ESTUDO DE CASO: UMA ANÁLISE SOBRE A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA E A IMPLANTAÇÃO DO E-COMMERCE NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS DE UMA EMPRESA DE REFRIGERAÇÃO EM MANAUS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8155255


Harlison Cavalcante da Gama1
Priscila da Silva Amorim Rodrigues2
Rosiane Silva Verçosa3
Luciana Oliveira do Valle Carminé4
Sistina Pereira Souto5


RESUMO O presente trabalho tem a finalidade de fazer uma análise sobre a influência da tecnologia na implantação do E- commerce em uma Empresa de Refrigeração em Manaus. O objetivo geral busca mapear os principais fatores que mostram a influência da tecnologia nos processos da empresa em questão, visando compreender como se deu o processo da implantação do e-commerce, como a tecnologia influenciou para que a empresa alcançasse seus objetivos, quais as principais mudanças que a empresa passou durante esse processo de adaptação e o que a empresa considera como desafio para essa modalidade do E-commerce. Para realização da pesquisa utilizou-se o método qualitativo de revisão de literatura e pesquisa de campo através de entrevista com um dos gestores da empresa, onde se proporcionou uma análise mais aprofundada dos assuntos abordados, por meio da qual se conclui que, a tecnologia tem influenciado de forma positiva para o desenvolvimento da empresa, com a implantação do e-commerce a empresa otimizou seus processos, alcançou mais clientes e ganhou competitividade no seguimento de refrigeração.

Palavras-Chave: Tecnologia. E-commerce. Processos.

1. INTRODUÇÃO

O avanço e as mudanças da tecnologia têm proporcionado impactos na sociedade e nas organizações. As alterações no comportamento das pessoas e as exigências do mercado levou pequenos e grandes empreendedores a vender seus produtos e serviços online, resultando na expansão do e-commerce, trazendo praticidade e benefícios para o consumidor que pode comprar com mais comodidade sem precisar se deslocar de onde está.

Segundo Albertin (2015) o comércio eletrônico é a movimentação de toda cadeia de valores onde os processos são realizados em um ambiente eletrônico, por meio do uso da tecnologia de informação e comunicação com o intuito de alcançar objetivos nos negócios.

Com o a expansão do comércio eletrônico nos últimos anos, as empresas precisam acompanhar as novas tendências e escolher um modelo bem estruturado para atender a alta demanda e continuar no mercado. Existem várias maneiras, modelos e estratégias que essa ferramenta pode oferecer para quem busca novas alternativas de crescimento e competitividade.

A exemplo disso, pode-se citar a pandemia da Covid-19, as empresas tiveram que se reinventar para que continuassem a vender e adequar suas operações para atender a necessidade dos clientes e manter seus negócios em andamento.

Para Bertaglia (2009) o comércio eletrônico leva as negociações à um nível global e faz com que as organizações enfrentem uma competição de propensão global.

O comércio eletrônico trouxe mudanças tanto para as organizações quanto para a sociedade, e conforme pesquisadores deste mercado a tendência é continuar em expansão mesmo com o retorno das lojas físicas, pois a praticidade de poder comprar produtos pela internet e receber no conforto de casa se tornou uma grande atratividade para as pessoas.

Este estudo busca analisar quais foram os benefícios encontrados através da tecnologia para os processos e automatização dos sistemas em uma empresa de refrigeração, e como a organização reagiu frente as mudanças com a implantação do e-commerce em suas atividades.

 2. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Oliveira et. al (2004) para que um empreendimento alcance sucesso, é necessário coletar e utilizar conhecimento para criar e melhorar seus produtos e serviços, afim de que os mesmos atendam a necessidade dos clientes e agreguem valor a humanidade.

2.1 A Influência da tecnologia

Segundo Oliveira, Almeida e Trotta (2020) a tecnologia sempre esteve presente na vida do homem. O conceito de tecnologia está atrelado ao meio de sobrevivência humana, que na busca por meios de garantir a vida se aperfeiçoou em vários segmentos sociais.

Segundo Oliveira et. al (2004) vivemos em mundo com infinitas opções de tecnologia, com isso temos acesso à novas oportunidades e novos desafios. A internet por exemplo, é um meio que facilitou e multiplicou a comunicação das pessoas, assim como abriu o caminho para novas estratégias tanto para as grandes empresas que já atuavam no mercado, como para as que estavam entrando no mercado.

