REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248232109
Flávia Corrêa da Costa 1
Daniela Cristina de Oliveira Silva 2
Patrícia Espíndola Motta Venâncio 3
Resumo
Na área da nutrição, a adolescência é considerada etapa crucial para promover a saúde e evitar fatores de risco, visto que padrões alimentares estabelecidos nessa fase costumam persistir ao longo da vida. Diversas ferramentas têm sido desenvolvidas e aprimoradas para ampliar a precisão das avaliações do consumo alimentar. Assim, o objetivo deste trabalho, caracterizado por um estado da arte, foi identificar e descrever os produtos educacionais e/ou artigos sobre instrumentos de avaliação de hábitos alimentares em adolescentes. Uma revisão da literatura foi realizada nas bases eduCAPES, Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e Google Acadêmico, sob um recorte temporal de dez anos, utilizando os descritores “avaliação”, “consumo alimentar” e “adolescente”. Nenhum produto educacional, elaborado a partir de dissertações de mestrado profissional, foi encontrado; considerando dissertações, teses e artigos, foram encontradas 110 produções que apresentavam instrumentos que avaliavam os hábitos alimentares em adolescentes (82 artigos, 21 dissertações e 7 teses). Foi observado que o Recordatório 24 horas foi utilizado em 44 produções, seguido pelo Questionário de Frequência Alimentar (40). O Registro/Dieta Alimentar foi utilizado em apenas 2, enquanto outros instrumentos, como o PeNSE, SISVAN e VIGITEL, foram utilizados em 6, 7 e 1 produções, respectivamente. Dez produções utilizaram Formulários Próprios. A análise destes instrumentos permitiu concluir que, apesar das limitações inerentes a cada método, a combinação dessas ferramentas oferece melhor abordagem para a avaliação dos hábitos alimentares de adolescentes.
Palavras-chave: Consumo alimentar, Adolescente, Avaliação.
ABSTRACT
In the area of nutrition, adolescence is considered a crucial stage for promoting health and avoiding risk factors, since dietary patterns established at this stage tend to persist throughout life. Several tools have been developed and improved to increase the accuracy of food consumption assessments. Thus, the objective of this work, characterized by a state of the art, was to identify and describe educational products and/or articles on instruments for assessing eating habits in adolescents. A literature review was conducted in the eduCAPES databases, CAPES Dissertation and Thesis Catalogue, and Google Scholar, over a ten-year time frame, using the descriptors “assessment,” “food consumption,” and “adolescent.” No educational products developed from professional master’s dissertations were found; considering dissertations, theses, and articles, 110 productions were found that presented instruments that assessed eating habits in adolescents (82 articles, 21 dissertations, and 7 theses). It was observed that the 24-hour recall was used in 44 productions, followed by the Food Frequency Questionnaire (40). The Food Record/Diet was used in only 2, while other instruments, such as PeNSE, SISVAN and VIGITEL, were used in 6, 7 and 1 productions, respectively. Ten productions used their own forms. The analysis of these instruments allowed us to conclude that, despite the limitations inherent to each method, the combination of these tools offers a better approach for the evaluation of adolescents’ eating habits.
Keywords: Food consumption, Adolescent, Assessment.
Introdução
A saúde está intimamente ligada ao balanço entre a necessidade e a oferta de nutrientes, ou seja, estado nutricional e um estilo de vida saudável, priorizando a formação de bons hábitos alimentares, que precisa ser introduzido gradualmente e mantido na idade escolar (BERTIN et al., 2010).
Uma alimentação equilibrada ou balanceada corresponde à correta ingestão e aproveitamento de nutrientes pelo organismo e pode ser resumida pelos princípios de variedade, moderação e equilíbrio. Apesar das pessoas conhecerem o significado de uma alimentação equilibrada, ainda continuam se alimentando inadequadamente, pois não é suficiente apenas conhecer, é preciso reeducar-se nutricionalmente, ou seja, procurar abandonar os maus hábitos alimentares. Esta questão implica em exercer uma difícil, mas possível, tarefa de adotar um novo estilo de vida, ampliar conceitos e mudar costumes (RECINE; RADAELLI, 2002).
