STATE OF THE ART IN PRODUCTION OF ARTISANAL DRINKS FROM AMAZONIAN FRUITS WITH A FOCUS ON SUSTAINABLE PROCESSES AND TECHNOLOGICAL INNOVATION
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202501111447
Jacob de Carvalho Soares Júnior1
Siomara Dias da Rocha2
Diogo Soares Moreira3
Resumo
Este estudo explora a produção de bebidas artesanais a partir de frutas amazônicas como açaí (Euterpe oleracea), cupuaçu (Theobroma grandiflorum) e cumaru (Dipteryx odorata), com foco em processos sustentáveis e inovação tecnológica. O açaí exige sistemas de extração eficientes para preservar suas propriedades nutricionais, enquanto o cupuaçu demanda equipamentos especializados para otimizar a fermentação e prensagem, realçando suas qualidades sensoriais. Já o cumaru apresenta desafios no processamento de suas sementes aromáticas, necessitando de tecnologias específicas para infusões e destilados. A metodologia adotada incluiu revisão bibliométrica e análise do estado da arte sobre os frutos selecionados, bem como os processos de automação e energias renováveis, visando otimizar os processos produtivos. Os resultados indicam que a automação e o uso de tecnologias emergentes, como sensores e Inteligência Artificial (IA), são essenciais para melhorar a produção, aumentar a qualidade e reduzir os impactos ambientais. Além disso, o aproveitamento de resíduos para geração de bioenergia fortalece a circularidade produtiva, contribuindo para a bioeconomia regional. A pesquisa reforça a importância da sustentabilidade na transformação da indústria de bebidas na Amazônia.
Palavras-chave: Bebidas artesanais. Automação. Bioeconomia. Sustentabilidade. Inovação tecnológica.
1. INTRODUÇÃO
Bebidas artesanais são aquelas que utilizam matérias-primas de qualidade superior, com nenhum ou poucos aditivos químicos, sem a presença do milho ou cereais não maltados, utilizados para reduzir custos de produção (AMARAL et al., 2022). Embora apresente crescimento consistente, o mercado de produção de bebidas artesanais, em especial as cervejas artesanais, apresenta um baixo crescimento de geração de emprego, e posterior baixa produção na região amazônica, no qual a região norte apresenta menos de 10% da geração de empregos que o maior produtor nacional, São Paulo (VIANA, 2022). Tal fato é corroborado pela distribuição geográfica (%) das empresas produtoras de bebidas alcoólicas no país, conforme a Figura 1, no qual nenhum estado da região amazônica pode ser observado.
Figura 1. Distribuição geográfica (%) das empresas brasileiras da indústria de bebidas alcoólicas em 2020. Fonte: (VIANA, 2022).
Adicionalmente, segundos dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2010, o mercado de bebidas artesanais representava 1,2% da produção nacional, tornando tal mercado atrativo devido a sabores diferenciados, com tipos, texturas, aromas e sabores regionalizados, diferenciando-se totalmente do conceito tradicional de produção de bebidas. Além disso, dados do MAPA, somente 3% das cervejarias registradas eram da região norte (MARCUSSO; MULLER, 2017). Ademais, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) para o tipo de bebida artesanal cerveja foi de 35% no período de 2014 a 2018, demonstrando o potencial desse mercado, conforme dados da Associação Brasileira de Bebidas (ABRAPE), demonstrados na Figura 2.
Figura 2. CAGR de vendas de cervejas artesanais/especiais no Brasil. Fonte: ABRAPE, 2024.
Por outro lado, Morais et al. (2022) enfatiza que frutas nativas da Amazônia são ricas em componentes fenólicos, carotenoides, vitaminas e minerais, tornando a composição nutricional adequada para a produção de bebidas.
A aplicação de princípios de engenharia mecânica no desenvolvimento de equipamentos específicos para o processamento de frutas amazônicas, como o açaí, o cupuaçu e o cumaru, é fundamental para transformar os desafios produtivos em oportunidades econômicas e ambientais. Tais equipamentos devem otimizar a extração, fermentação e destilação, considerando as características sensoriais e estruturais desses frutos. Esse enfoque contribui diretamente para o fortalecimento da bioeconomia local e a valorização da biodiversidade amazônica.
Além disso, a integração de sistemas automatizados e processos sustentáveis pode garantir maior eficiência energética e menor impacto ambiental na produção de bebidas artesanais. A utilização de resíduos do processamento, como cascas e sementes, para a geração de bioenergia ou fertilizantes, promove a circularidade produtiva. Esse modelo reduz desperdícios e potencializa a utilização integral dos recursos naturais, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade.