Pois, considera-se que:

“A tecnologia hoje é fundamental nas organizações de grande porte e é inegável que as inovações tecnológicas introduzidas nas organizações aumentaram sua produtividade, seja pelas melhorias que incorporam aos processos produtivos, seja pela racionalização da mão de obra.” (OLIVEIRA et. al, 2004, p.172)

Inovação tecnológica é quando uma ideia que parte de um desenvolvimento de um conceito científico é transformada em uma nova tecnologia (FREITAS FILHO, 2013), conforme mostra a figura 1.

Figura 1. Definição da inovação tecnológica

Fonte: Freitas Filho, 2013

Segundo Turchi (2012) o ambiente de negócios foi revolucionado pelo desenvolvimento da internet e com o surgimento desta rede mundial, o ambiente digital passou a ser visto pelas empresas como um terreno fértil a ser explorado a fim de gerar agilidade aos negócios.

Ainda conforme Turchi:

O mundo corporativo, em particular, foi e continua sendo bastante impactado pelo crescimento rápido e contínuo da internet, não só porque a rede abriu um novo canal para divulgação e comercialização de produtos e serviços para empresas de todos os tipos e portes, como as obrigou a repensar suas estratégias de marketing e a forma de se relacionar com clientes e parceiros de negócios – locais e do mundo todo (TURCHI ,2018, p. 2)

Muller e Pereira (2019) observa que, as grandes empresas estão sempre em busca de melhores resultados, novas estratégias para garantir a competitividade da empresa, mantendo a qualidade dos seus produtos e serviços e garantindo a satisfação e fidelização de seus clientes.

Para Zenone (2010) umas das especificidades do ambiente digital são as redes sociais que aumentam a proximidade entre empresas e pessoas e gera possibilidades de negócios. Dentre tais, está o comércio eletrônico(e-commerce) que é uma modalidade de comércio através de meios eletrônicos, assim as empresas podem vender produtos e serviços através de campanhas de marketing digital.

Oliveira e Abdala (2003) consideraram à época que, a relação entre empresa e consumidor tem sido afetada devido ao uso da internet. Com o passar dos anos, as pessoas já não conseguem ter tempo suficiente para fazer tudo que necessitam, fazendo com que a compra física de um produto ou serviço seja substituída por uma relação virtual.

2.3 E-commerce

Rodrigues et. al. (2021) relata que, o avanço da tecnologia e a grande evolução da internet possibilitaram o surgimento de novos modelos de negócios. A partir do momento em que foi criado um novo meio de comunicação mais simplificado e popular, as pessoas passaram a compartilhar informações e a terem a oportunidade de realizar compras e vendas, oriundo de todas essas inovações temos o comércio eletrônico.

Para Fernandes:

Comércio eletrônico (ou e-commerce) refere-se ao uso da internet para conduzir negócios. Mais formalmente, diz respeito às transações comerciais realizadas digitalmente entre pessoas físicas e organizações, entre duas ou mais empresas, ou mesmo entre indivíduos (FERNANDES, 2019, p. 12).

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-SEBRAE (2017) comércio eletrônico, é uma modalidade de comercialização de produtos ou serviços com transações financeiras através da internet, sem limites geográficos.

Com o grande avanço das inovações e informações, o comércio eletrônico também tem avançado e está em constante expansão.  Para Turban e King (2004) a internet criou um espaço digital, onde é possível romper barreiras geográficas funcionando dia após dia e proporciona aos seus usuários realizar transações rápidas de produtos ou serviços, seja entre empresa, governo e consumidores no ambiente on-line.

2.3.1 Classificações do e-commerce

Conforme o SEBRAE (2021) existem várias relações possíveis de e-commerce que podem ser classificadas de acordo com a natureza da transação entre as partes envolvidas, e o processo sempre é on-line. Os mais conhecidos são:

  • B2C (Business to Consumer) – neste tipo de e-commerce as transações comerciais são feitas entre empresa e consumidores finais.
  • B2B (Business to Business) – modelo em que a negociação é feita entre corporações (uma empresa negociando com outra empresa).
  • B2A (Businness to Administration)- modelo onde a relação comercial é realizada entre  empresas e o governo, com objetivo de melhorar a eficiência dos processos de gestão pública.
  • C2C (Consumer to Consumer)- neste modelo, a transação é realizada entre os próprios consumidores através de páginas específicas da internet.
  • C2B (Consumer to Business)- versão contrária ao modelo B2C, aqui as pessoas físicas conseguem vender para as empresas.

