ESTRATÉGIAS PARA COMBATE À HESITAÇÃO VACINAL

STRATEGIES TO COMBAT VACCINE HESITATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12510723


Teresa Teixeira Ferreira Neta1*; Narjara Samya Rodrigues Pereira2; Brenda Santana Araújo Giácomo3; Laize dos Santos Ribeiro4; Izadora Carneiro Vieira5; Davi Bayma Reis6; Leandro Guimarães Borges7; Estevão Cardoso Nascimento8; Ticiane Brito da Costa9; Amanda Sávio Correia Araújo10; Júlio César Machado do Nascimento11.


RESUMO

A hesitação vacinal é definida como indecisão, atraso ou recusa na aceitação da vacinação disponível, considerada uma das 10 ameaças globais mais prementes à saúde. Este trabalho visa caracterizar estratégias para combate da hesitação vacinal, delineando aspectos do comportamento anti-vacina. Trata-se de uma revisão de literatura, a partir de pesquisas nas bases de dados PUBMED, LILACS e SCIELO, artigos publicados entre 2015 a 2024 e utilizou como descritores: “Vaccination Hesitancy”; “Public Health”; “Health Impact Assessment”, foram encontrados 40 artigos, após análise de títulos e resumos foram efetivamente selecionados 13 artigos por compreenderem o tema proposto. Em relação às desconfianças, foi relatada uma percepção de falta de informação, mal entendimento, rapidez que a vacina é desenvolvida resultando em reações adversas a longo-prazo. Para garantir a confiança nas vacinas, as estratégias de comunicação e técnicas de distribuição de vacinas a serem aplicadas durante a vacinação devem ser transparentes, honestas, precisas, individualizadas, multiprofissional e frequentes. A vacinação obrigatória apresenta desafios éticos e é potencialmente contraproducente para alimentar a hesitação à vacinação se o apoio público for baixo, no entanto para grupos de risco ela é essencial na redução de morbimortalidade. A defesa da vacina é vital no contexto dos direitos humanos, do direito à vida e dos direitos das crianças dos profissionais de saúde.  Portanto, é preciso garantir por meio do planejamento multiestratégico, acesso às salas de vacina, informação de confiança, vigilância e considerar a necessidade de obrigatoriedade com sanções.

PALAVRAS-CHAVE: Hesitação Vacinal; Saúde Pública; Avaliação de Impacto na Saúde

Abstract

Vaccine hesitancy is defined as indecision, delay or refusal to accept the available vaccination, considered one of the 10 most pressing global threats to health. This work aims to characterize strategies to combat vaccine hesitancy, outlining aspects of anti-vaccine behavior. of a literature review, based on searches in the PUBMED, LILACS and SCIELO databases, articles published between 2015 and 2024 and used as descriptors: “Vaccination Hesitancy”; “Public Health”; “Health Impact Assessment”, 40 were found articles, after analyzing titles and abstracts, 13 articles were effectively selected because they understood the proposed topic. In relation to suspicions, a perception of lack of information, misunderstanding, and the speed at which the vaccine is developed, resulting in long-term adverse reactions, was reported. To ensure confidence in vaccines, communication strategies and vaccine distribution techniques to be applied during vaccination must be transparent, honest, accurate, individualized, multidisciplinary and frequent. Mandatory vaccination presents ethical challenges and is potentially counterproductive to food vaccine hesitancy if public support is low, however for at-risk groups it is essential in reducing morbidity and mortality. Vaccine advocacy is vital in the context of human rights, the right to life and the rights of children among health professionals .  Therefore, it is necessary to guarantee, through multi-strategic planning, access to vaccination rooms, reliable information, surveillance and consider the need for mandatory sanctions.

KEYWORDS: Vaccination Hesitancy; Public Health; Health Impact Assessment

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a hesitação vacinal é definida como indecisão, atraso ou recusa na aceitação da vacinação disponível. Trata-se de um fenômeno complexo, desafiador e crescente em muitos países (Jarrett et al., 2015). É considerada uma das 10 ameaças globais mais prementes à saúde (Mitilian et al., 2022). A recusa da vacina levou a surtos generalizados de sarampo na Europa, incluindo mais de 82.000 casos e 72 mortes em 2018 (Salmon et al., 2019).

O movimento anti-vacina começa na Europa, com o artigo de Wakefield em 1998 que associou a vacina do sarampo e o autismo, insuflando grupos contrários a vacinação que hoje se perpetuam por meio das mídias sociais em velocidade e alcance muito maiores (Couto et al., 2021). Já no continente americano, cada vez mais, os pais atrasam ou recusam vacinas o que levam a surtos de doenças evitáveis, ​como o surto de sarampo. Os dados populacionais mais recentes dos EUA sobre as atitudes e crenças dos pais relativamente às vacinas sugerem que mais de 7 em cada 10 pais têm preocupações como quantidade de vacinas administradas nos primeiros dois anos da vida, que as vacinas podem causar doenças como o autismo (30%) e que os ingredientes das vacinas não são seguros (Salmon et al., 2019).