Por fim, a concepção de maquinários personalizados para frutas nativas da Amazônia deve aliar tecnologia de ponta à simplicidade operacional, facilitando sua adoção por pequenos e médios produtores. Essa abordagem não apenas diversifica os produtos ofertados no mercado, mas também promove o desenvolvimento regional. A inovação nos processos e equipamentos permite criar bebidas únicas, com alto valor agregado, destacando o potencial das frutas amazônicas no cenário global de bebidas artesanais.
2. METODOLOGIA CIENTÍFICA
Este estudo utilizou uma abordagem quali-quantitativa baseada em uma revisão bibliométrica sistemática. A metodologia foi organizada em três etapas principais:
2.1 Levantamento Bibliográfico:
As fontes foram selecionadas em bases indexadas e outros repositórios de relevância científica. A base principal utilizada foi a Web of Science (WoS), devido à sua abrangência e reconhecimento no meio acadêmico. Paralelamente, foram consultadas publicações específicas, como a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS), e realizada busca complementar no Google Scholar, garantindo maior amplitude no levantamento de dados.
2.2 Construção das Strings de Busca:
As strings incluíram o nome científico das plantas estudadas (como Euterpe oleracea para o açaí) combinado com termos específicos, como:
- Fitoterápicos;
- Medicina herbal;
- Fármacos;
- Processos produtivos;
- Engenharia mecânica e
- Automação industrial.
- Critérios de Seleção e Análise:
Foram priorizados estudos publicados nos últimos 10 anos, que discutissem o uso de plantas amazônicas em processos produtivos ou aplicações tecnológicas relacionadas à automação e engenharia mecânica. Dados qualitativos (como aplicação dos frutos) e quantitativos (como citações e métricas de impacto) foram integrados à análise.
Strings de busca: ex.: (“Açaí” OR “Euterpe oleracea“) AND (“artisan beer” OR “beer” OR “artisan blend” OR “wine” OR “artisan drink” OR “liquor“) AND (“producers” OR “community” OR “production“). Assim, resume-se seus principais usos como bebida, conforme o Quadro 1 abaixo.
Quadro 1. Resumo do principal uso das frutas para criação de bebidas.
Fonte: Próprio Autor, 2024.
3. ESTADO DA ARTE
3.1 Açaí
Açaí é o nome mais popular do fruto da palmeira tipicamente tropical do gênero Euterpe e da família botânica Arecaceae chamada açaizeiro, de cujas espécies, as mais conhecidas na região brasileira são: Olerácea, Mart, comumente encontrada no estuário do Rio Amazonas, entre Pará e Amapá, Precatoria, Mart, entre Amazonas e Mato Grosso e a Edulis, Mart, encontrada em regiões de floresta atlântica e no centro-sul do Brasil (BACELLAR et al., 2006). Além disso, pode ser encontrada especialmente em estado silvestre e como parte da vegetação das matas de terra firme, várzea e igapós.
Na Amazônia, o fruto é usado principalmente para a obtenção da bebida açaí, um refresco de consistência pastosa, obtido por extração mecânica, em máquinas despolpadeiras ou manualmente (OLIVEIRA; SANTOS, 2011). Assim, a produção da bebida açaí é realizada através da adição de água durante o processamento do fruto, facilitando as operações de despolpamento e filtração (OLIVEIRA, 2007).
A polpa de açaí é classificada em função da quantidade de água adicionada, através da técnica de análise de sólidos totais, em açaí grosso, médio e fino, de acordo com as legislações vigentes do Ministério da Agricultura, na IN 01/2000 (BRASIL, 2000). Quando o processo de despolpamento ocorre sem a adição de água, o resultado obtido é chamado de polpa integral. É a partir destas polpas que é produzido o chamado “vinho de açaí”, um produto alimentício popular na região norte e um dos principais produtos de sua comercialização. Assim, sua polpa também é utilizada para a fabricação de produtos alimentícios derivados como sorvetes, picolés, sucos, energéticos, sobremesas, medicamentos, suplementos alimentares e nutracêuticos.