O estilo de vida é capaz de prevenir, tratar e reverter doenças crônicas não transmissíveis que tem acometido a população nas últimas décadas devido, dentre outros fatores, à transição nutricional (BRASIL, 2014). É inegável que os seres humanos necessitam se alimentar bem, pois a alimentação influencia o desenvolvimento, a condição física, a eficiência dos indivíduos e a sociedade em que vivem. Desta forma, não se pode esperar produção e crescimento harmônico de uma nação mal alimentada, seja por escassez, seja por excesso de alimentos (GALISA; ESPERANÇA; SÁ, 2008).
Na área da nutrição, a infância, assim como a adolescência, é considerada uma etapa crucial para promover a saúde e evitar fatores de risco, uma vez que os padrões alimentares estabelecidos durante esses períodos costumam persistir ao longo da vida (COSTA et al, 2018). Estudos têm mostrado que, entre adolescentes, o tempo gasto em comportamentos sedentários, como o hábito de ficar muito tempo sentado, está associado à uma série desfechos desfavoráveis à saúde (COSTIGAN et al., 2013; MORENO et al., 2014). Tais comportamentos podem acarretar maior consumo de alimentos ultraprocessados, com baixa qualidade nutricional, levando ao desenvolvimento de síndromes metabólicas (TAVARES et al., 2012) e de obesidade em adolescentes (LOUZADA et al., 2015)
Partindo do pressuposto de que a alimentação e a nutrição têm uma importante relação com a saúde humana, a avaliação da dieta humana tem sido fonte de desafios para muitos pesquisadores, haja vista a complexidade de analisar de forma quantitativa a ingestão de alimentos (SLATER et al., 2003; CAVALCANTE; PRIORI; FRANCESCHINI, 2004; PEDRAZA; MENEZES, 2014). Assim, diversas ferramentas são desenvolvidas e aprimoradas por meio de investigações que objetivam ampliar a precisão das avaliações do consumo alimentar (FISBERG; MARCHIONI; COLUCCI, 2009; ALVES et al., 2022).
Atualmente, existe uma grande variedade de instrumentos para avaliação de hábitos alimentares, todos com diferentes potencialidades e fragilidades, considerando o objetivo e o direcionamento da investigação (ALVES et al., 2022). Nesse sentido, a escolha do método de avaliação adequado depende da sua finalidade e, ainda assim, esse método pode sofrer influências alheias, como a má aplicação do instrumento ou a baixa exatidão das informações fornecidas pelo entrevistado, resultando em uma avaliação subestimada ou superestimada (RUTISHAUSER, 2005).
Dentro deste contexto, a presente pesquisa, caracterizada por um estado da arte, tem como objetivo identificar e descrever os produtos educacionais e/ou artigos sobre instrumentos de avaliação de hábitos alimentares, especificamente em adolescentes. Este levantamento poderá contribuir para preencher lacunas na literatura na área de nutrição em adolescentes, subsidiando pesquisas para a melhoria dos procedimentos de determinação do consumo alimentar desta população, considerando variáveis sociais e culturais que permeiam os hábitos alimentares.
Métodos
O presente estudo caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica do tipo Estado da Arte, com abordagem qualitativa e integrativa. Uma revisão da literatura foi realizada, com vistas à busca, leitura, identificação e análise de produtos educacionais oriundos de dissertações de mestrado profissional e/ou artigos, referente à temática abordada no objetivo, sob um recorte temporal de dez anos, de 2014 a 2024.
Para a identificação dos produtos educacionais e/ou artigos, realizou-se uma busca nas bases de dados: Portal de Objetos Educacionais (eduCAPES), Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e Google Acadêmico. A busca bibliográfica foi realizada usando a combinação dos descritores “avaliação”, “consumo alimentar” e “adolescente”. Para o cômputo do total de estudos identificados foi verificada a duplicação dos mesmos entre as bases de dados, sendo cada artigo contabilizado somente uma vez.
