REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202409150734
Caren Rafaela Sales
Jessica Pereira Lima
José Carlos Leal
William Almeida Lins.
RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou de uma classificação psiquiátrica para um transtorno do neurodesenvolvimento infantil, refletindo avanços na compreensão científica e nas abordagens de diagnóstico. O DSM-5, com seus critérios mais sensíveis, permite uma identificação precoce do TEA, essencial para intervenções eficazes. A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem comprovada para melhorar habilidades sociais e reduzir comportamentos problemáticos em crianças com TEA. Utilizando técnicas como reforços positivos e modelagem, a ABA promove a comunicação e a interação social de maneira individualizada, com benefícios significativos também para os pais. A integração de recursos lúdicos e estratégias inovadoras pode complementar as intervenções, promovendo maior autonomia e autoconhecimento nas crianças autistas. A contínua evolução no diagnóstico e tratamento do TEA, combinada com a inovação científica, é crucial para melhorar a qualidade de vida das crianças e suas famílias.
Palavras-chave: Autismo; interação social; ABA; intervenção precoce
ABSTRACT
Autism Spectrum Disorder (ASD) has evolved from a psychiatric classification to a neurodevelopmental disorder, reflecting advances in scientific understanding and diagnostic approaches. The DSM-5, with its more sensitive criteria, facilitates early identification of ASD, which is crucial for effective interventions. Applied Behavior Analysis (ABA) is a proven approach for enhancing social skills and reducing problematic behaviors in children with ASD. By employing techniques such as positive reinforcement and modeling, ABA fosters individualized communication and social interaction, providing significant benefits for both children and their families. Integrating playful resources and innovative strategies can complement interventions, promoting greater autonomy and self-awareness in autistic children. Ongoing advancements in ASD diagnosis and treatment, combined with scientific innovation, are essential for improving the quality of life for children and their families.
Keywords: Autism; social interaction; ABA; early intervention
1. Introdução
Durante muitas décadas, as causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram majoritariamente interpretadas à luz da psicanálise e de teorias psicológicas correlatas, como as abordagens psicossociais e psicodinâmicas. Esses modelos teóricos defendiam que fatores emocionais e psicológicos desempenham papéis cruciais no desenvolvimento do autismo. Contudo, estudos recentes, como o de Sandin, S., Lichtenstein, P., Kuja-Halkola, R., e outros (2014), revelaram novas compreensões sobre o transtorno, indicando que o TEA possui uma base biológica. Embora as causas exatas ainda permaneçam incertas, o entendimento moderno aponta para uma combinação de fatores genéticos e ambientais, o que reflete um avanço significativo em relação ao enfoque puramente psicodinâmico. Essa transição científica resultou em diagnósticos e tratamentos mais precisos, ainda que a etiologia do autismo continue a ser objeto de intensas pesquisas e discussões acadêmicas.
O impacto do diagnóstico de autismo não se restringe à criança, mas também envolve profundamente o contexto familiar. Buscaglia (2006) define a família como um grupo de pessoas que compartilham vínculos profundos, experiências, projetos e vivências. Desde o nascimento, ou mesmo antes da concepção, há expectativas familiares sobre a criança, como destaca Jean-Paul Sartre (1956): “Antes que as crianças nasçam, mesmo antes de serem concebidas, seus pais já decidiram quem elas serão.” Essas expectativas, quando confrontadas com o diagnóstico de TEA, podem gerar frustração e estresse entre os familiares, que enfrentam a quebra de uma norma social ou pessoal.
O autismo pode introduzir estressores adicionais no ambiente familiar, conforme apontam Schimdt e Bosa (2003), devido às particularidades comportamentais da criança autista e ao nível de suporte necessário, que varia amplamente entre os indivíduos. Essas demandas acabam por constituir fontes potenciais de estresse para os pais e cuidadores. Assim, o conceito de “estresse parental ou familiar” surge como uma consequência frequente do impacto cumulativo de lidar com as necessidades específicas da criança, aliado às dificuldades de conciliar expectativas sociais e familiares.
Além disso, os impactos do TEA se estendem ao longo de todo o ciclo vital da família, afetando tanto as interações dentro do núcleo familiar quanto em contextos externos. O apoio especializado, o reconhecimento das dificuldades e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento tornam-se essenciais para ajudar as famílias a lidar com as complexidades associadas ao TEA, promovendo uma maior resiliência diante das adversidades.
Durante os momentos de adversidade e complexidade ao longo da vida de um indivíduo, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) surge como uma abordagem relevante. Ela estabelece a relação entre o ambiente, o comportamento humano e as formas mais eficazes de aprendizagem. Um planejamento com todos os princípios da ABA pode ser implementado para que aquele comportamento seja substituído e que façam sentido para o indivíduo. Assim, a intervenção não se limita ao ambiente clínico, podendo ser aplicada em qualquer contexto em que o indivíduo esteja inserido, promovendo mudanças funcionais e significativas. O behaviorismo radical proposto por Skinner enfoca que todo comportamento é observável e mensurável” (Skinner, 1953), se opondo a psicanálise que enfoca nos processos inconscientes.
