ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS PARA OBESIDADE INFANTIL NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

PREVENTIVE STRATEGIES FOR CHILDHOOD OBESITY IN PRIMARY CARE: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12679779


Ana Flávia Medeiros1
Milena Nunes Alves de Sousa2
Eduarda Melo Medeiros3
Arthur de Oliveira Farias4
Felipe Morais Balduino da Nobrega5
Érico Gurgel Amorim6


RESUMO

A obesidade infantil é uma preocupação crescente em saúde pública, demandando medidas preventivas eficazes. Este estudo objetivou identificar as principais medidas preventivas contra a obesidade infantil no âmbito da atenção primária. Para tanto, foi realizada Revisão Integrativa da Literatura, em que a consulta se deu nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, Portal de Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e na National Library of Medicine. Os termos de busca foram: “obesidade infantil”, “atenção primária à saúde” e “prevenção de doenças”. Foram inicialmente identificadas 409 publicações, das quais 17 foram selecionadas após aplicação dos critérios de elegibilidade. Os achados indicaram a predominância de artigos em língua inglesa (94,1%), originados principalmente nos Estados Unidos da América (64,7%), com ênfase nos anos de 2018 e 2019 com 82,0%, e destacando-se o periódico Childhood Obesity (5,88%). Os estudos selecionados apontaram diversas estratégias para prevenir a obesidade infantil, incluindo intervenções participativas, como desportos coletivos e educação em saúde, apoio familiar, estabelecimento de padrões de hábitos de sono saudáveis, integração de sistemas eletrônicos de saúde e acompanhamento psicológico. Essas medidas são cruciais para mitigar a recorrência da obesidade na infância, especialmente considerando o crescimento alarmante do sobrepeso infantil em todo o mundo, sobretudo em países em desenvolvimento como o Brasil

Palavras-chave: Obesidade infantil, Atenção primária à saúde, Prevenção de doenças, Promoção da saúde.

ABSTRACT 

Childhood obesity is a growing public health concern, requiring effective preventive measures. This study aimed to identify the main preventive measures against childhood obesity in primary care. To this end, an Integrative Literature Review was carried out using the Virtual Health Library, the Portal de Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior and the National Library of Medicine. The search terms were: “childhood obesity”, “primary health care” and “disease prevention”. Initially, 409 publications were identified, of which 17 were selected after applying the eligibility criteria. The findings indicated a predominance of articles in English (94.1%), originating mainly in the United States of America (64.7%), with an emphasis on the years 2018 and 2019 with 82.0%, and highlighting the journal Childhood Obesity (5.88%). The selected studies pointed to various strategies to prevent childhood obesity, including participatory interventions such as team sports and health education, family support, establishing healthy sleep patterns, integrating electronic health systems and psychological counseling. These measures are crucial to mitigate the recurrence of childhood obesity, especially considering the alarming growth of childhood overweight around the world, especially in developing countries like Brazil

Keywords: Childhood Obesity, Primary health care, Disease Prevention, Health Promotion.

INTRODUÇÃO

A obesidade é uma condição clínica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que produz efeitos deletérios à saúde, sendo sua etiologia multifatorial em âmbitos genéticos, metabólicos, psicossociais, simbólicos, culturais e de estilo de vida (Silva; Dionisio, 2019). Tal complexidade reforça a necessidade de criar políticas públicas com ações multidisciplinares e intersetoriais, que valorizem a parceria entre governo e sociedade civil, na prevenção e combate à obesidade e promoção da saúde, possibilitando a participação da comunidade nesse processo, através da responsabilização e do autocuidado.

Consoante Baggio et al. (2021) a obesidade infantil é um problema de saúde pública e está associada à ocorrência de problemas de saúde, tais como doenças cardiovasculares, hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, problemas renais, esteatose hepática, câncer, sofrimento mental, problemas osteoarticulares e outras complicações e têm o potencial de anular muitos dos benefícios para a saúde que contribuem para o aumento da esperança de vida.