Como critério de inclusão, foram considerados os produtos educacionais, artigos, dissertações e teses que continham a combinação dos descritores no título ou no resumo da produção. O critério de exclusão incluiu as produções que não tinham sua versão completa disponível, aquelas em que o público-alvo não fossem apenas adolescentes (10 a 19 anos) brasileiros, trabalhos de conclusões de curso, monografias e artigos/dissertações/teses de revisão bibliográfica.
Com relação aos produtos educacionais elaborados a partir de dissertações de mestrado profissional, não foi encontrado nenhum produto nas bases eduCAPES e Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Considerando dissertações, teses e artigos, a busca na base de dados Google Acadêmico revelou 10.700 documentos, cuja análise foi realizada nos 200 primeiros, elencados por ordem de relevância. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram encontradas 110 produções que apresentavam em seus resultados instrumentos que avaliavam os hábitos alimentares em adolescentes (82 artigos, 21 dissertações e 7 teses).
A Figura 1 apresenta os procedimentos metodológicos para a busca dos produtos educacionais e/ou instrumentos sobre avaliação de hábitos alimentares em adolescentes.
Figura1. Fluxograma ilustrativo do procedimento metodológico
Fonte: Elaborado pelos autores. Paracatu, 2024
Resultados
A Tabela 1 apresenta os tipos de instrumentos utilizados para avaliar os hábitos alimentares de adolescentes encontrados no levantamento bibliográfico no período de 2014 a 2024. Pode-se observar que o Recordatório 24 horas (R24h) foi utilizado em 44 produções, seguido pelo Questionário de Frequência Alimentar (QFA) (40 produções). O Registro/Dieta Alimentar (RA/DA) foi utilizado em apenas 2 produções. Outros instrumentos como o Formulário da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), o Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e o Questionário Alimentar da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) foram utilizados em 6, 7 e 1 produções, respectivamente. Formulários Próprios foram utilizados em 10 produções.
Tabela 1. Instrumentos utilizados para avaliação de hábitos alimentares em adolescentes encontrados em artigos, dissertações e teses entre os anos de 2014 e 2024.
Instrumentos | Artigos | Dissertações | Teses | Total |
Recordatório 24 horas (R24h) | 32 | 8 | 4 | 44 |
Questionário de Frequência Alimentar (QFA) | 33 | 5 | 2 | 40 |
Registro/Dieta Alimentar (RA/DA) | 1 | 1 | 0 | 2 |
Formulário da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) | 3 | 3 | 0 | 6 |
Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) | 5 | 2 | 0 | 7 |
Questionário Alimentar do Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) | 1 | 0 | 0 | 1 |
Formulário Próprio | 7 | 2 | 1 | 10 |
TOTAL | 82 | 21 | 7 | 110 |
Fonte: Elaborado pelos autores. Paracatu, 2024
O Recordatório 24 horas (R24h) é um método amplamente utilizado para avaliar o consumo alimentar; consiste em uma entrevista detalhada na qual o entrevistado descreve todos os alimentos e bebidas consumidos nas últimas 24 horas. Este método permite obter uma descrição minuciosa dos alimentos consumidos, incluindo detalhes sobre ingredientes, métodos de preparo e quantidades. Uma das vantagens do R24h é a redução dos erros de memória, pois se refere ao dia anterior, e sua flexibilidade de aplicação em diferentes contextos populacionais e culturais. No entanto, a variabilidade diária da dieta e a dependência da memória do respondente podem limitar a precisão dos dados (VITOLO, 2008). O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) demonstrou a eficácia do R24h na coleta detalhada de dados sobre a ingestão de nutrientes (BARUFALDI et al., 2016).
O Questionário de Frequência Alimentar (QFA) émuito utilizado na avaliação do consumo de alimentos e nutrientes em estudos epidemiológicos, especialmente naqueles cujo objetivo é relacionar fatores dietéticos com desfechos de saúde (SELEM et al., 2014). Entre os diversos métodos de avaliação dietética disponíveis, o Questionário de Frequência Alimentar (QFA) tem sido extensivamente empregado em grandes estudos epidemiológicos desde a década de 1990. A dieta constitui um importante fator de risco relacionado ao estilo de vida para várias doenças crônicas. A ingestão alimentar pode ser avaliada por meio de métodos fechados, como os questionários de frequência alimentar (SHIM; OH; KIM, 2014).
