COMPARATIVE STUDY OF GERMINATION AMONG DIFFERENT CORN HYBRIDS MARKETED IN PORTO NACIONAL, TOCANTINS, BRAZIL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412121342
Izianatana Silva da Cruz Lima¹
Juacy Gomes do Carmo¹
Warlyton Silva Martins²
Resumo: Este estudo teve como objetivo investigar e comparar a germinação de diferentes híbridos de milho comercializados em Porto Nacional, TO, focando na eficiência e viabilidade das sementes. Foram avaliadas cinco variedades de milho híbrido (T1: Híbrido A, T2: Híbrido B, T3: Híbrido C, T4: Híbrido D, T5: Híbrido E) em condições controladas de laboratório. O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) em março de 2024, utilizando um delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições de 50 sementes cada, totalizando 1.000 sementes. As sementes foram mantidas em rolos de papel germitest umedecidos e incubadas a 25°C. A taxa de germinação foi avaliada nos dias 2, 4 e 6, seguindo as normas da International Seed Testing Association (ISTA). Além disso, o índice de velocidade de germinação (IVG) foi calculado para cada híbrido. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando ANOVA e os testes de Tukey, Fisher & Snedecor e Duncan.Os resultados mostraram que o Híbrido A apresentou a maior taxa de germinação (98.5%), seguido pelo Híbrido C (91.0%) e Híbrido B (86.0%). O Híbrido E teve uma taxa de germinação moderada (79.0%), enquanto o Híbrido D apresentou a menor taxa (35.0%). Esses resultados indicam que o Híbrido A é o mais promissor em termos de germinação e potencial produtivo nas condições estudadas. A análise reforça a importância de condições ambientais adequadas e tratamentos específicos para maximizar a germinação e o vigor das plântulas, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e rentável.
Palavras-chave: cultivares; igv; teste; viabilidade.
ABSTRACT: This study aimed to investigate and compare the germination of different maize hybrids commercialized in Porto Nacional, TO, focusing on seed efficiency and viability. Five maize hybrid varieties (T1: Hybrid A, T2: Hybrid B, T3: Hybrid C, T4: Hybrid D, T5: Hybrid E) were evaluated under controlled laboratory conditions. The experiment was conducted at the Seed Laboratory of the Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) in March 2024, using a completely randomized design with four replications of 50 seeds each, totaling 1,000 seeds. The seeds were kept in moistened germitest paper rolls and incubated at 25°C. The germination rate was evaluated on days 2, 4, and 6, following the International Seed Testing Association (ISTA) standards. Additionally, the germination speed index (GSI) was calculated for each hybrid. Data were statistically analyzed using ANOVA and Tukey, Fisher & Snedecor, and Duncan tests. The results showed that Hybrid A had the highest germination rate (98.5%), followed by Hybrid C (91.0%) and Hybrid B (86.0%). Hybrid E had a moderate germination rate (79.0%), while Hybrid D had the lowest rate (35.0%). These results indicate that Hybrid A is the most promising in terms of germination and productive potential under the studied conditions. The analysis reinforces the importance of adequate environmental conditions and specific treatments to maximize seed germination and seedling vigor, contributing to more sustainable and profitable agriculture.
Keywords: cultivars; igv; test; viability.
1. INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma gramínea originária da América Central, domesticada há milhares de anos pelos povos nativos. Além disso, era considerado sagrado por civilizações como astecas, maias e incas, a planta era base da dieta e oferenda aos deuses. Com o avanço das grandes navegações o milho se difundiu pelo mundo, sendo introduzido na Europa, África e Ásia. No caso do Brasil, ele já era cultivado pelos índios guaranis antes da chegada dos colonizadores portugueses, que também o adotaram na alimentação (Oliveira, 2023).
O milho tornou-se essencial para a agricultura brasileira, passando de cultura de subsistência para uma agricultura comercial eficiente, sendo cultivado em praticamente todas as regiões do país (Contini et al., 2021). Nesse contexto, a germinação e o vigor das sementes são fatores cruciais para a produtividade. Isso ocorre porque a sementes de alta qualidade fisiológica garantem maior vigor das plântulas, contribuindo para o crescimento da cultura.
Sendo assim, a sementes de qualidade pode ser uma prática de manejo viável na melhora do desempenho das culturas. Importante citar, ainda, que se trata de uma opção de grande viabilidade para a agricultura, por ser um veículo mais compacto, resistente e prático, através do qual as cultivares são propagadas no tempo no espaço (Amaro et al., 2020). A qualidade da semente é um dos motivos principais, pois afeta assim o estande inicial e o número de plantas por hectare. A qualidade da semente é um dos fatores cruciais para a implantação de qualquer cultura. Se entende por qualidade de semente o somatório de todos os atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários que representam a competência dessa semente em originar plantas de produtividade elevada (Popinigis, 1985).
Além disso a germinação e o vigor destacam-se os aspectos de qualidade que melhor expressam o potencial de desempenho da semente. O poder germinativo e a capacidade de emergir rapidamente e uniformemente são essenciais para gerar plântulas normais, capazes de completar seu ciclo de vida, reproduzir e garantir a propagação da espécie (Halmer, 2020).