Dados recentes evidenciam um aumento global na prevalência de obesidade entre crianças, especialmente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Segundo Garcia et al. (2019) no Brasil 13% dos meninos e 10% das meninas entre 5 e 19 anos sofrem de obesidade. 

Para Baggio et al. (2021), 41 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade em todo o mundo apresentam excesso de peso e obesidade. Contudo, nestas situações, mais crianças vivem em países de rendimento baixo e médio do que em países de rendimento elevado. Segundo os autores, muitos países estão sobrecarregados com taxas crescentes de desnutrição e obesidade infantil. Portanto, quando os países passam por rápidas mudanças socioeconômicas e/ ou nutricionais, enfrentam o duplo fardo da subnutrição e do ganho excessivo de peso.

Logo, a preocupação em torno da obesidade infantil é crescente e tem claramente múltiplos aspectos a considerar. A dieta desempenha um papel importante e é um fator significativo nesta questão. O estudo de Skinner et al. (2019) destacou uma ligação clara entre o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e a obesidade infantil.

Um quesito desafiador para estratégias de promoção de peso saudável é a adesão fora das escolas. O plano alimentar satisfatório é negativamente afetado pela indústria de alimentos através de anúncios e marketing para estimular o consumo de alimentos com alto teor calórico (Cardozo et al., 2023). Ademais, a tecnologia e o uso de jogos pelas crianças induzem o sedentarismo e a baixa adesão ao exercício físico (Almeida; Silva; Santos, 2020).

Para combater a obesidade infantil de maneira eficaz, é essencial implementar estratégias orientadas por princípios fundamentais que priorizem a medicina preventiva em detrimento da curativa, com foco na atenção primária à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF). Nesse contexto, uma equipe interdisciplinar, que inclui profissionais de diferentes áreas da saúde, como nutricionistas, desempenha um papel crucial. De acordo com o Plano Nacional de Alimentação e Nutrição, esses profissionais atuam em várias etapas de intervenção, desde a promoção da saúde até o tratamento e a reabilitação de doenças, além de se comprometerem com a segurança alimentar e nutricional, garantindo os direitos humanos à saúde e nutrição adequadas (Moura et al., 2022). 

Para melhorar a qualidade de vida dessas crianças, a equipe de saúde deve apoiar a família, a escola e a comunidade para que todos possam participar ativamente na redução da obesidade infantil, na prevenção de riscos e que as crianças não se tornem adultos obesos. Nesse contexto, as atribuições da equipe de saúde incluem a orientação sobre a importância de uma alimentação saudável e balanceada aliada à prática regular de exercícios físicos como medida preventiva contra a obesidade infantil. Adicionalmente, destaca-se a necessidade de monitoramento sistemático das medidas antropométricas das crianças durante as consultas (Lopes; Aguiar, 2020).

Os riscos de complicações de saúde crônicas, como o diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares, estão intrinsecamente associados à obesidade infantil, além das consequências imediatas para a saúde das crianças. Este cenário destaca a urgência da prevenção desse problema, enfatizando a importância da atividade física e de uma dieta equilibrada, conforme apontado por Smith et al. (2021). Políticas públicas, exemplificadas pela cruzada de Jones (2019) em prol de ambientes mais saudáveis e a restrição de alimentos não saudáveis para as crianças, desempenham um papel fundamental na contenção desse desafio crescente.

Nesse contexto, o presente estudo visa identificar as principais medidas preventivas contra a obesidade infantil dentro do âmbito da atenção primária à saúde, fornecendo insights para o desenvolvimento de políticas e programas eficazes nesse sentido. Enfatizar a prevenção e a promoção da saúde desde a primeira infância é fundamental para atenuar os impactos negativos da obesidade na saúde das crianças e na sociedade como um todo.