O Diário Alimentar (DA) ou Registro alimentar (RA) envolve informações detalhadas de todos os alimentos e bebidas consumidos por um período específico, geralmente de 3 a 7 dias. Este método oferece uma visão abrangente e precisa da dieta habitual do indivíduo, capturando variações diárias nos padrões alimentares. A autonomia do respondente na anotação dos alimentos consumidos no momento reduz os erros de memória, mas o esforço necessário para manter o diário pode levar à subnotificação ou omissão de alimentos. Além disso, a consciência do registro pode alterar o comportamento alimentar durante o período de observação (VITOLO, 2008). Okuizumi et al (2018) utilizaram registros alimentares para avaliar o consumo alimentar de atletas adolescentes e de Sá (2015) para estudar o consumo alimentar de adolescentes em uma instituição de ensino mostrando que o método propicia a análise de diferentes padrões alimentares.
O Formulário da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) é um inquérito realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, que visa coletar dados sobre a saúde dos adolescentes escolares do Brasil. A PeNSE utiliza questionários estruturados aplicados a alunos do 9º ano do ensino fundamental em escolas públicas e privadas. O inquérito aborda vários aspectos da saúde, incluindo o consumo alimentar, comportamento nutricional, atividade física e hábitos de vida. As perguntas sobre consumo alimentar envolvem a frequência de consumo de alimentos saudáveis e não saudáveis, como frutas, vegetais, refrigerantes e alimentos ultraprocessados. Esse levantamento permite identificar padrões alimentares e comportamentais que podem influenciar a saúde dos adolescentes, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas de promoção da saúde e prevenção de doenças (IBGE, 2016).
O Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um instrumento do Ministério da Saúde para pessoas com cinco anos de idade ou mais. Propõe identificar a frequência de consumo de certos alimentos e/ou bebidas, que estão associados tanto a uma alimentação saudável quanto a uma não saudável, durante os sete dias anteriores à entrevista (BRASIL, 2008). Possui como objetivo monitorar o estado nutricional e o consumo alimentar da população, fornecendo dados para a formulação de programas, estratégias e políticas públicas, voltados às necessidades alimentares e nutricionais do país (De LIMA; SCHMIDT, 2018).
O Questionário Alimentar do Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) é um sistema de monitoramento contínuo realizado pelo Ministério da Saúde, que coleta dados sobre fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) por meio de entrevistas telefônicas. Realiza entrevistas telefônicas anuais com uma amostra representativa da população das capitais brasileiras. As perguntas incluem informações sobre o consumo de alimentos, como frutas, verduras, leguminosas, refrigerantes e alimentos com alto teor de gordura e açúcar. Também aborda aspectos do comportamento alimentar e prática de atividade física. Os dados coletados ajudam a monitorar a prevalência de fatores de risco associados às DCNT, permitindo a avaliação e planejamento de ações de saúde pública voltadas à melhoria dos hábitos alimentares e promoção de uma alimentação saudável (BRASIL, 2021).
Os Formulários Próprios são questionários desenvolvidos para avaliar o consumo alimentar, sendo considerados ferramentas essenciais em pesquisas científicas, pois permite a coleta de dados detalhados e específicos sobre os hábitos alimentares de determinada população. Estes questionários são elaborados de acordo com os objetivos do estudo e as características da população-alvo, capturando informações precisas e relevantes para a análise nutricional. Eles incluem perguntas sobre a frequência, tipos e quantidades de alimentos consumidos, além de questões sobre locais das refeições, prática de atividades físicas e comportamentos de saúde. A importância dos formulários próprios reside na capacidade de coletar dados precisos e contextualizados, fundamentais para a elaboração de estratégias de intervenção e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde e a prevenção de doenças (BARBALHO et al., 2020; FONTES, 2021; MORAIS et al., 2021).
