ESPIRITUALIDADE EM PACIENTES ONCOLÓGICOS SOB CUIDADOS PALIATIVOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA  

SPIRITUALITY IN ONCOLOGY PATIENTS UNDER PALLIATIVE CARE: AN INTEGRATIVE REVIEW  

ESPIRITUALIDAD EN PACIENTES ONCOLÓGICOS BAJO CUIDADOS PALIATIVOS: UNA REVISIÓN INTEGRADORA  

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202408031020


Fernandes, J.S.1;
Pimentel, A.C.2


RESUMO 

Introdução: A espiritualidade vem ganhado espaço junto aos Cuidados Paliativos (CP) em oncologia, sendo considerada uma dimensão essencial para pacientes e profissionais da área da saúde. A implementação de serviços de CP no Brasil e a discussão sobre a importância da espiritualidade dentro deste contexto são relativamente recentes. Este apresenta a importância da espiritualidade sob os Cuidados Paliativos e os desafios de integrá-la. Objetivos: O objetivo da pesquisa é analisar a importância da espiritualidade nos cuidados paliativos oncológicos, identificar os benefícios para pacientes e profissionais, e propor estratégias para sua integração. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa metodológica que combina elementos de estudo descritivo quali-quantitativo com uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Resultados: Através da RIL, foram selecionados 10 estudos para análise, todos focados na espiritualidade dentro do contexto dos cuidados paliativos. Foi evidenciado que a espiritualidade é essencial para o suporte emocional e no enfrentamento da doença por parte dos pacientes e de seus familiares. Resultados: Através da RIL, foram selecionados 10 estudos para análise, todos focados na espiritualidade dentro do contexto dos cuidados paliativos. Foi evidenciado que a espiritualidade é essencial para o suporte emocional e no enfrentamento da doença por parte dos pacientes e de seus familiares. 

Palavras-chave: Cuidados paliativos, espiritualidade, oncologia, bem-estar, profissionais de saúde. 

ABSTRACT 

Introduction: Spirituality has been gaining prominence in Palliative Care (PC) in oncology, being considered an essential dimension for patients and healthcare professionals. The imple mentation of PC services in Brazil and the discussion about the importance of spirituality wi thin this context are relatively recent. This study presents the importance of spirituality in Pal liative Care and the challenges of integrating it. Objectives: The objective of this research is to analyze the importance of spirituality in oncological palliative care, identify the benefits for patients and professionals, and propose strategies for its integration. Methodology: This is a methodological study that combines elements of descriptive quali-quantitative research with an Integrative Literature Review (ILR). Results: Through the ILR, 10 studies were selected for analysis, all focusing on spirituality within the context of palliative care. It was evidenced that spirituality is essential for emotional support and coping with the disease by patients and their families. Discussion: Spirituality can benefit patients, families, and healthcare professio nals in palliative care, especially in the face of the imminence of the end of life or death. However, as a new field of approach, healthcare professionals face difficulties in integrating it.  

Keywords: Palliative care, spirituality, oncology, well-being, healthcare professionals. 

RESUMEN 

Introducción: La espiritualidad ha ido ganando espacio junto a los Cuidados Paliativos (CP) en oncología, siendo considerada una dimensión esencial para pacientes y profesionales de la salud. La implementación de servicios de CP en Brasil y la discusión sobre la importancia de la espiritualidad dentro de este contexto son relativamente recientes. Este estudio presenta la importancia de la espiritualidad en los Cuidados Paliativos y los desafíos de integrarla. Obje tivos: El objetivo de la investigación es analizar la importancia de la espiritualidad en los cui dados paliativos oncológicos, identificar los beneficios para pacientes y profesionales, y pro poner estrategias para su integración. Métodos: Se trata de una investigación metodológica que combina elementos de estudio descriptivo cuali-cuantitativo con una Revisión Integrativa de la Literatura (RIL). Resultados: A través de la RIL, se seleccionaron 10 estudios para análisis, todos centrados en la espiritualidad dentro del contexto de los cuidados paliativos. Se evidenció que la espiritualidad es esencial para el apoyo emocional y el afrontamiento de la enfermedad por parte de los pacientes y sus familias. Discusión: La espiritualidad puede be neficiar a pacientes, familiares y profesionales de la salud en los cuidados paliativos, especial mente ante la inminencia del fin de la vida o la muerte. Sin embargo, al ser un campo de enfo que nuevo, los profesionales de la salud enfrentan dificultades para integrarla.  