Dentre as propriedades nutricionais e de valor calórico do açaí, destacam-se as proteínas, fibras, lipídios, vitamina E e minerais como ferro, manganês, cobre, boro e cromo (OLIVEIRA; SANTOS, 2011). Tais propriedades tornam o açaí um candidato nativo do bioma amazônico com potencial para fermentação alcoólica e produção de bebidas alcoólicas (ARAÚJO et al., 2020). O fruto e sua polpa, quando não bem armazenado e manipulado, pode apresentar componentes tóxicos, tornando-se perigosos para a saúde humana, de acordo a resolução RDC nº 175/2003, da ANVISA (BRASIL, 2003). Isso ocorre devido a elevada carga microbiana associada à fruta quando mal condicionada ou transportada.
Por outro lado, entre as técnicas utilizadas para preservação de alimentos, uma das mais conhecidas é a fermentação, que também é amplamente utilizada para obtenção de bebidas alcoólicas como vinhos, cifras, cervejas e licores. O açaí apresenta grande potencial para elaboração de fermentado alcoólico, devido às características sensoriais singulares (ARAÚJO et al., 2020).
Araújo et al. (2020) descreve a preparação do mosto, mistura líquida que contém os açúcares necessários para fermentação, através da diluição das polpas na proporção de 25% de polpa e 75% de água. Tal processo é descrito pelos passos de capitalização no mosto (25° Brix), pasteurização (65 °C/30 minutos) e com a utilização da levedura liofilizada Saccharomyces cerevisiae na proporção de 4 g L-1 de mosto. Além disso, descreve-se a condução da fermentação em batelada e os biorreatores, dispostos em uma B.O.D (estufa incubadora) por 10 dias a 28 °C.
Finalmente, o processo de fermentação continua em um subprocesso de decantação natural da biomassa da levedura para separação seguida de filtração utilizando filtros de papel. A descrição do processo realizado por Araújo et al. (2020) pode ser visualizada no fluxograma da Figura 3, em um processo que se adequa tanto para a fruta açaí como para a fruta cupuaçu, cujo processo de fermentação é detalhado mais adiante.
Figura 3. Fluxograma de produção do fermentado alcoólico do Açaí e do Cupuaçu. Fonte: (ARAÚJO et al., 2020).
Em Boeira et al. (2023), os autores definem um processo de maceração de 14 dias em proporção 1:1 de vinagre de álcool com açaí, revelando a manutenção de capacidade antioxidante e níveis de teor de fenólicos totais comparados ao de vinagres elaborados por outras frutas e vinho tinto, evidenciando a viabilidade de produção de alcoólicos a partir do açaí.
O ramo de cervejas artesanais, por si só, é um dos grandes beneficiários da produção de bebidas alcoólicas utilizando o açaí. Um dos destaques na região amazônica é a cervejaria Amazon Beer, sediada no Pará, com alcance e projeção nacional e internacional. Fundada em 2000, a cervejaria possuí atuação no ramo de cervejas artesanais com utilização de insumos regionais como açaí, taperebá e raiz de priprioca. Entre elas, destaca-se a Açaí Stout, com 7,2% de teor alcoólico, eleita a melhor cerveja artesanal do país no Festival Brasileiro de Cerveja, realizado em março de 2014 (IGREJA; COELHO, 2015).
Uma das outras possibilidades de produção é o Licor, bebida que, segundo o Decreto n. 6871 regulamenta sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, é uma bebida com graduação alcoólica de 15 a 54% em volume, a 20 °C, com percentual de açúcar superior a 30 g.L-1, elaborada com uma parte alcoólica e com uma parte não alcoólica, geralmente composta por origem vegetal e animal (OLIVEIRA; SANTOS, 2011).
3.2 Cupuaçu
O cupuaçu é uma das frutas do amplo catálogo de frutas com importância para o agronegócio do Brasil, e considerada uma das frutas mais populares da Amazônia, quando relacionada a outras frutas tropicais. Isso ocorre devido à boa aceitação comercial do fruto, cujo a polpa é distribuída em larga escala no mercado local com ramificações nacionais e internacionais. Contudo, este interesse pode ser ampliado pois além da polpa outros elementos estão sendo utilizados em grande escala na fabricação de diferentes produtos utilizando, além da polpa, outras partes de menor importância como a semente e a casca (LÓPES, 2015). Sua composição química é sintetizada no Quadro 2.
Quadro 2. Composição da polpa de cupuaçu in natura.
Fonte: (PINHEIRO, 2015).
