STRATEGY FOR CERVICAL CANCER SCREENING AND ITS INTERFACE WITH PREVINE BRASIL
ESTRATEGIA PARA LA DETECCIÓN DEL CÁNCER DE CUELLO UTERINO Y SU INTERFAZ CON PREVINE BRASIL
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10828262
Wenderson Barros da Silva1
Gilberto Domingos Coelho2
Wilames Barros da Silva Santos3
Aline Lima Pestana Magalhães4
RESUMO
Objetivo: refletir sobre as estratégias para o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres entre 25 a 64 anos na literatura científica e identificar tecnologias educativas como estratégias para adesão ao exame citopatológico como método de rastreamento para o câncer do colo uterino. Método: Trata-se de um estudo reflexivo sustentado na literatura científica. Como critérios de inclusão estabeleceram-se documentos completos no período de 2019 a 2023, no idioma português e inglês. Os critérios de exclusão foram textos duplicados, não disponibilizado em versão completa e àqueles que não atendiam ao objetivo do estudo. Resultados e discussão: o uso das tecnologias em saúde tem ganhado notoriedade principalmente em abordagens educativas para usuários e profissionais, desde tecnologias leve a dura. As atividades frente ao rastreamento para o câncer de colo do útero são pouco dispendiosas e não envolve a necessidade de alta densidade tecnológica. Tecnologias como intervenção educativa e comportamental por telefone, pulseira com datas e horas de retorno, desenvolvimento de música para educação em saúde, comunicação via cartão-convite para realizar o exame, criação de cartilhas entre outros, trazem melhoria do acesso e adesão das mulheres na realização do exame de rastreio do câncer de colo útero. O Programa Previne Brasil, visa ampliar o acesso da população aos serviços de saúde garantindo os princípios doutrinários do SUS. Considerações finais: A observação da realidade é uma atividade essencial para que seja possível construir mecanismos de ação capazes de modificar, implantar e inovar a prática assistencial, principalmente no cuidado em saúde da mulher. Nesse sentido, o programa Previne Brasil fomenta modificações nas práticas assistenciais visando garantir a aproximação dos usuários aos serviços de saúde, assim como, a longevidade do cuidado.
Palavras-chave: Câncer de colo do útero, Previne Brasil, Atenção primária, Enfermagem, Prevenção.
ABSTRACT
Objective: To reflect on strategies for cervical cancer screening in women aged 25 to 64 years in the scientific literature and to identify educational technologies as strategies for adherence to cytological screening as a method for cervical cancer screening. Method: This is a reflective study based on scientific literature. Inclusion criteria were established as complete documents from 2019 to 2023, in Portuguese and English. Exclusion criteria were duplicated texts, documents not available in full version, and those that did not meet the study objective. Results and discussion: The use of health technologies has gained prominence, especially in educational approaches for users and professionals, ranging from lightweight to durable technologies. Activities related to cervical cancer screening are inexpensive and do not require high technological density. Technologies such as educational and behavioral interventions by telephone, wristbands with dates and times of return visits, development of music for health education, communication via invitation cards to undergo the examination, creation of brochures, among others, improve access and adherence of women to cervical cancer screening. The Previne Brasil Program aims to expand access to health services for the population, ensuring the doctrinal principles of the Unified Health System (SUS). Final considerations: Observing reality is an essential activity to build action mechanisms capable of modifying, implementing, and innovating healthcare practice, especially in women’s health care. In this sense, the Previne Brasil program promotes changes in healthcare practices to ensure users’ approach to health services and the longevity of care.
Keywords: Cervical cancer, Previne Brasil, Primary care, Nursing, Prevention.
