ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM PÉ CAÍDO PÓS-AVC: UMA REVISÃO INTEGRATIVA¹

ELECTRICAL STIMULATION IN THE REHABILITATION OF PATIENTS WITH POST-STROKE DROPPEN FOOT: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11074393


Katarina Moraes Silva ²
Natalia Silva Barros ³


RESUMO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é resultado de alterações na irrigação sanguínea que podemos classificar em dois tipos, em AVC isquêmico (uma oclusão no vaso sanguíneo) ou AVC hemorrágico (uma ruptura vascular). A queda do pé em pacientes que foram acometidos por AVC é bastante comum por ser uma condição que está relacionada a alterações causadas pelo AVC, como o comprometimento motor, fraqueza muscular, diminuição do equilíbrio e aumento da espasticidade dos flexores plantares. A estimulação elétrica é um dos recursos utilizados pela fisioterapia na reabilitação do pé caído em pacientes pós-AVC. Sendo assim, o objetivo do estudo é descrever os efeitos da estimulação elétrica não invasiva na reabilitação de pacientes com pé caído pós-AVC. O presente estudo se trata de uma revisão integrativa da literatura, na qual a busca na literatura partiu da pesquisa em quatro bases de dados, PEDro , PubMed e BVS, foram utilizados os descritores em inglês e português, MeSH: “Electric Stimulation Therapy”, “Stroke Rehabilitation” e “Peroneal Nerve”, (DeCS): “Eletroterapia”, “Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral” e “Nervo Fibular”, juntamente empregado com o operador booleano “AND”. A busca nas plataformas resultou em 86 artigos onde 10 estudos foram inclusos para a realização desse estudo. A estimulação elétrica não invasiva se mostrou ser um recurso positivo para a melhora dos pacientes com pé caído pós-AVC. A maior parte dos estudos apresentaram um curto tempo de aplicação da intervenção, podendo assim, ser uma limitação para conclusão dos resultados. 

Palavras-Chaves: Eletroterapia; Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral; Nervo Fibular.

ABSTRACT: Cerebral Vascular Accident (CVA) is the result of changes in blood supply that we can classify into two types, ischemic stroke (an occlusion in the blood vessel) or hemorrhagic stroke (a vascular rupture). Foot drop in patients who have suffered a stroke is quite common as it is a condition that is related to changes caused by the stroke, such as motor impairment, muscle weakness, decreased balance and increased spasticity of the plantar flexors. Electrical stimulation is one of the resources used by physiotherapy in the rehabilitation of foot drop in post-stroke patients. Therefore, the objective of the study is to describe the effects of non-invasive electrical stimulation in the rehabilitation of patients with foot drop after stroke. The present study is an integrative review of the literature, in which the search in the literature was based on research in four databases, PEDro, PubMed and VHL, using the descriptors in English and Portuguese, MeSH: “Electric Stimulation Therapy”, “Stroke Rehabilitation” and “Peroneal Nerve”, (DeCS): “Electrotherapy”, “Cerebral Stroke Rehabilitation” and “Peroneal Nerve”, together with the Boolean operator “AND”. The search on the platforms resulted in 86 articles where 10 studies were included to carry out this study. Non-invasive electrical stimulation has proven to be a positive resource for improving patients with post-stroke foot drop. Most studies presented a short intervention application time, which could therefore be a limitation for concluding the results.

Keywords: Stimulation Therapy; Stroke Rehabilitation; Peroneal Nerve.

1  INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa de incapacidade funcional no mundo, entre indivíduos de 50 a 79 anos e a terceira causa entre 25 a 49 anos (SALES et al., 2024). Essa patologia é resultante de alterações da irrigação sanguínea no cérebro, podendo ser classificado em AVC isquêmico, quando ocorre oclusão de vasos sanguíneos ocasionando infarto do tecido e AVC hemorrágico quando há ruptura de aneurisma ou malformações arteriovenosas causando hemorragia no tecido cerebral, resultando em sequelas que vão desde alterações motoras até alterações comportamentais (PEREIRA,2019)

De acordo com Dai Y et al., (2024), o AVC se tornou um importante desafio de saúde pública em escala global, sendo a perda da função motora a principal causa de incapacidade dos pacientes. Segundo o departamento de informática do sistema único de saúde, nos últimos cinco anos os números de morbilidade por AVC tem aumentado, só no Brasil em 2023 foram registradas 21.417 internações, sendo 1.897 na região Norte, 3.387 no Nordeste, 9.538 na região Sudeste, 5.293 no Sul e 1.302 no Centro-Oeste (BRASIL, 2023).

As alterações motoras resultantes do AVC são caracterizadas principalmente por fraqueza muscular, espasticidade e movimentos irregulares em um lado do corpo. Essa condição compromete o equilíbrio motor, levando o paciente a depender mais do membro não afetado para realizar movimentos e manter o equilíbrio, como uma forma de compensar a função prejudicada (LATTOUF NA et al., 2021).

 O pé caído, também conhecido como pé parético, é uma das disfunções bastante comum no pós AVC, e está relacionado a alterações como o comprometimento motor e aumento da espasticidade dos flexores plantares do tornozelo, interferindo diretamente no processo da marcha, diminuindo sua estabilidade e velocidade, influenciando em um maior risco de quedas, assim, a recuperação da marcha independente é um dos principais objetivos da reabilitação desses indivíduos (CUNHA M J et al., 2021; BLOEMENDAL M V et al., 2021).

