anos, no qual nenhuma tinha presença de sintomas psicóticos e retardo mental. As meninas foram avaliadas por meio de instrumentos psicológicos em 4 momentos: antes da grupoterapia (encontros individuais), após 6 semanas de grupoterapia, após dez semanas de grupoterapia e após o término da grupoterapia (16 semanas). A cada encontro semanal, foram desenvolvidas atividades semiestruturadas com duração de uma hora e trinta minutos.

Os instrumentos utilizados nos encontros individuais em Habigzang et al. (2009), são os mesmos instrumentos utilizados em Habigzang et al. (2008a) e Habigzang et al. (2008b). Além disso, a ordem de aplicação (alterada aleatoriamente no 2º e 3º encontro) e os instrumentos aplicados em cada encontro também seguiram o proposto nos trabalhos supracitados.

Como resultado, o trabalho realizado em Habigzang et al. (2009) mostrou que os sintomas de TEPT tiveram uma redução significativa nas três categorias avaliadas: evitação e entorpecimento, revivência do trauma e hiper vigilância. Além disso, o fato da grupoterapia ser focada na violência desde o início da sessão e o fato de as crianças compartilharem no grupo suas histórias, podem ter auxiliado na redução de sintomas de evitação.

Hohendorff et al. (2014) aplicou e avaliou uma intervenção cognitiva comportamental para meninos vítimas de abuso sexual. Os autores afirmam que os estudos envolvendo vítimas de abuso sexual masculinas são escassos no Brasil. Além disso, o TEPT é indicado como um dos transtornos mais comum entre estas vítimas. O método utilizado foi um estudo que consiste em desenvolver conhecimento sobre um pequeno número de casos relacionados, mais especificamente, três meninos para o estudo realizado. Os meninos têm 8, 10 e 16 anos e, conforme a amostra do trabalho de Habigzang et al. (2009), também não possuem nenhuma presença de sintomas psicóticos e retardo mental.

O modelo de intervenção do trabalho de Hohendorff et al. (2014) foi adaptado do modelo de intervenção de Habigzang et al. (2009), no qual consiste em 16 encontros semanais, com duração de uma hora e trinta minutos. No entanto, devido ao número escasso de casos notificados de abuso sexual contra meninos, o modelo precisou ser adequado quanto ao formato, passando a ser individual. Os instrumentos utilizados são os mesmos de Habigzang et al. (2009), no qual corresponde ao de Habigzang et al. (2008a) e Habigzang et al. (2008b), com adição de: (I) Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional MINI para Crianças e Adolescentes, que consiste de perguntas com possibilidades de respostas sim e não, com o objetivo de investigar a dependência/abuso de álcool, TDAH, TDO etc; e (II) Ficha de Avaliação dos Relatos da Intervenção, no qual foi produzida pelos autores especificamente para o trabalho realizado.

Embora o trabalho realizado por Hohendorff et al. (2014) tenha diferenças entre as modalidades utilizadas: individual no trabalho supracitado e grupal no trabalho de Habigzang et al. (2009), os resultados mostram que, diferentemente do trabalho realizado em 2009 com meninas vítimas de abuso sexual, o trabalho de Hohendorff et al. (2014) não teve uma redução significativa nos sintomas de TEPT, indicando que, para meninos vítimas de abuso sexual, seria necessário uma quantidade maior de sessões destinados ao trabalho com a memória traumática.

Borges e Dell’Aglio (2008) realizaram um estudo teórico, com o objetivo de apontar a relação entre abuso sexual infantil, TEPT e prejuízos cognitivos. Nos estudos citados pelo autor, afirmam-se que o abuso sexual na infância, que é uma exposição ao estresse, resulta num estado de medo, podendo causar efeitos negativos no neurodesenvolvimento. Além disso, os estudos apontam que o TEPT, aparentemente, está relacionado a alterações estruturais e funcionais das áreas cerebrais relacionadas ao sistema de resposta ao estresse.

Levando em consideração que o abuso sexual está relacionado a sérios impactos à saúde mental de suas vítimas, incluindo o desenvolvimento de TEPT, a revisão sistemática realizada em Passarela, Mendes e Mari (2010), buscou verificar a eficácia do TCC no tratamento do TEPT em crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais. Os critérios de inclusão utilizados para selecionar os estudos incluíam, entre outros: (I) ensaios clínicos nos quais os pacientes incluídos estivessem na faixa etária de 0 a 18 anos e que preenchiam critérios diagnósticos de TEPT; (II) ensaios de tratamento com TCC, para TEPT em crianças e adolescentes abusados sexualmente; (III) ensaios que utilizaram um grupo comparativo, apontando resultados como remissão, melhora clínica etc. Todos os ensaios publicados compreendiam do período de 1980 a 2006.