RESUMEN
Objetivo: Reflexionar sobre las estrategias para el cribado del cáncer de cuello uterino en mujeres de 25 a 64 años en la literatura científica e identificar tecnologías educativas como estrategias para la adhesión al examen citopatológico como método de cribado para el cáncer de cuello uterino. Método: Se trata de un estudio reflexivo respaldado en la literatura científica. Como criterios de inclusión se establecieron documentos completos en el período de 2019 a 2023, en idioma portugués e inglés. Los criterios de exclusión fueron textos duplicados, no disponibles en versión completa y aquellos que no cumplían con el objetivo del estudio. Resultados y discusión: El uso de tecnologías en salud ha ganado notoriedad principalmente en enfoques educativos para usuarios y profesionales, desde tecnologías ligeras hasta duraderas. Las actividades relacionadas con el cribado del cáncer de cuello uterino son poco costosas y no implican la necesidad de una alta densidad tecnológica. Tecnologías como intervención educativa y conductual por teléfono, pulseras con fechas y horas de retorno, desarrollo de música para educación en salud, comunicación a través de tarjetas de invitación para realizar el examen, creación de folletos, entre otros, mejoran el acceso y la adhesión de las mujeres a la realización del examen de detección del cáncer de cuello uterino. El Programa Previne Brasil tiene como objetivo ampliar el acceso de la población a los servicios de salud garantizando los principios doctrinales del SUS. Consideraciones finales: La observación de la realidad es una actividad esencial para poder construir mecanismos de acción capaces de modificar, implementar e innovar la práctica asistencial, especialmente en la atención de la salud de la mujer. En este sentido, el programa Previne Brasil promueve cambios en las prácticas de atención médica para garantizar que los usuarios se acerquen a los servicios de salud y la longevidad del cuidado.
Palabras clave: Cáncer de cuello uterino, Previne Brasil, Atención primaria, Enfermería, Prevención
INTRODUÇÃO
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção à saúde, proposta pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como função coordenar o cuidado e ordenar os fluxos da rede assistencial, através de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde (Brasil, 2021).
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um grande problema de saúde pública e representam uma predominância no cenário epidemiológico no Brasil. Os principais agravos que estão inclusos nesse escopo são: hipertensão, diabetes mellitus e cânceres (Malta et al., 2020).
O Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2022), ressalta que o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, estimando 17.010 novos casos para 2023. Na análise regional foi o segundo em frequência nas regiões Norte (20,48/100 mil habitantes) e Nordeste (17,59/100 mil habitantes) e o terceiro no Centro-Oeste (16,66/100 mil habitantes). Ocupa a quarta posição na região Sul (14,55/100.000) e a quinta na região Sudeste (12,93/100.000).
A detecção precoce do câncer consiste na modificação dos fatores que aumentam o risco de seu surgimento. Esse processo constitui-se de duas etapas, a primeira refere-se ao rastreamento, através dos exames de rotina em uma população-alvo sem sinais e sintomas sugestivos do câncer e a segunda faz referência ao diagnóstico precoce, que envolve a identificação do câncer em pessoas que apresentam sinais e sintomas sugestivos da doença (World Health Organization, 2020).
Pensando-se na abordagem do diagnóstico precoce, faz-se necessário profissionais em saúde com habilidades para identificar os sinais e sintomas de alerta dos cânceres mais comuns. Além disso, possuir nas redes de serviços fluxogramas e protocolos clínicos que orientem os procedimentos de diagnóstico e tratamento (INCA, 2021).
No que tange ao câncer do colo do útero, mesmo existindo outros fatores que favorecem seu surgimento, como por exemplo, tabagismo, hipovitaminose e uso de contraceptivos orais, a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é considerada fonte fundamental para o aparecimento de lesões precursoras (Aoyama et al., 2019).
De acordo com o INCA (2021), existem mais de 150 sorotipos de HPV, que estão relacionados a lesões não oncogênicas ou de baixo risco, e outros tipos de elevado potencial oncogênico.
Uma estratégia de controle contra o HPV é a vacinação quadrivalente disponibilizada no SUS, atuando diretamente na prevenção primária, sendo administrada nos adolescentes. As mulheres mesmo quando vacinadas, ao chegarem na faixa etária recomendada para rastreio, devem realizar o exame citopatológico, uma vez que, a vacina não protege contra todos os sorotipos oncogênicos (INCA, 2021).
O método principal e mais utilizado para o rastreamento do câncer do colo do útero é o exame citopatológico, tanto por ser de baixo custo quanto pela eficácia em seus resultados. Este exame é oferecido às mulheres de 25 a 64 anos, ou que iniciaram a vida sexual, tal recomendação ocorre em função do maior número de lesões de alto grau nesta faixa etária (Oliveira; Lima, 2023).
INCA (2021), afirma que são muitas as barreiras que podem interferir no diagnóstico precoce, entre elas, a baixa compreensão da população quanto às manifestações clínicas da doença, o estigma social do câncer, a má formação e a desatualização dos profissionais de saúde, que afetam diretamente na identificação e o seguimento dos casos de câncer, e a dificuldade de acesso aos serviços para avaliação, investigação diagnóstica e tratamento.