Palabras clave: Cuidados paliativos, espiritualidad, oncología, bienestar, profesionales de la salud. 

INTRODUÇÃO 

A religião é um sistema estruturado de práticas e crenças, incluindo ritos e símbolos, que une indivíduos de um mesmo grupo religioso, facilitando a conexão com o transcendente¹, sendo considerada como uma das possíveis formas da espiritualidade, não sendo a única, já que em diferentes indivíduos existem diferentes compreensões e formas de entendê-la e expressá-la². A religiosidade, por sua vez, refere-se à prática institucionalizada dessas crenças¹. Já a espiritualidade está centrada no indivíduo e na busca pessoal pelo transcendente, seja através da religião ou não, visando encontrar significado na vida e em Deus¹. Embora frequentemente tratados como conceitos interligados, é crucial diferenciá-los: uma pessoa pode ser espiritual sem seguir uma religião específica e vice-versa³0.

A espiritualidade tem ganhado reconhecimento no meio acadêmico e entre profissionais de saúde, não apenas como um conceito místico, mas como um componente essencial da qualidade de vida de uma pessoa.  

Diferente da religiosidade, que está vinculada a instituições e doutrinas específicas, a espiritualidade refere-se ao suporte que uma pessoa encontra ao buscar significados, ao conectar-se com o transcendente e ao processar suas experiências. Isso impacta diretamente o estilo de vida e a capacidade de adaptação do indivíduo. Esse entendimento da espiritualidade como parte integrante da qualidade de vida é particularmente relevante para pacientes em tratamento oncológico4

A Religião e Espiritualidade (R/E) têm sido constantes na história da humanidade5. Evidências históricas e arqueológicas mostram que a religião tem servido como diretriz ética e moral, moldando comportamentos ideais e mitigando atitudes prejudiciais6. A religião e a crença religiosa são elementos culturais significativos que influenciam a percepção e o comportamento dos indivíduos na sociedade7

Dada a relevância da R/E, esses elementos impactam o cuidado e a evolução dos problemas de saúde dos pacientes8. Estudos indicam que a R/E está associada a uma melhor qualidade de vida, redução do estresse e melhor saúde em pessoas com deficiências ou doenças clínicas8.  

Apesar da importância da religião e espiritualidade, há pouca preparação nos cursos de saúde para capacitar profissionais a lidar com questões religiosas dos pacientes8,9. Essa falta de formação é evidente entre médicos e outros profissionais de saúde, que muitas vezes são os primeiros a lidar com a dimensão espiritual dos pacientes durante o tratamento. 

Por muito tempo, ciência e espiritualidade/religiosidade foram vistas como incompatíveis. Para se estabelecer como ciência, a medicina se distanciou de temas religiosos, associando-os frequentemente a psicopatologias. Contudo, esses construtos têm sido reconhecidos por seu papel na atribuição de sentido e na melhora da qualidade de vida10. A crise existencial da pós-modernidade também intensificou a busca por apoio e valores dentro da R/E11

É essencial que médicos e outros profissionais de saúde considerem esses fatores em contextos clínicos, pois eles influenciam comportamentos e crenças sobre saúde e doença5. Esse reconhecimento aumentou o interesse acadêmico pela R/E e evidenciou as dificuldades da medicina em lidar com essas questões, bem como a escassez de estudos específicos8.