Dessa forma, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), baseada na filosofia do behaviorismo radical de Skinner, oferece intervenções práticas e eficazes que podem auxiliar não apenas a criança com TEA, mas também os familiares que enfrentam o estresse associado ao diagnóstico. Ao considerar o comportamento como algo observável e mensurável, a ABA proporciona um caminho claro para o desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais, permitindo que a criança autista e sua família experimentem um suporte mais direcionado e assertivo. Assim, torna-se uma ferramenta essencial na construção de uma convivência mais equilibrada e na promoção do bem-estar familiar.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A Questão Histórica e o Conceito De Autismo
A história e definição do autismo começaram em 1911, quando o termo foi utilizado pela primeira vez pelo psiquiatra Eugen Bleuler. Ele usou “autismo” para descrever comportamentos de perda de contato com a realidade, dificuldade na comunicação verbal e vocal, observados em pacientes diagnosticados com esquizofrenia (AJURIAGUERRA, 1977). Em 1943, Leo Kanner introduziu o termo “Distúrbio Autístico do Contato Afetivo”, descrevendo um conjunto de características comportamentais específicas, como isolamento social extremo, dificuldades no uso da linguagem para comunicação, comportamentos ritualísticos, inteligência preservada e aparência física normal. Kanner notou que exames clínicos e laboratoriais não forneciam explicações conclusivas para esses quadros, diferenciando-os de condições como as “oligofrenias” (retardo mental) e considerando o autismo como uma “verdadeira psicose” (Tamanaha, Perissinoto e Chiari, 2008).
Na mesma época, em 1944, Hans Asperger apresentou sua tese de doutorado, na qual descreveu um distúrbio que chamou de “Psicopatia Autista da Infância”. Ele observou características como movimentos repetitivos, interesses restritos, dificuldade em demonstrar empatia e estabelecer relações sociais (SILVA, GAIATO & REVELES, 2012, p.160). Asperger usou exemplos clínicos para descrever as histórias familiares, aspectos físicos e comportamentais, e desempenho em testes de inteligência, destacando a importância de uma abordagem educacional para essas crianças (Tamanaha, Perissinoto e Chiari, 2008). A partir de seus estudos, surgiu o termo “Síndrome de Asperger”, embora ele tenha caído em desuso a partir de 2003.
Em 1952, a American Psychiatric Association (APA) publicou o primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-I), que classificava o autismo como uma forma de esquizofrenia. No DSM-I, utilizava-se o termo “reação” para descrever o Transtorno do Espectro Autista, refletindo a influência da perspectiva psicobiológica de Adolf Meyer (SZAJNBOK, 2013). Já o DSM-II, publicado em 1968, considerava o autismo como uma psicose, sem sintomas concretos e universais, manifestando-se de formas variadas.
Nos anos 1980, o lançamento do DSM-III trouxe mudanças significativas no diagnóstico do autismo, criando a categoria de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs), uma denominação que abrangia múltiplas áreas do cérebro. Em 1994, com a publicação do DSM-IV, a Síndrome de Asperger foi integrada ao espectro autista, e os diagnósticos começaram a ser baseados em critérios mais claros e padronizados, com a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-10) acompanhando essas mudanças. O DSM-IV TR (2002) propôs a classificação do autismo infantil e da Síndrome de Asperger como subcategorias dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, destacando a necessidade de suportes personalizados para cada indivíduo, de acordo com as áreas de sua vida que eram afetadas.
Uma das distinções entre o autismo clássico e a Síndrome de Asperger estava na comunicação: enquanto no autismo havia comprometimento significativo na linguagem e cognição, na Síndrome de Asperger, essas áreas eram relativamente preservadas. No entanto, indivíduos com Asperger apresentavam dificuldades sociais, como a incapacidade de compreender as regras convencionais de interação e o uso limitado de sinais não verbais, como contato visual e expressão facial.
O DSM-V, lançado em 2013, consolidou todas as formas de autismo sob a nomenclatura única de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa mudança visou padronizar o diagnóstico, com foco nos critérios comportamentais, considerando o autismo um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades persistentes na interação social, comunicação e presença de comportamentos repetitivos e restritos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023), o Transtorno do Espectro Autista abrange um grupo diverso de condições, todas caracterizadas por graus variados de suporte nas interações sociais e comunicação. Entre as principais características estão padrões de atividades e comportamentos atípicos, como dificuldade em transitar entre atividades, foco excessivo em detalhes específicos e reações incomuns a estímulos sensoriais. Esse entendimento atual reflete a complexidade e a diversidade dos casos de autismo, reforçando a necessidade de abordagens personalizadas para diagnóstico e tratamento.
2.2 Atualizações no Diagnóstico Do Transtorno do Espectro Autista
Com os avanços significativos da ciência, o transtorno do espectro autista, que inicialmente foi inserido no contexto psiquiátrico, foi reclassificado como um transtorno do neurodesenvolvimento infantil. Estudos avançados realizados por diversos pesquisadores levaram a essa conclusão: “Verificam-se as alterações no percurso desse diagnóstico primeiro no contexto psiquiátrico até sua definição como transtorno do neurodesenvolvimento infantil.” (FERNANDES; TOMAZELLI; GRIANELLI, [2020]).
De acordo com Fernandes et al. (2020), para essa reclassificação ocorresse, precisamos destacar as mudanças significativas do DSM-IV-TR e o DSM-5, observando que o DSM-5 tende a identificar um número menor de diagnósticos devido a critérios mais sensíveis, As discrepâncias na identificação de diagnósticos entre esses manuais são discutidas, com destaque para como o DSM-5 trata os sintomas mais leves e as mudanças no critério de comunicação social, além da ênfase em movimentos ritualísticos e estereotipados.
