SCHIZOPHRENIA AND THE PHENOMENOLOGICAL EXISTENTIAL HUMANIST APPROACH
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506161251
Hellen Caroline da Costa Silva1
Isla Maria Silva Honorato1
Janaina da Silva Sousa1
Jan Lucas de Sousa Santos1
Joaquim de Sousa Oliveira1
Luma Manuela Carvalho Viera1
Schayanne Maria Alves1
Saul de Melo Ibiapina Neres2
Savanna de Brito Ximenes Aragão3
Jaira Mendes Costa3
Resumo
O presente artigo tem como objetivo discutir a esquizofrenia a partir da perspectiva da abordagem humanista existencial, com destaque para a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), desenvolvida por Carl Rogers. A esquizofrenia é compreendida não apenas como um transtorno psiquiátrico que envolve delírios, alucinações e desorganização do pensamento, mas como uma experiência existencial profunda que afeta a percepção de si e do mundo. Através de uma revisão bibliográfica qualitativa, foram exploradas contribuições teóricas da fenomenologia, da psicopatologia e da psicologia humanista. Os achados indicam que a ACP oferece um espaço terapêutico pautado na empatia, aceitação incondicional e congruência, possibilitando ao sujeito reconectar-se com sua autenticidade e potencialidades, mesmo diante das limitações impostas pelo transtorno. Conclui-se que a abordagem humanista existencial promove uma compreensão mais ampla e sensível do sofrimento psíquico, contribuindo para práticas clínicas mais humanizadas e centradas na singularidade do indivíduo.
Palavras-chave: Esquizofrenia. Abordagem Humanista. Fenomenologia Existencial. Saúde Mental. Psicoterapia Centrada na Pessoa..
1. INTRODUÇÃO
O transtorno esquizofrênico é considerado atualmente um dos principais causadores da perda da qualidade de vida dos indivíduos acometidos, segundo Isaacs (1998) a esquizofrenia afeta principalmente os processos do pensamento, percepção e afetividade, tendo como aspectos mais característicos alucinações e delírios, transtornos de pensamento e de fala, perturbação das emoções e do afeto, além de déficits cognitivos e avolição (falta de vontade).
Além disso, é comum seu aparecimento na fase da adolescência ou no início da vida adulta, onde após esse momento costuma impactar significativamente a vida cotidiana, seja nas relações familiares, de trabalho ou sua perspectiva acerca de si próprio. Para Augras (1981) o normal é aquele que supera os conflitos criando-se dentro de sua liberdade, atendendo igualmente às coações da realidade. Enquanto a patologia é o momento em que o indivíduo permanece preso à mesma estrutura, sem mudança e sem criação. Nessa perspectiva, estabelecer o diagnóstico é identificar em que ponto desse processo se encontra o indivíduo, detectar as eventuais áreas de parada ou de desordem, e avaliar as suas possibilidades de expansão e de criação.
Para que ocorra o diagnóstico preciso da referida patologia, é necessário que sejam preenchidos ao menos dois dos cinco quesitos existentes que referem-se a sintomas, conforme estabelece o DSM-V (2014), esses sintomas são: delírios, que são crenças fixas não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes, as alucinações ocorrem sem um estímulo externo, a desorganização do pensamento (transtorno do pensamento formal), o comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal, sintoma negativo caracteriza-se por reduções na expressão de emoções pelo rosto.
Assim, é válido ressaltar, que as terapias existencialistas podem trazer benefícios relevantes para os indivíduos acometidos com tal diagnóstico, figurando-se como uma ação que gera cuidado e, principalmente, compreensão do outro como ser no mundo. Corroborando assim, para que o paciente possa buscar sua forma de ser no mundo, de maneira autêntica e responsável. Porém, é necessário frisar que como mencionado por Afonso (2002), não é possível um diagnóstico da esquizofrenia por meio de exames laboratoriais, mas sim através da percepção das manifestações clínicas da doença. Quando se é solicitado outros exames, ocorrem com a finalidade de descarte de possibilidades de outras patologias que possam confundir o diagnóstico.