MÉTODO 

O presente estudo adotou a abordagem da revisão integrativa, a qual se caracteriza pela integração de dados provenientes tanto da literatura empírica quanto teórica, com o intuito de definir conceitos, identificar lacunas de pesquisa, revisar teorias e analisar metodologias em relação a um tema específico (De Sousa; Bezerra; Do Egypto, 2023), neste caso, a obesidade infantil.

A condução desta revisão seguiu as etapas propostas por Dantas et al. (2021). Na primeira etapa, conforme o referido autor, fez-se a identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa, a saber: quais são as principais medidas preventivas contra a obesidade infantil na atenção primária à saúde? 

Em seguida, foram determinados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “obesidade infantil”, “atenção primária à saúde” e “prevenção de doenças” além de suas correspondentes em inglês: “childhood obesity”, “primary health care”, “disease prevention”. As estratégias de busca aplicadas foram << “Obesidade infantil” AND “Atenção primária à saúde” AND “Prevenção de doenças”>> e << “pediatric obesity” AND “primary health care” AND “disease prevention”>>, em bases de dados nacionais e internacionais, respectivamente.

Para a seleção do material, realizada entre agosto e novembro de 2023, foram estabelecidos critérios de inclusão, tais como artigos com texto completo e publicados nos últimos cinco anos, e critérios de exclusão, como falta de relevância para a questão de pesquisa e duplicidade de estudos.

Na terceira etapa, referente à amostragem ou busca na literatura, foram escolhidas as bases de dados, incluindo a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Portal de Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Periódicos Capes) e a National Library of Medicine (NLM/PUBMED). O processo de triagem, realizado aos pares, está apresentado no fluxograma (figura 1), no qual foram identificados preliminarmente 409 estudos e selecionados 16, constituindo a amostra final.

Figura 1: Fluxograma de seleção dos estudos.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.

Em seguida, na quarta etapa, realizou-se a extração de dados ou categorização, que envolveu a coleta de informações quanto aos autores, ano de publicação, idioma, país de origem e base de dados, periódico e tipo de estudo. Além disso, foram definidas categorias específicas, como atividade física, melhoria dos hábitos alimentares, padrão de sono, sistema eletrônico de saúde, educação em saúde, apoio familiar, desportos coletivos e acompanhamento psicológico. 

Por fim, nas fases finais, ocorreu a análise crítica dos estudos incluídos, sua interpretação, discussão e a apresentação da revisão integrativa, que consistiu na síntese dos dados obtidos. Essa síntese foi elaborada de forma clara, detalhada e objetiva, para proporcionar ao leitor uma compreensão abrangente das informações revisadas.

RESULTADOS

O quadro 1 apresenta caracterização geral dos 17 artigos selecionados. Destes, 35,29% (n=6) foram classificados como estudo prognóstico, destacando-se como o tipo mais prevalente. Observou-se também que o idioma predominante dos artigos selecionados foi o inglês, abrangendo 94,1% (n=16). Quanto à origem dos estudos, os Estados Unidos da América (EUA) (41,17%; n=7) se destacaram como o país mais frequente. Em relação ao ano de publicação, 2019 apresentou mais relevância, com 23,52% (n=4). Quanto aos periódicos, verificou-se que Childhood Obesity e BMC Public Health foram os mais prevalentes, com duas repetições cada, totalizando 23,52% (n=4).

Quadro 1: Caracterização geral dos artigos selecionados para compor a RIL. 