Embora possa ser usado para a produção de bebidas alcoólicas como vinhos, licores e vinagres, poucos trabalhos na literatura científica são encontrados. Pereira et al. (2014) descrevem o processo de fermentação alcoólica para o cupuaçu usando um misto de açaí e cupuaçu. Devido ao baixo teor de sólidos solúveis (2° Brix), os autores definem a necessidade de chaptalização no mosto para 24° Brix, do qual obtém-se 10 L de mosto. Assim, o inóculo foi preparado com a utilização da levedura Saccharomyces cerevisiae (4 g.L-1 de mosto). Adiante, a produção é conduzida em batelada dentro de incubadoras B.O.D. por 10 dias. O processo é similar ao da fermentação alcoólica do açaí, apresentado por Araújo et al. (2020).
Por outro lado, Pinheiro et al. (2015) revela que as melhores condições para redução de sólidos solúveis do cupuaçu são: 45 g L-1 de concentração da polpa (quase o dobro do descrito por Pereira et al. (2014)), 2,4 g L-1 de concentração do extrato de levedura, 24 g.L-1 de concentração de sacarose, pH 5, razão do volume de meio de cultivo/biorreator 1/5 e tamanho do inóculo de 14 g L-1 de levedura. Além disso, Pinheiro et al. (2015) define como melhor tempo para obtenção de produtividade e rendimento do bioprocesso como 24 horas, demonstrando o tempo mínimo para garantia da qualidade do bioprocesso, conforme pode ser observado na Figura 4.
Figura 4. Produtividade (g/L.h-1) e Rendimento (%) durante a produção do fermentado alcoólico de cupuaçu. Fonte: (PINHEIRO, 2015).
A clarificação, com o intuito de diminuir turbidez, é descrita como um subprocesso mediante o uso de solução de gelatina incolor e sem sabor 10%, sendo utilizada uma quantidade de aproximadamente 6 g L-1, o que coincide com o realizado por outros autores como vinho de laranja (CORAZZA et al., 2001) e vinho de cajá (DIAS, 2003). Pereira et al. (2014) descreve como resultados que a fermentação apresentou valores microbiológicos adequados, tanto para as polpas de cupuaçu quanto para açaí em relação a fungos e leveduras, coliformes e Salmonella sp, de acordo com a Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001, que regulamenta sobre padrões microbiológicos para alimentos (BRASIL, 2001). Isso ocorre devido a baixa contagem microbiana nas polpas de cupuaçu e açaí, que é atribuída a qualidade do insumo empregado na fabricação, além do baixo pH de ambos os frutos e da destruição de microrganismos promovida pelos processos de pasteurização, resfriamento e congelamento (PEREIRA et al., 2014).
O grau alcoólico, por sua vez, se aproxima de outros trabalhos encontrados na literatura para frutas regionais, com 6,8% aproximadamente, que está relacionado à fonte de carboidrato da levedura, a sacarose. Para consumir a sacarose a Saccharomyces cerevisiae precisa hidrolisar a glicose e a frutose antes de ser metabolizada a etanol, diminuindo a atividade metabólica (PAULA, 2011). Embora similar ao de outros estudos como o de Araújo et al. (2020), o valor encontra-se abaixo de outros encontrados na literatura para frutos regionais como ciriguela e mangaba, com até 10% de teor alcoólico (PEREIRA et al., 2014). Dentre os produtos alcoólicos supracitados, um dos processos a qual adequa-se o cupuaçu é no processo de criação de licores. Este é seguido em suma pelo processo descrito em (PENHA, 2006), conforme pode ser visto na Figura 5.
Figura 5. Processo de produção de licor. Fonte: (PENHA, 2006).
Desse processo, destaca-se para o cupuaçu: a infusão, no qual a polpa do cupuaçu é mergulhada no álcool de cereais na proporção de 1L para cada quilo da fruta. Define-se também como álcool com qualidades superiores no processo de infusão, além do álcool de cereais, vodka e cachaça desodorizada (PENHA, 2006). Outro ponto levantado pelo manual disponibilizado em PENHA (2006) é a diagramação do esquema básico de planta de uma unidade de processamento de licores, que dispõe da localização de equipamentos de acordo com as etapas do processo de produção, conforme pode ser visualizado na Figura 6.
Figura 6. Esquema básico de planta baixa para uma unidade de produção de licor. Fonte: (PENHA, 2006).