Após passar pelos critérios de inclusão, foram selecionados 3 estudos por Passarela, Mendes e Mari (2010), nos quais todos utilizaram técnicas de TCC, em sessões semanais (em média 12), para tratar crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual que, em sua maioria, apresentavam sintomas de TEPT. As principais técnicas utilizadas nos trabalhos selecionados foram: enfrentamento, psicoeducação, exposição gradual, role-plays e body safety skills. No primeiro estudo, houve uma melhora nos sintomas de TEPT em 60% da amostra do grupo de TCC; no segundo, houve uma melhora em 84% da amostra; e, por fim, no terceiro estudo, houve uma melhora de 75% da amostra. Vale ressaltar que, nos 3 estudos, a amostra foi composta por meninas e meninos.

O trabalho realizado por Borges e Dell’Aglio (2009) investigou, entre outros, a manifestação do TEPT em crianças do sexo feminino vítimas de abuso sexual. Ao todo, participaram 28 meninas, sendo 12 vítimas de abuso sexual (Grupo Caso) e 16 não vítimas (Grupo Controle). As meninas do Grupo Caso tinham idade entre 8 e 13 anos, nas quais todas sofreram abuso sexual intra e/ou extrafamiliar e não possuíam transtornos mentais graves. Já as meninas do Grupo Controle tinham idade entre 8 e 12 anos, nas quais nenhuma tinha TEPT.

Os instrumentos utilizados em Borges e Dell’Aglio (2009) para avaliação clínica foram 2: (I) a versão brasileira da Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School Aged-Children (K-SADS-PL), com o objetivo de avaliar os sintomas de TEPT; e (II) o CDI, que também foi utilizado nos trabalhos de Habigzang et al. (2008a), Habigzang et al. (2008b) e Habigzang et al. (2009). Para a avaliação neuropsicológica (flexibilidade cognitiva/funções executivas, memória e atenção), os instrumentos utilizados foram: (I) Teste d2 de Atenção Concentrada, na qual avalia a atenção visual, a capacidade de concentração e também a flutuação da atenção; (II) Subteste Dígitos (Ordem direta e inversa) da Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III), na qual avalia a memória de trabalho e atenção auditiva; (III) Rey Auditory Verbal Learning Test, que é uma medida de avaliação da aprendizagem verbal e da memória verbal declarativa; e (IV) Trail Making Test, na qual avalia, principalmente, a habilidade motora, atenção visual e atenção dividida.

Como resultado, Borges e Dell’Aglio (2009) identificaram o TEPT em 8 das 12 participantes do Grupo Caso. Vale ressaltar que houve outros eventos estressores, no entanto, o abuso sexual foi citado pelas vítimas como o “pior evento traumático”. No Grupo Controle também foram relatados outros eventos estressores, mas nenhuma participante apresentou o diagnóstico de TEPT. Dessa forma, o estudo indicou uma alta manifestação de TEPT em meninas vítimas de abuso sexual.

Habigzang et al. (2010) objetivaram caracterizar o diagnóstico e/ou presença de sintomas de TEPT em 2 grupos de meninas vítimas de abuso sexual. No primeiro grupo havia 40 meninas, na faixa etária de 9 a 16 anos e, no segundo grupo, havia 15 meninas, na faixa etária de 7 a 13 anos. Em ambos os grupos, o contexto mais recorrente do abuso sexual foi intrafamiliar. Para avaliar o TEPT, os autores utilizaram duas entrevistas clínicas diferentes, nas quais foram baseadas nos critérios do DSM-IV-TR.

Os instrumentos utilizados por Habigzang et al. (2010), no primeiro grupo, foram: Entrevista semiestruturada inicial e entrevista estruturada com base no DSM-IV/SCID, nos quais são, respectivamente, os instrumentos I e VI dos trabalhos realizados em Habigzang et al. (2008a), Habigzang et al. (2008b) e Habigzang et al. (2009). Os instrumentos utilizados no segundo grupo, também foram 2: (I) Questionário sobre Saúde e Dados Demográficos, no qual avaliou a escolaridade, transtornos neurológicos, uso de medicações, entre outros aspectos das participantes; e (II) a versão brasileira da K-SADS-PL, utilizada no trabalho de Borges e Dell’Aglio (2009) e que consiste em uma entrevista clínica diagnóstica, semiestruturada.