Visando superar os desafios organizacionais e aproximar o cuidado à saúde da população através de modelo de atenção que consolide os princípios do SUS, identifica-se um novo modelo de financiamento focado em aumentar o acesso aos serviços assistenciais e o vínculo entre usuários e profissionais, qualificando o atendimento às necessidades de saúde das pessoas, o Previne Brasil (Brasil, 2021).
O Programa Previne Brasil é o novo modelo de financiamento misto que altera que algumas formas de transferências em valores financeiros aos municípios, através do estabelecimento de alguns critérios, como: incentivo financeiro com base em estatísticas populacionais, captação ponderada, pagamento por desempenho assistencial das equipes, somatizando ainda os incentivos para ações estratégicas (Harzheim, 2020).
O pagamento por desempenho induz o aprimoramento das atividades assistenciais, assim como, reafirma a necessidade de qualificar o cuidado, levando em consideração as condições epidemiológicas. Nesse componente são áreas temáticas: saúde da mulher, da criança, doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis, saúde bucal e imunização (Brasil, 2021).
No que tange ao segmento saúde da mulher, inclui-se a proporção de exame citopatológico para mulheres entre 25 a 64 anos de idade que, nos últimos 3 anos, realizou no mínimo uma coleta para este exame, tendo como parâmetro nacional uma cobertura >=80% e meta para os municípios de 40%, na qual o processo avaliativo ocorre quadrimestralmente (Brasil, 2021).
O enfermeiro é um dos profissionais que tem papel de fundamental importância diante da rastreio do câncer do colo do útero, tanto através da realização do procedimento de coleta do citopatológico, quanto nas intervenções dos métodos educativos. Vale ressaltar, o cuidado é prestado de acordo com as particularidades do cenário e da mulher (Aoyama et al., 2019).
No estudo realizado por Oliveira et al., (2020), diante dos fatores associados a não adesão ao exame citopatológico do colo do útero, identificou-se alguns aspectos que impactam negativamente em sua realização, como a vergonha, medo, dor durante a realização do procedimento, horário restrito de atendimento dos estabelecimentos de saúde, ausência de sinais e sintomas, falta de conhecimento sobre a importância, entre outros. Ainda de acordo com o estudo, o enfermeiro foi o profissional apontado com destaque para atuar diante dos mitos e tabus associados a execução do exame.
Corroborando com o autor supracitado, nota-se diante da prática profissional no segmento da APS, inúmeras fragilidades para captação das mulheres elegíveis ao exame citopatológico do colo do útero. Desse modo, faz-se necessário refletir sobre as estratégias identificadas na literatura sobre o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres entre 25 a 64 anos.
E objetivou, refletir sobre as estratégias para o rastreamento do câncer do colo do útero em mulheres entre 25 a 64 anos na literatura científica e identificar tecnologias educativas como estratégias para adesão ao exame citopatológico como método de rastreamento para o câncer do colo uterino.
MÉTODO
Trata-se de um estudo reflexivo sustentado na literatura científica. O estudo foi realizado através das buscas nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nos Manuais do Ministério da Saúde que versam sobre o Indicador IV do Programa Previne Brasil, Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo).
Como critérios de inclusão estabeleceram-se documentos completos no período de 2019 a 2023, no idioma português e inglês. Foram usados como palavras-chave os seguintes descritores: Câncer de colo do útero, Previne Brasil, Atenção primária, Enfermagem, Prevenção. Os critérios de exclusão foram textos duplicados, não disponibilizado em versão completa e àqueles que não atendiam ao objetivo do estudo, conforme figura 1.
Figura 1: Levantamento bibliográfico nas bases de dados.
Fonte: elaborada pelos autores, 2023.
A partir dos achados serão apresentadas as discussões em duas categorias temáticas, conforme quadro 1:
Quadro 1: Categorias temáticas.
Fonte: elaborado pelos autores, 2023.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tecnologias educacionais para rastreamento do câncer do colo do útero
A tecnologia pode ser entendida como o resultado de um processo baseado na experiência cotidiana e na pesquisa usada para desenvolver um corpo de conhecimento científico para a produção de bens materiais ou para inspirar a intervenção em situações específicas da prática (Souto et al., 2022).