A fisioterapia tem um papel importante na reabilitação desses pacientes e dentre os recursos que podem ser utilizados estão: ondas de choque, agulhamento seco, ultrassom, crioterapia e estimulação elétrica, a qual tem mostrado resultados promissores no que diz respeito ao tratamento do pé caído (CAMPANINI I et al., 2023). 

A estimulação elétrica é uma técnica utilizada pela fisioterapia na reabilitação que induz movimentos funcionais por meio da aplicação de descargas elétricas nos músculos, promovendo contrações sequenciais que possibilitam a execução de tarefas simples como segurar uma chave, ficar em pé ou caminhar (MARQUEZ-CHIN C et al., 2020). 

Dentre as principais correntes utilizadas na estimulação elétrica, encontra-se: Estimulação Elétrica Transcutânea (TENS) e Estimulação Elétrica Funcional (FES), sendo a FES um dos tipos de estimulação elétrica mais comum, sendo capaz de estimular a atividade muscular, levar a organização sensório motora a longo prazo e reduzir a espasticidade tendo efeitos positivos na queda do pé pós AVC (CUNHA M J et al., 2021).

Dessa forma, o objetivo do estudo é descrever os efeitos da estimulação elétrica não invasiva na reabilitação de pacientes com pé caído pós-AVC.

2  MATERIAIS E MÉTODOS  

O presente estudo se trata de uma revisão integrativa da literatura, abordagem metodológica ampla que permite uma compreensão completa do fenômeno analisado e proporciona um leque de propósitos como definições de conceitos, revisão de teóricas e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular (SOUZA et al., 2010).  

Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizada a estratégia de PICO – acrômio de população, intervenção e desfecho. Resultando em população: indivíduos com pé caído Pós AVC, intervenção: estimulação elétrica não invasiva, desfecho: efeitos da estimulação elétrica não invasiva na reabilitação de pé caído Pós-AVC. Com o resultado foi elaborada uma questão norteadora: “Qual os efeitos da estimulação elétrica não invasiva na reabilitação de pé caído Pós-AVC?”.

A busca na literatura partiu da pesquisa nas bases de dados PEDro (Physiotherapy Evidence Database), PubMed (National Library of Medicine) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Para a realização da pesquisa foram utilizados os descritores em inglês e português, Medical Subject Headings (MeSH): “Electric Stimulation Therapy”, “Stroke Rehabilitation” e “Peroneal Nerve”, Descritores em ciência da saúde (DeCS): “Eletroterapia”, “Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral” e “Nervo Fibular”. Para encontrar estudos que contivessem os descritores citados foi empregado o operador booleano “AND”. As buscas nas bases de dados eletrônicas ocorreram no período de fevereiro do ano de 2024.

Como critérios de inclusão adotaram-se os seguintes: artigos em inglês ou português, publicados entre os anos de 2019 a 2024 e que abordassem o uso da estimulação elétrica na reabilitação de pé caído pós-AVC de forma não invasiva. Como critérios de exclusão, foram estabelecidos os seguintes: teses, livros, monografias, revisões sistemáticas, revisões de literatura, casos clínicos, artigos duplicados e artigos que não estavam disponíveis na íntegra.

Após a leitura do título e resumo os artigos que se enquadraram na temática desejada foram lidos e analisados na íntegra, as buscas nas plataformas resultaram em 57 artigos onde 10 estudos foram incluídos por atenderem os critérios acima.

3  RESULTADOS 

A presente revisão integrativa realizou uma análise dos artigos selecionados para compilar e examinar os dados relevantes, os quais foram organizados em dois quadros para uma apresentação clara e sistemática. O primeiro quadro abordou os seguintes elementos de cada referência: número de identificação, título do artigo, autor(es), ano de publicação, idioma e metodologia empregada em cada estudo selecionado (Quadro I). Esta seção proporcionou uma visão abrangente dos estudos incluídos na análise, fornecendo informações essenciais para compreensão e contextualização dos resultados. No segundo quadro, foram abordados detalhes cruciais de cada estudo, incluindo informações sobre a amostra estudada, a intervenção realizada e os principais resultados observados (Quadro II). Essa abordagem permitiu uma análise comparativa dos diferentes estudos e uma avaliação mais profunda dos efeitos da estimulação elétrica não invasiva na reabilitação de pacientes com pé caído após AVC.