O diagnóstico ainda nos primeiros meses de vida da criança permite a realização da intervenção precoce, desenvolvendo as habilidades que a criança precisa desenvolver e tamém uma adaptação mais eficiente para o indivíduo e sua família. Embora os critérios de diagnóstico para autismo no DSM-IV-R tenham sido validados para crianças a partir dos três anos, há evidências na literatura que sugerem a viabilidade de diagnósticos em crianças mais jovens, destacando a importância das intervenções precoces. Yang et al. (2018) identificaram proteínas no sangue que podem funcionar como biomarcadores, enquanto Chen, Yang, Wu, Chuang e Huang (2019) investigaram a relação entre o transtorno do espectro autista (TEA) e biomarcadores obtidos por ressonância magnética. Outro estudo realizado por Del Valle Rubido et al. (2018) avaliou vários biomarcadores e sua correlação com medidas clínicas. No entanto, até o momento, não existem marcadores biológicos comprovados para o diagnóstico do autismo.
Em síntese, o avanço no entendimento e no diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) tem sido impulsionado por progressos significativos na ciência e na tecnologia. A reclassificação do TEA como um transtorno do neurodesenvolvimento infantil reflete uma evolução na compreensão das suas complexidades e a necessidade de diagnósticos precisos e precoces. Apesar das descobertas promissoras em biomarcadores e das tecnologias avançadas de avaliação, ainda há desafios a serem enfrentados para estabelecer métodos diagnósticos definitivos e validados. A contínua inovação nas ferramentas de diagnóstico e a integração de novas tecnologias oferecem a promessa de melhorar a precisão do diagnóstico e possibilitar intervenções mais eficazes e personalizadas. Com esses avanços, a comunidade científica e médica estará melhor equipada para fornecer suporte direcionado e oportuno, potencializando o prognóstico e a qualidade de vida das crianças e suas famílias.
2.3 Impactos do Autismo No Contexto Familiar e No Contexto Escolar
Discutir o autismo sem abordar os impactos que a família sofre após o diagnóstico é praticamente impossível, pois esse momento marca uma verdadeira virada na vida familiar. Desde as primeiras suspeitas até a confirmação do diagnóstico, a maneira como essa informação é transmitida à família é crucial para o processo de aceitação, adaptação e qualidade de vida da criança e de seus cuidadores (Autismo e Realidade, 2024). Um ambiente familiar saudável é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança, mas, no caso de crianças com autismo, essa importância é ainda maior, já que elas exigem cuidados e abordagens específicas. Muitas vezes, essas crianças apresentam habilidades singulares e algumas limitações que desafiam a família a se adaptar, exigindo a participação ativa de todos para alcançar o progresso desejado (Neurosaber, 2022).
No início, muitos pais que enfrentam o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem se sentir sobrecarregados e inseguros quanto à escolha do melhor programa de intervenção para seus filhos. A busca por respostas e a incerteza podem levar a uma sensação de desamparo, mas é a determinação em encontrar a melhor intervenção que prevalece. Com a abundância de opções e opiniões divergentes, a maioria dos pais recorre à Internet para obter informações e ajuda de acordo com Rogers et al., 2012.
As consequências do diagnóstico de autismo para os familiares, especialmente os pais, podem ser profundas e, em muitos casos, prejudiciais. Schimdt e Bosa (2003) apontam que as características comportamentais de uma criança autista, quando combinadas à gravidade do transtorno, podem gerar estressores significativos para os cuidadores. O impacto vai além da convivência diária, afetando o núcleo familiar de maneira ampla, influenciando as dinâmicas internas e as interações sociais. Essas repercussões acompanham a família ao longo do ciclo vital, resultando no que muitos pesquisadores denominam como “estresse parental ou familiar”.
O conceito de estresse, conforme descrito por Lipp (2000), é uma reação do corpo a situações altamente exigentes e desafiadoras, provocando transformações psicológicas, físicas e químicas. Esse estresse pode ter fontes tanto internas quanto externas. No caso das famílias de crianças com autismo, o estresse tende a surgir de fatores como preocupações com o bem-estar físico e emocional da criança, suas dificuldades em socializar e os comportamentos agressivos que podem ser direcionados aos membros da família.
As mães, que muitas vezes assumem o papel principal nos cuidados da criança autista, são particularmente vulneráveis a esses problemas. O tempo e a dedicação exigidos para atender às necessidades específicas da criança resultam em um fardo emocional e físico que, a longo prazo, pode afetar sua saúde mental e bem-estar geral. Esses desafios, somados à pressão social e à falta de redes de apoio, contribuem para que as mães de crianças autistas sejam o grupo mais suscetível ao desenvolvimento de problemas psicossociais relacionados ao estresse.
Além disso, estudos recentes têm sugerido que a forma como a família se adapta ao diagnóstico e lida com os desafios do autismo pode ter um impacto direto no desenvolvimento da criança. O apoio emocional, as intervenções terapêuticas adequadas e a criação de um ambiente familiar acolhedor e estruturado são essenciais não apenas para o bem-estar da criança, mas também para minimizar os efeitos negativos do estresse sobre os cuidadores. Um diagnóstico precoce e o acesso a serviços de suporte, como aconselhamento familiar e terapias, podem ajudar a reduzir o impacto do estresse e melhorar a qualidade de vida da família como um todo.