Investigaram-se como psicólogos lidam com demandas religiosas/espirituais em terapia, concluindo que os profissionais não devem confrontar as crenças dos pacientes nem permitir que suas próprias crenças interfiram no processo terapêutico5

O diagnóstico de câncer carrega um estigma que provoca temor na sociedade, especialmente para quem recebe a notícia, devido ao alto índice de mortalidade associado à doença. Mesmo com avanços nos tratamentos, ainda há casos em que a doença não entra em remissão, tornando os cuidados paliativos a única opção disponível12

Nos cuidados paliativos, a espiritualidade é uma necessidade urgente para os pacientes devido à vulnerabilidade física e psíquica e à proximidade da morte13. Cuidados paliativos, destinados a indivíduos cujas doenças não respondem mais a tratamentos médicos, visam melhorar a qualidade de vida, aliviar dor e sintomas, e ajudar na elaboração de mecanismos de enfrentamento frente ao prognóstico terminal14. Diferem significativamente dos tratamentos curativos anteriores, focando-se na qualidade de vida nos últimos dias. Uma equipe multiprofissional trabalha para garantir que todas as dimensões da vida do paciente sejam atendidas, proporcionando um suporte abrangente durante este período15

Para pacientes em cuidados paliativos, a espiritualidade oferece conforto, alívio de sintomas físicos, apoio no tratamento médico convencional e ajuda a dar sentido à dor, culpa e morte, além de proporcionar maior controle emocional16. O estudo13 sobre práticas de profissionais de saúde em cuidados paliativos identificou três eixos principais: apoio psicológico para aspectos emocionais, suporte assistencial para a família e abordagem dos aspectos espirituais e do morrer, visando uma melhoria da qualidade de vida e uma “boa morte”. 

O objetivo principal deste estudo é realizar uma análise da literatura sobre as interações entre medicina e espiritualidade dentro do cenário dos cuidados paliativos, empregando uma abordagem de revisão integrativa. Para alcançar esse objetivo, os objetivos específicos delineados são: descrever as diferentes definições de espiritualidades encontradas na literatura; destacar a importância de incorporar a espiritualidade nos cuidados paliativos; e identificar as técnicas e abordagens mais eficazes para lidar com questões espirituais nesse contexto clínico. 

2. MATERIAL E MÉTODOS 

2.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma pesquisa metodológica que combina elementos de estudo descritivo quali-quantitativo com uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A RIL permite uma compreensão abrangente do tema estudado, facilitando a análise de estudos relevantes anteriores e a síntese de múltiplos achados sobre o assunto17. Esse método abrange tanto pesquisas quantitativas quanto qualitativas, além de incorporar literatura teórica e empírica, proporcionando uma síntese de conhecimento e a aplicabilidade dos resultados de estudos previamente realizados17, 18

2.1.2. Revisão Integrativa da Literatura 

Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. A RIL é um método abrangente que proporciona uma visão holística o objeto que está sendo estudado e possibilita também a análise de estudos prévios e relevantes17. Este tipo de revisão é particularmente útil para consolidar o conhecimento existente e identificar lacunas na literatura 17, 18

No decorrer do estudo, foi conduzida uma revisão integrativa com o propósito de identificar estudos pertinentes sobre o impacto da espiritualidade em pacientes com câncer em estágio avançado que estão recebendo cuidados paliativos. 

2.2 Fontes de dados utilizados 

As buscas de pesquisa foram realizadas entre os meses de fevereiro a junho de 2024, através de bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latina Americana e do Caribe em Ciências em Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual de Saúde (BVSALUD) e base de dados cinzenta (Google Acadêmico e referências bibliográficas). Foram identificados no total 20 artigos publicados entre 2014 a 2024.Os descritores utilizados foram, “Cuidados paliativos”; “espiritualidade”, “oncologia”, “bem-estar” E “profissionais de saúde”. 

2.3 Critérios de Seleção 

Para garantir a inclusão de estudos relevantes e a exclusão de trabalhos inadequados, estabelecemos critérios específicos. Incluímos estudos publicados nos últimos 10 anos, de 2014 a 2024, em português, inglês ou espanhol, oriundos de revistas especializadas na área da saúde, que abordassem diretamente a influência da espiritualidade em pacientes oncológicos sob cuidados paliativos. 