Estas podem ser classificadas como leves, que são tecnologias de relações humanas (construção de conexões e relacionamentos, empoderamento, aceitação, gestão dos processos de trabalho); leves-duras como conhecimentos bem estruturados que funcionam na área da saúde e que incluem conhecimentos científicos específicos (como clínica médica, psicanálise, epidemiologia, vídeos educativos, folhetos, cartazes) e duras, como dispositivos técnicos, máquinas, normas e estruturas organizacionais (Merhy, 2019).
Observa-se que na prática profissional, o uso das tecnologias em saúde tem ganhado notoriedade principalmente em abordagens educativas para usuários e profissionais, desde tecnologias leve a dura.
As atividades frente ao rastreamento para o câncer de colo do útero são pouco dispendiosas e não envolve a necessidade de alta densidade tecnológica, porém requer da equipe de saúde preparo técnico e científico e capacidade de estabelecer vínculos com as mulheres, e os enfermeiros tem se mostrado fundamental para a expansão e a consolidação da estratégia de reorganização do modelo de atenção à saúde, estando diretamente ligados à mobilização das mulheres na rede básica para que desperte o interesse pela consulta regular, e para o exame de rastreamento (Dias et al., 2021).
No estudo realizado por Frutuoso et al.,(2022), quanto ao uso e impactos das tecnologias para acompanhamento e prevenção de neoplasias do colo do útero na APS, foi observado melhoria do acesso e adesão das mulheres na realização do exame de rastreio do câncer de colo útero através intervenções tecnológicas leve (intervenção educativa e comportamental por telefone, entre outros) e leve-dura (pulseira com datas e horas de retorno, desenvolvimento de música para educação em saúde, comunicação via cartão-convite para realizar o exame, criação de cartilhas entre outros).
Tais estratégias colaboram com a prática do quotidiano no cenário de atuação, fazendo com que o rastreamento do câncer do colo do útero possa atender ao preconizado pelas diretrizes do MS, e consequentemente aumentar a cobertura do referido exame.
Dentre as atividades realizadas pelo enfermeiro podemos citar: consultas de enfermagem, coleta de material para o exame citológico do colo do útero, ações educativas junto a equipe e com a comunidade, gerenciamento de recursos materiais e técnicos, qualidade na coleta de outros exames, comunicação dos resultados e encaminhamento para os fins necessários. De modo geral, a assistência em enfermagem permite a reflexão sobre uma atuação no autocuidado, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida (Alexandrino; Oliveira, 2021).
O uso das tecnologias é crescente na área assistencial do enfermeiro, porém necessita que estes estejam em busca constante de educação continuada e permanente. As tecnologias educativas são necessárias no trabalho do enfermeiro, principalmente na realização da consulta de enfermagem (Costa et al., 2019).
Os enfermeiros em seu cotidiano, realizam atividades assistenciais de forma administrativa e educativa, buscando interação com as mulheres do território de abrangência, com enfoque de diminuir os tabus, mitos e preconceitos e obter o conhecimento das pacientes sobre a importância das estratégias de prevenção (Aoyama et al., 2019).
Além disso, o enfermeiro, tem a atribuição primordial no preparo e realização de intervenções que possam mudar a realidade dessa patologia, tais intervenções devem ser planejadas, buscando realizá-las de modo diferenciado, levando em consideração a individualidade de cada mulher (Aoyama et al., 2019).
Programa previne brasil e estratégias para o rastreamento do câncer do colo do útero
As práticas de cuidado precisam ser orientadas por um modelo de atenção centrado na pessoa, com base nos atributos essenciais do SUS, que são: atenção no primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação (Brasil, 2021).
O Programa Previne Brasil, visa ampliar o acesso da população aos serviços de saúde garantindo os princípios doutrinários do SUS. Além disso, estruturar um modelo de financiamento focado no atendimento das pessoas, em conformidade com suas necessidades de saúde, responsabilizando os gestores e profissionais quanto à melhor alocação e utilização dos recursos públicos. O modelo de financiamento estruturado pelo Previne Brasil coloca os indivíduos no centro do cuidado, aumentando o vínculo com a equipe. A atenção em saúde qualificada é um dos pilares do Previne Brasil (Brasil, 2021; Harzheim, 2020).