Autores (Ano)TítuloIdioma, País e Base de DadosPeriódicoTipo de Estudo
Bell et al. (2022)Changes in weight status,quality of life and behaviours of South Australian primary school primary school children : results from the Obesity Prevention and Lifestyle (OPAL) community intervention programInglês,Oceania, MedlineBMC Public HealthEnsaio Clínico Randomizado.
Barlow et al. (2021)The Implementation and Five-Year Evolution of a Childhood Healthy Weight Program: Making a Health Care-Community Partnership Work.Inglês,EUA,MedlineChildhood ObesityEstudo Prognóstico.
Burton et al.  (2018)Interdisciplinary Management of Pediatric Obesity: Lessons Learned in the Midsouth.Inglês, EUA, MedlineClin Pediatr (Phila)Estudo Observacional.
Carriere et al. (2019)Short therm and long-therm positive outcomes of the multidisciplinary care implemented by the French health networks for the prevention and care of paediatric overweight and obesityInglês,França, MedlinePediatrObesEstudo observacional.
Flodmark(2018)Prevention Models of Childhood Obesity in Sweden.Inglês,Europa,MedlineObes FactsEstudo Prognóstico.
Hoelshcher et al. (2022)Prevention of Pediatric Overweight and Obesity: Position of the Academy of Nutrition and Dietetics Based on an Umbrella Review of Systematic ReviewsInglês,EUA,MedlineJ Acad Dietad NutrRevisão Sistemática.
Hu,Ye et al. (2023)The status and childcare management of overwight and obesity among preschool children in Hangzhou.Inglês, China e BVSJ    Pediatr Endocrinol MetabEstudo Prognóstico.
Parrott et al. (2022)Implementation of a Scalable Family-Based Behavioral Treatment for Childhood Obesity Delivered through Primary Care Clinics: Description of the Missouri Childhood Obesity Research Demonstration Study Protocol.Inglês, América do Norte, MedlineBMC Public HealthEnsaio clínico randomizado.
Rhee et al. (2018)Provider views on childhood obesity management in primary care settings: a mixed methods analysisInglês,EUA, Periódicos CapesBMC Health Serv ResMisto.
Sánchez et al.  (2019)Promoción de la actividad física en la infancia y la adolescencia (parte 1)Espanhol, Espanha, IBECSPediatr. aten. Prim.Estudo Observacional.
Stark et al. (2019)Maintenance Following a Randomized Trial of a Clinic and Home-based Behavioral Intervention of Obesity in Preschoolers.Inglês,EUA,MedlineJ PediatrEstudo clínico controlado.
Sutaria e Saxena (2019)How can family Physicians Contribute to ending Childhood Obesity?Inglês,EUA,MedlineJ PediatrEnsaio clínico randomizado.
Smith et al. (2018)An individually tailored family-centered intervention for pediatric obesity in primary care: study protocol of a randomized type II hybrid effectiveness- implementation trial (Raising Healthy Children study).Inglês,EUA,MedlineImplementation ScienceEstudo prognóstico.
Tan et al. (2020)Cost- Efectiveness of a Novel Sleep Intervention in infancy to prevent overweight in childhood.Inglês, Austrália, MedlineObesity (Silver Spring).Ensaio clínico Controlado.
Toomey et al. (2021)Exploring healthcare professionals views of the acceptability of delivering interventions to promote healthy infant feeding practices within primary care: a qualitative interview study.Inglês, Irlanda, MedlinePublic Health NutrEstudo prognóstico.
Vlasbom et al. (2020)Parenting support to prevent overweight during regular well-child visits in 0-3 year old children (BBOFT+ program), a cluster randomized trial on the effectiveness on child BMI and health behaviours and parenting.Inglês,Holanda, MedlinePLOS ONE.Estudo Prognóstico.
Wilfley et al. (2021)Implementation of a Scalable Family- Based Behavioral Treatment for Childhood Obesity Delivered through Primary Care Clinics: Description of the Missouri Childhood Obesity Research Demonstrations Study Protocol.Inglês, América do Norte,MedlinChilhood ObesityMétodo Comparativo.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.

Com base nos dados apresentados no Quadro 2, verificou-se que a categoria mais representativa foi a de apoio familiar, correspondendo a um total de 68,8% (n=11) do conjunto de análises realizadas.

Quadro 2: Categorização dos estudos selecionados na pesquisa.