Em relação aos custos, levantamentos mostram que grande parte é despendida em gastos com tanques de maceração (R$ 12.000,00), despolpadeira (R$ 2.500,00), tanque de formulação (R$ 5.000,00) e máquinas para ênfase (R$ 14.000,00), enquanto em relação a custos com matéria prima, destaca-se principalmente a compra dos álcoois de qualidade superior, como o álcool de cereal 5L, que pode custar até 30% do custo despendido com insumos (ASSIS; MAGALHÃES; BATISTA, 2024).
Finalmente, alguns estudos avaliaram a análise sensorial, com o intuito de verificar a aplicabilidade e aceitação da bebida em um grupo amostral. Em relação a isto, Pereira et al. (2014) aponta que apenas 3% dos entrevistados impuseram a nota 3 (desgoto) numa escala de 1 a 7 para níveis de aceitação da bebida, enquanto 76% dos entrevistados impuseram a avaliação de nota 5 e 6 (gostei e gostei muito) ao produto alcoólico gerado.
Além disso, a avaliação indicou alto potencial de compra do produto, com 96% de intenção. Todavia, ressalta-se que o produto alcoólico gerado em (PEREIRA et al., 2014) foi um misto alcoólico de açaí e cupuaçu. Tais resultados corroboram com a aceitação de produto alcoólico gerado a partir de polpas como o cupuaçu, apresentando-se como alternativas para agregação de valor a cadeia produtiva desta fruta.
3.3 Cumaru
Produtos do extrativismo têm lugar importante para a economia na floresta Amazônica, e entre um dos elementos emergentes está o cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.), que há quase um século é comercializada por extrativistas da Amazônia, principal região produtora. Pertencente à família das Fabaceae, sua principal ocorrência é na região Amazônica, sendo encontrada do Acre até o Maranhão, em florestas pluviais de terra firme e de várzea, apresentando frequência primária no interior de mata primária de terra firme, e grande produtora anual de sementes dita viáveis, que são disseminadas pela Fauna (NETO, SILVA e GOMES, 2023).
Embora seu uso seja promissor em algumas áreas como: fins medicinais, madeira nobre para exploração madeireira, como fitoterápico por suas propriedades diaforéticas e sudoríficas a partir das sementes ou do cozimento dos frutos e sementes. E como xarope usado para o combate de tosses, gripes e problemas pulmonares, seu uso para realização e criação de bebidas ainda encontra escassez de estudos acadêmicos conceituados e de patentes registradas na Derwent (com 2 trabalhos e 6 patentes encontradas).
3.4 Inovação Tecnológica e Sustentabilidade na Produção de Bebidas Artesanais a partir de Frutas Amazônicas
Os processos de automação na produção de bebidas artesanais têm ganhado destaque, especialmente devido à crescente demanda por eficiência produtiva e padrões de qualidade. A introdução de equipamentos automatizados, como sistemas de despolpamento, fermentação controlada e pasteurização, permite a padronização do produto, garantindo maior segurança alimentar e redução de desperdícios. No caso do açaí e do cupuaçu, a automação do despolpamento facilita o manuseio e preservação das características organolépticas das polpas, enquanto sistemas automatizados de fermentação e envase asseguram um controle preciso dos parâmetros microbiológicos e físico-químicos (ZS AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL, 2024).
No cenário atual, tecnologias emergentes como sensores de qualidade e softwares de gestão integrada de produção começam a ser incorporados às linhas de processamento de bebidas. Esses dispositivos monitoram, em tempo real, variáveis como temperatura, pH, concentração de sólidos solúveis e níveis de fermentação. Para o açaí, por exemplo, sensores avançados podem ser integrados aos biorreatores para garantir fermentações homogêneas e com menor risco de contaminação. Já para o cupuaçu, a automação pode beneficiar a clarificação e a redução de turbidez por meio de dosagens precisas de aditivos como gelatina (MITSUBISHI ELECTRIC, 2024).
Perspectivas futuras apontam para a adoção de tecnologias mais avançadas, como inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina, que podem prever e ajustar condições ideais durante o processamento. A integração da IA com dispositivos de Internet das Coisas (IoT) permite a criação de sistemas inteligentes capazes de identificar falhas precocemente e propor soluções automáticas. Em um cenário ideal, pequenas e médias empresas poderiam investir em plataformas modulares e escaláveis de automação, viabilizando a produção artesanal de bebidas com características personalizadas e consistência de qualidade (GC-GUSTAVO CAETANO, 2024).