No estudo realizado por Massuda (2020), foi identificado que essa mudança do modelo de financiamento da Atenção Básica, os valores de repasse para os municípios caíram muito, o que pode impactar negativamente no planejamento de estratégias em saúde.
Embora tenha ocorrido uma diminuição no financiamento da Atenção Básica, não se deve deixar de observar a proposta trazida pelo programa Previne Brasil que é dar maior cobertura em serviços de saúde para a população, frente a indicadores básicos, entre eles aumentar a proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS (Bezerra et al., 2022).
Nesse sentido, as equipes de saúde precisam realizar a identificação dessas mulheres no território, abordando-as com materiais educativos, como folhetos, fortalecendo o diálogo, e orientando sobre a importância do agendamento de consultas em enfermagem e médica para atualização do rastreamento (Portela et al., 2022).
O monitoramento e a avaliação de desempenho são atividades relevantes na gestão da saúde no cenário da APS. O estabelecimento dos indicadores de pagamento por desempenho elencados no Previne Brasil auxilia no processo de trabalho da APS e na qualidade e a resolutividade dos serviços prestados pelas equipes de saúde (Brasil, 2021).
As equipes de saúde devem estar empenhadas diante da avaliação e o monitoramento contínuo das ações de controle do câncer, para que seja possível identificar as possíveis barreiras e assim, elaborar um processo de planejamento de medidas para superá-las, visando a melhora na qualidade de vida e sobrevida das mulheres (INCA, 2021).
Outra estratégia que pode ser utilizada é a busca ativa por telefone e/ou as visitas domiciliares pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), com enfoque em orientar o público alvo da importância da realização das consultas e exame de rastreamento. Essa interatividade, visa diminuir as barreiras de acesso aos serviços de saúde. Vale ressaltar, a importância do horário estendido, conforme capacidade instalada, aumentando o número de vagas disponíveis para atendimento (Portela et al., 2022).
Nesse sentido, a flexibilização da agenda que possibilite a realização da coleta de citopatológico em horários variados e não comerciais, assim como, a criação de uma planilha eletrônica para controle e acompanhamento longitudinal dos dados das mulheres com laudo que acusa alteração, além de ser fator que colabora para a meta a ser cumprida conforme indicador, reflete na qualidade do cuidado realizado (Portela et al., 2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A observação da realidade é uma atividade essencial para que seja possível construir mecanismos de ação capazes de modificar, implantar e inovar a prática assistencial, principalmente no cuidado em saúde da mulher. Nesse sentido, o programa Previne Brasil fomenta modificações nas práticas assistenciais visando garantir a aproximação dos usuários aos serviços de saúde, assim como, a longevidade do cuidado.
A educação em saúde, flexibilização da agenda de atendimento, ampliação do horário de atendimento, monitoramento e a avaliação das ações, assim como busca ativa para consultas e exames, apresentam-se como ferramenta importante para o rastreio e diagnóstico precoce do câncer do colo do útero.
Dentre as categorias profissionais na área da saúde, os enfermeiros têm sido os mais envolvidos no gerenciamento dos serviços de saúde, e mesmo quando estes, não assumem cargos gerenciais, atuam como fortes parceiros para construção do objetivo, sendo um dos principais atores diante das estratégias de controle do câncer do colo do útero.
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, R. R.; OLIVEIRA, D. M. C. O papel do enfermeiro frente ao câncer do colo de útero. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.7.n.9. set. 2021.ISSN -2675 –3375. Disponível em: https://www.periodicorease.pro.br/rease/article/view/2277/910. Acesso em 13 de setembro de 2023.
AOYAMA, E. A., et al. Assistência de enfermagem na prevenção do câncer de colo do útero. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 1, p. 162-170, jan./feb. 2019. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/877/760. Acesso em: 17 setembro de 2023.
BEZERRA, M. V. M., et al. As Interfaces do Programa Previne Brasil. Conjecturas, ISSN: 1657-5830, Vol. 22, Nº 8. 2022. Disponível em: http://www.conjecturas.org/index.php/edicoes/article/view/1405/1046. Acesso em 16 de setembro de 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Manual instrutivo financiamento do APS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Saúde da Família. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
COSTA, J. S. D. et. al. Fatores associados a não realização de exame citopatológico em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, 2015: estudo transversal de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 28, p. e2018203, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/vGR3VPrpnv5gBCyzZRgSRPt/?lang=pt. Acesso 19 de outubro de 2023.