Quadro I. Classificação dos estudos selecionados para a amostra

TÍTULO DO ARTIGOAUTORANOIDIOMAMETODOLOGIA
Eficácia da estimulação elétrica funcional na reabilitação depacientes com sintomas de queda do pé após acidente vascular cerebral e sua correlação com potenciais evocados somatossensoriais MIJIC M et., al.2022Inglês Um ensaio clinico cruzado randomizado e controlado.
Eficácia de um romance controlado Contralateralmente Estimulação elétrica neuromuscular para restauração de membros inferiores Desempenho motor e atividades da vida diária no AVC SobreviventesSHEN Y et., al.2022Inglês um ensaio clínico randomizado.
A influência do treinamento de marcha combinado com estimulação elétrica funcional portátil na função motora, equilíbrio e capacidade de marcha em pacientes com acidente vascular cerebralLEE Y e KIM K  2022Inglês Um ensaio clínico randomizado e cego.
O treinamento de marcha com estimulação elétrica funcional melhora Mobilidade em Pessoas Pós-AVCDANTAS et., al2023Inglês Estudo   prospectivo,             longitudinal,                 randomizado           e cruzado
Viabilidade e eficácia preliminar de Treinamento de marcha assistido por multicanal Estimulação Elétrica Funcional no Inicio Reabilitação de AVCVAN BLOEMENDAAL Met., al2020Inglês Um ensaio clínico randomizado piloto estratificado.
Características da Marcha Após Acidente Vascular Cerebral: Um estudo prospectivo cruzado para comparar órtese Tornozelo-Pé com Estimulação Elétrica FuncionalSANNYASI G et., al2022Inglês um estudo prospectivo cruzado.
Controle combinado de esteira acionado pelo usuário e operação elétrica funcional, a estimulação aumenta a velocidade de caminhada após o acidente vascular cerebral.RAY NT et., al2021Inglês Um ensaio clinico randomizado.
Estimulação elétrica neuromuscular em adição à terapia por exercício em pacientes com paresia de membros inferiores devido a acidente vascular cerebral isquêmico agudo. Um ensaio clínico randomizado e controlado de prova de conceito.H BUSK et., al2021InglêsUm ensaio clinico randomizado e controlado.
Estimulação elétrica funcional para a queda do pé em pessoas pós-acidente vascular cerebral: efeitos quantitativos na simetria passo a passo da marcha usando um sensor inercial vestível.SCHIFINO G et., al2021InglêsUm ensaio clinico randomizado 
10°Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea com Bandagem para Reabilitação de Acidente Vascular CerebralIN TS et., al2021Inglês Um ensaio clínico randomizado, cego e controlado

Fonte: Elaborada pelo autor, 2024.

