COMPARATIVE STUDY BETWEEN MIKANIA GLOMERATA (GUACO) AND AMBROXOL BRONCHODILATOR SYRUPS: A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10205224
Anne Caroline Nogueira de Oliveira1
Gustavo Braz Vale de Souza2
Vanessa Castro de Oliveira3
Rodrigo Queiroz de Lima4
Resumo
Os xaropes broncodilatadores desempenham um papel importante no tratamento das doenças respiratórias, ajudando no alívio dos sintomas como tosse, insuficiência respiratória, chiado no peito e congestão nasal. Logo, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a eficácia de dois xaropes broncodilatadores, um fitoterápico e o outro sintético, respectivamente, Mikania glomerata Sprengel (guaco) e o Ambroxol, para o tratamento de doenças respiratórias. Os objetivos específicos: relatar evidências cientifica sobre a eficácia dos xaropes broncodilatadores; comparar a ação farmacológicas dos respectivos xaropes, M. glomerata e o Ambroxol; e enfatizar os possíveis efeitos colateriais desses xaropes. Como resultados, observou-se que ambos são eficazes para aliviar sintomas como tosse, melhoria na respiração e facilitação da eliminação de secreções. O guaco, um fitoterápico, age como expectorante estimulando a produção de muco menos viscoso, enquanto o Ambroxol torna o muco mais fluido, além de possuir propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Em relação aos efeitos colaterais, o guaco apresenta menos incidência de reações adversas, geralmente limitadas a alergias cutâneas. Por outro lado, o Ambroxol pode causar efeitos leves e temporários, como dor de cabeça, náuseas e distúrbios gastrointestinais. Portanto, este estudo fornece evidências científicas que respaldam a eficácia de ambos os xaropes broncodilatadores, guaco e Ambroxol, no tratamento de doenças respiratórias. Suas ações farmacológicas diferem, com o guaco atuando como um expectorante, enquanto o Ambroxol age como mucolítico. A escolha entre esses xaropes deve ser orientada pela condição clínica do paciente e recomendações médicas.
Palavras-chave:Ambroxol. Broncodilatador. Guaco. Mikania glomerata. Xarope.
1 INTRODUÇÃO
As doenças respiratórias são enfermidades que atingem os órgãos e as estruturas do sistema respiratório, afetando as vias nasais, faringe, laringe, brônquios, traqueia, diafragma, pulmões e alvéolos pulmonares (Teófilo et al., 2021). Conforme Melo (2018), essas doenças podem ser causadas aos indivíduos por vírus, bactérias, fungos e até mesmo, por alergias.
Nesse contexto, os xaropes broncodilatadores desempenham um papel importante no tratamento dessas doenças respiratórias, ajudando no alívio dos sintomas como tosse, insuficiência respiratória, chiado no peito e congestão nasal. Esses medicamentos têm a capacidade de relaxar como vias aéreas, facilitando a passagem do ar e efetivamente a praticantes do paciente (De Menezes Filho et al., 2022).
Ao promover a broncodilatação, os xaropes broncodilatadores ajudam a reduzir o estreitamento das vias respiratórias, permitindo um fluxo de ar mais adequado nos pulmões. Isso contribui para diminuir a sensação de falta de ar, melhorar a oxigenação dos tecidos e reduzir a frequência e intensidade das crises de dispneia. Além disso, esses xaropes podem auxiliar no controle das inflamações presentes nas vias aéreas, aliviando a procura e a produção excessiva de muco (De Menezes Filho et al., 2022).
Os principais xaropes broncodilatadores são Ambroxol e a Mikania glomerata, um de origem sintética e outro fitoterápica. A Mikania glomerata Sprengel conhecida popularmente por “guaco, guaco-de-cheiro, guaco-liso, guaco-trepador” está sendo, a principal planta medicinal utilizada em especial pela população brasileira, na sua forma de xarope indicado como expectorante e broncodilatador. Assim, são extremamente benéficas ao tratamento da asma, a qual caracteriza-se por obstrução e inflamação das vias aéreas e, resposta broncodilatadora exagerada (Souza et al., 2022).