Para a fenomenologia existencial, o ser humano caracteriza-se como um ser livre, onde o mesmo é consciente de suas escolhas e responsável pelas consequências destas, logo, cuidando de sua própria existência. Nesta compreensão, tem-se que um indivíduo com esquizofrenia, pode ser visto como um ser que se constrói em um mundo, a partir de sua singularidade e de sua relação com o outro.
Nesse viés, nenhuma emoção está previamente determinada, é atribuída à consciência a escolha da melhor maneira para a sobrevivência em relação ao mundo, sendo ele pela emoção ou pela razão e vontade. Assim, o conflito que gera a vida, é o que move o sujeito, pois permite que esta escolha e elabore estratégias para sobreviver e sair da situação que lhe causa desagrado, sendo altamente determinante para a formação do sujeito enquanto ser, porém, ao subsistir em desordem a busca deve ser pela restauração do equilíbrio do paciente.
Nesse contexto, a abordagem humanista existencial surge como uma importante perspectiva, por valorizar o ser humano em sua totalidade, considerando suas vivências, sofrimentos e potencialidades. Nesse viés, destaca-se a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), desenvolvida por Carl Rogers, que propõe uma prática terapêutica baseada na empatia, aceitação incondicional e congruência, buscando promover a autonomia e o autoconhecimento do indivíduo. No âmbito da esquizofrenia, essa perspectiva se mostra relevante, pois permite acolher o sofrimento psíquico sem reduzi-lo a um diagnóstico.
Dessa forma, este trabalho tem como foco geral compreender a complexidade da esquizofrenia, analisando seus impactos na vida do indivíduo. Especificamente, busca-se explorar a relevância da abordagem humanista existencial, com ênfase na Abordagem Centrada na Pessoa, enquanto recurso terapêutico que promove a compreensão, autonomia e a valorização do indivíduo em sofrimento.
2. PSICOPATOLOGIA E ABORDAGEM HUMANISTA
O conceito de psicopatologia, conhecido atualmente é recente, tal abordagem é resultado da maneira de como o homem abordou o assunto ao longo do tempo. Devido ao desconhecimento, a maneira de analisar o assunto, a natureza e o ambiente surgiram a partir de concepções mágicas. (Silvares, 2009). Assim, atribuía-se a manifestação de doenças psíquicas a fatores externos, acreditando que forças malévolas influenciavam em tais manifestações.
As concepções iniciais estiveram presentes por muito tempo na forma como se abordavam a doença mental, como por exemplo a Medicina babilônica e a Egípcia. Posteriormente, outra concepção surgiu com o advento da medicina grega, de base médico- filosófica, essa abordagem encara a doença mental como uma ruptura do equilíbrio interno, sendo o desequilíbrio de humores o fator chave para todas as alterações mentais.
Entretanto, o termo Psicopatologia foi usado pela primeira vez por Emminghaus em 1878, porém, como sinônimo de psiquiatria clínica. Já no século XX, uma importante distinção foi feita por Théodule Ribot, o qual descreve a Psicologia Patológica em oposição ao experimental. Final do século XIX e início do século XX uma importante observação foi feita por Jaspers, em 1913, define a Psicopatologia enquanto ramo da Psicologia distinguindo a Psicologia social normal, animal ou geral. Diferentes escolas Psicopatológicas surgidas nesse século foram responsáveis por estruturar e organizar as bases para o surgimento da Psicopatologia Moderna e responsável pelo pensamento moderno no que se refere a transtornos mentais.
Ao longo da história a forma como se abordava a doença da mente se modificou, “na Idade Média era possessão demoníaca e na modernidade, época do Racionalismo, passa a ser a perda da razão” (Schneider, 2009, p.63). Essa tendência reflete e a forma como o ser humano baseava suas convicções, o homem deixou de lado o viés teológico e passou a desenvolver uma visão racionalista centrada no científico.