Os quadros que integram o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são marcados por desafios em diversas áreas do desenvolvimento, especialmente na interação social com pares e adultos, bem como na comunicação e em interesses específicos. Essas dificuldades se manifestam de diferentes formas clínicas dentro do espectro, onde algumas pessoas com TEA podem exibir capacidades cognitivas e linguísticas incomuns e restritas, como, por exemplo, uma excelente memória para detalhes específicos (Lira et al., 2009).
O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, surgindo nos primeiros anos de vida devido a um desenvolvimento atípico da linguagem e das relações interpessoais. As principais características incluem dificuldades na interação social, tanto com pares quanto com adultos, assim como na comunicação, além de comportamentos repetitivos e interesses limitados. Esse conjunto de sintomas compromete o desenvolvimento integral da criança, afetando tanto as relações interpessoais quanto o processo de aprendizagem.
Dentre as áreas mais afetadas, a interação social se destaca como um dos maiores desafios enfrentados por indivíduos com autismo. A interação social é definida como um processo de ação social compartilhada entre dois ou mais indivíduos em contato, diferindo de uma mera troca de estímulos, já que envolve significados e expectativas sobre o comportamento dos outros (Lakatos & Marconi, 1999). Diversos estudos têm se concentrado em analisar como o TEA impacta o contexto social, especialmente no que se refere à interação e comunicação do portador do transtorno.
O impacto do autismo no contexto familiar e escolar revela-se multifacetado e profundamente interligado, refletindo os desafios e oportunidades para crianças com TEA e seus entes queridos. A partir do diagnóstico, as famílias enfrentam uma transição complexa, onde a compreensão e adaptação ao transtorno exigem um equilíbrio delicado entre os cuidados diários e a busca por intervenções adequadas. No âmbito escolar, o ambiente educacional também se ajusta às necessidades específicas da criança, promovendo adaptações que favoreçam seu desenvolvimento e inclusão. A colaboração entre a família e a escola é crucial, pois um suporte coeso e contínuo pode mitigar os impactos negativos do estresse e promover um ambiente de aprendizagem mais positivo e produtivo. A conscientização, a formação de redes de apoio e a implementação de estratégias eficazes são essenciais para criar um espaço em que tanto a criança quanto seus cuidadores possam prosperar, reforçando a importância de uma abordagem integrada e empática para o enfrentamento das dificuldades associadas ao autismo.
2.4 O Transtorno Do Espectro Autista Em Diferentes Abordagens
A abordagem do autismo é multifacetada e evoluiu significativamente ao longo do tempo. A complexidade dos sintomas e as conceituações imprecisas muitas vezes dificultam tanto o diagnóstico quanto a intervenção terapêutica para crianças autistas. O termo “autismo” foi introduzido por Prouller em 1906 (citado por Gauderer, 1997), e atualmente é classificado como Transtorno Autista pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV-TR). Ao longo dos anos, diversas terminologias e conceitos foram utilizados para descrever essa condição, como discutido na primeira parte deste trabalho.
O autismo é caracterizado principalmente por dificuldades na interação social e comunicação, além de um repertório restrito de atividades e interesses. Apesar do consenso sobre essas características centrais, há divergências quanto ao conceito e a outras manifestações sintomáticas do autismo. A abordagem terapêutica varia conforme a perspectiva teórica adotada, como Psicanálise, Teoria Afetiva, Teoria da Mente e Análise do Comportamento.
A Análise do Comportamento propõe que o tratamento de crianças deve seguir princípios de desenvolvimento padrão (Brandão, 1987). Como o autismo se manifesta por padrões comportamentais específicos, técnicas como o reforçamento são frequentemente aplicadas. O Behaviorismo Radical, que fundamenta a Análise do Comportamento, é importante para entender essa abordagem. O Behaviorismo Metodológico, por outro lado, se concentra apenas em comportamentos observáveis, excluindo fenômenos internos como pensamentos e sentimentos da prática científica.
Na época do Behaviorismo Metodológico, a ênfase era na modificação do comportamento, visando reduzir comportamentos interferentes por meio da observação direta. Essa abordagem focava principalmente em aspectos metodológicos e não valorizava a relação terapêutica, o que se revelou insuficiente para tratar queixas mais complexas (Conte e Regra, 2000).
Com o advento do Behaviorismo Radical, os eventos privados (comportamentos não observáveis) passaram a ter maior importância na terapia. Skinner (1974, p. 19) argumenta que o Behaviorismo Radical “não nega a possibilidade da auto-observação ou do autoconhecimento, nem sua possível utilidade, mas questiona a natureza do que é sentido ou observado e, portanto, conhecido.” Assim, o comportamento verbal ganhou destaque na prática terapêutica, pois comportamentos não observáveis, ao serem verbalizados, se tornam instrumentos valiosos para avaliação diagnóstica e intervenção.
A psicoterapia comportamental infantil utiliza estratégias lúdicas, como atividades simbólicas e jogos, para promover o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e afetivo. Essas atividades facilitam a comunicação entre terapeuta e criança, estimulando a expressão verbal e a compreensão de regras. Conte e Regra (2000) destacam que a fantasia desempenha um papel crucial na identificação de determinantes comportamentais que a criança pode não conseguir articular. Assim, o aspecto lúdico é integrado ao processo terapêutico, tanto na avaliação quanto na intervenção.