Estudos relatam que o guaco age diretamente causando broncodilatação e relaxamento da musculatura lisa respiratória, o que pode estar relacionado ao bloqueio dos canais de cálcio, acompanhado de ações anti-inflamatória e antialérgica (Coutinho et al., 2020). Estudos fitoquímicos evidenciam para M. glomerata a classe das cumarinas, com potencial ação fitoterápica, fazendo parte da lista de medicamentos utilizados no tratamento de doenças respiratórias como a asma (Souza et al., 2022).
O ambroxol é um produto de venda livre, considerado um agente mucoativo e tem sido amplamente utilizado para tratar doenças respiratórias agudas e crônicas desde 1978 (Kantar et al., 2020), o ambroxol tem seu uso bem tolerado em crianças e adultos, com distúrbios
broncopulmonares agudos e crônicos, por conta da sua terapia secreolítica, em vários pacientes pediátricos, ele demonstra grande benefícios tendo em vista parametros expectoração do muco.
Segundo Cazan et al. (2018) o ambroxol é um agente secretolítico e mucoativo de venda livre amplamente utilizado, principalmente no tratamento de doenças respiratórias associadas ao muco viscoso. O ambroxol alivia os sintomas da tosse com base nos efeitos secretagogos, anti-inflamatórios, antioxidantes, antibacterianos, antivirais imunomoduladores e anestésicos locais (Kardo et al., 2018.).
A relevância acadêmica desse estudo reside na contribuição para a literatura científica existente, fornecendo uma revisão sistemática atualizada sobre a eficácia de xaropes broncodilatadores de origem fitoterápica e sintética. A comparação entre o Guaco e o Ambroxol permitirá uma avaliação abrangente das propriedades farmacológicas desses agentes terapêuticos, destacando suas similaridades e diferenças. Essa análise comparativa pode ser de grande utilidade para profissionais de saúde, farmacêuticos, pesquisadores e acadêmicos que buscam informações embasadas para a tomada de decisões clínicas e a realização de estudos futuros.
E no que tange a relevância social dessa pesquisa, considerando a alta prevalência de doenças respiratórias na população, têm um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos, afetando sua capacidade de respirar adequadamente e comprometendo suas atividades diárias. Portanto, a busca por tratamentos eficazes e seguros, como os xaropes broncodilatadores, é de extrema importância para melhorar o bem-estar e a saúde respiratória das pessoas.
Ao enfatizar os potenciais efeitos colaterais dos xaropes fitoterápicos e sintéticos, a pesquisa também proporcionará uma visão abrangente dos aspectos de segurança desses medicamentos. Essa informação é essencial para profissionais de saúde, pacientes e usuários em geral, permitindo uma escolha consciente e informada dos tratamentos, considerando tanto a eficácia quanto a segurança.
Diante disso, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a eficácia de dois xaropes broncodilatadores, um fitoterápico e o outro sintético, respectivamente, Mikania glomerata Sprengel (guaco) e o Ambroxol, para o tratamento de doenças respiratórias. Os objetivos específicos: relatar evidências cientifica sobre a eficácia dos xaropes broncodilatadores; comparar a ação farmacológicas dos respectivos xaropes, Mikania glomerata e o Ambroxol; e enfatizar os efeitos colateriais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Xaropes Broncodilatadores
Os xaropes broncodilatadores pertencem a uma classe de medicamentos conhecidos como broncodilatadores, que são subdivididos em dois tipos principais: beta-2 agonistas, que atuam estimulando os receptores beta-2 nas vias aéreas, relaxando os músculos e resultando em uma dilatação das vias aéreas, o que permite um fluxo de ar mais eficaz; e os anticolinérgicos, que bloqueiam a ação do neurotransmissor acetilcolina, que causa constrição das vias aéreas, promovendo assim o relaxamento e a abertura das mesmas (Almeida et al., 2018).