O primeiro sistema de classificação de transtornos mentais surgiu no final do século XIX e início do século XX. Desenvolvido por Emil Kraepelin, esse sistema tinha como principal característica a divisão dos transtornos mentais em dois grupos principais: psicoses endógenas e exógenas, a primeira se enquadrava as doenças que tinha como causas fatores biológicos e hereditários, já no segundo tinha causas externas portanto tratáveis. O autor também foi o primeiro a distinguir demência precoce que mais tarde seria definida como Esquizofrenia por Euler Bleuler. De acordo com o Manual de saúde para família, a esquizofrenia é:
é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (é comum ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalo, redução das demonstrações de emoções, diminuição da motivação, uma piora da função mental (cognição) e problemas no desempenho diário, incluindo no âmbito profissional, social, relacionamentos e autocuidado.(SD manual, 2025)
Para Martins (2021, p.108) “Alucinações são percepções que ocorrem na ausência de estímulos sensoriais reais e podem acontecer em qualquer modalidade sensorial, enquanto que delírios são crenças, tomadas como absolutas, no entanto fora do contexto real e não explicadas pela cultura do paciente”.
Assim, o indivíduo com este transtorno possui percepções que vão muito além de distorções da realidade, mas também influencia no comportamento e pensamento. Dessa forma, a Esquizofrenia representa uma perda cognitiva para o indivíduo que aos poucos vai perdendo suas faculdades mentais passando a viver em um mundo no qual somente ele entende, perdendo as conexões com a realidade e com aqueles que o cerca.
A abordagem humanista existencial é uma perspectiva em psicologia que leva em consideração princípios humanísticos com os da filosofia existencialista. A esquizofrenia por meio das lentes da abordagem humanista se caracteriza pela ruptura da identidade do sujeito, self encontra-se fragmentado e dessa forma o indivíduo possui dificuldades e não consegue distinguir os limites entre o seu (eu) em toda sua subjetividade, do mundo externo levando a experienciar situações que vão desde alucinações a delírios.
A proposta de analisar o ser levando em consideração seu tempo, bem como da consciência da realidade e distinguindo sintomas subjetivos e objetivos surgiu com Jaspers, para ele os sintomas objetivos são mensuráveis e podem ser percebidos pelos sentidos, tais como a fisionomia ou delírios. (Jaspers 2005, p 24). A respeito da neurose, Romero (1997) afirma que “o movimento da vida humana é uma espiral em aberto e, na neurose, essa espiral tende a fechar se num círculo limitante, supostamente protetor, pouco permeável, escassamente mutável, sufocante”. Dessa forma, na esquizofrenia, o paciente experiencia uma profunda alienação de si e do outro, essa situação está relacionada pelo fato do indivíduo possuir uma total impossibilidade estabelecer diálogos com si próprio e com ou outro.
A análise Existencial com seu arcabouço teórico na qual há uma diversidade de teóricos contribuindo para essa abordagem possibilita que o profissional cuide do paciente, a fim de buscar potencialidades, independentemente da possibilidade de cura ou resposta à farmacoterapia (Balogh, Tanaka, Török, Vécsei & Taguchi, 2021). apud (Prazeres, 2021, p.29)
Dessa forma, a abordagem existencial fenomenológica fornece ao profissional uma visão cínico reflexiva que levam a entender e compreender o indivíduo a partir das suas experiências subjetivas, assim, a procura ajudar o paciente a compreender melhor suas experiências, escolhas e responsabilidades na vida, buscando a autenticidade e a existência da vida.
3. METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa, fundamentada em uma revisão bibliográfica que buscou explorar compreensões contemporâneas acerca da esquizofrenia sob a ótica da abordagem humanista existencial. Para a construção do referencial teórico, foram utilizadas as bases de dados PePSIC e Google Acadêmico, priorizando-se produções científicas que tratam dos aspectos clínicos, diagnósticos e existenciais relacionados ao transtorno.
Além de artigos acadêmicos, a pesquisa incluiu obras clássicas e contemporâneas da literatura psicológica e psiquiátrica, entre elas livros de referência utilizados para embasar conceitualmente a discussão, como “Esquizofrenia: Conhecer a Doença” de Afonso (2002), “O Ser da Compreensão” de Augras (1981), “Saúde Mental e Enfermagem Psiquiátrica” de Isaacs (1998), e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5 (APA, 2014).