Além dos tipos, existem as modalidades do e-commerce (SEBRAE, 2021):

  • Mobile Commerc- comércio eletrônico através de aplicativos em dispositivos móveis.
  • Social Commerc- comércio eletrônico onde a compra e venda é feita por meio das redes sociais.
  • Television Commerc- comércio eletrônico através de aparelhos de televisão digital.
  • Dropshipping- modalidade onde não há necessidade de estoque e logística, pois os serviços são terceirizados para o fabricante.

2.3.2 Benefícios do e-commerce

Os benefícios do comércio eletrônico podem ser extensos e cada vez mais aprofundados, pois conforme citado anteriormente está em constante expansão.

Para Turban e King (2004) em toda história da humanidade, o comércio eletrônico é a inovação que mais trouxe benefícios para as organizações, assim como para a sociedade e consumidores.

Para as organizações:

  • expansão no mercado;
  • redução significativa de custos;
  • melhora nos processos e nos negócios.

Para a sociedade:

  • melhorias no padrão de vida;
  • elevado número de ofertas e serviços.

Para o consumidor:

  • Maneiras de interagir: comercial e social;
  • Conveniências, velocidades e baixo custo.

Ainda segundo Turban e King (2004) vários fatores: econômico, tecnológico e social criaram um ambiente de alta competitividade onde o consumidor cada vez mais adquire poder, fatores que estão sempre mudando e muitas vezes de maneira inesperada.

Diante de um mercado em constante evolução, observa-se que as empresas e consumidores tem muitas possibilidades para se beneficiar.

Conforme afirma Campos e Goulart:

Inicialmente, na internet, vendiam-se livros, músicas, brinquedos, produtos eletrônicos e passagens aéreas. Hoje, vende-se de tudo, incluindo apartamentos, carros, terrenos, cursos à distância, e, principalmente, produtos do mercado de nicho, ou seja, aqueles tão específicos que dificilmente teríamos acesso se não fosse por meio do comércio eletrônico, seja em função da produção em baixa escala ou do seu alto grau de diferenciação. (CAMPOS; GOULART, 2021, p. 14).

Mesmo depois da pandemia do Covid-19 onde as empresas tiveram que fechar suas lojas físicas e se reinventar no mercado, o retorno das vendas física não parou as vendas on-line, fazendo assim o e-commerce continuar avançando. (MULLER E PEREIRA, 2019).

No constante crescimento e competitividade deste mercado, é possível aderir a novas tendências como: buscas dinâmicas- tornar compras mais interativas, de acordo com a necessidade do cliente; o Omnichannel– integra loja física, virtual e compradores; LGPD- lei geral de proteção de dados, que protege a pessoa física do uso indevido de seus dados; e um processo logístico perfeito- necessário para se manter no mercado que está em constante desenvolvimento. (E-commerce Brasil, 2022).

Conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em 2022 o país chegou a ter um faturamento de R$169,59 bilhões do e-commerce Brasil. E em 2023 continua tendo um crescimento exponencial, colocando o país entre os melhores players do mercado. Conforme figura 2.

Figura 2. Faturamento do E-commerce Brasil 2022

Fonte: ABComm

Ainda segundo informações da ABComm, a expectativa é que a tendência do crescimento do e-commerce continue nos próximos anos e até 2027 a previsão de pedidos feitos pelos consumidores chegue a 500 milhões. Conforme figura 3.

Figura 3. Previsão de pedidos

Fonte: ABComm

Conforme afirma Chaffey (2014) quem tem as maiores oportunidades de usar as tecnologias digitais para uma competitividade eficaz são as organizações que monitoram, entendem e respondem adequadamente as mudanças no mercado on-line em que atuam.

3.MATERIAL E MÉTODOS

Neste tópico será apresentada a metodologia que foi utilizada para realizar a pesquisa, com base no tema e objetivos propostos. A finalidade da pesquisa classifica-se em básica ou pura, descritiva e exploratória e bibliográfica, com abordagem qualitativa e método hipotético dedutivo.

De acordo com Andrade (2010), a pesquisa pura tem como objetivo o desejo de adquirir conhecimento sobre determinado assunto.

Quanto aos objetivos da pesquisa, abordagem e método, entende-se que, a pesquisa descritiva permiti ao pesquisador observar os fatos, analisar, registrar e interpretar sem interferir neles. A pesquisa exploratória proporciona maiores informações sobre determinado assunto. O método hipotético dedutivo não se limita a generalização empírica. (ANDRADE, 2010).