Como resultado, os dois grupos analisados por Habigzang et al. (2010) apresentaram alta prevalência de TEPT, confirmando pesquisas que indicam o TEPT como um quadro com elevada manifestação em crianças e adolescentes. Apesar da utilização de instrumentos diferentes (que possuem pequenas distinções na estrutura e na forma de aplicação) em cada grupo avaliado, houve um resultado semelhante nas duas amostras, com a manifestação do diagnóstico de TEPT em aproximadamente 70% de cada amostra.

O estudo realizado por Serafim et al. (2011), teve como objetivo descrever os aspectos comportamentais e emocionais em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Mais especificamente, a amostra foi composta por 205 participantes na faixa etária de 6 a 14 anos, nos quais 130 eram meninas e 75 meninos.

Os instrumentos utilizados por Serafim et al. (2011), foram: (I) Entrevista diagnóstica, que objetivou coletar dados sobre a história do paciente; (II) Teste de Pfister, que é um instrumento de avaliação da natureza da personalidade, que pode ser utilizado a partir dos 6 anos de idade; (III) Teste de Apercepção Temática (TAT), que é uma técnica projetiva, com o objetivo de avaliar a dinâmica-emocional da personalidade; (IV) Teste de Apercepção Temática Infantil – CAT-A, no qual possui o mesmo objetivo do TAT, mas voltada para a personalidade de crianças; (V) Teste de desenho da Casa-Árvore-Pessoa, que é um instrumento projetivo de avaliação de personalidade, visando obter informações sobre como uma pessoa vivencia sua individualidade em relação aos outros.

Considerando toda a amostra de Serafim et al. (2011), os resultados apontam, por meio dos instrumentos utilizados que, independentemente do sexo da vítima, 77,6% apresentaram os seguintes aspectos afetivos e emocionais: vergonha, medo, culpa e insegurança. Além disso, os sintomas de TEPT foram identificados em 36,1% nas meninas e 29,3% nos meninos. Estes resultados corroboram com a literatura, indicando que o TEPT é um dos diagnósticos mais comuns entre as vítimas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre os 9 (nove) artigos discutidos na seção anterior, 7 (sete) realizaram um estudo de caso e 2 (dois) fizeram um estudo teórico. Dentre os que realizaram um estudo de caso, a amostra de 5 (cinco) eram do sexo feminino, a amostra de 1 (um) era do sexo masculino e, por fim, a última amostra era de ambos os sexos.

Em relação ao TEPT, muitos afirmaram que é um dos transtornos mais comuns em casos de abuso sexual infantil como, por exemplo em Hohendorff et al. (2014) e Serafim et al. (2011). Vale ressaltar que, dentre as amostras de Habigzang et al. (2008a), Habigzang et al. (2008b), Borges e Dell’Aglio (2009), Habigzang et al. (2010) a maioria das vítimas apresentava diagnóstico de TEPT. Além disso, em muitos trabalhos houve uma redução significativa na quantidade de sintomas do TEPT como, por exemplo, em Habigzang et al. (2009).

A TCC, conforme afirma Habigzang et al. (2009) tem se destacado em relação as outras formas de tratamento. Sendo assim, dentre os trabalhos selecionados, todos utilizaram a TCC e todos mostraram impacto positivo nos sintomas de TEPT em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.

Levando em conta que dentre os artigos que realizaram estudo de caso, somente 1 tratou especificamente de vítimas do sexo masculino, pode-se afirmar que há uma escassez nas pesquisas utilizando amostras masculinas. Com isso, estes dados indicam que há a necessidade de aprimorar os estudos que levam em consideração os meninos e não apenas as meninas.

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Vanessa Maria de. Tratamento psicoterápico para vítimas de abuso sexual infantil: evidências da literatura internacional. Revista Médica de Minas Gerais, v. 22, n. 2, p. 221-225, 2012. Disponível em: http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/109. Acesso em: 18 out. 2019.

ANDRADE, Ana Caroline de; BARCELOS, Lucas Gomes; SILVA, Jeann Bruno Ferreira da. Análise comparativa da eficácia de tratamentos do transtorno de estresse pós-traumático. Revista Amazônia Science & Health, v. 6, n. 2, p. 39-43, 2018. Disponível em: http://ojs.unirg.edu.br/index.php/2/article/view/2290/pdf. Acesso em: 11 out. 2019.

APA. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. São Paulo: Artmed Editora, 2014. p. 265-280.

BORGES, Jeane Lessinger et al. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) na infância e na adolescência: prevalência, diagnóstico e avaliação. Avaliação Psicológica, v. 9, n. 1, p. 87-98, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v9n1/v9n1a10.pdf. Acesso em: 14 out. 2019.

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