CategoriasAutores (Ano)n%
Atividade físicaBell et al. (2022)Carriere et al. (2019)Flodmark. (2018)Hoelsher et al. (2022)Hu, Ye et al. (2023)Rhee et al. (2018)Sanchez et al. (2019)637,5
Melhoria dos hábitos alimentaresBarlow et al. (2021)Bell et al. (2022)Carriere et al. (2019)Flodmark (2018)Hoelscher et al. (2022) Stark et al. (2019)Toomey et al. (2021)743,75
Padrão de hábito de sonoTan et al. (2020)16,0
Sistema eletrônico de saúdeHu,Ye et al. (2023)16,0
Educação em saúdeBarlow et al. (2021) Carriere et al. (2019)Rhee et al. (2018)Sutaria e Saxena. (2019) Toomey et al. (2021)Vlasbom et al. (2020)637,5
Apoio familiarBarlow et al. (2021)Burton et al. (2018)Hoelscher et al. (2022)Parrott et al. (2022)Rhee et al. (2018)Smith et al. (2018)Stark et al. (2019) Sutaria e Saxena. (2019)Toomey et al. (2021).Vlasbom et al. (2020) Wilfley et al. (2021)1168,75
Acompanhamento psicológico Carriere et al. (2019)Rhee et al. (2018)Stark et al. (2019)318,75

Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.

DISCUSSÃO 

O presente estudo abordou uma variedade de perspectivas essenciais para otimizar as estratégias preventivas da obesidade infantil no campo da atenção primária à saúde, conforme identificados nos artigos selecionados. 

Dentre os temas abordados, a categoria da atividade física foi discutida em 25% dos artigos, destacando-se como um aspecto crucial na contenção da obesidade infantil. Nessa temática, Hoelscher et al. (2022), enfatizaram a necessidade de intervenções multiníveis, culturalmente apropriadas e com o envolvimento da família para promover hábitos saudáveis de alimentação e atividade física.

O papel do exercício físico, ressaltado por Sanchéz et al. (2019) é amplamente reconhecido, mas para sua eficácia, são necessárias políticas públicas e alocação de recursos que permitam a avaliação médica adequada, incluindo a avaliação da força muscular e do metabolismo ósseo, garantindo um plano de atividades adaptado com o aspecto de cada criança e prevenindo o sedentarismo precoce. 

A colaboração interprofissional no manejo da obesidade infantil, que inclui disciplinas como psicologia e nutrição, desempenha um papel fundamental na promoção da educação em saúde e na abordagem abrangente do tema. Essa abordagem permite a aplicação dos princípios de educação em saúde e integralidade do cuidado, incorporando a compreensão da complexidade da relação entre saúde e doença, especialmente no contexto da obesidade infantil, que envolve aspectos culturais, sociais, subjetivos e históricos. Essa abordagem reflete os princípios da educação freiriana, caracterizada pelo diálogo e pela troca de conhecimentos entre educador e educando (Cunha, 2022).

A percepção dos gestores e profissionais sobre o cuidado da obesidade infanto-juvenil revela obstáculos que dificultam a prevenção efetiva, incluindo falta de comprometimento da família, visão restrita sobre a obesidade infantil, e modelo centrado na doença, o que reduz a efetividade das ações na APS (Silva et al,2022.)

A temática da atividade física também foi abordada por Carriere et al. (2019). Destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar que englobe aspectos médicos, dietéticos, psicológicos e de atividade física adequada baseada em fatores multicomponentes do estilo de vida das crianças. Além disso, evidenciou-se que grupos com apoio multidisciplinar apresentaram redução do Índice de Massa Corporal (IMC) independentemente das diferenças regionais na organização, execução dos procedimentos e modalidades de cuidado, ideia que se assemelha também com a abordagem integrativa na clínica médica (Burton et al., 2018). 

Os baixos níveis de atividade física e o aumento de condutas sedentárias são uma das causas mais importantes no aumento de peso na infância. Há uma relação clara entre o sedentarismo e o acúmulo de gordura, e essa tendência pode ser invertida pelo aumento da atividade física. A modernização e a urbanização, junto com as mudanças nas estruturas laborais e recreativas tem impacto significativo nos hábitos de vida das crianças, destacando a importância dos ambientes em que são criadas para determinar os níveis de atividade física em que são criadas (Blanco et al. 2019).