Foram excluídos estudos que não estavam alinhados com os objetivos específicos da pesquisa, como aqueles que tratavam de outras condições além da oncologia, ou que não abordavam a relação entre espiritualidade e cuidados paliativos. Também foram excluídos trabalhos com metodologia inadequada ou de baixa qualidade, assim como artigos repetitivos ou redundantes. 

A estratégia de seleção dos artigos compreendeu as seguintes etapas: pesquisa nas bases de dados selecionadas, análise dos títulos de todos os artigos encontrados e exclusão daqueles que não se enquadravam no tema, avaliação crítica dos resumos e leitura na íntegra dos artigos previamente selecionados. Após uma revisão criteriosa das publicações, 20 artigos científicos foram inicialmente identificados, dos quais 10 foram excluídos devido aos critérios de exclusão, resultando em um total de 10 artigos científicos considerados na revisão integrativa da literatura. 

Esses critérios foram estabelecidos para garantir a relevância e a qualidade dos estudos incluídos na análise, contribuindo assim para uma compreensão mais completa da importância da espiritualidade no contexto dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos. A análise dos estudos selecionados buscou sintetizar as principais evidências sobre as técnicas e abordagens para integrar a espiritualidade na prática clínica, além das dificuldades e limitações enfrentadas pelos profissionais de saúde. 

2.4 Descrição metodológica 

META 1: IDENTIFICAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NO BEM ESTAR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS SOB CUIDADOS PALIATIVOS Atividades: Foi realizado uma revisão sistemática da literatura científica, utilizando bases de dados eletrônicas e periódicos científicos relevantes, para identificar estudos que abordem a influência da espiritualidade no bem-estar de pacientes oncológicos sob cuidados paliativos. Foi extraído e analisado os dados relevantes para identificar as principais tendências e impactos dessa influência. 

META 2: AVALIAR A RELAÇÃO ENTRE PRÁTICAS ESPIRITUAIS E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS PALIATIVOS

Atividades: Foi investigado a relação entre práticas espirituais e qualidade de vida em pacientes oncológicos sob cuidados paliativos. Tendo sido analisado como a espiritualidade pode influenciar positivamente o bem-estar emocional, físico e social desses pacientes, identificando as principais práticas e intervenções espirituais utilizadas na promoção da qualidade de vida. 

META 3: SÍNTESE DOS RESULTADOS E RECOMENDAÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS 

Atividade: A partir da análise dos estudos selecionados, os resultados foram consolidados e propostas recomendações para integrar a espiritualidade na prática clínica em cuidados paliativos oncológicos. Identificaram-se as melhores práticas e estratégias para atender às necessidades espirituais dos pacientes, visando aprimorar a qualidade de vida e o bem-estar geral. 

3 RESULTADOS  

Considerando a primeira etapa deste estudo, foi utilizado termos de busca em base de dados e análise dos títulos, foi selecionado um conjunto inicial de 20 (vinte) artigos. Na subsequente fase, após a exclusão de 2 (dois) artigos duplicados e a avaliação dos resumos à luz dos critérios de inclusão e exclusão, resultou em uma seleção de 18 (dezoito) artigos. Posteriormente, após a leitura completa, mais 8 (oito) artigos foram descartados, resultando em uma amostra final composta por 10 (dez) artigos. Destes, 4 (quatro) foram encontrados na SciELO, 2 (dois) na LILACS, 2 (dois) na MEDLINE e 2 (dois) na BVS. Para apresentar de forma clara a elegibilidade dos artigos, foi elaborado um fluxograma conforme ilustrado na Figura 1, a seguir: 

Figura 1 – Fluxograma de elegibilidade e seleção de artigos sobre desta pesquisa. Eunápolis/ BA, Brasil, 2024.