A Atenção Primária à Saúde exerce um papel fundamental para o alcance de  uma  cobertura  vacinal  efetiva no país, sendo a porta de entrada do SUS e onde ocorre a vacinação conforme o calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que conta com o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI). Desse modo é possível analisar com acurácia a cobertura vacinal e formular estratégias para adesão da população ao programa.

Diante disso, o presente artigo tem como objetivo caracterizar estratégias para combate da hesitação vacinal, delineando aspectos do comportamento anti-vacina. Desse modo, o presente estudo busca retratar a relevância de um tema pertinente, cujo debate sofreu polarização durante a pandemia recente de COVID-19.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, realizada a partir de pesquisa nas bases de dados PUBMED, LILACS e SCIELO. A amostra foi composta por artigos científicos publicados nas revistas e periódicos e utilizou como descritores: “Vaccination Hesitancy”; “Public Health”; “Health Impact Assessment”.  Os critérios de inclusão definidos para seleção dos artigos foram: texto grátis completo, revisão sistemática e metanálise publicados entre 2015 e 2024. Inicialmente foram encontrados 40 artigos, após análise de títulos e resumos foram efetivamente selecionados 13 artigos por compreenderem o tema proposto.  O presente estudo não necessitou ser submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), por se tratar de um estudo com base na revisão bibliográfica, os dados da pesquisa foram analisados e redigidos em Microsoft Word. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Dentre as estratégias para garantir a taxa de cobertura vacinal preconizada tem sido empregado a obrigatoriedade com aplicação de sanções aos não vacinados, como negação de matrícula escolar, multas, pena de prisão e perda de direitos parentais. No ano de 2018, 105 (54%) dos países tinham algum mandato nacional exigindo pelo menos uma vacina, dentro destes países existem variações regionais quanto a obrigatoriedade e sanções (Gravagna et al., 2020).

Os programas de vacinação obrigatória em alguns países nem sempre conseguiram restaurar a confiança na vacinação (Mitilian et al., 2022). A vacinação obrigatória apresenta desafios éticos no que diz respeito à substituição da autonomia pessoal e é potencialmente contraproducente para alimentar a hesitação à vacinação se o apoio público for baixo (Lytras et al., 2024). Para garantir a confiança nas vacinas, as estratégias de comunicação e técnicas de distribuição de vacinas a serem aplicadas durante a vacinação devem ser transparentes, honestas, precisas, verdadeiras, multimodais e frequentes, envolvendo parcerias com a comunidade e profissionais de saúde de uma forma inclusiva.  

É necessária uma abordagem mais individualizada, multidisciplinar e organizada por parte de especialistas respeitados em saúde pública, académicos, cientistas, profissionais de saúde e líderes políticos locais. Uma solução rápida para reduzir a hesitação em vacinar seria concentrar-se na comunicação eficaz utilizando informações baseadas em evidências, contrariando mensagens que podem desinformar o público (Roy et al., 2022).

De acordo com Roy (2022), para reduzir as taxas de morbilidade e mortalidade induzidas pela pandemia, a administração da vacina contra a COVID-19 é preciso considerar a obrigatoriedade para idosos e indivíduos com comorbidades, devido maior vulnerabilidade desses grupos ao vírus do, sobretudo na relação idade e comorbilidades com a taxa de mortalidade.

As intervenções devem envolver múltiplas estratégias, aquelas que obtiveram maiores aumentos na adesão à vacina foram as que visaram diretamente populações não vacinadas, em prol de aumentar o conhecimento e conscientização sobre vacinas, melhorar o acesso às vacinas, enfoque nas populações específicas como profissionais da saúde, obrigatoriedade ou sanções a não vacinação, envolver líderes religiosos ou outros líderes influentes para promoção da vacinação (Jarrett et al,. 2015).

Por outro lado, as intervenções associadas a menor adesão (<10%) incluem intervenções passivas como cartazes, e intervenções baseadas em incentivos com transferência de renda condicionais ou não condicionais (Jarrett et al,. 2015). Evidencias empíricas mostram que entrevistas motivacionais e adaptação de informações são abordagens que podem afetar positivamente a aceitação da vacina. A entrevista motivacional é um estilo de comunicação centrado no paciente, mais colaborativa e menos autoritária, explorando e resolvendo as ambivalências para aumentar sua motivação interna para mudar de comportamento (Mitilian et al., 2022).