Outro aspecto importante discutido foi a prevenção por meio de educação em saúde e mudança de comportamento entre pais e responsáveis, abordando barreiras como falta de conhecimento, motivação e acesso a recursos (Rhee et al., 2018). Nesse estudo foram abordadas as barreiras para condução da obesidade, sendo destacadas a falta de conhecimento do indivíduo, o nível do sistema (falta de motivação e acompanhamento) e ambientais (a falta de acesso a recursos). Soluções centradas na abordagem de equipe para atendimento e alterações de registros médicos para incluir melhores práticas que facilitassem a documentação e entrega de folhetos.

A implementação de um plano de ação para melhores hábitos alimentares e aumento da atividade física é fundamental e deve envolver diferentes áreas políticas da sociedade, como os efeitos da tributação sobre os alimentos na prevenção da obesidade (Flodmark, 2018). Outra categorização em debate foram os hábitos de sono trazidos exclusivamente por Tan et al. (2020) como quesito para minimizar a obesidade e prevenção de outras comorbidades, como o diabetes tipo 2, por exemplo. 

Soma-se, também, a temática acerca do sistema eletrônico de saúde explanada pelo autor Hu, Ye et al. (2023). Para os autores, estes sistemas podem auxiliar a mapear e detectar as tendências de sobrepeso infantil, reafirmando a presença dos desportos coletivos nos centros de saúde e jardins de infância como fator atenuante desse aumento das taxas de ganho de peso no público infantil.

O suporte familiar tem sido amplamente reconhecido como um elemento significativo nos estudos recentes, como destacado por uma série de autores, incluindo Barlow et al. (2021), Hoelsher et al. (2022), Parrot et al. (2022), Rhee (2018), Smith et al. (2018), Stark (2019), Sutaria e Saxena (2019), Toomey et al. (2021), Vlasbom (2020) e Wilfey et al. (2021). Estas pesquisas convergem em abordar a influência da família em um contexto de conscientização e educação em saúde, visando otimizar precocemente os padrões alimentares tanto em âmbito doméstico quanto escolar. Evidencia-se a importância de que os indivíduos adquiram conhecimento sobre as implicações adversas da obesidade na qualidade de vida das crianças. Este fenômeno, conforme definido por Silva et al. (2021), emerge como uma adaptação cultural fundamentada nas práticas familiares voltadas para a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis. O discurso prevalente entre os familiares sugere uma dificuldade em promover atividades físicas para as crianças, muitas vezes atribuída à falta de tempo, recursos financeiros e preocupações com a segurança devido à violência urbana (Baggio et al., 2021).

Além disso, o estado nutricional e o consumo alimentar dos cuidadores estão associados intrinsecamente ao das suas crianças. Algumas práticas de controle alimentar, como pressionar a criança para comer ou impor restrições alimentares, refletem a percepção dos cuidadores sobre a nutrição infantil. No entanto, essas práticas comuns podem ter efeitos adversos no desenvolvimento comportamental a longo prazo das crianças (Silva; Almeida; Costa, 2021).

O suporte familiar desempenha um papel fundamental na implementação de intervenções comportamentais para crianças na atenção primária, como destacado por Toomey et al. (2021), que ressaltavam a importância das visitas domiciliares para vacinação como uma oportunidade para fornecer informações sobre a prevenção da obesidade infantil. Da mesma forma, Parrott et al. (2022) enfocaram a contribuição da família para promover a autorregulação nas crianças e reduzir a propensão ao sobrepeso. 

No entanto, diversos desafios são enfrentados na promoção da saúde familiar, incluindo a disponibilidade de alimentos pouco saudáveis, a prevalência de fast food e alimentos processados, e a dificuldade em estabelecer limites entre hábitos e costumes. Estes são alguns dos fatores identificados por Nabarro, Nietschke e Tafner (2020) como influências significativas na rotina alimentar familiar. 