Quadro II. Características dos estudos que compõem a amostra

AMOSTRAINTERVENÇÃOPRINCIPAIS RESULTADOS
Participantes (n=52)Grupo A (n=16)Grupo B (n=16)Grupo Controle (n=20)Durante as duas primeiras semanas somente o grupo A recebeu terapia FES no musculo tibial anterior do membro parético por 30 min + exercícios de equilíbrio, treino de marcha e exercícios de fortalecimento muscular, cinco vezes na semana. Enquanto o grupo B recebeu tratamento sem a FES, somente com exercícios de equilíbrio, treino de marcha e exercícios de fortalecimento muscular, cinco vezes na semana. Após esse primeiro período de duas semanas, o grupo A e o grupo B trocaram. GRUPO CONTROLE – Não recebeu intervenção durante o período de tratamento, somente avaliação.Os dados mostraram que nas primeiras duas semanas o grupo A recuperou-se mais rapidamente em comparação ao grupo B, já nas duas seguintes semanas o grupo B teve um melhor resultado. Houve melhora da marcha (tempo, número de passos e aumento da força muscular dos dorsiflexores do tornozelo.
Participantes (n=44)Grupo CCNMES (n=22)Grupo EENM (n=22)Ambos os grupos foram submetidos a cinco sessões semanais por três semana com durarão de 15 minutos de estimulação elétrica por sessão. O grupo CCNMES recebeu estimulação elétrica neuromuscular controlada Contralateralmente, que significa que os dois membros tanto o parético como o não parético receberam estimulação elétrica, induzidas nos músculos tibial anterior, fibular longo e fibular curto.O grupo EENM recebeu a estimulação elétrica neuromuscular somente no membro parético, induzida nos músculos tibial anterior, fibular longo e fibular curto.Ambos os grupos apresentaram melhora no desempenho motor e AVD´S, porém, o grupo CCNMES destacou-se. 
Participantes (n=34)Grupo FES + GT (n=17) Grupo PLACEBO (PLBO +GT) (n=17).Todas as intervenções foram realizadas durante 30 minutos, cinco dias por semana, durante quatro semanas.O grupo FES + GT recebeu treinamento de marcha na esteira 30 min enquanto usavam estimulação elétrica funcional FES no tibial anterior e nervo fibular do membro parético.O grupo PLBO + GT receberem a FES placebo simultaneamente com o outro grupo enquanto realizavam treinamento de marcha na esteira por 30 min.Ambos os grupos apresentaram melhorias, porém, o grupo FES + GT apresentou maior pontuação na melhora das funções motoras, no equilíbrio e na capacidade de marcha dos membros inferiores em comparação ao grupo PLBO + GT.
Participantes (n=28)Grupo AB (n=14)Grupo BA (n=14) A frequência de treinamento foi composta por 12 sessões, com duração de 30 minutos cada sessão, duas vezes por semana. O grupo AB recebeu treinamento em esteira (TT) com estimulação elétrica funcional (FES) no membro inferior parético nas primeiras seis sessões e em seguida recebeu somente treino em esteira até completar as 12 sessões.Ambos os grupos apresentaram melhora das deficiências sensóriomotoras. O Grupo – BA (iniciado com TT) apresentou melhora na coordenação do membro parético, porém, o grupo AB (iniciado comTT-FES) foi capaz de melhorar amplamente a mobilidade, o
  O grupo BA recebeu somente treinamento em esteira (TT) nas primeiras seis sessões e em seguida recebeu treinamento em esteira com estimulação elétrica funcional FES em membro inferior parético até completar as doze sessões. equilíbrio, a capacidade de resistência e a coordenação do membro não parético.  
Participantes (n=40)Grupo experimental (n=20)Grupo controle (n-20)Ambos os grupos receberam treino de marcha convencional individualizado por 30 minutos durante a semana, foram 12 semanas no total. O treino incluiu caminhar em superfícies irregulares e lisas, caminhar com tarefas duplas, trabalhar o equilíbrio em pé e ao caminhar, subir e descer rampas, evitar obstáculos e marcha funcional.O GRUPO EXPERIMENTAL recebeu treinamento de marcha assistido por estimulação elétrica funcional multicanal (MFES) colocada nos músculos tibial anterior e fibulares do membro parético.O GRUPO CONTROLE recebeu somente treino convencional.Ambos os grupos demonstraram melhorias semelhantes após o período de intervenção para caminhada e AVD’S, porém, na simetria do tempo de apoio unipoda da marcha o grupo experimental teve melhores resultados.
Participantes (n=20)Grupo A (n=10)Grupo B (n=10)Todos os pacientes foram submetidos a duas horas de treinamento de marcha todos os dias durante duas semanas, além da terapia física e ocupacional regular. A terapia incluiu exercícios de fortalecimento dos membros inferiores, treino para melhorar o equilíbrio em pé, mudanças de peso, negociação em superfícies irregulares, subida de escadas e tarefas para melhorar as atividades da vida diária. O grupo A recebeu treino de marcha com órtese tornozelo-pé (AFO) na primeira semana e na segunda semana treino de marcha com estimulação elétrica funcional (FES) no nervo fibular em membro parético.O grupo B na primeira semana recebeu treino de marcha com estimulação elétrica funcional (FES) no nervo fibular em membro parético e na segunda semana treino de marcha com órtese tornozelo-pé (AFO).Ambos os grupos apresentaram melhoras tanto ao utilizar a AFO quanto a FES, porém, no período que utilizaram a FES os grupos estatisticamente se destacaram na velocidade e resistência da caminhada em comparação ao período que utilizaram a AFO. 
Participantes (n-16) Grupo (n=16)O estudo foi realizado em duas sessões, uma sessão por dia, no total foram dois dias. O objetivo do estudo era saber quais das esteiras associadas ou não a estimulação elétrica funcional – FES aumentaria mais a velocidade da marcha no pós-AVC. O grupo realizou uma série aleatória de tarefas de caminhada em uma esteira instrumentada de velocidade autosselecionada. O protocolo incluiu: uma sessão de linha de base onde foram realizados alguns testes de caminhada, mobilidade do tornozelo e de amplitude de movimento induzida pela estimulação elétrica funcional (FES) e 24h depois uma sessão de avaliação onde avaliaram a resposta dos indivíduos à combinação de esteira controlada pelo usuário (UDTM) que é um algoritmo que ajusta a velocidade do usuário em tempo real combinada com a estimulação elétrica funcional (FES) nos flexores plantares. I – Primeiramente realizaram a caminhada na esteira apenas com controle de esteira de velocidade fixa (FSTM) II – Depois apenas com controle de esteira controlado pelo usuário (UDTM) III – E por fim realizaram a caminhada com controle UDTM e FES.Os participantes usaram 42 marcadores retrorrefletivos para captura de movimento, 26 marcadores únicos em pontos anatômicos e 16 marcadores em conchas plásticas rígidas. Oito câmeras rastrearam o movimento do marcador a 100 Hz. Também foi programado para aplicar FES nos flexores plantares em apoio terminal e durante a fase de balanço.O UDTM e FES permite que os indivíduos aumentem a velocidade da marcha significativamente mais rápida do que com os FSTM e UDTM de forma isolada.      
Participantes (n=50)Grupo I (n=25)Grupo II (n=25)Ambos os grupos receberam 10 minutos de exercício diário, cinco dias por semana, durante duas semanas. Antes e depois da intervenção foi aplicado o teste de caminhada de 6 minutos (TC6). O exercício consistia em atividades de vida diária, alternando entre levantar e sentar em uma cadeira e caminhar em dias alternados, respectivamente. Nos dias de caminhada, a atividade foi contínua durante o período de estimulação ativa de 10 minutos, sem pausas, a menos que o paciente necessitasse.Grupo I foi aplicada terapia por exercícios com Estimulação elétrica neuromuscular (EENM) em vasto medial e tibial anterior, os exercícios de levantar e sentar na cadeira seguiu os ciclos de estimulação programados com 7 s de contração muscular durante a atividade (levantar e sentar na cadeira) e 7 s de pausa de pulsação, enquanto o paciente descansava sentado na cadeira.Grupo II foi aplicada terapia apenas por exercício de sentar e levantar na cadeira, o fisioterapeuta utilizou um cronômetro para os pacientes sem EENM para mediar quando estar ativo e quando descansar.ambos os grupos experimentaram melhorias estatisticamente significativas na velocidade de caminhada, funções motoras, equilíbrio, qualidade de vida, cognição e depressão. Entretanto, no teste de caminhada de 6 minutos (TC6), o grupo II teve melhora de 144,2 enquanto o grupo I se sobressaiu com melhora de 183,4. Ambos os grupos apresentaram melhora no teste de caminhada de 6 min (TC6), grupo II teve melhora de 144,2 enquanto o grupo I teve melhora de 183,4.
Participantes (n=64)Grupo AVC (n=32)Grupo controle (n=32)O grupo AVC foi submetido a 10 sessões que iniciavam com 15 min de alongamentos de MMII, medições dos sinais vitais e 20 min de caminhada em uma esteira enquanto usavam o FES no tibial anterior do lado parético.  Enquanto o grupo controle participou somente da avaliação.  Foi constatado uma melhora significativa no Grupo AVC ao comparar com o Grupo Controle (teste t de Student p < 0,05). O grupo AVC Teve melhorias no comprimento da passada, passo por minuto, fase de apoio duplo e em particular na velocidade da marcha.
10°Participantes (n=46)Grupo           TENS+TAPING(n=23)Grupo TENS (n=23)O treinamento foi realizado cinco vezes por semana durante seis semanas. Todos os participantes receberam estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) ao redor do nervo fibular do membro parético por 30 minutos. Em seguida realizaram exercícios de sentar e levantar, caminhada em ambiente fechado e caminhada em escadas, durante 10 min cada, totalizando 30 minutos de exercício. O grupo TENS+TAPING além de receber a TENS e treinamento funcional, também receberam a aplicação de bandagem elástica em quatro fitas na região distal do membro inferior parético, na qual era trocada diariamente. Enquanto o grupo TENS recebeu somente TENS e treino funcional.Tanto o grupo TENS+TAPNG quanto o grupo TENS apresentaram diminuição significativa da espasticidade, aumento da força muscular dos flexores plantares, melhora na velocidade da marcha. Entretanto, o Grupo TENS+TAPNG demostrou uma melhora ainda mais expressiva estatisticamente significativa em comparação.