Além disso, a sustentabilidade é um aspecto que não pode ser ignorado no avanço dos processos de automação. Conforme eCycle (2024) a introdução de equipamentos que otimizam o consumo de água e energia, aliados à reutilização de resíduos da produção, como cascas e sementes, pode gerar valor agregado à cadeia produtiva. No caso do cumaru, embora menos explorado, a aplicação de tecnologias automatizadas no beneficiamento das sementes e extração de compostos bioativos podem abrir caminho para a criação de novos produtos, ampliando as oportunidades de mercado e fortalecendo a economia regional.
A produção de bebidas alcoólicas artesanais a partir de frutas amazônicas como açaí, cupuaçu e cumaru enfrenta desafios logísticos e tecnológicos. No caso do açaí, a escassez de infraestrutura e a falta de equipamentos adequados dificultam o aproveitamento total da fruta. O uso de processos automatizados, como prensadoras a frio automatizadas e sistemas inteligentes de fermentação controlada, pode otimizar a extração da polpa e ajustar parâmetros como temperatura e umidade em tempo real, garantindo maior eficiência e qualidade. A automação pode reduzir custos operacionais, melhorar a escalabilidade da produção e viabilizar o fornecimento do açaí para mercados distantes com menor impacto ambiental.
Embora o cupuaçu já tenha uma cadeia produtiva consolidada, seu uso na produção de bebidas alcoólicas exige inovações tecnológicas. A implementação de destiladores automatizados, alimentados por energias renováveis, pode aumentar a eficiência energética e reduzir custos de operação. Sistemas inteligentes de controle de fermentação, que monitoram e ajustam as condições ideais para o processo, são essenciais para lidar com as variações na qualidade da fruta. Além disso, a otimização da recuperação de calor e o uso de embalagens sustentáveis podem ser impulsionados por sensores e automação, garantindo a sustentabilidade do processo produtivo.
O cumaru apresenta desafios específicos devido à complexidade de sua extração e ao difícil acesso. A indústria pode adotar sistemas de automação na destilação e infusão, permitindo um controle preciso das condições de extração dos compostos aromáticos. Sistemas inteligentes de monitoramento podem ajustar temperatura e pressão de destilação, garantindo a qualidade do produto e aumentando a eficiência. A integração de sensores no processo de envelhecimento pode reduzir desperdícios e otimizar o tempo de produção, tornando o processo mais rentável e sustentável, com potencial para transformar a produção regional em um diferencial competitivo no mercado nacional e internacional.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo explorou o potencial da produção de bebidas artesanais com frutas amazônicas, como açaí, cupuaçu e cumaru, destacando a importância da automação nos processos de extração, fermentação e destilação para otimizar a produção e garantir a qualidade. A revisão bibliométrica aplicada analisou inovações tecnológicas na área, ressaltando a necessidade de equipamentos especializados para maior aproveitamento das matérias-primas e maior sustentabilidade. A metodologia envolveu uma análise de publicações científicas e patentes, oferecendo uma visão abrangente sobre as tecnologias mais relevantes no setor.
A integração de tecnologias emergentes, como sensores de qualidade, inteligência artificial e aprendizado de máquina, abre novas oportunidades para personalizar produtos e melhorar o controle dos processos produtivos. Esses avanços podem facilitar a escalabilidade da produção e reduzir o impacto ambiental, ampliando a presença das bebidas amazônicas no mercado global. O estado da arte revelou que, embora existam inovações promissoras, ainda há desafios na implementação de automação em pequena escala, especialmente em áreas mais remotas.
Por fim, práticas sustentáveis, como o uso de energias renováveis e reutilização de resíduos, são essenciais para fortalecer a bioeconomia local e contribuir ao desenvolvimento regional. A automação e as inovações tecnológicas podem não apenas agregar valor às frutas nativas da Amazônia, mas também gerar novos mercados e produtos. A pesquisa concluiu que essas tecnologias podem transformar a indústria de bebidas na região, tornando-a mais competitiva, sustentável e alinhada com as tendências globais de consumo responsável.
Referências
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1Discente do Curso Superior de Engenharia Mecânica – Fundação Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica – FUCAPI, Manaus – AM. e-mail: joaovianna2015@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Engenharia Bioprocessos – Fundação Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica – FUCAPI, Manaus – AM. Doutora em Química (PPGQ/UFAM). e-mail: siomararocha.quimica@gmail.com
3Doutorando do Curso de Pós-Graduação em Informática – ICOMP/UFAM, Campus Setor Norte, Manaus-AM. Mestre em Informática (PPGI/UFAM). e-mail: diogosoaresm@ufam.edu.br