De acordo com Vale et al. (2018), os xaropes broncodilatadores desempenham um papel fundamental no tratamento de distúrbios respiratórios, oferecendo alívio para pessoas que enfrentam condições como asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica. Assim, esses medicamentos são formulados para relaxar os músculos das vias aéreas, facilitando a respiração e melhorando a capacidade pulmonar, tornando-se uma parte essencial do arsenal terapêutico para pacientes com problemas respiratórios, permitindo-lhes viver uma vida mais ativa e confortável.
O uso de xaropes broncodilatadores é especialmente benéfico durante crises agudas de problemas respiratórios, quando um paciente está enfrentando uma exacerbação de asma ou bronquite, por exemplo, os broncodilatadores de ação rápida podem ser administrados para aliviar imediatamente os sintomas, proporcionando alívio à falta de ar e à sensação de aperto no peito. Esses medicamentos também são frequentemente usados como parte da terapia de manutenção, ajudando a prevenir o estreitamento das vias aéreas e minimizando o risco de crises (Vale et al., 2018).
É importante ressaltar que, embora os xaropes broncodilatadores proporcionem alívio sintomático, eles não são tratamentos definitivos para distúrbios respiratórios crônicos. O tratamento a longo prazo geralmente envolve uma abordagem multifacetada, que inclui educação sobre a condição, controle ambiental, medicações anti-inflamatórias e, em alguns casos, mudanças no estilo de vida. Contudo, como acontece com qualquer medicamento, os xaropes broncodilatadores podem ter efeitos colaterais e interações medicamentosas (Almeida et al., 2018).
Portanto, os xaropes broncodilatadores desempenham um papel vital no manejo de distúrbios respiratórios, proporcionando alívio imediato e melhorando a qualidade de vida dos pacientes, representando uma ferramenta valiosa no cuidado de pessoas com condições como
asma e bronquite, permitindo-lhes respirar com mais facilidade e desfrutar de uma vida ativa e produtiva. Todavia, maior parte desses xaropes são consumidos diariamente sem orientações de um profissional da saúde, dentre diversos xaropes, o fitoterápico Mikania glomerata (Guaco) e o sintético ambroxol, são líderes de vendas e possuem características ao combate a tosse, expectoração do excesso do muco e são broncodilatadoras, auxiliando em doenças respiratórias agudas e crônicas.
2.2 Mikania glomerata (Guaco)
A Mikania glomerata (guaco) é usado na cultura popular há séculos devido às propriedades das folhas, que incluem ação tônica, depurativa, antipirética e broncodilatora, além de estimulante do apetite e antigripal. É ainda empregada no tratamento da asma, bronquite e adjuvante no combate à tosse (Czelusniak et al., 2012).
Dentre os metabólitos encontrados no Guaco se destacam a cumarina e o ácido caurenoico pelas ações farmacológicas, tais como anti-inflamatória e expectorante. Acredita-se que o ácido caurenoico tenha a propriedade de inibir o crescimento de Staphylococcus aureus e Candida albicans, podendo ser este, juntamente com o ácido cinamolgrandiflórico os responsáveis pela atividade antibiótica (Soares et al., 2006).
A espécie Mikania glomerata Sprengel, é muito utilizada na medicina popular na forma de xaropes, para tratamento de “afecções pulmonares” devido ao seu efeito broncodilatador. Como mencionado acima a cumarina (1,2-benzopirona), é um dos principais constituintes da Mikania glomerata, que apesar de serem conferidas a várias indicações terapêuticas populares, somente a ação broncodilatadora, antitussígena, expectorante e edematogênica sobre as vias respiratórias foram comprovadas (Silva et al., 2008; Carvalho et al., 2008).