Tendo em vista uma descrição mais detalhada dos objetivos, foi adotado como procedimento da pesquisa o estudo de caso. Segundo Nascimento (2012), o estudo de caso proporciona um conhecimento mais amplo e profundo das características de um assunto ou problema.

O estudo foi realizado em uma empresa do ramo do varejo que atua no mercado de refrigeração, na cidade de Manaus – AM.

A empresa atua no mercado brasileiro há 57 (cinquenta e sete) anos, e é líder no segmento de refrigeração, climatização e eletro, estar presente em 16 (dezesseis) estados do Brasil, com suas lojas físicas e dispõe de centro de distribuição nas principais regiões do país.

Na cidade de Manaus a empresa possui uma loja, que fica localizada em um bairro comercial da cidade onde foi realizado o estudo assim como a coleta dos dados da pesquisa.

Para a obtenção de dados do estudo de caso, utilizou-se além da pesquisa bibliográfica a pesquisa de campo por meio de entrevista.

Segundo Andrade (2010), nas técnicas especifica da pesquisa de campo estão integradas o rol da documentação direta sendo elas, a observação direta e a entrevista.

Conforme já mencionado, para a coleta de dados foi realizado uma entrevista com um dos gestores da empresa estudada.

Através das respostas coletadas na entrevista, obteve-se o levantamento das informações para a discursão dos resultados que se dar a seguir.

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na aplicação da entrevista o primeiro questionamento feito ao gestor foi sobre como é organizado o sistema de distribuição logística da empresa, e quais são as etapas. O entrevistado respondeu a esta pergunta explicando que, existe alguns Centros de Distribuição (CDs) e lojas chaves, onde a maior parte das compras são feitas para os Centros de Distribuição (CDs) e depois distribuídas para as lojas regionais, sendo que, em alguns estados em que a empresa não tem Centro de Distribuição e quando há  uma isenção fiscal favorável, a distribuição  é feita direta para a loja, já concernente a parte das entregas o mesmo respondeu que a empresa contrata o serviço de empresas terceirizadas.

Visando aprofundar as questões pertinentes a influência da tecnologia, foi perguntado ao gestor, se os avanços da tecnologia influenciaram na otimização dos processos e melhoria dos sistemas, e sobre o assunto o respondente afirmou que sim, o avanço da tecnologia contribuiu ao longo dos anos em que a empresa foi se desenvolvendo tecnologicamente por etapas, ou seja, antes do e-commerce a empresa não vendia todos os itens que vende hoje, a venda não ocorria por todas as lojas, e com o avanço tecnológico foi possível a empresa desenvolver-se e expandir em vendas assim como, desenvolver novos canais e divulgar ainda mais a sua marca.

Quando perguntado sobre o processo de implantação do e-commerce, quando começou e há quanto tempo a empresa trabalha nesse formato, o entrevistado explicou que, a implantação do e-commerce na empresa começou há cinco anos atrás, e foi um processo que se desenvolveu lentamente e por partes.

Acrescentou ainda que, no início a empresa não vendia todos os itens que vende atualmente, as vendas não ocorriam por todos os portais e nem havia uma uniformidade de vendas em todas as lojas, o site que a empresa tinha anteriormente não mostrava produtos, nele continha somente informação da empresa e sua história, depois a empresa começou com um site que só vendia um tipo de produto (ar-condicionado), e ao perceber o crescimento da demanda por produtos pela internet, a empresa começou a desenvolver mais canais de atendimentos digitais, hoje a empresa dispõe de um site muito mais completo e também o aplicativo onde o cliente pode finalizar a compra sem sair de casa além das opções pelas redes sociais como instagram e facebook.

Também foi levantado o questionamento sobre a adaptação da empresa aos avanços tecnológicos, se houve alguma tomada de decisão que a empresa teve que fazer para se adequar aos novos canais de distribuição que envolve o comercio eletrônico. Sobre essa indagação o entrevistado destacou duas grandes mudanças pela qual a empresa precisou passar, a primeira foi em relação aos processos logísticos que até então a maioria desses processos eram manuais e passaram a ser mais digitais, novos investimentos foram feitos em tecnologias que tornaram os processos mais otimizados, a outra mudança na qual a empresa teve que atuar foi na parte de desenvolvimento dos colaboradores frente aos novos processos, a empresa passou a treinar os colaboradores até que esses consigam engajar nos atendimentos de uma nova fatia de mercado que anteriormente a empresa não atendia que é o público de clientes que compram pela internet, esses treinamentos são contínuos para que os mesmos possam acompanhar e se adaptar a cada atualização que acontece no processos da empresa.