Também foram considerados os aportes teóricos da psicologia fenomenológica e existencial, especialmente os fundamentos que envolvem a liberdade, a responsabilidade, a construção de sentido e a autenticidade do ser, conforme a tradição filosófica que inspira essa abordagem. Entre os autores que contribuíram para esse embasamento, destaca-se Karl Jaspers (2005), que propôs uma distinção entre sintomas objetivos e subjetivos no diagnóstico psiquiátrico, reconhecendo a importância da consciência do tempo e da realidade vivida. Romero (1997) também é citado por sua reflexão sobre a neurose como um fechamento da experiência existencial em um ciclo limitante.
A pesquisa ainda incorpora contribuições contemporâneas da Análise Existencial, como as de Balogh, Tanaka, Török, Vécsei & Taguchi (2021), conforme apresentados por Prazeres (2021), que enfatizam a valorização das potencialidades humanas mesmo diante da ausência de cura, reforçando o compromisso clínico com o cuidado e a escuta do ser em sofrimento.
Os critérios de seleção das fontes consideraram a relevância teórica e a atualidade das publicações, com ênfase naqueles textos que abordam o sujeito em sua integralidade e singularidade. A análise dos materiais coletados permitiu a articulação entre os fundamentos da fenomenologia existencial e as manifestações clínicas da esquizofrenia, favorecendo uma leitura mais sensível e humanizada da experiência psicopatológica.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise da literatura permitiu identificar que a esquizofrenia, além de ser uma condição psiquiátrica complexa com manifestações variadas, também carrega um profundo impacto existencial na vida dos indivíduos acometidos. Os autores estudados convergem ao apontar que, mais do que um conjunto de sintomas clínicos, como delírios, alucinações e desorganização do pensamento, a esquizofrenia representa uma ruptura significativa no modo de “ser no mundo” do sujeito.
A partir da abordagem fenomenológica existencial, observou-se que o indivíduo com esquizofrenia é frequentemente capturado por vivências que fragmentam sua percepção de si e do mundo. A perda de contato com a realidade não é apenas um dado clínico, mas uma experiência de alienação existencial, marcada pela dificuldade de atribuir sentido à própria existência. O sujeito encontra-se muitas vezes aprisionado em um estado de fechamento existencial, com comprometimento da liberdade, da escolha e da autenticidade.
As obras analisadas indicaram ainda que a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), proposta por Carl Rogers, desponta como um recurso terapêutico significativo. Sua ênfase na escuta empática, na aceitação incondicional e na congruência entre terapeuta e paciente promove um espaço seguro para que o indivíduo possa se reconectar com sua humanidade, independentemente da gravidade do transtorno. A prática Rogeriana se mostrou, nas fontes consultadas, como um instrumento de resgate da dignidade e da subjetividade do paciente.
Outro achado relevante foi a valorização do papel do psicólogo como facilitador de um processo de reconstrução de sentido, mesmo quando não há remissão completa dos sintomas. A compreensão da esquizofrenia sob uma ótica existencial permitiu enxergar o sujeito não apenas como portador de um transtorno, mas como um ser em sofrimento, que carrega consigo possibilidades de ressignificação, criação e transformação, mesmo diante das limitações impostas pela condição.
Paralelo a isso, os resultados obtidos por meio da revisão bibliográfica evidenciam a importância de uma leitura ampliada e sensível da esquizofrenia, indo além da perspectiva biomédica tradicional. Ao compreender o transtorno não apenas como um conjunto de sintomas clínicos, mas como uma experiência vivida, a abordagem fenomenológica existencial oferece uma via poderosa para o acolhimento e cuidado dos indivíduos acometidos.
Conforme destacado por Jaspers (2005), a distinção entre sintomas objetivos e subjetivos é essencial para compreender a esquizofrenia de forma mais completa. O sofrimento do paciente não se restringe às manifestações observáveis, mas envolve vivências internas profundas, muitas vezes indizíveis, que demandam escuta, presença e abertura por parte do profissional de saúde mental.
Além disso, a literatura reforça a relevância de reconhecer que a esquizofrenia, quando abordada sob a ótica fenomenológica, revela não apenas um adoecimento, mas uma modificação radical da estrutura da experiência. Autores como Binswanger e Tatossian apontam que o que está em jogo é uma alteração na forma como o mundo aparece ao sujeito um colapso da intersubjetividade e da confiança ontológica que sustenta a convivência cotidiana. O mundo, antes familiar, torna-se estranho, inabitável, e o sujeito perde a capacidade de se sentir pertencente à realidade comum.