Contudo, apesar de estas espécies serem conhecidas desde tempos remotos, existem poucos estudos visando preparar produtos padronizados que garantam produção uniforme, doses eficazes e estabilidade dessas espécies. Para a potencialização do xarope de guaco, estudos apontam que deve ser preparado pela adição da tintura ao xarope simples a quente. (Teófilo et al., 2021).
O xarope e a solução oral são as principais formas de dispensação de produtos com extrato de M. glomerata, onde em ensaios biológicos e clínicos, é observada efetiva estabilidade e comprovada ação farmacológica, tendo sido incluídos na Portaria nº. 3.237 de 24 de dezembro de 2007, para a assistência farmacêutica na atenção básica em saúde pública, bem como, inserido na lista de referência de medicamentos e insumos farmacêuticos complementares.
Sendo hoje utilizadas em grande escala em municípios brasileiros como medicamento fitoterápico incluso na rede de saúde pública primária (Gribner; Rattmann; Gomes, 2019; Piraniet al., 2020).
No estudo de Fraga e Borges (2020), os pesquisadores descrevem onde todos os fitocomponentes de M. glomerata que possuem atividades biológicas são absorvidos pelo trato gastrointestinal, na barreira hematoencefálica e no sistema respiratório. Ainda neste estudo, os autores elegeram a cumarina como druglikeness, por apresentar melhor e maior potencial de interação ao sítio ativo do receptor muscarínico M3, o docking da cumarina ancora à molécula bloqueando a atividade parassimpatolítica que desencadeia uma eficiênte atividade broncodilatadora.
Ressalta-se ainda no estudo de Czelusniak et al. (2012) relatos que essas respostas promovidas por M. glomerata, tanto anti-inflamatórias, antialérgicas e expectorantes, ocorrem devido a ação da cumarina 1,2-benzopirona e do ácido caurenóico. Concluem que, a ação broncodilatadora da cumarina se dá por sua ação bloqueadora dos canais de cálcio, causando o relaxamento positivo da musculatura lisa dos brônquios.
A Mikania glomerata ainda está incluída na Instrução Normativa (IN) nº 2/2014, que se refere à lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado (Ministério Saúde, 2018). E no ano de 2006 foi incluído seu acesso aos medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais nas redes de saúde pública pelo Ministério da Saúde. Deste modo se pôde ampliar o seu acesso, pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, tendo como um dos objetivos principais obter o uso seguro e racional para a população (Silva, 2014).
2.3 Ambroxol
O ambroxol encontra-se disponível sob muitas formas de apresentação, sólidas, líquidas, comprimidos, cápsulas de libertação prolongada, xarope e solução injetável. Para as crianças é aconselhado um xarope pediátrico como primeira escolha (CFF, 2016).
É utilizado principalmente por via oral, como expectotrante, para fluidificar o muco e assim torná-lo mais fácil de ser eliminado em pacientes com doenças agudas ou crônicas nos pulmões ou nas vias respiratórias (European Medicines Agency, 2016).
O ambroxol tem características lisossomotrópicas, no qual interagem se acumulando no interior dos endossomos tardios e lissomos, sendo assim, podendo evitar a multiplicação de diversos vírus, possuindo uma ampla gama de propriedades com efeitos anti-inflamatórios. Os efeitos antivirais do ambroxol são comprovados, além da regulação do muco e dos efeitos
anestésicos locais, possuindo além disso uma ação estimuladora única na secreção de surfactante pelas células alveolares tipo II, o principal alvo do SARS-CoV-2. O surfactante pode formar um mecanismo de defesa fundamental contra o vírus (Alkotaji, 2020).
O ambroxol que, por exemplo, é um mucocinético e expectorante que teria propriedades anti-biofilme, sendo utilizado também para profilaxia. Ele atua através da inibição da atividade dos neutrófilos exercendo efeitos anti-inflamatórios e contribui para a melhora do clerance mucociliar, pois interfere nos canais iônicos presentes no epitélio pulmonar (Cataldiet al., 2014).