Discussão
Os resultados da presente pesquisa mostraram ausência de produtos educacionais que possam ser utilizados para avaliação dos hábitos alimentares em adolescentes brasileiros como auxílio para educadores. Entretanto, este estudo sobre estado da arte levantou vários artigos, dissertações e teses que fizeram uso dos principais instrumentos de avaliação de consumo alimentar em adolescentes, visto que, na avaliação da ingestão alimentar podem ser utilizados diferentes métodos (PEDRAZA; MENEZES, 2014).
Os métodos de avaliação do consumo alimentar são essenciais para compreender os padrões dietéticos e suas implicações na saúde dos adolescentes. Segundo Carvalho et al. (2014), os inquéritos dietéticos são amplamente utilizados em estudos epidemiológicos.
As principais ferramentas para avaliação da ingestão alimentar usados na rotina ambulatorial e validados cientificamente, são o Recordatório 24 horas (R24h), o Questionário de Frequência Alimentar (QFA), o Registro/Diário Alimentar (RA/DA), a História Dietética, o Método de Pesagem Direta, a Análise de Porção Duplicata e o Método de Inventário (VITOLO, 2008). Neste trabalho, os métodos mais comuns encontrados para coletar dados de identificação sobre padrões alimentares em adolescentes foram o R24h, seguido pelo QFA. O RA/DA foi citado apenas 2 vezes. Outros instrumentos como os Formulários do PeNSE, SISVAN e VIGITEL também apareceram na presente pesquisa. A seguir, discute-se estes métodos utilizados nos estudos recentes, destacando suas vantagens e limitações.
O R24h foi o instrumento mais citado no levantamento bibliográfico realizado na presente pesquisa (44 de um total de 110 produções). Ele é utilizado para coletar dados detalhados sobre a ingestão alimentar de um dia específico, ajudando a capturar variações diárias na dieta. Salustriano et al. (2024) utilizaram o R24h para investigar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas adoçadas e síndrome metabólica em adolescentes. Este método permitiu uma coleta precisa de dados alimentares e a análise da relação entre a dieta e os marcadores de saúde. Reginato, Zanella e Hoefel (2022) também empregaram o R24h para avaliar a frequência alimentar e o perfil nutricional e antropométrico de adolescentes, destacando sua eficácia na identificação de padrões dietéticos diários. Barufaldi et al. (2016) aplicaram o R24h em dois dias não consecutivos no contexto do ERICA, destacando sua eficácia na coleta de dados detalhados sobre a ingestão de macro e micronutrientes. A utilização em mais de um dia ajudou a reduzir a variabilidade intraindividual, proporcionando uma estimativa mais precisa do consumo usual. Bernardes et al. (2021) utilizaram o R24h para avaliar a evolução de práticas alimentares não saudáveis entre adolescentes; este método permitiu uma análise detalhada das mudanças nos padrões alimentares ao longo do tempo, evidenciando a necessidade de políticas públicas para promover hábitos alimentares mais saudáveis.
O QFA foi o segundo instrumento mais encontrado nas pesquisas nos últimos 10 anos (40 de um total de 110 produções). Ele é amplamente utilizado para avaliar a frequência de consumo de diferentes alimentos ao longo de um período específico, permitindo a identificação de padrões alimentares. No estudo de Soares et al. (2024), o QFA foi empregado para investigar o conhecimento sobre alimentação saudável e o consumo alimentar de adolescentes do ensino médio em Juazeiro do Piauí. Este método revelou-se eficaz na identificação de lacunas no conhecimento nutricional e na necessidade de ações educativas para melhorar os hábitos alimentares dos adolescentes. De maneira similar, Gomes et al. (2023) utilizaram QFAs para analisar a relação entre o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e ultraprocessados, permitindo uma avaliação detalhada dos fatores que influenciam esses padrões alimentares. Barbalho et al. (2020) também utilizaram QFAs para investigar a influência do consumo alimentar e da prática de atividade física na prevalência de sobrepeso/obesidade em adolescentes escolares. O QFA foi eficaz para identificar padrões dietéticos que contribuem para o excesso de peso, fornecendo dados essenciais para a formulação de programas de intervenção.