Essa ruptura no campo da experiência exige por parte do profissional, uma postura ética e afetiva que vá além da interpretação diagnóstica. A escuta fenomenológica, nesse contexto, torna-se um gesto de hospitalidade frente ao estranhamento vivido pelo outro. Ao suspender julgamentos e buscar compreender o sofrimento a partir do próprio modo de ser do paciente, o psicólogo abre espaço para que a singularidade da vivência psicótica possa emergir com dignidade.
Observou-se ainda, que, mesmo frente a experiências-limite, como a cisão do eu e o colapso do tempo vivido, há possibilidades de reconstrução simbólica. Alguns autores defendem que o vínculo terapêutico quando pautado pela autenticidade, empatia e presença real pode funcionar como um eixo de sustentação para o sujeito, oferecendo-lhe uma experiência de encontro que contrasta com a desagregação vivida internamente.
Por fim, a articulação entre a fenomenologia existencial e práticas humanistas, como a ACP, aponta para a necessidade de um cuidado centrado na pessoa e não apenas na doença. Isso implica reconhecer o sujeito em sua totalidade com história, desejos e afetos e não o reduzir à condição diagnóstica. Tal perspectiva se mostra essencial para a construção de práticas clínicas mais éticas, sensíveis e transformadoras no campo da saúde mental.
5. CONCLUSÃO
Em síntese, a presente pesquisa realça a importância de uma abordagem humanizada e compreensiva da esquizofrenia, que ultrapassa a identificação e o tratamento dos sintomas clínicos. A perspectiva fenomenológica existencial, em conjunto com os princípios da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), oferece um caminho valioso para a promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa condição.
Ao reconhecer a esquizofrenia como uma experiência existencial complexa e multifacetada, os profissionais de saúde mental podem oferecer um cuidado mais empático e eficaz, que valorize a singularidade e a autonomia de cada paciente. A escuta atenta, a aceitação incondicional e a congruência terapêutica são ferramentas importantes para o resgate da dignidade e da esperança, permitindo que o indivíduo se reconecte com seu potencial de crescimento e transformação.
Nesse sentido, este estudo contribui para a ampliação do debate sobre a esquizofrenia, incentivando a adoção de práticas clínicas mais humanizadas e centradas no paciente. Ao destacar a importância da compreensão existencial do sofrimento psíquico, a pesquisa convida os profissionais de saúde mental a repensarem suas abordagens e a buscarem novas formas de cuidado que promovam a autonomia, a liberdade e a autenticidade dos indivíduos com esquizofrenia.
Em última análise, a esquizofrenia, embora seja uma condição desafiadora, não precisa ser um obstáculo intransponível para uma vida significativa e plena. Ao oferecer um cuidado que vá além dos sintomas, que abrace a singularidade e a potencialidade de cada indivíduo, é possível construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.
Em conclusão, a hipnose representa uma opção valiosa e eficaz para o manejo da dor. Ao ser incorporada aos tratamentos convencionais, ela tem o potencial de amplificar os resultados terapêuticos, proporcionar alívio significativo e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. À medida que mais pesquisas são conduzidas e a prática da hipnose se torna mais difundida, espera-se que seu papel no tratamento da dor continue a crescer, beneficiando um número crescente de indivíduos que sofrem de dores crônicas e agudas.
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1Discentes do Curso Superior de Bacharelado em Farmácia da Christus Faculdade do Piauí Campus Piripiri – E-mail: carolinehellen363@gmail.com, jansousa8001@gmail.com, lumac505@gmail.com, schayannemaria196@gmail.com, islamaria1215@gmail.com, nainasouza229@gmail.com, joaquimsousa@prp.uespi.br
2Docente do Curso Superior de Psicologia da Christus Faculdade do Piauí Campus Piripiri. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Políticas Públicas (UNISANTOS). e-mail: saulneres@gmail.com
3Docentes do Curso Superior de Psicologia da Christus Faculdade do Piauí Campus Piripiri. E-mail: savannaximenes@hotmail.com, jairamcosta@yahoo.com.br