Dessa forma, foram examinados detalhadamente 10 (dez) artigos que discutem a ligação entre espiritualidade e pacientes oncológicos em cuidados terminais. Esses artigos foram selecionados com base em critérios específicos que foram incluídos e excluídos, o que garante a relevância e qualidade das informações.  

Os artigos analisados foram organizados em duas categorias: o primeiro grupo de artigos tratava do aspecto espiritual ligado a qualidade de vida do paciente com câncer, destacando como pode ser minimizado o sofrimento e aumento da promoção do bem-estar. O segundo grupo concentrou-se em discutir as abordagens práticas que são utilizadas pelas equipes sectoriais para incorporar a espiritualidade nos cuidados paliativos. 

A tabela a seguir demonstra de maneira visual os artigos selecionados sobre a relação entre espiritualidade em pacientes oncológicos em CP, distribuída com ano, autores, período de publicação e os principais resultados obtidos. 

Tabela 01 – Descrição dos Artigos Selecionados sobre a relação entre espiritualidade em pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Eunápolis/ BA, Brasil, 2024.

Nº ANO TÍTULO AUTORES PERIÓDICO PRINCIPAIS RESULTADOS
2016 Cuidados paliativos e espiritualidade: revisão integrativa da literaturaEvangelista CB, Lopes MEL, Costa SFG, Batista PSS, Batista JBV, Oliveira AMM Revista Brasileira de Enfermagem – REBEnOs resultados destacam a importância da espiritualidade no contexto dos cuidados paliativos, evidenciando que essa dimensão desempenha um papel fundamental no bem-estar físico, emocional e espiritual dos pacientes em fase terminal.
2021 Psicologia, espiritualidade/religiosi dade e cuidados paliativos: uma revisão integrativaAGUIAR, Beatriz Fonseca; SILVA, Jéssica PlácidoRevista Psicologia, Diversidade e SaúdeO artigo aborda a interseção entre psicologia, espiritualidade/religiosidade e cuidados paliativos por meio de uma revisão integrativa.
2021 Espiritualidade nos cuidados paliativos de pacientes oncológicosThayná Cristhina Soares Marques; Silvia Helena Modenesi PuccPsicologia USP Os autores destacam que a espiritualidade é frequentemente utilizada como uma ferramenta essencial no cuidado integral, visando promover o bem-estar emocional, o conforto espiritual e o sentido de significado para o paciente e sua rede de apoio.
2021 Espiritualidade no enfrentamento do tratamento oncológico: revisão integrativa da literaturaMartins, JS; da Cunha, JXP; Biondo, CS; Mendes, LSRevista Pró UniverSUSDestaca a importância da espiritualidade no tratamento do câncer, ressaltando seu papel no apoio emocional e no fortalecimento da resiliência dos pacientes. Eles enfatizam a necessidade de uma abordagem holística no cuidado oncológico, integrando a dimensão espiritual para promover o bem-estar dos pacientes.
2021 A espiritualidade como rede de apoio aos pacientes oncológicos: uma revisão integrativa da literaturaTEIXEIRA, L. G. et al.Revista da Faculdade Paulo PicançoOs autores destacam que a espiritualidade é frequentemente utilizada como uma fonte de conforto, força e significado para os pacientes e suas famílias durante o enfrentamento da doença.
2022 Espiritualidade e fé diante do tratamento de pacientes oncológicos: revisão integrativaPIRES, M. do N. et al.Research, Society and DevelopmenA revisão sugere que a espiritualidade e a fé podem influenciar positivamente o bem estar emocional, a resiliência e a qualidade de vida dos pacientes durante o processo de tratamento e recuperação do câncer.
2022 Espiritualidade e religiosidade na abordagem a pacientes sob cuidados paliativosCAETITE SANTOS, J.; DA SILVA SENA, A.; MANZOLI DOS ANJOS, J.Revista Bioética Os autores destacam que esses aspectos desempenham um papel significativo na promoção do bem-estar psicológico, emocional e espiritual dos pacientes, oferecendo conforto, apoio e um senso de significado em meio ao enfrentamento da doença terminal.
2023 Espiritualidade em cuidados paliativos revisão integrativa.RETAMAL, B. M.; BURG, M. RSeven Editora O artigo de Retamal e Burg (2023) destaca que a espiritualidade melhora a qualidade de vida e alivia o sofrimento de pacientes em cuidados paliativos.
2023 Espiritualidade nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos ARAÚJO, I. G..; ALVES, S. C. Revista Bionorte Os autores destacam que a espiritualidade é uma dimensão essencial no cuidado integral desses pacientes, contribuindo para o alívio do sofrimento, a promoção do conforto espiritual e emocional, e o fortalecimento do sentido de significado e propósito durante o enfrentamento da doença terminal.
10 2024 A Importância Da Espiritualidade Na Prática Profissional Com O Paciente Oncológico Em Cuidados PaliativosSILVA JUNIOR, M. P. et al.Revista FT – Ciência da Saúde (Google Acadêmico)Os autores destacam a necessidade de uma abordagem holística que integre aspectos espirituais no cuidado aos pacientes.