DIAS, E. G., et al. Atuação do enfermeiro na prevenção do câncer do colo de útero em Unidades de Saúde. J. Health Biol Sci. 2021; 9(1):1-6. Disponível em: https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/3472/1406. Acesso em: 13 de outubro de 2023.
FRUTUOSO, A. K. M., et. al. Use of technologies for monitoring and preventing cervical neoplasms: Integrative literature review. Research, Society and Development, v.11, n.14, e423111432414, 2022. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.32414. Acesso em: 10 de outubro de 2023.
HARZHEIM, E. “Previne brasil”: bases da reforma da atenção Primária à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 25(4):1189-1196, 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2020.v25n4/1189-1196/pt. Acesso em: 18 de outubro de 2023
INCA. Instituto Nacional do Câncer (Brasil). Estimativa 2022: Incidência de Câncer no Brasil [online]. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/corpo-do-utero. Acesso em: 19 de novembro de 2023.
INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Detecção precoce do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2021.
MALTA, D. C., et al. Trends in mortality due to noncommunicable diseases in the Brazilian adult population: national and subnational estimates and projections for 2030. Malta et al. Population Health Metrics, 2020, 18(Suppl 1):16. Disponível em: https://pophealthmetrics.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12963-020-00216-1. Acesso em 20 de novembro de 2023.
MASSUDA, A. Mudanças no financiamento da Atenção Primária à Saúde no Sistema de Saúde Brasileiro: avanço ou retrocesso? Ciência & Saúde Coletiva, 25(4):1181-1188, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/YXgJT56kHyPXDtW4TqVLFMg/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 14 de novembro de 2023.
MERHY, E. E., et al. Rede Básica, campo de forças e micropolítica: implicações para a gestão e cuidado em saúde. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 6, p. 70-83, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-11042019S606. Acesso em 10 de novembro de 2023.
OLIVEIRA, A. G. P. LIMA, V. S. B. Prevenção de câncer de colo de útero: dificuldades encontradas pelas mulheres para realização da citologia oncótica no município de flores –PE. Rev. Multi. Sert. v.Suplementar 2, n.1,p.S7-S17 , Janeiro, 2023. Disponível em: https://revistamultisert1.websiteseguro.com/index.php/revista/article/view/498/320. Acesso em: 18 de novembro de 2023.
OLIVEIRA, B. S., et al. Fatores associados à não adesão ao exame citopatológico do colo uterino: uma revisão integrativa. Revista Saúde e Desenvolvimento | v. 14, n. 17 – 2020. Disponível em: https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/1102. Acesso em 20 de novembro 2023
PORTELA, A. D. J., et al. A participação de enfermeiros residentes em estratégias para o alcance dos indicadores do previne brasil. Revista Varia Scientia – Ciências da Saúde, Volume 8 – Número 2 – Segundo Semestre de 2022. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/variasaude/article/view/30133/21381. Acesso em 11 de novembro de 2023.
SOUTO, J. S. S., et al. Aprendizagem do raciocínio diagnóstico de enfermagem de estudantes por meio de tecnologias educacionais: revisão integrativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 24, p.1-16, e 68182, 2022. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fen/article/view/68182/38195. Acesso em 10 de dezembro de 2023.
WORLD HEALTH ORGANIZATION, WHO. Report on cancer: setting priorities, investing wisely and providing care for all. Geneva: WHO, 2020. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/330745. Acesso em: 19 de dezembro de 2023.
1Mestrando do Programa de Pós-Graduação Gestão do Cuidado em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
(https://orcid.org/0000-0002-1598-7157)
2Mestrando do Programa de Pós-Graduação Gestão do Cuidado em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
(https://orcid.org/0009-0000-3036-1091)
3Enfermeiro Especialista em Nutrição Esportiva e Treinamento Físico – Instituto Facuminas EAD LTDA. Guarulhos, São Paulo, Brasil.
(https://orcid.org/0009-0002-7542-8741)
4 Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação Gestão do Cuidado em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
(https://orcid.org/0000-0001-8564-7468)
Autor correspondente: Wenderson Barros da Silva(e-mail: enfwenderson@live.com)