Por fim, o Índice de Velocidade de Germinação (IVG) avalia a qualidade das sementes, indicando a rapidez com que germinam e produzem plântulas vigorosas sob condições controladas de temperatura e umidade. Dessa forma esse índice fornece uma medida quantitativa da qualidade das sementes, fundamental para os agricultores na seleção dos lotes mais adequados para o plantio e na determinação da taxa de semeadura ideal. Portanto o teste de IVG é crucial para garantir a qualidade das sementes de milho e para decisões estratégicas no manejo das sementes, contribuindo para o sucesso das culturas no campo (Maguire, 1962).
2. OBJETIVO
2.1 GERAL
Investigar e comparar a germinação de diferentes híbridos de milho disponíveis no mercado de Porto Nacional, TO, com foco na eficiência e viabilidade das sementes.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
- Avaliar a taxa de germinação de cada híbrido em condições controladas de laboratório.
- Analisar a influência de fatores ambientais (como temperatura e umidade) na germinação dos híbridos.
- Identificar os híbridos mais promissores em termos de germinação e potencial produtivo.
- Comparar os resultados obtidos com os dados de produtividade real em campo.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Localização experimental
O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), cidade de Porto Nacional- Tocantins, Brasil, região de clima tropical, este apresenta duas estações bem definidas, uma seca e uma chuvosa, com temperaturas médias entre 25°C a 35°C. coordenadas 10°41”43’S e 48°23”01’W, altitude de 267,13m. Experimento conduzido no mês de março de 2024.
4.2 Delineamento Experimental
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e quatro repetições. Cada parcela foi composta por 50 sementes, distribuídas em 20 rolos de papel germitest umedecidos, totalizando 1.000 sementes analisadas no experimento.
4.3 Tratamentos e Tamanho das Parcelas
Foram avaliados cinco tratamentos, correspondentes a diferentes variedades de milho híbrido comercializadas localmente em Porto Nacional, Tocantins:
– T1: Híbrido A
– T2: Híbrido B
– T3: Híbrido C
– T4: Híbrido D
– T5: Híbrido E
Cada tratamento contou com 50 sementes por repetição, totalizando 200 sementes por tratamento.
4.4 Condições Experimentais
4.4.1 Laboratório
Os rolos de papel germitest foram umedecidos com água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso seco do papel e mantidos em incubadora tipo B.O.D. (Biochemical Oxygen Demand) a uma temperatura constante de 25°C.
4.5 Avaliações Laboratoriais
4.5.1 Germinação (%)
O teste de germinação foi realizado utilizando 50 sementes por repetição, em rolos de papel germitest umedecidos com água destilada a 2,5 vezes o peso do papel. As sementes foram mantidas em incubadora B.O.D. a 25°C por seis dias. Foram realizadas contagens de sementes germinadas no segundo, quarto e sexto dia, com os resultados expressos em porcentagem.
A metodologia seguiu as normas da International Seed Testing Association (ISTA), garantindo padronização e confiabilidade nos resultados obtidos.
4.5.3 Índice de Velocidade de Germinação (IVG)
O índice de velocidade de germinação (IVG) foi calculado conforme a fórmula proposta por Maguire (1962):
IVG= N1/D1 +N2/D2 + …. + Nn/Dn
Onde:
– IVG = índice de velocidade de germinação;
– N1, N2, …, Nn = número de plântulas normais verificadas a cada contagem;
– D1, D2, …, Dn = número de dias decorridos desde o início da incubação.
As avaliações foram realizadas a cada dois dias (48 horas), totalizando três observações ao longo dos seis dias.
4.6 Testes Estatísticos
Os dados obtidos foram submetidos aos seguintes testes:
1. Teste de Hartley: para verificação da homocedasticidade das variâncias;
2. Teste de Shapiro-Wilk: para análise da normalidade dos dados.
A análise de variância (ANOVA) foi utilizada para avaliar os resultados, com as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Adicionalmente, as variáveis foram analisadas pelos testes de Fisher & Snedecor e Duncan, garantindo um grau de confiança superior a 95%.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No estudo comparativo de germinação entre diferentes híbridos de milho comercializados em Porto Nacional – TO, foram avaliados cinco tratamentos (T1, T2, T3, T4 e T5). Os resultados obtidos são apresentados na tabela abaixo:
Tabela 1. Resultados germinação de diferentes híbridos de milho comercializados em Porto Nacional – TO
Tratamentos | Médias | Resultados do Teste |
HÍBRIDO A | 98,50 | a |
HÍBRIDO B | 91,00 | ab |
HÍBRIDO C | 86,00 | bc |
HÍBRIDO D | 35,00 | d |
HÍBRIDO E | 79,00 | c |
O tratamento HÍBRIDO A apresentou a maior média de germinação, com 98.5, o que indica um desempenho superior em relação aos demais tratamentos. Este resultado sugere que o HÍBRIDO A é o mais eficaz para a germinação nas condições estudadas.
O HÍBRIDO C, com uma média de 91.0, também mostrou um bom desempenho. Isso indica que, embora não tenha alcançado a mesma média que HÍBRIDO A, ainda assim apresenta uma performance elevada e consistente.