A Análise do Comportamento também considera as contingências ambientais que afetam o comportamento, realizando uma análise funcional dos antecedentes e consequentes que influenciam o comportamento. Com base nessas análises, o terapeuta desenvolve um modelo de intervenção adequado.
Para avaliar a eficácia das intervenções que utilizam o faz de conta no tratamento de crianças com autismo, foi conduzida uma pesquisa bibliográfica abrangente. Este estudo busca demonstrar a viabilidade do uso de recursos lúdicos, fundamentados na técnica do faz de conta, no contexto terapêutico para crianças autistas. A pesquisa aborda a evolução histórica do conceito de autismo e sua etiologia, e examina diversas abordagens terapêuticas, com foco na Análise do Comportamento, análise funcional e eventos privados.
Além disso, a Teoria Afetiva é investigada como uma abordagem complementar. Esta teoria ressalta a importância das interações emocionais e afetivas no desenvolvimento e na intervenção com crianças autistas. Kirouac (1994) argumenta que a afetividade não apenas influencia as emoções, mas também molda a comunicação e as relações interpessoais. O estabelecimento de um vínculo emocional sólido entre a criança e o terapeuta é essencial para criar um ambiente terapêutico seguro e acolhedor, que favoreça a expressão e compreensão das emoções. Intervenções baseadas na Teoria Afetiva, como atividades lúdicas que promovem empatia e comunicação emocional, são analisadas quanto à sua eficácia em enriquecer o tratamento, melhorando a qualidade das interações e o desenvolvimento das habilidades emocionais e relacionais. A integração dessas estratégias afetivas com métodos comportamentais proporciona uma visão mais abrangente e eficaz das abordagens terapêuticas para crianças com autismo.
Leonardo Caixeta e Ricardo Nitrini (2002) discutem a relação entre a Teoria da Mente e o autismo, destacando que as diferenças nas interações sociais de indivíduos autistas podem estar relacionadas a variações na Teoria da Mente. Essa teoria, que envolve a capacidade de compreender e atribuir estados mentais a si e aos outros, pode funcionar de maneira distinta em pessoas autistas, refletindo a diversidade cognitiva humana.
A Análise do Comportamento (ABA) tem desempenhado um papel fundamental na abordagem terapêutica do Transtorno do Espectro Autista (TEA), oferecendo estratégias baseadas em princípios científicos para a modificação e desenvolvimento de comportamentos. ABA se concentra na análise das relações entre comportamentos e suas consequências, utilizando reforços para promover mudanças comportamentais positivas (Cooper, Heron, & Heward, 2020). A aplicação de ABA pode ajudar a criar um ambiente de aprendizado estruturado, onde intervenções são personalizadas com base nas necessidades individuais da criança. Skinner (1974) enfatiza a importância de considerar os eventos privados, como pensamentos e sentimentos, na avaliação e intervenção terapêutica, promovendo uma compreensão mais profunda das motivações internas. A integração de técnicas de ABA com abordagens complementares, como a Teoria Afetiva, que ressalta a importância das interações emocionais (Kirouac, 1994), e a Teoria da Mente, que explora as diferenças nas interações sociais (Caixeta & Nitrini, 2002), oferece uma abordagem holística que pode enriquecer o tratamento. Assim, a combinação de estratégias comportamentais e afetivas proporciona um suporte mais abrangente e adaptado às necessidades únicas de cada criança com autismo, promovendo melhores resultados tanto no contexto familiar quanto escolar.
3. Metodologia
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, seguindo diretrizes estabelecidas para garantir uma análise rigorosa e criteriosa das informações. A metodologia foi estruturada em três etapas principais: definição da questão de pesquisa, seleção dos estudos relevantes e análise crítica dos resultados obtidos.
Na primeira etapa, a pesquisa foi elaborada com base em temas centrais relacionados ao Transtorno do Espectro Autista que é a interação social, diagnósticos precoces, e a intervenção da Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Foram incluídos estudos que abordassem os impactos positivos da análise do comportamento aplicada nas habilidades sociais e na redução de comportamentos interferentes socialmente relevantes em crianças autistas, bem como pesquisas sobre avanços no diagnóstico do transtorno e a intervenção precoce.
Para a seleção dos artigos, foram utilizadas fontes encontradas em livros e artigos publicados por instituições e editoras relevantes, como a American Psychiatric Association e publicações de autores reconhecidos na área. As referências foram extraídas de obras como o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV e DSM-5) e de autores como Bosa (2002) e Bardin (1977), além de pesquisas de Lovaas (1987) e Smith et al. (2000). As bases de dados utilizadas para encontrar parte das referências incluem EBSCOhost, SciELO, e JSTOR, permitindo a coleta de material de alta qualidade e relevância científica para o tema do autismo e intervenções comportamentais.
Foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão, priorizando artigos publicados entre os anos de 2000 e 2023, em periódicos revisados por pares, e escritos em inglês ou português. Estudos duplicados, fora do escopo temático ou de baixa qualidade metodológica foram excluídos.
Na etapa final, os estudos selecionados foram analisados sistematicamente, buscando identificar como a análise do comportamento aplicada realiza a intervenção para o desenvolvimento da interação social e a partir desta análise, foram discutidos os principais avanços no campo da análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista e as perspectivas futuras de intervenção, enfatizando a integração de novas tecnologias e abordagens lúdicas por meios de protocolos de ensino.