Os hábitos alimentares foram destacados em uma porcentagem substancial dos estudos, evidenciando a necessidade de aumentar a disponibilidade de alimentos saudáveis em casa e nos pontos de venda, bem como melhorar a produção, o acesso e a distribuição desses alimentos (Barlow et al., 2021; Bell et al., 2022; Carriere, 2019; Flodmark, 2018; Hoelscher, 2022; Stark et al., 2019; Toomey et al., 2021). 

O suporte psicológico também emerge como um aspecto crucial, conforme discutido por Carriere et al. (2019), Rhee et al. (2018) e Stark et al. (2019). Carriere et al. (2019) sugeriram uma abordagem multidisciplinar envolvendo psicólogos para entender melhor os fatores sociais e psicológicos relacionados ao sobrepeso, enquanto Stark et al. (2019) propuseram intervenções comportamentais tanto em casa quanto em ambientes clínicos para reduzir o consumo de alimentos calóricos. No entanto, é importante reconhecer as limitações desta revisão integrativa, incluindo o custo associado a alguns dos estudos e a incompletude de textos, o que dificultou uma análise mais aprofundada. Superar esses obstáculos contribuiria para o desenvolvimento de estratégias de prevenção mais eficazes contra a obesidade infantil.

Uma limitação desta revisão integrativa está no alto custo associado a alguns dos artigos selecionados. Consequentemente, houve uma restrição no compartilhamento de informações completas, o que prejudicou a elucidação de detalhes relevantes relacionados à prevenção da obesidade infantil. Além disso, uma parcela significativa dos estudos analisados apresentava textos incompletos, comprometendo a possibilidade de uma exploração mais abrangente de determinados aspectos do tema. A superação desses desafios é fundamental para o avanço da compreensão dessas questões e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção mais eficazes relacionadas à obesidade infantil.

CONCLUSÃO 

A prevenção da obesidade infantil no ambiente da atenção primária é um tópico amplamente pesquisado e, apesar de sua interseção com várias facetas da construção social individual, o poder transformador associado à educação em saúde é evidente, seja ela oferecida em unidades de saúde, residências ou até mesmo em escolas. Entre as várias categorias exploradas para otimizar a estrutura preventiva da obesidade infantil, o apoio familiar surgiu como a questão mais proeminentemente abordada pelos autores, defendendo o estabelecimento de hábitos mais saudáveis desde o início, orientados principalmente pela autorregulação emocional.

Assim, os achados desta revisão sugerem relativa eficácia em algumas estratégias a serem adotadas. Destacam-se as iniciativas que envolvem atividade física dentro das unidades de saúde ou centros de recreação, campanhas públicas e palestras em colaboração com equipes multidisciplinares para educar a população sobre questões mais sutis, como a nutrição adequada, bem como a influência do sono e sua relação com o sobrepeso infantil. Para atingir essas metas, são necessários esforços conjuntos dos profissionais de saúde e do sistema de saúde para atender às necessidades dos pacientes.

REFERÊNCIAS

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1Graduanda no curso de Medicina pelo Centro Universitário de Patos. E-mail: anamedeiros@med.fiponline.edu.br 
2Doutora e Pós-Doutora em Promoção da Saúde. Pró-Reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão e Docente no Centro Universitário de Patos. E-mail: milenanunes@fiponline.edu.br
3Graduanda no curso de Medicina pelo Centro Universitário de Patos. E-mail: dudamm9@gmail.com 
4Graduando no curso de Medicina pelo Centro Universitário de Patos. E-mail: ofarthur25@gmail.com 
5Graduando no curso de Medicina pelo Centro Universitário de Patos. E-mail: feliipemorbal@gmail.com
6Docente na Escola Multicampi de Ciências Médicas da UFRN. E-mail: ericogur@gmail.com.