Abreviaturas: CCNMES: estimulação elétrica neuromuscular controlada Contralateralmente; EENM: estimulação elétrica neuromuscular; FES: estimulação elétrica funcional; GT: treinamento de marcha na esteira; PLBO: placebo de estimulação elétrica funcional FES; TT: treinamento em esteira; MFES: treinamento de marcha assistido por estimulação elétrica funcional multicanal; AFO: órtese tornozelo-pé; UDTM: esteira controlada pelo usuário; FSTM: esteira apenas com controle de esteira de velocidade fixa; TC6: teste de caminhada de 6 min; AVC: acidente vascular cerebral; MMII: membros inferiores; AVD´S: atividades de vida diária; TENS: estimulação elétrica nervosa transcutânea; TAPING: bandagem elástica. Fonte: Elaborada pelo autor, 2024.

Observou-se, em sua maioria, que os estudos selecionados consistiram em ensaios clínicos randomizados, conduzidos predominantemente em inglês (Quadro I). A análise desses estudos revelou uma amostra total de 394 participantes. A corrente mais utilizada entre os estudos encontrados foi a estimulação elétrica funcional – FES.  A maioria dos ensaios aplicou a estimulação elétrica associada com outras intervenções, destacando-se o treino de marcha na esteira combinada à estimulação elétrica como uma abordagem comum (Quadro II).

A estimulação elétrica se mostrou ser um recurso positivo para a melhora dos pacientes com pé caído pós-AVC. Entre os principais resultados observados destacaram-se melhorias significativas na mobilidade do tornozelo, aumento da força muscular dos flexores plantares, aprimoramento do equilíbrio, evolução no comprimento da passada e incremento na velocidade da marcha, que levaram a um bom desempenho nas atividades de vida diária, promovendo melhora na qualidade de vida. O tempo de tratamento entre os estudos variaram entre duas a 12 semanas (Quadro II).

4  DISCUSSÃO

De acordo com Johnston et al. (2021), a estimulação elétrica funcional aplicada em pessoas com hemiplegia aguda pós-AVC demonstra efeitos terapêuticos positivos, reduzindo o risco de quedas e melhorando a simetria da marcha. Essa abordagem também pode levar a melhorias na mobilidade, especialmente quando combinada com outras intervenções.  

A maior parte dos estudos optaram por aplicarem a estimulação elétrica associada a exercícios funcionais ao invés de isoladamente. Kristensen MGH et al., (2024) afirma que é recomendado a utilização da estimulação elétrica na reabilitação pós-AVC como terapia complementar a outras intervenções e que a mesma tem efeitos positivos na função das atividades de vida diária (AVD’S).

Já Fang Y. et al., (2023), menciona em seus estudos que a corrente mais comum utilizada no tratamento de disfunções neuromusculares é a FES, que envolve a aplicação simultânea ou intermitente de estimulação elétrica durante atividades funcionais. Essa técnica também serve como base para outras terapias de reabilitação que foram desenvolvidas com o mesmo princípio.

Khan MA et al., (2023), também afirmam que sistemas de reabilitação baseados na FES têm sido cada vez mais utilizados como uma ferramenta terapêutica para restaurar os movimentos físicos com comprometimento motor pós-AVC, concordando ainda que essa é uma das correntes mais comum utilizada na reabilitação de pacientes pós-AVC.