4. Resultados e Discussão
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem científica focada na compreensão e modificação de comportamentos observáveis e tem se mostrado eficaz no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A ABA proporciona estratégias específicas para melhorar a comunicação e a interação social de crianças autistas, com o objetivo de aumentar sua independência e qualidade de vida (Cooper, Heron, & Heward, 2020).
As crianças com TEA frequentemente enfrentam desafios significativos na interação social devido a déficits na comunicação, na compreensão de normas sociais e na formação de relações interpessoais. A ABA aborda essas dificuldades de forma estruturada e sistemática. Um dos principais métodos utilizados na ABA é o reforço positivo, que incentiva comportamentos desejados, como fazer contato visual, iniciar e manter conversas, e interagir de maneira apropriada com outras crianças e adultos. Ao reforçar comportamentos sociais desejados, a ABA ajuda as crianças a aprender e integrar habilidades sociais importantes em seu repertório comportamental.
Baseada em princípios da teoria comportamental, a ABA afirma que comportamentos podem ser moldados e mantidos por suas consequências. Esse processo é realizado através de reforços positivos, modelagem e outras técnicas que auxiliam no ensino de novas habilidades e comportamentos adaptativos (Skinner, 1953). Para crianças com TEA, essas técnicas são aplicadas para promover habilidades sociais e reduzir comportamentos interferentes.
Crianças com TEA frequentemente enfrentam dificuldades na interação social devido a déficits na comunicação, na compreensão de normas sociais e na formação de relações interpessoais (American Psychiatric Association, 2013). A ABA emprega intervenções direcionadas para melhorar essas áreas, abordando aspectos como iniciar e manter conversas, fazer amigos e responder adequadamente a sinais sociais.
Dentre as técnicas de ABA para aprimorar a comunicação social, destaca-se o treinamento de habilidades sociais e o uso de sistemas de reforço para encorajar comportamentos desejados. O ensino de habilidades de comunicação através de métodos como a Análise de Comportamento Verbal (ABV) ajuda crianças autistas a expressarem suas necessidades e desejos de maneira mais eficaz (Skinner, 1957).
O reforço positivo, um princípio fundamental da ABA, incentiva comportamentos desejados através de recompensas. Estudos demonstram que crianças com TEA respondem bem a reforços que reforçam comportamentos sociais apropriados, como compartilhar e fazer contato visual, ajudando a integrar essas habilidades em seu repertório comportamental (Lovaas, 1987).
A ABA é frequentemente implementada desde cedo na vida de uma criança com TEA, aproveitando a plasticidade do cérebro infantil para promover o desenvolvimento social. A intervenção precoce, como o Programa de Treinamento Intensivo em Comportamento (Lovaas, 1987), pode resultar em ganhos significativos na habilidade de interação social e na redução de comportamentos desafiadores.
Diversos estudos evidenciam a eficácia da ABA na promoção das habilidades sociais em crianças com TEA. Por exemplo, um estudo conduzido por Smith et al. (2000) revelou que crianças que participaram de programas de ABA mostraram melhorias significativas em habilidades de interação social e comunicação em comparação com métodos de intervenção menos estruturados.
Além de beneficiar as crianças, a interação social de crianças com TEA também impacta os pais, que frequentemente experimentam altos níveis de estresse devido às dificuldades enfrentadas pelos filhos (Davis & Carter, 2008). A ABA, ao melhorar as habilidades sociais da criança, pode reduzir o estresse parental ao promover comportamentos mais adaptativos e menos interferentes.
Uma das principais forças da ABA é sua abordagem individualizada, adaptando as intervenções às necessidades específicas de cada criança. Essa personalização é crucial para abordar as dificuldades únicas que cada criança com TEA enfrenta na interação social (Dawson & Guare, 2004).
Em conclusão, a ABA tem demonstrado ser uma abordagem eficaz na melhoria das habilidades sociais de crianças com TEA, resultando em melhores interações sociais e redução do estresse parental. No entanto, é fundamental continuar a pesquisa e a adaptação das intervenções para atender melhor às necessidades individuais das crianças e às expectativas das famílias. A integração de ABA com outras abordagens pode também contribuir para um suporte mais holístico (Eldevik et al., 2009).
5. Considerações Finais
O autismo é um transtorno que tem sido abordado e compreendido de diferentes maneiras ao longo do tempo, influenciado por diversas teorias. Desde as primeiras definições até as contribuições de Leo Kanner e os critérios atuais da Organização Mundial de Saúde (CID) e da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV-TR), o conceito de autismo e suas formas de intervenção evoluíram consideravelmente.
Na psicanálise, por exemplo, não há um consenso claro sobre a definição do autismo. Alguns teóricos o veem como uma forma de psicose, enquanto outros o consideram uma disfunção na relação entre o bebê e seus pais. Outras abordagens, como a teoria afetiva, a teoria da mente, as teorias neuropsicológicas e de processamento, e as teorias médicas, tratam o autismo como uma síndrome com uma base biológica. Apesar das contribuições importantes dessas teorias, ainda persiste uma série de ambiguidades conceituais e estudos empíricos que perpetuam confusões. Essas confusões podem levar à rotulação de características das crianças autistas que, na verdade, podem ser resultado de suas experiências de vida e não apenas de aspectos intrínsecos ao autismo.