Fonte: Autora (2024). 

Com base nos artigos selecionados, é possível perceber o grau de relevância da espiritualidade no contexto dos CP oncológicos. A espiritualidade oferece o conforto necessário para esse momento difícil que tanto os pacientes quanto os familiares e profissionais da saúde envolvidos estão enfrentando. Ela passa a exercer um papel de ressignificação da vida e da morte, reduzindo o sofrimento e fortalecendo a adaptação diante dos desafios enfrentados. Diante da análise dos artigos, ficou perceptível a necessidade de uma abordagem mais integrada e sensível aos cuidados paliativos. 

Diversos autores reconhecem a espiritualidade como uma ferramenta essencial para o bem-estar integral dos pacientes. A revisão integrativa enfatiza a importância da espiritualidade como uma fonte de conforto e apoio emocional para os pacientes durante o tratamento do câncer. Destaca-se que a espiritualidade pode oferecer um senso de significado e propósito, fortalecendo a resiliência e contribuindo para uma melhor qualidade de vida19. Esta visão é corroborada, destacando os benefícios emocionais da espiritualidade, como alívio do sofrimento e promoção da paz interior 20

Além dos aspectos emocionais, a espiritualidade também influência positivamente o enfrentamento da doença física. Ressalta-se que a espiritualidade pode fortalecer a conexão com algo maior, proporcionando esperança e conforto em momentos difíceis, reduzindo o estresse e promovendo uma atitude mais resiliente durante o tratamento oncológico21

Entretanto, a integração da espiritualidade nos cuidados paliativos enfrenta desafios devido a lacunas na formação dos profissionais de saúde, resultando em uma compreensão inadequada das necessidades espirituais dos pacientes. Isso evidencia a necessidade de uma abordagem mais holística e sensível por parte dos profissionais de saúde, reconhecendo a dimensão espiritual como parte fundamental do tratamento oncológico22.

4 DISCUSSÃO 

4.1 Importância da Espiritualidade nos Cuidados Paliativos Oncológicos 

Com base nos estudos analisados pode-se perceber que a espiritualidade pode oferecer um senso de significado e propósito, fortalecendo a resiliência e melhorando a qualidade de vida dos pacientes19, 20. A espiritualidade pode abrandar tanto a dor física quanto aliviar o sofrimento mental que esses pacientes carregam, além de proporcionar um autocontrole em meio à adversidade23

Frequentemente utilizada como fonte de consolação e apoio emocional junto aos pacientes em CP19, 20, a espiritualidade não oferece somente conforto para a dor física, mas também proporciona uma conexão com algo maior, oferecendo fé e tranquilidade espiritual diante da luta contra a doença.  