De acordo com Cunha M J et al., (2021), a FES tem uma alta indicação para se trabalhar na melhora da velocidade da marcha se essa mesma for associada com a fisioterapia, tornando-se possível o aumento na folga dos pés, levando a progressão da marcha anterior, melhora na estabilidade e velocidade ao se locomover. Assim, Lee Y e Kim K (2022), ainda acrescentam que quando a FES é aplicada no músculo tibial anterior e no nervo fibular e é associada ao treino na esteira, esse recurso se torna ainda mais eficaz na melhoria das funções motoras, equilíbrio e capacidade de marcha de pacientes com AVC.  

Segundo Shen Y et al., (2022), a estimulação elétrica neuromuscular (EENM) também é um método terapêutico eficaz para facilitar a função motora de membros paréticos de pacientes afetados por AVC, descreve ainda, ser uma corrente de pulso de baixa frequência que é aplicada sobre os nervos ou músculos motores para simular a terapia de exercícios, induzindo contrações musculares.

Outra terapia inovadora na reabilitação do AVC e que desencadeia estímulos sensório motor é a Estimulação Elétrica Neuromuscular Controlada Contralateralmente (CCNMES). No entanto, o mecanismo subjacente ainda não foi completamente elucidado (GUO C et al., 2022).

Apenas um estudo foi identificado em ter realizado a aplicação da TENS como parte da reabilitação do pé caído em pacientes acometidos com AVC. Porém In TS et al., (2020) aborda que a TENS demonstra efeitos antiespáticos significativos que resultam na melhora a capacidade da marcha quando aplicada em pacientes acometidos com AVC. Fernández-Tenorio E et al., (2019), também considera o uso da TENS como um recurso terapêutico para redução da espasticidade, entretanto, relata ser necessário uma padronização na forma de aplicação e parâmetros já que há uma variabilidade.

Cunha M J et al., (2021), defende que tanto a FES quanto a TENS tem benefícios quando utilizados na reabilitação de pessoas com pé caído pós-AVC, porém, baseando-se em evidências afirma que a FES é mais eficaz quando comparada com a TENS. Afirmando ainda que a FES é capaz de estimular atividades musculares voluntárias, reduzir a queda do pé e diminuir a espasticidade.

Bao SC et al., (2020), compara a EENM com a FES e afirma que a FES tem sido usada par facilitar o movimento voluntário, enquanto a EENM tem sido usada para fortalecer os músculos, reduzir a espasticidade e induzir o movimento motor. Complementa ainda que a TENS aplicada nos nervos melhora o controle motor neural e as funções dos membros paréticos em pessoas com AVC.

A maior parte dos estudos apresentou tempo de intervenção entre duas e seis semanas. Porém, Hahayu UB et al., (2020), defende a fala de que uma intervenção deve ter duração média de 12 semanas, ou seja, três meses. Ainda Sannyasi G et al., (2022), relata que uma das limitações do seu estudo foi a curta duração da intervenção FES, que foi de duas horas por dia durante uma semana. 

A recuperação espontânea, de acordo com Heras-Romero Y et al., (2022), é responsável por uma parte significativa da recuperação neurológica dos pacientes pós-AVC. Dessa forma é um fator a ser considerado, pois pode se questionar até quanto a evolução do paciente se deve a este fator e até quanto se deve aos recursos e intervenções utilizadas, no caso da estimulação elétrica associada ou não às demais conduta. 

Apesar de poucos estudos encontrados, as informações obtidas em relação ao uso da Estimulação Elétrica na reabilitação do pé caído pós-AVC, foram de extrema relevância, demonstrando benefícios significativos. Sugere-se, para estudos futuros, que o período de intervenção e o acompanhamento pós-intervenção sejam estendidos, a fim de verificar a sustentabilidade dos resultados a longo prazo. 

5  CONCLUSÃO

Em síntese, a análise dos estudos selecionados demonstrou que a aplicação da estimulação elétrica não invasiva apresentou efeitos positivos na reabilitação de pacientes com pé caído pós-AVC. Os principais efeitos resultantes da estimulação elétrica incluíram o aumento da mobilidade do tornozelo, da força muscular dos flexores plantares, melhora do equilíbrio e da marcha, proporcionando um bom desempenho nas atividades de vida diária e melhora na qualidade de vida. Dessa forma, o presente estudo contribui para o entendimento e avanço no tratamento de pacientes com pé caído pós-AVC. Ainda sugere-se que mais estudos sejam realizados sobre o assunto. 

REFERÊNCIAS

Avaliação do perfil dos fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral: estudo observacional. Revista Pesquisa em Fisioterapia, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 37–44, 2019. DOI: 10.17267/2238-2704rpf.v9i1.2218. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/2218.. Acesso em: 6 abr. 2024.

Bao SC, Khan A, Song R, Kai-Yu Tong R. Rewiring the Lesioned Brain: Electrical Stimulation for Post-Stroke Motor Restoration. J Stroke. 2020 Jan;22(1):47-63. doi: 10.5853/jos.2019.03027. Epub 2020 Jan 31. PMID: 32027791; PMCID: PMC7005350.

BRASIL, DATASUS. Tabnet. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/niuf.def. Acesso em: 10 mar. 2024.