A compreensão integral do indivíduo é essencial para uma explicação mais precisa desse fenômeno. A Análise do Comportamento tem se mostrado uma abordagem eficaz na intervenção do autismo, destacando-se por sua análise funcional do comportamento e pela consideração dos eventos privados, baseada nos princípios do Behaviorismo Radical proposto por Skinner. Esta abordagem avalia os aspectos comportamentais específicos e as influências ambientais, reconhecendo que os déficits e excessos comportamentais variam de uma criança autista para outra. Assim, cada criança é analisada de forma única, preservando sua individualidade.
A análise funcional continua a ser uma etapa crucial na avaliação diagnóstica e na intervenção terapêutica. Em contextos onde o comportamento verbal e o contato afetivo são limitados, recursos lúdicos podem desempenhar um papel importante. Esses recursos facilitam a criação de vínculos afetivos e auxiliam na coleta de dados e na escolha de métodos eficazes de intervenção.
Estratégias lúdicas que envolvem o uso da fantasia, como desenhos, relatos de sonhos e histórias infantis, são especialmente úteis. Embora a literatura sobre o uso desses recursos na abordagem comportamental seja limitada, eles demonstram potencial para ajudar na coleta de dados e na intervenção. Moura e Venturelli (2004), por exemplo, sugerem a construção de um “livrinho dos sentimentos” para trabalhar com a identificação e expressão dos sentimentos, e a utilização de estratégias sensoriais, como argila ou pintura a dedo, para promover a auto-observação.
Esses e outros recursos lúdicos podem ser eficazes na promoção do autoconhecimento e da autonomia das crianças autistas. O uso da fantasia na terapia infantil também ajuda a esclarecer o papel dos eventos privados, desafiando críticas que alegam que a Análise do Comportamento ignora esses aspectos. Ao contrário, a Análise do Comportamento considera os comportamentos encobertos como instrumentos valiosos no processo terapêutico.
A intervenção proposta neste trabalho não desconsidera o papel crucial da família. Embora frequentemente vista como causadora do problema, a família é uma aliada essencial na promoção da autonomia da criança autista. Ela pode apoiar o tratamento ao generalizar os comportamentos adquiridos em diferentes ambientes, como a casa e a escola.
Apesar dos avanços demonstrados pela Análise do Comportamento no tratamento do Transtorno do Espectro Autista, ainda há muitas questões a serem investigadas, incluindo o papel dos eventos privados e a aplicação de estratégias lúdicas, como a fantasia, na Psicoterapia Comportamental Infantil.
O avanço significativo no diagnóstico e tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) reflete uma compreensão crescente das complexidades desse transtorno e a importância de diagnósticos precoces e precisos. A reclassificação do TEA de um transtorno psiquiátrico para um transtorno do neurodesenvolvimento infantil, como destacado por Fernandes, Tomazelli e Grianeli (2020), ilustra uma evolução crucial na forma como entendemos e abordamos o autismo. Essa mudança de perspectiva tem sido impulsionada por progressos contínuos na pesquisa científica e na tecnologia, evidenciando a necessidade de critérios diagnósticos mais sensíveis e específicos, como demonstrado nas atualizações do DSM-5.
No campo da intervenção, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) tem se mostrado uma abordagem eficaz para promover o desenvolvimento das habilidades sociais em crianças com TEA. A ABA, fundamentada nos princípios da teoria comportamental, utiliza técnicas como reforços positivos e modelagem para melhorar a comunicação e a interação social, proporcionando um suporte valioso para crianças com TEA e suas famílias (Skinner, 1953; Lovaas, 1987). Estudos demonstram que a ABA pode resultar em melhorias significativas nas habilidades sociais e na redução de comportamentos interferentes, beneficiando tanto as crianças quanto os pais ao diminuir o estresse associado às dificuldades enfrentadas (Smith et al., 2000; Davis & Carter, 2008).
A abordagem individualizada da ABA, adaptando as intervenções às necessidades específicas de cada criança, é uma de suas principais forças. Essa personalização é crucial para lidar com as dificuldades únicas que cada criança com TEA enfrenta na interação social, e a integração da ABA com outras abordagens pode contribuir para um suporte mais holístico e abrangente (Dawson & Guare, 2004; Eldevik et al., 2009).
Em suma, enquanto o diagnóstico e o tratamento do TEA continuam a evoluir, é fundamental que a comunidade científica e médica continue a explorar novas ferramentas e abordagens para melhorar a precisão dos diagnósticos e a eficácia das intervenções. A contínua inovação e a pesquisa em biomarcadores e estratégias de intervenção oferecem a promessa de avanços significativos no suporte e na qualidade de vida das crianças com TEA e de suas famílias.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual de diagnóstico e estatística de distúrbios mentais: DSM-IV. 1994.
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
AMY, Marie Dominique. Enfrentando o autismo. Zahar, 2001.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais. Tradução de Raquel Mendes. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.
BIGNOTTO, Márcia Maria. O papel dos pais na prevenção do estresse infantil. Crianças estressadas, p. 101-122, 2000.
BOSA, Cleonice. Atenção compartilhada e identificação precoce do autismo. Psicologia: reflexão e crítica, v. 15, p. 77-88, 2002.
CAETANO, Dorgival. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. In: Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. 1993. p. 351-351.
CAIXETA, Leonardo; NITRINI, Ricardo. A incorporação do constructo Teoria da Mente pela Psicologia Médica. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 15, n. 1, p. 85-92, 2002.