O RA/DA foi o inquérito menos prevalente neste estudo sobre estado da arte (2 de 110 produções). Ele envolve o registro detalhado de todos os alimentos e bebidas consumidos durante um período específico, proporcionando uma visão abrangente dos hábitos alimentares. O método foi utilizado na dissertação de Sá (2015) para avaliar o consumo de alimentos e bebidas por adolescentes, incluindo a frequência de consumo, porções e tipos de preparações, permitindo a análise da qualidade da dieta e a identificação de padrões alimentares que podem contribuir para verificar o estado nutricional da população investigada em relação às recomendações de saúde. Para analisar o estado nutricional de jovens atletas, considerando a importância de uma alimentação adequada para o desempenho esportivo e a saúde geral, Okuizumi et al (2018) também fez uso do RA habitual e os dados obtidos foram analisados por um software. Assim, o método permitiu registrar informações detalhadas sobre o consumo alimentar dos adolescentes, incluindo o valor calórico total da dieta, a ingestão de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e a quantidade de micronutrientes, especificamente cálcio e ferro, contribuindo para uma compreensão mais abrangente do estado nutricional dos jovens atletas estudados.
Os Formulários da PeNSE, do SISVAN e do VIGITEL foram pouco encontrados no levantamento bibliográfico realizado na presente pesquisa (6, 7 e 1 de um total de 110 produções, respectivamente). Embora tenham um baixo uso, esses programas nacionais não devem ser descartados, uma vez que através deles é possível um retorno eficiente. Coelho et al. (2021) estudaram a associação entre a violência e o aumento do índice de massa corporal (IMC) em 136 adolescentes, empregando o formulário da PeNSE, e identificaram associações significativas entre a negligência e o consumo de alimentos industrializados com o aumento do IMC, contribuindo para a compreensão dos determinantes do excesso de peso dos jovens estudados. Já Gomes et al. (2023), ao utilizar o questionário alimentar VIGITEL, conseguiu registrar as frequências absolutas e relativas do consumo alimentar, além de analisar as diferenças de proporções entre os grupos de alimentos e as características sociodemográficas e de estilo de vida dos adolescentes entre 15 a 19 anos na Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil. Ainda, Paixão, Oliveira e Brito (2024), utilizando o Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar, elaborado pelo SISVAN, conseguiu extrair diversos aspectos dos hábitos alimentares dos adolescentes entrevistados, tais como, baixo consumo de frutas e verduras, alto consumo de bolachas, biscoitos ou salgadinhos de pacote e refrigerante, considerados dados negativos, bem como cosumo de feijão que um dado positivo.
A presente pesquisa encontrou alguns estudos que desenvolveram Formulários Próprios (10 de um total de 110 produções), específicos para captar informações detalhadas e pertinentes sobre os hábitos alimentares em adolescentes. No estudo conduzido por Macedo et al. (2021), o instrumento utilizado teve como objetivo coletar e analisar dados sobre o consumo alimentar de adolescentes escolares e suas fontes de informação sobre saúde e alimentação. A aplicação de um questionário validado permitiu registrar a frequência de consumo de alimentos in natura e ultraprocessados entre os participantes, demostrando a importância e a eficácia de formulários personalizados na coleta de dados precisos e relevantes, que são essenciais para a elaboração de estratégias de intervenção e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde e a prevenção de doenças entre os adolescentes. Estudos transversais com Questionários Estruturados, também são exemplos de questionários próprios, e são frequentemente utilizados para coletar dados sobre hábitos alimentares e fatores associados em um ponto específico no tempo. Maravalhas et al. (2022) utilizaram questionários estruturados para investigar mudanças na frequência do consumo de refeições entre adolescentes em áreas de vulnerabilidade social, captando a influência de fatores socioeconômicos nos hábitos alimentares.