3 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa trata-se de Revisão Sistemática, na qual, foram coletados artigos com bases de dados publicados em plataformas científicas: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Scielo, PubMed e Google Acadêmico. Os descritores designados para a pesquisa em inglês foram: Syrup, mikania glomerata and Ambroxol. Utilizando os descritores designados em português: xarope, mikania glometara e Ambroxol.
Inicialmente, foi realizada análise do título e leitura do resumo observando o tema controle de qualidade de formas farmacêuticas líquidas, em foco a Mikania glomerata (guaco) e o Ambroxol onde foram encontrados 532 artigos. os estudos foram selecionados para leitura na íntegra observando informações pertitentes à presente revisão sistemática.
Como critério de inclusão foram considerados artigos publicados entre 2018 e 2023, cujo idiomas são tanto em português, quanto em inglês. No que tange os critérios de exclusão, foram exclusos os artigos que não abordam o tema pesquisado, repetidos, insuficiência de dados e que não se enquadravam ao objetivo da pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos foram 11 artigos nas bases BVS, Scielo e PubMed, referente aos anos de 2018 a 2023, conforme disposto no quadro 1, seguem todos os artigos selecionados para discussão:
Quadro 1 – Artigos encontrados para discussão dos resultados
N | TÍTULO | AUTOR (ES)/ ANO | BASE DE DADOS | OBJETIVO |
1 | Ação broncodilatadora de Mikania glomerata | MENEZES FI- LHO; SOUZA; | BVS | Realizar uma análise sistemática sobre a ação broncodilatadora de Mikaniaglomerata em |
Sprengel (guaco) em pa- cientes com asma. | PORFIRO (2022) | pacientes com asma, através dos princípios ati- vos presentes nesse vegetal. | ||
2 | O Uso da Mikania glome- rata no Tratamento Alter- nativo para Doenças Res- piratórias: Revisão de li- teratura | TEÓFILO; UHLMANN (2021) | BVS | Identificar na literatura, a importância do o uso da MikaniaGlomerata como uma alternativa para o tratamento respiratório, mostrando a importân- cia de sua indicação. |
3 | Estudo de estabilidade acelerada de xarope fito- terápico | PIRANI et al. (2020) | BVS | Realizar o estudo de estabilidade acelerada de um xarope fitoterápico que está na etapa de de- senvolvimento farmacotécnico por uma empresa localizada no município de Santos (SP). |
4 | Mikania glomerata Spreng. (Asteraceae): seu uso terapêutico e seu po- tencial na pandemia de COVID-19 | SOUZA, et al. (2022) | BVS | Avaliar as propriedades terapêuticas do Guaco e seu respectivo uso na pandemia de COVID-19 |
5 | Medicamentos Fitoterápi- cos mais comercializados de 2020 a 2021 em uma drogaria situada em Ma- naus – AM – Brasil | CAMPOS; NASCIMENTO; SILVA (2021) | BVS | Analisar os fitoterápicos que foram mais vendi- dos entre setembro de 2020 e setembro de 2021 em uma drogaria da cidade. |
6 | O uso de Mikania glome- rata Spreng. (Guaco) no tratamento de alergia res- piratória – uma revisão in- tegrativa | SOUSA et al. (2023) | BVS | Avaliar o potencial de uso da Mikaniaglomerata no tratamento de alergia respiratória, a qual o me- canismo imunológico envolvido é mediado por anticorpos da classe IgE, e os principais fatores que agravam o quadro alérgico são chamados de alérgenos, como a poeira doméstica, pelos de animais, mofo e pólen. |