Busk H, Skou ST, Lyckhage LF, Arens CH, Asgari N, Wienecke T. Neuromuscular Electric Stimulation in Addition to Exercise Therapy in Patients with Lower Extremity Paresis Due to Acute Ischemic Stroke. A proof-of-concept randomised controlled trial. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2021 Oct;30(10):106050. doi: 10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2021.106050. Epub 2021 Aug 19. PMID: 34418670.

Campanini I, Bò MC, Bassi MC, Damiano B, Scaltriti S, Lusuardi M, Merlo A. Outcome measures for assessing the effectiveness of physiotherapy interventions on equinus foot deformity in post-stroke patients with triceps surae spasticity: A scoping review. PLoS One. 2023 Oct 12;18(10):e0287220. doi: 10.1371/journal.pone.0287220. PMID: 37824499; PMCID: PMC105696

Dantas, M.T.A.P.; Fernani, D.C.G.L.; Silva, T.D.; Assis, I.S.A. de; Carvalho, A.C. de; Silva, S.B.; Abreu, L.C. de; Barbieri, F.A.; Monteiro, C.B.M. Gait Training with Functional Electrical Stimulation Improves Mobility in People Post-Stroke. Int. J. Environ. Res. Public Health 2023, 20(9), 5728. https://doi.org/10.3390/ijerph20095728

Fang, Y., Li, J., Liu, S., Wang, Y., Li, J., Yang, D. D., & Wang, Q. L. (2023). Optimization of electrical stimulation for the treatment of lower limb dysfunction after stroke: a systematic review and Bayesian network meta-analysis of randomized controlled trials. Published May 11, 2023. PLOS ONE. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0285523

Fernández-Tenorio E, Serrano-Muñoz D, Avendaño-Coy J, Gómez-Soriano J. Transcutaneous electrical nerve stimulation for spasticity: A systematic review. Neurologia (Engl Ed). 2019 Sep;34(7):451-460. English, Spanish. doi: 10.1016/j.nrl.2016.06.009. Epub 2016 Jul 26. PMID: 27474366.

Guo C, Sui Y, Xu S, Zhuang R, Zhang M, Zhu S, Wang J, Zhang Y, Kan C, Shi Y, Wang T, Shen Y. Contralaterally controlled neuromuscular electrical stimulation-induced changes in functional connectivity in patients with stroke assessed using functional near-infrared spectroscopy. Front Neural Circuits. 2022 Aug 29;16:955728. doi: 10.3389/fncir.2022.955728. PMID: 36105683; PMCID: PMC9464803.

Heras-Romero Y, Morales-Guadarrama A, Santana-Martínez R, Ponce I, Rincón-Heredia R, Poot-Hernández AC, Martínez-Moreno A, Urrieta E, Bernal-Vicente BN, Campero-Romero AN, Moreno-Castilla P, Greig NH, Escobar ML, Concha L, Tovar-Y-Romo LB. Improved post-stroke spontaneous recovery by astrocytic extracellular vesicles. Mol Ther. 2022 Feb 2;30(2):798-815. doi: 10.1016/j.ymthe.2021.09.023. Epub 2021 Sep 24. PMID: 34563674; PMCID: PMC8821969.

In TS, Jung JH, Jung KS, Cho HY. Effectiveness of Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation with Taping for Stroke Rehabilitation. Biomed Res Int. 2021 Aug 25;2021:9912094. doi: 10.1155/2021/9912094. Erratum in: Biomed Res Int. 2022 Aug 13;2022:9763093. PMID: 34485529; PMCID: PMC8410308.

Jaqueline da Cunha M, Rech KD, Salazar AP, Pagnussat AS. Functional electrical stimulation of the peroneal nerve improves post-stroke gait speed when combined with physiotherapy. A systematic review and meta-analysis. Ann Phys Rehabil Med. 2021 Jan;64(1):101388. doi: 10.1016/j.rehab.2020.03.012. Epub 2020 May 24. PMID: 32376404.

Johnston TE, Keller S, Denzer-Weiler C, Brown L. A Clinical Practice Guideline for the Use of Ankle-Foot Orthoses and Functional Electrical Stimulation Post-Stroke. J Neurol Phys Ther. 2021 Apr 1;45(2):112-196. doi: 10.1097/NPT.0000000000000347. PMID: 33675603.

Khan MA, Fares H, Ghayvat H, Brunner IC, Puthusserypady S, Razavi B, Lansberg M, Poon A, Meador KJ. A systematic review on functional electrical stimulation based rehabilitation systems for upper limb post-stroke recovery. Front Neurol. 2023 Dec 8;14:1272992. doi: 10.3389/fneur.2023.1272992. PMID: 38145118; PMCID: PMC10739305.

Kristensen MGH, Busk H, Wienecke T. Neuromuscular Electrical Stimulation Improves Activities of Daily Living Post Stroke: A Systematic Review and Meta-analysis. Arch Rehabil Res Clin Transl. 2021 Nov 12;4(1):100167. doi: 10.1016/j.arrct.2021.100167. PMID: 35282150; PMCID: PMC8904887.

Lattouf NA, Tomb R, Assi A, Maynard L, Mesure S. Eccentric training effects for patients with post-stroke hemiparesis on strength and speed gait: A randomized controlled trial. NeuroRehabilitation. 2021;48(4):513-522. doi: 10.3233/NRE-201601. PMID: 33967063.