Aumentar a confiança e a compreensão da eficácia e segurança da vacina é crucial para melhorar o sucesso da vacinação (Zeng et al., 2023). Na China, pacientes com artrite reumatoide tinham baixas taxas de vacinação contra COVID-19, temendo que poderia ter impacto na sua doença crônica. Nesse contexto, promover educação pública e orientação baseada em evidências para melhorar a alfabetização em vacina, enfatizando a importância da comunicação de riscos entre especialistas e pacientes com informações seguras.

Em relação às desconfianças, foi relatada uma percepção de falta de informação, mal entendimento, rapidez que a vacina é desenvolvida resultando em reações adversas a longo-prazo ou testes e evidencias insuficientes (Karafillakis, 2017; Aylin, 2023). Para Li PC et al (2021), a percepção de pressa excessiva no desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 em comparação com vacinas anteriores está entre os fatores que contribuem para tais preocupações. 

O desenvolvimento de um aplicativo esclarecedor sobre vacinas para mulheres grávidas (MomsTalkShots) foi extremamente bem recebido entre as mulheres, mesmo entre aquelas que inicialmente hesitaram em vacinar a si e aos seus bebês de acordo com o calendário de imunização. A maioria definiu como confiável, interessante e claro e com informações suficientes após os vídeos (Salmon et al., 2019)

A OMS recomenda que as mensagens devem ser adaptadas ao grupo-alvo e uma defesa muito contudente pode piorar a hesitação. Os pais geralmente se enquadram em cinco perfis de vacinas, o de Defensores da Imunização que buscam ativamente a vacinação, os que seguem os conselhos de seus médicos e as normas sociais percebidas para vacinar, os Aceitadores Cautelosos que vacinam, mas com cautela, Os que estão em cima do muro, que estão muito incertos nas suas decisões sobre vacinas, e os que recusam, que rejeitam ativamente algumas ou todas as vacinas. Tal distinção permite adaptar a abordagem educativa, sendo a dos recusadores mais desafiadores, embora possam concordar em dar pelo menos algumas vacinas aos seus filhos (Salmon et al., 2019).

Vale salientar ainda que se fazem necessárias ações governamentais e não governamentais, além de busca ativa e estratégias que proporcionem o aumento do percentual e alcance à população que possuem dificuldade de acesso às UBS (Carvalho et al., 2023). 

É de extrema relevância o acompanhamento desses valores e suas flutuações a cada ano, tendo em vista a possibilidade de busca e identificação de fatores que possam ter influenciado esses dados.  Deve-se lembrar que, o sucesso dos programas de imunização no controle das doenças provoca uma sensação de segurança, de erradicação da doença e que o risco dos efeitos adversos da vacina é superior ao risco da doença (Couto et al., 2021).

A auto-revelação por parte de médicos e outros profissionais de saúde de terem tomado a vacina pode ser um componente importante no combate à hesitação vacinal em pacientes em situação crítica de vacinação (Li PC et al., 2021). Oferecer um diálogo aberto e honesto, onde os indivíduos discutem as suas preocupações com os profissionais de saúde, pode ser uma ferramenta eficaz para gerir não só a hesitação em vacinar, mas também outras crises relacionadas com a saúde.

Historicamente, as vacinas mais recentes têm geralmente menos probabilidade de serem aceitas, a vacina contra a gripe, que estava no mercado há décadas, era de 49% quando lançada e aumentou para 80,6% entre 2019 e 2020. Isto mostra que a aceitação da vacina pode aumentar com o tempo (Aylin, 2023) 

Em 2023, houve uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016. Oito vacinas do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde para janeiro a outubro de 2023, quando comparado com todo o ano de 2022. A vacinação nas escolas foi uma estratégia fundamental. 

O planejamento multiestratégico adotado pela pasta desde o início da gestão com a criação do movimento nacional, a adoção do microplanejamento, o repasse de mais de R$ 151 milhões para ações regionais nos estados e municípios e o lançamento do programa Saúde com Ciência. (Ministério da Saúde). Desse modo, é crucial o desenvolvimento de políticas públicas que fortaleçam o programa de imunização e previnam surtos de doenças e mortalidade por doenças evitáveis.

CONCLUSÃO

A defesa da vacina é vital no contexto dos direitos humanos, do direito à vida e dos direitos das crianças dos profissionais de saúde.  Portanto, é preciso garantir por meio do planejamento multiestratégico, acesso às salas de vacina, informação de confiança, vigilância e considerar a necessidade de obrigatoriedade com sanções.

REFERENCIA

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