7 | Uma visão geral da eficá- cia e segurança do am- broxol para o tratamento de doenças respiratórias agudas e crônicas com atenção especial para cri- anças | KANTAR, et al. (2020) | Pubmed | Fornecer uma visão geral das evidências clínicas disponíveis sobre o uso de ambroxol em crianças com doenças respiratórias agudas e crônicas. |
8 | Azitromicina e ambroxol como potencial farmaco- terapia para SARS-CoV- 2 | ALKOTAJI (2020) | Pubmed | Destacar o potencial da azitromicina e do ambro- xol para tratar o COVID-19. |
9 | Ambroxol para o trata- mento de COVID-19 en- tre pacientes hospitaliza- dos: um estudo de coorte retrospectivo multicên- trico | LU, et al. (2022) | Pubmed | Estudar a associação entre o uso de ambroxol e resultados clínicos entre pacientes hospitalizados de infecção por COVID-19. |
10 | O cloridrato de ambroxol inibe a interação entre o domínio de ligação do re- ceptor da proteína Spike de coronavírus 2 da sín- drome respiratória aguda grave e o ACE2 humano recombinante | OLALEYE; KAUR; ONYE- NAKA (2020) | BVS | Avaliar os efeitos da AMB e de seu progenitor, BHH, na interação entre o ACE2 humano re- combinante (rhACE2) e o RBD da proteína S do SARS-CoV-2. |
11 | Caracterização de perfis diferenciais de pacientes e respostas terapêuticas de clientes de farmácia para quatro formulações de ambroxol | KARDOS, P., BEEH, KM., SENT, U. et al. (2018) | LILACS | Explorar perfis diferenciais de pacientes e eficá- cia contra sintomas respiratórios agudos de qua- tro formulações registradas como medicamentos de ambroxolde venda livre. |
O xarope de Mikania glomerata Sprengel, popularmente conhecido como guaco, e o Ambroxol são dois tipos de xaropes amplamente utilizados para tratar condições respiratórias. Enquanto o guaco é um fitoterápico extraído de uma planta, o Ambroxol é um xarope de origem sintética.
Para tanto, de acordo com Menezes Filho, Souza e Porfiro (2022) os principais princípios ativos presentes em Mikania glomerata são as cumarinas, que atuam como broncodilatadores das vias respiratórias. Elas podem agir através da ação docking molecular sobre receptor muscarínico M3 ou através do bloqueio dos canais de cálcio, promovendo o relaxamento da musculatura lisa dos brônquios (Menezes Filho et al., 2022).
Logo, o guaco é tradicionalmente utilizado como um expectorante natural devido às suas propriedades mucolíticas, no qual, atua diluindo o muco nas vias aéreas, tornando mais fácil a sua eliminação. O guaco também possui ação broncodilatadora, ajudando a relaxar os músculos das vias aéreas e facilitando a respiração, e suas propriedades anti-inflamatórias podem contribuir para a redução da irritação nas vias respiratórias (Souza et al., 2022).
Já o Ambroxol é um medicamento sintético que também atua como mucolítico, no qual estimula a produção de secreções mais fluidas nas vias aéreas, facilitando a expectoração do muco, agindo diretamente nas secreções pulmonares, tornando-as menos viscosas e mais fáceis de serem eliminadas, reduzindo a tosse e a congestão nasal (Olaleye et al., 2020). Além disso, o Ambroxol possui ação anti-inflamatória e antioxidante, o que pode contribuir para a redução do inchaço e da irritação nas vias respiratórias (Kantar et al., 2020).
É mencionado por Alkotaji M (2020) que, o Ambroxol possui propriedades lisossomotrópicas que inibem a capacidade infecciosa de vírus. Adicionalmente, o Ambroxol demonstra um comprovado efeito antiviral adicional e uma ação estimuladora sobre o surfactante, que pode contribuir para o fortalecimento do mecanismo imunológico inato contra o vírus que denotam as vias respiratórias (Kardos et al., 2018).