Ocorre que a associação entre a espiritualidade nos CP e as formações dos profissionais da saúde enfrentam falhas, principalmente em relação às diretrizes para que ocorra a atuação do psicólogo nessa área22. Desta maneira, percebe-se a importância de uma interpelação sensível e respeitosa às credulidades espirituais dos pacientes oncológicos, devendo ser incluída na organização e no fornecimento de CP. Salienta-se a importância de uma formação diversificada para os profissionais da saúde que aborde o tema, a fim de proporcionar uma abordagem mais holística e compassiva aos cuidados com os pacientes23.  

Essa abordagem e direcionamento são primordiais para garantir que os pacientes obtenham os cuidados que atendam não apenas às suas necessidades físicas e médicas, mas também às suas necessidades emocionais e espirituais no decorrer de todo o tratamento oncológico. 

Com base na análise dos artigos, ficou evidenciado que a espiritualidade não apenas beneficias os pacientes, mas também seus familiares, e as equipes multiprofissionais da saúde envolvidas.21. Isso ressalta a importância de uma abordagem interdisciplinar e colaborativa no cuidado aos pacientes oncológicos em CP, reconhecendo e integrando a dimensão espiritual como parte fundamental do tratamento.  

4.2 Aspectos Positivos da Espiritualidade no Enfrentamento da Doença 

Conforme demonstrados por alguns estudos, a espiritualidade, além de fornecer suporte emocional, também promove estratégias diante do enfrentamento da doença nos pacientes oncológicos, ela fortalece o sentido de conexão com algo maior do que eles próprios21, 24. Diante dos artigos estudados, percebe-se que a capacidade de adaptação da espiritualidade em promover uma percepção de aceitação e de harmonia no âmago dos pacientes9

Diante da doença, é habitual que os pacientes procurem significados profundos para suas doenças, e a espiritualização vem para oferecer suporte e respostas em meio a essa busca por um sentido que muitas vezes não se é explicado. Conforme orientado, a espiritualidade é tida por muitos como um instrumento fundamental para auxiliar os pacientes a alcançar um propósito em suas vidas diante da adversidade enfrentada. A espiritualidade consegue transcender os prismas físicos da doença, fortalecendo sua resiliência emocional25

Na maioria dos casos, a espiritualidade traz ao paciente uma maior aceitação e compreensão da enfermidade9. Quando conectados com as suas espiritualidades, os pacientes encontram conforto e paz interior, o que lhes permite lidar de maneira mais graciosa com os percalços causados pelo tratamento oncológico. Diante dessa experiência mais aprofundada da espiritualidade, o paciente acaba por ir além dos aspectos físicos da doença, passando a ter através do seu credo apoio no enfrentamento da doença. 

A espiritualidade não se limita apenas no tocante ao conforto emocional; ela pode passar a ser um catalisador para o crescimento pessoa e a resiliência do paciente. Os profissionais da saúde ao reconhecerem a importância e o papel da espiritualidade durante a caminhada dos pacientes oncológicos, passam a promover uma abordagem mais humanizada durante o tratamento do câncer, considerando o paciente em sua totalidade, não apenas como um corpo doente, mas como um ser humano complexo e que possui necessidades emocionais e espirituais20, 21, 22

4.3 Desafios na Integração da Espiritualidade nos Cuidados Paliativos 

Apesar dos benefícios potenciais, a integração da espiritualidade nos cuidados paliativos enfrenta diversos desafios. Estudos identificam lacunas na formação dos profissionais de saúde em relação à abordagem da espiritualidade, o que pode resultar em uma falta de sensibilidade ou compreensão inadequada das necessidades espirituais dos pacientes. Esses achados ressaltam a necessidade de uma abordagem mais holística e sensível por parte dos profissionais de saúde, que reconheça e respeite a dimensão espiritual dos pacientes21, 26

Ademas, a variedade de crenças e condutas espirituais entre os pacientes caracteriza um desafio sobressalente na inclusão da espiritualidade nos CP. Considerando essa variação, é necessário que os profissionais que atuam nesse campo estejam preparados para lidar com essa discrepância de maneira respeitosa e inclusiva, sem julgamentos ou preconceitos. Tal abordagem requer uma aceitação profunda das diversas tradições espirituais existentes, bem como uma interpelação personalizada no cuidado aos pacientes19