Cooper, J. O., Heron, T. E., & Heward, W. L. (2020). Applied Behavior Analysis (3rd ed.). Pearson.
Dawson, G., & Guare, R. (2004). Early intervention for children with autism. Guilford Press.
Davis, N. O., & Carter, A. S. (2008). Parenting stress in mothers and fathers of toddlers with autism spectrum disorders: Associations with child characteristics. Journal of Autism and Developmental Disorders, 38(7), 1278-1291.
Eldevik, S., Hastings, R. P., Hughes, J. C., Jahr, E., & Eikeseth, S. (2009). Meta-analysis of the effects of behavioral interventions for children with autism. Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology, 38(3), 439-450.
DE PSIQUIATRÍA, Asociación Americana. DSM IV. Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales. Masson. Barcelona, 1995.
FÁVERO, Maria Ângela Bravo; SANTOS, Manoel Antônio dos. Autismo infantil e estresse familiar: uma revisão sistemática da literatura. Psicologia: reflexão e crítica, v. 18, p. 358-369, 2005.
FERNANDES, Conceição Santos; TOMAZELLI, Jeane; GRIANELLI, Vania Reis. Diagnóstico de autismo no século XXI: evolução dos domínios nas categorizações nosológicas. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2020.
FERREIRA, Aurino Lima; ACIOLY-RÉGNIER, Nadja Maria. Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação. Educar em Revista, n. 36, p. 21-38, 2010.
HALL, G.; NICHOLSON, J.; ADILOF, R. Traumas causados pela interação do indivíduo com o meio. Porto Alegre: Artmed, 2006.
JUNIOR, Wilson Claudino dos Santos. O autismo infantil e a enfermagem: uma revisão bibliográfica. 2017.
KLIN, A. Rev. Bras. Psiquiatr. Vol.28 suppl. 1, São Paulo, Maio, 2006.
KIROUAC, Ghislain. A afetividade no comportamento não verbal. In: KIRK, A.; MONTAGNER, H. (Orgs.). Psicologia e comunicação não-verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p. 55-78.
LIPP, Marilda E. Novaes; DE HOYOS GUEVARA, Arnoldo J. Validação empírica do Inventário de Sintomas de Stress (ISS). Estudos de psicologia, v. 11, n. 1-3, p. 43-49, 1994.
LIPP, M. E. N. O stress da criança e suas consequências. Crianças estressadas: causas, sintomas e soluções, v. 4, p. 13-42, 2000.
Lovaas, O. I. (1987). Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 55(1), 3-9.
LUCARELLI, M. O diagnóstico do estresse infantil. Crianças estressadas, p. 43-64, 2000.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. ______. Técnicas de pesquisa, v. 6, 1999.
MECCA, T. et al. Fatores genéticos associados ao autismo. Genetics Research, v. 98, n. 5, p. 134-141, 2011.
MONTAGNER, Jéssica; SANTIAGO, Èrica; SOUZA, Maria GG. Dificuldades de interação dos profissionais com as crianças autistas de uma instituição educacional de autismo. Arq. ciênc. saúde, v. 14, n. 3, p. 169-174, 2007.
PEREIRA, Anabela MS. Resiliência, personalidade, stress e estratégias de coping. Resiliência e educação, v. 3, p. 77-94, 2001.
PRADO, Maria do Carmo C. de. Entrando em contato com o mundo da família autista: em busca de meios de comunicaçäo. Inf. psiquiatr, p. 3-13, 1999.
SAVOIA, Mariangela Gentil. Escalas de eventos vitais e de estratégias de enfrentamento (coping). Rev. psiquiatr. clín.(São Paulo), p. 57-67, 1999.
SCHMIDT, Carlo; BOSA, Cleonice. A investigação do impacto do autismo na família: revisão crítica da literatura e proposta de um novo modelo. Interação em Psicologia, v. 7, n. 2, 2003.
SCHWERTZ, A. Tomada de perspectiva na relação pais-filhos adolescentes. 1994. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado não-publicada, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Skinner, B. F. (1953). Science and human behavior. Free Press.
Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. Copley Publishing Group.
Smith, T., Eikeseth, S., Klevstrand, M., & Lovaas, O. I. (2000). Effectiveness of early and intensive behavioral intervention for autism. Research in Developmental Disabilities, 21(3), 213-227.
SMITH, Deborah D. Introdução à educação especial: ensinar em tempos de inclusão. Artmed Editora, 2009.
SCHWARTZMAN, J. S. Autismo: síndrome do espectro autista. São Paulo: Memnon, 2011.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa; GAIATO, Mayra B.; REVELES, Leandro Thadeu. Mundo singular. Rio de janeiro: Objetiva, 2012.
SOUZA, Janayna. Alfabetização científica do estudante autista: desafios e possibilidades. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 12, p. 29513-29523, 2019.
TAMANAHA, Ana Carina; PERISSINOTO, Jacy; CHIARI, Brasilia Maria. Evolução da criança autista a partir da resposta materna ao Autism Behavior Checklist. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 20, p. 165-170, 2008.
VOLK, H. E.; LURMANN, F.; PENFOLD, B.; HERTZ-PICCIOTTO, I.; McCONNEL, R. Explanações sobre o surgimento do autismo. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 43, n. 2, p. 202-210, 2013