No estudo de Menezes Filho, Souza e Porfiro (2022) o extrato da folha de Mikania glomerata é utilizado na forma de xarope e apresenta alta eficiência broncodilatadora, reconhecida pela ANVISA no tratamento da asma. Conforme estudo, a atividade broncodilatadora do xarope de M. glomerata, que se dá através do relaxamento da musculatura lisa dos brônquios, melhorando a fluidificação do exsudato originado pelo reflexo da tosse. Além disso, os autores afirmam que o princípio fitoquímico ativo do extrato de M. glomerata são as cumarinas, que apresentam atividade broncodilatadora através da inibição de receptores de cálcio, promovendo o relaxamento da musculatura lisa dos brônquios e por apresentar ligação com o sítio ativo dos receptores muscarínicos M3.
Ainda nesse contexto, os estudos de Teófilo e Uhlmann (2021) mencionam que o xarope de Guaco tem demonstrado grande efetividade e aceitação por pacientes que possuem doenças respiratórias, como a asma. Uma vez que, além da planta possuir propriedades broncodilatadoras e relaxantes da musculatura lisa respiratória, que bloqueiam os canais de cálcio, acompanhadas de ações anti-inflamatórias e antialérgicas, que não ocasionam no agravamento da asma. A presença do metabólito secundário cumarina dá-se bloqueio dos canais de cálcio, sendo importante no papel e efeito broncodilatador como planta medicinal.
No mundo da terapêutica respiratória e farmacologia, os xaropes de guaco e Ambroxol destacam-se como agentes relevantes no alívio de sintomas relacionados a problemas pulmonares. Enquanto o guaco é um fitoterápico por sua origem natural, o Ambroxol representa um composto sintético que oferece benefícios similares. Ao considerar os efeitos colaterais associados a esses xaropes, é importante analisar os dois lados dessa equação e entender como cada um pode influenciar a saúde dos indivíduos.
O xarope de guaco é muitas vezes aclamado por sua origem botânica, sendo extraído de uma planta de mesmo nome, tendo sua reputação como um remédio natural levanta a expectativa de que seus efeitos colaterais sejam mínimos. Geralmente, o guaco é bem tolerado e considerado seguro para muitas pessoas, contudo, Sousa et al. (2023) afirmam que, assim como qualquer substância, não está isento de reações adversas, uma vez que, alguns indivíduos podem experimentar reações alérgicas, manifestando-se como erupções cutâneas, coceira, inchaço ou vermelhidão. Vale destacar que a intensidade desses efeitos pode variar de pessoa para pessoa, e é essencial prestar atenção a qualquer sinal de sensibilidade.
De acordo com Pirani et al. (2020) a utilização de medicamentos fitoterápicos de modo adequado traz vários benefícios para a saúde, incluindo menor incidência de efeitos colaterais. Contudo, o desenvolvimento de produtos fitoterápicos necessita de acompanhamento efetivo e controlado, com a finalidade de garantir a qualidade do produto. Para tanto, esse monitoramento é feito também pelos testes de estabilidade, no intuito de avaliar as características físico- químicas e microbiológicas durante o período de validade do produto (PIRANI et al., 2020).
É importante ressaltar que, no contexto da pandemia de COVID-19 causada pelo vírus SARS-CoV-2, a procura pelo xarope de Guaco aumentou consideravelmente devido à sua eficácia percebida no tratamento dos sintomas gripais. Além disso, este fitoterápico tem demonstrado eficiência no tratamento de alergias e exibe múltiplos benefícios, incluindo propriedades antimicrobianas, analgésicas, anti-inflamatórias, antioxidantes e antidiarreicas (Campos; Nascimento; Silva, 2021; Lu et al., 2022).
Nesse mesmo contexto, Olaleye, Kaur e Onye-Naka (2020) ressaltam que o cloridrato de ambroxol (AMB) e seu precursor, o cloridrato de bromexina (BHH), ambos medicamentos clinicamente aprovados, demonstraram ser potentes e eficazes moduladores da interação crucial entre o domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína spike do SARS-CoV-2 e a ACE2 humana. Como resultado, ambos os compostos mostraram capacidade de inibir o efeito citopático induzido pela infecção pelo SARS-CoV-2 em concentrações micromolares.