Lee Y, Kim K. The influence of Gait Training Combined with Portable Functional Electrical Stimulation on motor function, balance and gait ability in stroke patients. J Back Musculoskelet Rehabil. 2022;35(6):1171-1178. doi: 10.3233/BMR-210154. PMID: 35754258.

Lim J, Lim T, Lee J, Sim J, Chang H, Yoon B, Jung H. Patient-specific functional electrical stimulation strategy based on muscle synergy and walking posture analysis for gait rehabilitation of stroke patients. J Int Med Res. 2021 May;49(5):3000605211016782. doi: 10.1177/03000605211016782. PMID: 34038206; PMCID: PMC8161899.

Marquez-Chin C, Popovic MR. Functional electrical stimulation therapy for restoration of motor function after spinal cord injury and stroke: a review. Biomed Eng Online. 2020 May 24;19(1):34. doi: 10.1186/s12938-020-00773-4. PMID: 32448143; PMCID: PMC7245767.

Mijic M, Schoser B, Young P. Efficacy of functional electrical stimulation in rehabilitating patients with foot drop symptoms after stroke and its correlation with somatosensory evoked potentials-a crossover randomised controlled trial. Neurol Sci. 2023 Apr;44(4):1301-1310. doi: 10.1007/s10072-022-06561-3. Epub 2022 Dec 21. PMID: 36544079; PMCID: PMC10023639

Mijic M, Schoser B, Young P. Efficacy of functional electrical stimulation in rehabilitating patients with foot drop symptoms after stroke and its correlation with somatosensory evoked potentials-a crossover randomised controlled trial. Neurol Sci. 2023 Apr;44(4):1301-1310. doi: 10.1007/s10072-022-06561-3. Epub 2022 Dec 21. PMID: 36544079; PMCID: PMC10023639.

Moon Y, Yang C, Veit NC, McKenzie KA, Kim J, Aalla S, Yingling L, Buchler K, Hunt J, Jenz S, Shin SY, Kishta A, Edgerton VR, Gerasimenko YP, Roth EJ, Lieber RL, Jayaraman A. Noninvasive spinal stimulation improves walking in chronic stroke survivors: a proof-ofconcept case series. Biomed Eng Online. 2024 Apr 1;23(1):38. doi: 10.1186/s12938-02401231-1. PMID: 38561821; PMCID: PMC10986021.

Rahayu UB, Wibowo S, Setyopranoto I, Hibatullah Romli M. Effectiveness of physiotherapy interventions in brain plasticity, balance and functional ability in stroke survivors: A randomized controlled trial. NeuroRehabilitation. 2020;47(4):463-470. doi: 10.3233/NRE203210. PMID: 33164953.

Ray NT, Reisman DS, Higginson JS. Combined user-driven treadmill control and functional electrical stimulation increases walking speeds poststroke. J Biomech. 2021 Jul 19;124:110480. doi: 10.1016/j.jbiomech.2021.110480. Epub 2021 Apr 24. PMID: 34126560; PMCID: PMC8852692.

SALES, Rilary Silva ; MORAES, Mariana de Almeida ; MUNIZ, Ludimila Santos ; JESUS, Pedro Antônio de ; RIBEIRO, Laís Silva ; MUSSI, Fernanda Carneiro . Fatores associados à incapacidade funcional após acidente vascular cerebral isquêmico. Acta Paul Enferm , v. 37, eAPE00601, janeiro de 2024.

Sannyasi G, Ojha R, Prakash NB, Isaac J, Maheswari V, Mahasampath GS, Tharion G. Gait Characteristics Following Stroke: A Prospective Crossover Study to Compare Ankle-Foot Orthosis with Functional Electrical Stimulation. Neurol India. 2022 Sep-Oct;70(5):1830-1835. doi: 10.4103/0028-3886.359240. PMID: 36352574.

Schifino G, Cimolin V, Pau M, da Cunha MJ, Leban B, Porta M, Galli M, Souza Pagnussat A. Functional Electrical Stimulation for Foot Drop in Post-Stroke People: Quantitative Effects on Step-to-Step Symmetry of Gait Using a Wearable Inertial Sensor. Sensors (Basel). 2021 Jan 29;21(3):921. doi: 10.3390/s21030921. PMID: 33573046; PMCID: PMC7866372.

Shen Y, Chen L, Zhang L, Hu S, Su B, Qiu H, Xu X, Huang G, Yin Z, Yang J, Guo C, Wang T. Effectiveness of a Novel Contralaterally Controlled Neuromuscular Electrical Stimulation for Restoring Lower Limb Motor Performance and Activities of Daily Living in Stroke Survivors: A Randomized Controlled Trial. Neural Plast. 2022 Jan 11;2022:5771634. doi:10.1155/2022/5771634. PMID: 35069728; PMCID: PMC8767388.

SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão integrativa: o que é e como fazer. einstein (São Paulo), São Paulo, v. 8, n. 1, p. 102-106, mar. 2010. https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134

Van Bloemendaal M, Bus SA, Nollet F, Geurts ACH, Beelen A. Feasibility and Preliminary Efficacy of Gait Training Assisted by Multichannel Functional Electrical Stimulation in Early Stroke Rehabilitation: A Pilot Randomized Controlled Trial. Neurorehabil Neural Repair. 2021 Feb;35(2):131-144. doi: 10.1177/1545968320981942. PMID: 33410388.