4.1 Fragilidades dos instrumentos de avaliação dos hábitos alimentares em adolescentes
Considerando as fragilidades de todos os instrumentos analisados, o R24h, quando é aplicado em um único momento, pode não representar a ingestão alimentar habitual do indivíduo, devido à variabilidade diária da dieta, podendo ser um fator limitante. Barufaldi et al. (2016) mencionam que a dieta pode variar significativamente de um dia para outro, e um único recordatório pode não fornecer uma visão completa dos hábitos alimentares do adolescente.
Com relação ao QFA, Salustriano et al (2023) perceberam que, como se baseiam em relatos retrospectivos dos participantes, pode gerar um viés de memória. Rinaldi, Conde e Enes (2023) descrevem que o QFA pode não incluir todos os alimentos consumidos, especialmente alimentos ultraprocessados, e pode agrupar alimentos processados e não processados de maneira que não reflita adequadamente suas diferenças nutricionais. Essas limitações podem impactar a análise e a interpretação dos padrões alimentares e suas associações com a saúde dos adolescentes.
O RA possui como ponto limitante a dependência da memória. Sá (2015), destaca que os adolescentes podem ter dificuldade em recordar com precisão todos os alimentos consumidos, o que pode levar a sub ou superestimação da ingestão.
O Formulário da PeNSE depende da memória dos participantes e pode sofrer de sub ou superestimação do consumo de alimentos. Bernardes et al. (2021) apontam que os adolescentes podem ter dificuldade em estimar a frequência de consumo de certos alimentos ao longo de longos períodos, o que pode introduzir vieses nos dados coletados.
O Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar, elaborado pelo SISVAN, possui dependência da autoavaliação dos participantes e pode introduzir viés nas respostas, afetando a precisão dos dados. A classificação de frequência de consumo em categorias como “habitual” e “não habitual” pode não capturar a complexidade dos padrões alimentares, e o método não considera fatores externos, como a disponibilidade de alimentos e influências socioeconômicas, que podem impactar significativamente a alimentação dos adolescentes. Além disso, a simplificação da dieta em grupos alimentares pode não refletir adequadamente a qualidade nutricional dos alimentos consumidos (PAIXÃO; OLIVEIRA; BRITO, 2024).
Gomes et al (2023) relatam que o método VIGITEL é dependente de autorrelatos dos participantes sobre o consumo alimentar, o que pode levar a viés de memória e subestimação ou superestimação das frequências de consumo. Além disso, o questionário se baseia em um período de 7 dias, o que pode não refletir adequadamente os hábitos alimentares a longo prazo dos adolescentes. A categorização dos alimentos em grupos pode também simplificar a complexidade das escolhas alimentares, não considerando fatores contextuais que influenciam o consumo, como a disponibilidade de alimentos e a influência social.
Para os Formulários Próprios, Maravalhas et al. (2022) descrevem que a dependência de questionários autopreenchidos pode introduzir viés de resposta, uma vez que os participantes podem não relatar com precisão suas práticas alimentares. Complementando, Macedo et al. (2021) citam a dependência de auto-relatos sobre o consumo alimentar, já que os participantes podem não lembrar com precisão ou podem subestimar ou superestimar suas frequências de consumo de alimentos.
Considerações Finais
O presente trabalho revelou ausência de produtos educacionais sobre avaliação de hábitos alimentares em adolescentes, embora tenham sido encontrados diversos instrumentos que o fazem. Após análise destes instrumentos, destaca-se a importância do R24h e QFA. Apesar das limitações inerentes a cada método, a combinação dessas ferramentas pode oferecer uma melhor abordagem para a avaliação dos hábitos alimentares dos adolescentes. A integração de novas tecnologias, atividades de educação alimentar e nutricional, bem como de produtos educacionais, podem complementar e melhorar as metodologias existentes, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias eficazes de promoção da saúde alimentar entre adolescentes.
Portanto, este estudo contribui para o corpo de conhecimento existente ao destacar a eficácia e as limitações dos métodos atualmente utilizados, fornecendo uma base norteadora para educadores e para futuras pesquisas e intervenções na área de nutrição do adolescente.
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