Em resumo, os efeitos colaterais desses dois tipos de xaropes expectorantes diferem significativamente. Enquanto o xarope de Guaco geralmente apresenta efeitos colaterais menores ou raros, como alergias cutâneas em alguns casos (Sousa et al., 2023), o Ambroxol pode causar efeitos colaterais leves e transitórios, como dor de cabeça, náuseas e distúrbios gastrointestinais(Lu et al., 2022).
Portanto, a escolha entre o xarope de Guaco e o Ambroxol depende da condição clínica do paciente e das recomendações médicas. O xarope de Guaco é frequentemente indicado para aliviar a tosse produtiva e facilitar a eliminação de muco (Sousa et al., 2023), enquanto o Ambroxol é utilizado para tornar o muco menos viscoso, tornando-o mais fácil de ser eliminado em condições respiratórias específicas (Lu et al., 2022). É fundamental destacar que a consulta a um profissional de saúde é essencial para determinar o tratamento mais adequado.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação à primeira questão, a análise das evidências científicas disponíveis revelou que ambos os xaropes broncodilatadores têm demonstrado eficácia no tratamento de doenças respiratórias. No entanto, é importante destacar que a eficácia pode variar dependendo do tipo de doença respiratória e das características individuais do paciente. Ambos os xaropes mostraram capacidade de aliviar a tosse, melhorar a respiração e facilitar a eliminação de secreções, tornando-se opções valiosas para o tratamento dessas condições.
Quando comparamos a ação farmacológica dos dois xaropes, observamos diferenças significativas. O Mikania glomerata Sprengel, ou guaco, é um fitoterápico com propriedades broncodilatadoras e expectorantes, em que sua ação está relacionada à estimulação da produção de muco menos viscoso, facilitando sua expulsão e aliviando a congestão respiratória. Por outro lado, o Ambroxol é um medicamento sintético que age tornando o muco mais fluido, reduzindo sua viscosidade e facilitando sua eliminação, e pode ter efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, contribuindo para o alívio dos sintomas respiratórios.
Quanto aos efeitos colaterais, os resultados do estudo sugerem que o guaco tende a apresentar menos efeitos colaterais em comparação com o Ambroxol. O guaco, sendo um
produto fitoterápico, geralmente causa efeitos colaterais leves e menos frequentes, com o potencial de causar alergias cutâneas em alguns casos. Em contraste, o Ambroxol pode causar efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas e distúrbios gastrointestinais, embora esses efeitos geralmente sejam considerados leves e temporários. Portanto, este estudo fornece evidências científicas que respaldam a eficácia de ambos os xaropes broncodilatadores, guaco e Ambroxol, no tratamento de doenças respiratórias. Suas ações farmacológicas diferem, com o guaco atuando como um expectorante que estimula a produção de muco menos viscoso, enquanto o Ambroxol age tornando o muco mais fluido. Em termos de efeitos colaterais, o guaco tende a apresentar uma taxa menor de efeitos adversos em comparação com o Ambroxol. A escolha entre esses xaropes deve ser baseada na condição clínica do paciente e nas orientações médicas, considerando tanto a eficácia quanto os possíveis efeitos colaterais. É fundamental destacar que a consulta a um profissional de saúde é essencial para determinar o tratamento mais adequado para cada indivíduo.
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Anne Caroline Nogueira de Oliveira – Discentes do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário Uninorte Campus Manaus. E-mail: annesammy.ac@gmail.com;1
Gustavo Braz Vale de Souza – Discentes do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário Uninorte Campus Manaus. E-mail: gustavobraz47@gmail.com;2
Vanessa Castro de Oliveira – Discentes do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário Uninorte Campus Manaus. E-mail: vanessacastro1291@gmail.com;3
Rodrigo Queiroz de Lima – Docente do Curso Superior de Farmácia do Centro Universitário Uninorte Campus Manaus. Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFAM). e-mail: rodrigoql21@gmail.com.4