Outra pergunta feita ao entrevistado foi sobre os aspectos positivos e aspectos negativos que a empresa avalia com a implantação do e-commerce. Sobre esse questionamento o entrevistado destacou como aspecto positivo o aumento na quantidade de clientes alcançados, gerou mais oportunidade de emprego, assim como o aumento da receita e lucro o que possibilitou a empresa investir mais em marcas próprias, sem falar nas vantagens competitivas que a empresa hoje possui, sendo a maior no segmento de refrigeração a nível Brasil.

Sobre os aspectos negativos o entrevistado respondeu que, o maior desafio é o cuidado e preocupação com a imagem da empresa, pois uma vez que o cliente fica insatisfeito com um atendimento ele tem a facilidade de expor a empresa e a situação por meio dos canais digitais e essa situação vai chegar a um número muito maior de outros clientes que podem ser influenciados a ter uma visão negativa da empresa, e com isso afetar a sua decisão de escolha, assim ressalta essa agilidade da internet em expandir a insatisfação do cliente como uma desvantagem para o comércio eletrônico.

Quando perguntado se houve resistência na aceitação dos novos processos, o gestor respondeu que a resistência ainda acontece, e que é principalmente por parte de clientes que ainda não aderiram as ferramentas tecnológicas, alguns desses clientes tem dificuldades de acesso a internet e outros são limitados quanto aos recursos tecnológicos. Outra resistência enfrentada no início da implantação o e-commerce foi de alguns funcionários que por já estarem a mais tempo na empresa tinham dificuldades de aderir aos novos processos e diante disso a empresa aplicou os treinamentos para a reciclagem e capacitação de seu time de colaboradores.

Outra pergunta muito pertinente ao assunto foi sobre a Pandemia da Covid 19, como a empresa caminhou com as vendas e se o e-commerce favoreceu para empresa continuar seus atendimentos, segundo o gestor entrevistado, no período de Pandemia a empresa continuou a atender, porém de portas fechadas, não havia fluxo de pessoas nas lojas então  o time de vendas adotou uma nova postura que favoreceu a empresa que antes era passiva só recebia o cliente, passou a ser mais ativa,  a ir até o cliente, a empresa desenvolveu indicadores que passaram a medir quantos clientes estavam sendo prospectados através do time de telemarketing.

Em resumo entende-se que no período de pandemia o e-commerce proporcionou para a empresa, um desenvolvimento que esta ainda não havia alcançado.

De acordo com as indagações respondidas na entrevista, pode-se observar o quanto a empresa estudada tem crescido, e como a tecnologia e o e-commerce têm influenciado nesse crescimento.

5.CONCLUSÃO

Com o avanço tecnológico, os processos tendem a se tornar cada vez mais importantes para o desenvolvimento das empresas. A sociedade também vive essa transformação, a cada dia que passa as novas ferramentas tecnológicas têm se consolidado na rotina das pessoas e a busca pelas oportunidades do mercado digital vem ganhando grandes proporções.

O e-commerce é uma realidade que tem se desenvolvido ao longo dos anos, é tido como um dos segmentos que mais avançou trazendo vantagens diversas para as organizações.

Desta forma, conclui-se, que o processo de implantação do e- commerce foi importante para o desenvolvimento da empresa cujos dados foram coletados durante a pesquisa, bem como, o aumento no alcance de clientes; receita e lucro da empresa; oportunidades de emprego e vantagens competitivas. A utilização do Comércio Eletrônico no período da Pandemia, merece destaque, pois permitiu que a empresa se desenvolvesse de uma forma que não foi possível antes do período pandêmico, com desenvolvimento de indicadores que passaram a medir a quantidade de clientes prospectados, proporcionando opções de negócios e resultados positivos em um cenário totalmente desfavorável para as vendas nas lojas físicas. Embora ainda aconteça muita resistência na aceitação desse novo sistema por parte dos clientes que ainda não aderiram às ferramentas tecnológicas e não possuem acesso à internet, constatou-se durante a pesquisa que a implantação do e-commerce se deu de forma exitosa e foi possível somente com a realização de mudanças em todos os processos da empresa. Cabe destacar ainda, que o treinamento recebido pelos colaboradores foi de suma importância para adequar os novos canais de distribuição que envolve o comércio eletrônico, tornando a empresa a maior no segmento de refrigeração a nível Brasil.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABCOMM. Faturamento do e-commerce no Brasil. Associação brasileira de comércio eletrônico. 2022. Disponível em: https://dados.abcomm.org. Acesso em: 25 jun.2023.

ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: Modelo, aspectos e Contribuições de sua aplicação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a metodologia do trabalho Cientifico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. Ed. São Paulo: Atlas,2010.

ANDRADE, Marta Cleia Ferreira de; SILVA, Nayara Taiz Gonçalves da. O Comércio Eletrônico (E-commerce): Um estudo com Consumidores. Revista Perspectiva em Gestão e Conhecimento. v.7, n.1, p. 98-111, 30 jun. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgs/issue/view/1773. Acesso em 07 jun. 2023.

BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

CAMPOS, Alexandre de; GOULART, Verci Douglas Garcia. Técnicas de Vendas e E-commerce. São Paulo: Érica, 2021.

CHAFFEY, Dave. Gestão de e-business e e-commerce: estratégia, implementação e prática. 1ª Ed. Rio de janeiro: Elsevier 2014.

E-COMMERCE BRASIL. Impulsionada pela pandemia, expansão do e-commerce chega a 40% ao ano.E-commerce Brasil.2020. Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/impulsionada-expansao-ecommerce-coronavirus. Acesso em: 25 jun. 2023.

FERNANDES, Marcelo Eloy. Negócios eletrônicos. 2. ed. São Paulo: PEARSON, 2019.

FREITAS FILHO, Fernando Luiz: Gestão da Inovação: Teoria e prática para implantação. São Paulo: Atlas,2013

MULLER, E.P; PEREIRA, S.C. Estudo de caso: Implementação do e-commerce em uma empresa do varejo supermercadista. Revista de Administração de Empresas Eletrônicas-RAEE. n.16, p. 200-220, 15 mar. 2022. Disponível em: https://seer.faccat.br/index.php/administracao/issue/view/100. Acesso em: 23 jun. 2023.

NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Elaboração de projetos de pesquisa: monografia, dissertação, tese e estudo de caso, com base em metodologia científica. São Paulo: Learning, 2012.

OLIVEIRA, M.; ABDULA, E. A. Tecnologias da internet: casos práticos em empresas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

OLIVEIRA, O. J. et. al. Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Thompson Pioneira, 2004.

OLIVEIRA, Sabrina Guedes; ALMEIDA, Veronica Eloi de; TROTTA, Leonardo Monteiro. As tecnologias e o mundo globalizado: reflexões sobre o cotidiano contemporâneo. Revista Educação Pública. v. 20, nº 2, 14 de janeiro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/2/astecnologias-e-o-mundo-globalizado-reflexoes-sobre-o-cotidiano-contemporaneo. Acesso em: 3 jul. 2023.

SEBRAE. Informe de mercado e-commerce. SEBRAE. 2017. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/PA/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/Ebook-Ecommerce.pdf.  Acesso em: 25 jun. 2023.

SEBRAE. O E-commerce é indispensável para o seu negócio. SEBRAE. 2021. Disponível em: https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-e-commerce-e-indispensavel-para-o-seu-negocio,2502fc64977e9710VgnVCM100000d701210aRCRD#:~:text=Raz%C3%B5es%20para%20aderir%20ao%20e,novos%20consumidores%20para%20sua%20marca. Acesso em 7 jul. 2023.

TURBAN, Efraim; KING, David. Visão geral do comércio eletrônico. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012.

_______________. Estratégias de marketing digital e e-commerce. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

ZENONE, L. C. Marketing de relacionamento: tecnologia, processos e pessoas. São Paulo: Atlas, 2010.


1Graduando de Pós-Graduação em MBA em Gestão de Logística e Supply Chain pelo Centro Universitário FAMETRO
E-mail: e-gamacavalcante2014@icloud.com
ORCID: 0009-0007-2777-1226
2Graduanda de Pós-Graduação em MBA em Gestão de Logística e Supply Chain pelo Centro Universitário FAMETRO
E-mail: priammorim25@icloud.com
ORCID: 0009-0009-1649-4539
3Graduanda de Pós-Graduação em MBA em Gestão de Logística e Supply Chain pelo Centro Universitário FAMETRO
E-mail: rosiane_vercosa@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-8325-8949
4Orientador: Professora do Centro Universitário Fametro e Mestre em Engenharia de Produção
E-mail:lucianadovalle@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0008-3525-8278
5 Co-orientador: Professora e Especialista em Docência do Ensino Superior do Centro Universitário Fametro
E-mail:sistinasouto@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0006-7857-9296