O HÍBRIDO B obteve uma média de 86.0, este híbrido de milho apresentou um desempenho intermediário, melhor que HÍBRIDO D e HÍBRIDO E, mas inferior a HÍBRIDO A e HÍBRIDO C. O que sugere uma variabilidade nos resultados, possivelmente devido a fatores ambientais ou genéticos.
O HÍBRIDO E apresentou uma média de 79.0, indicando um desempenho moderado. Embora não tenha alcançado as médias dos tratamentos HÍBRIDO A, HÍBRIDO B e HÍBRIDO C, ainda assim superou o HÍBRIDO D. Este último, com uma média de germinação de 35.0, apresentou o pior desempenho, sugerindo que o HÍBRIDO D não é adequado para as condições de germinação estudadas.
Os resultados obtidos no presente estudo indicam que o HÍBRIDO A apresentou a melhor performance de germinação entre os híbridos de milho avaliados, com uma média de 98.5. Este desempenho superior pode ser comparado com outros estudos, que reforçam a eficácia das condições ambientais e tratamentos aplicados para maximizar a germinação e o vigor das plântulas, e com estudos recentes que investigaram fatores que afetam a germinação de milho.
Por exemplo, um estudo realizado por Kappes et al. (2024) avaliou a germinação e o vigor de sementes de milho sob condições de déficit hídrico. Os autores observaram que a disponibilidade hídrica é crucial para a germinação e emergência das plântulas, e que diferentes híbridos de milho apresentam comportamentos distintos sob estresse hídrico. Este estudo é relevante para o nosso trabalho, pois destaca a importância de condições ambientais adequadas para maximizar a germinação, corroborando com os resultados obtidos para o HÍBRIDO A, que apresentou alta germinação em condições favoráveis.
Outro estudo relevante é o de Pessoa et al. (2023), que investigou o efeito do tratamento de sementes com boro na germinação e desenvolvimento inicial de plantas de milho. Os resultados mostraram que doses elevadas de boro podem interferir negativamente na germinação, enquanto doses moderadas podem melhorar o desenvolvimento inicial das plantas. Este estudo complementa nossos achados ao sugerir que a nutrição adequada das sementes pode influenciar significativamente a germinação e o vigor das plântulas.
Além disso, Silva et al. (2018) exploraram o impacto do ácido húmico na germinação e vigor de sementes de milho. Eles descobriram que a adição de substâncias húmicas pode promover o crescimento da parte aérea e do sistema radicular das plântulas, melhorando a germinação. Este estudo é particularmente relevante para entender como diferentes tratamentos podem ser otimizados para melhorar a performance de germinação, similar ao que foi observado no tratamento HÍBRIDO A do nosso estudo.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do teste de germinação de milho, em consonância com estudos recentes, reforçam a importância de condições ambientais adequadas e de tratamentos específicos para maximizar tanto a germinação quanto o vigor das plântulas. Esses achados são essenciais para recomendar práticas agrícolas que possam aumentar a produtividade e a eficiência das plantações de milho na região. A adoção dessas práticas contribui significativamente para o sucesso das culturas, promovendo uma agricultura mais sustentável e rentável.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CONTINI, E. et al. Agricultura Brasileira: O Protagonismo do Milho. Revista Brasileira de Agricultura, v. 56, n. 2, p. 45-60, 2021.
HALMER, Peter. Fisiologia da Germinação das Sementes. Brasília: Embrapa, 2020. Disponível em: Embrapa. Acesso em: 25 out. 2024.
KAPPES, C. et al. Germinação sob simulação de estresse e análise de imagem como ferramentas para fenotipagem de déficit hídrico em milho. Journal of Seed Science, v. 46, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jss/a/jtTn9GhT43fccTtdPsY4kDt/. Acesso em: 08 nov. 2024.
MAGUIRE. J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigour. Crop Science, Madison, v. 2, n.1, p. 176-177, 1962.
OLIVEIRA, Jelson. História do milho no Brasil. Fapesp, v. 35, n. 4, p. 12-15, 2023
POPINIGIS, F. Controle de qualidade de sementes. In: Congresso Brasileiro de Sementes, 4., 1985, Brasília. Fisiologia da semente… Brasília: AGIPLAN, 1985. P.157. 289p.
PESSOA, R. et al. Avaliação quantitativa, qualitativa e energética da fertilização com boro na produção de milho na região noroeste do Himalaia. International Journal of Plant Production, v. 17, p. 165-176, 2023. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s42106-023-00235-6. Acesso em: 08 nov. 2024.
SILVA, J. et al. Desempenho inicial do milho em resposta a ácidos húmicos e bactérias promotoras de crescimento de plantas. Revista Ceres, v. 65, n. 03, p. 1-10, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rceres/a/JcW9xfxMhSxZq88pbRshSMF/. Acesso em: 08 nov. 2024.
SILVA, O. A. Cultura do milho: guia para lavouras de sucesso, 2023. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-cultura-do-milho. Acesso em: 25 out. 2024.
¹ Acadêmicos do Curso de Agronomia – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
² Professor –Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos(Orientador)