Ressalta-se que a comunicação no tocante a espiritualidade pode ser um assunto difícil de ser abordado entre os profissionais da saúde e os pacientes, principalmente poque envolve assuntos pessoais, onde os profissionais não se sentir confortáveis ou preparados para falar sobre o assunto. Essa falta de preparo pode limitar a capacitação dos profissionais em compreender de forma plena as carências espirituais dos pacientes e oferecer a eles o suporte necessário23

Outro desafio na junção da espiritualidade nos CP é o tempo e aos recursos disponíveis para tratar de maneira adequada sobre do assunto. Os profissionais da saúde muitas vezes possuem demandas extremas e cargas horarias de trabalho exaustivas, não dispondo de tempo suficiente para adentrar a espiritualidade junto aos pacientes, o que pode resultar em uma abordagem superficial ou até mesmo negligenciada desse campo dentro do CP21, 23

Ressalta-se que a comunicação no tocante a espiritualidade pode ser um assunto difícil de ser abordado entre os profissionais da saúde e os pacientes. Principalmente poque envolve assuntos pessoais, onde os profissionais não se sentem confortáveis e preparados para falar sobre. Essa falta de preparo pode limitar a capacitação dos profissionais em compreender de forma plena as carências espirituais dos pacientes e oferecer a eles o suporte necessário23

No mais, um outro desafio na junção da espiritualidade nos CP é em relação ao tempo e aos recursos disponíveis para tratar de maneira adequada sobre ao assunto. Os profissionais da saúde muitas vezes possuem demandas extremas e cargas horarias de trabalho cansativas, não possuindo o tempo necessário para adentrar à espiritualidade junto aos pacientes, o que pode acarretar uma abordagem superficial ou até mesmo negligenciada desse campo dentro do CP21, 23

Para superar esses desafios, é necessário implementar programas de formação específicos sobre espiritualidade e cuidados paliativos, o desenvolvimento de diretrizes claras e protocolos para orientar a prática clínica e a promoção de uma cultura organizacional que valorize e apoie a integração da espiritualidade nos cuidados de saúde. Essas medidas são essenciais para garantir que todos os pacientes recebam cuidados paliativos de alta qualidade, que abordem de maneiras abrangentes suas necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais.

4.4 A importância da Psicologia nos Cuidados Paliativos Oncológicos 

A atuação do psicólogo emerge como um componente fundamental nos cuidados paliativos oncológicos, especialmente no que diz respeito ao suporte emocional dos pacientes. Estudos destacam que os psicólogos desempenham um papel crucial na avaliação e no manejo do sofrimento emocional dos pacientes, e que a consideração da dimensão espiritual pode enriquecer sua prática clínica. No entanto, é necessário mais pesquisa e diretrizes práticas nesta área para promover uma prática clínica mais informada e compassiva22, 27

Além do suporte emocional, a atuação dos psicólogos nos cuidados paliativos oncológicos também abrange questões relacionadas à adaptação à doença e ao enfrentamento das questões existenciais. Os psicólogos podem ajudar os pacientes a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão associados ao diagnóstico e tratamento do câncer, além de auxiliar na busca por sentido e significado em meio ao enfrentamento da doença28

Nesse contexto, a abordagem multidisciplinar nos cuidados paliativos desempenha um papel fundamental, permitindo uma avaliação abrangente das necessidades dos pacientes e uma intervenção integrada e coordenada. A colaboração entre diferentes profissionais de saúde, incluindo psicólogos, médicos, enfermeiros e assistentes sociais, é importante para garantir uma abordagem holística e centrada no paciente23

Além dos psicólogos, os psiquiatras também desempenham um papel importante nos cuidados paliativos oncológicos, especialmente no manejo de sintomas psiquiátricos complexos e no tratamento de distúrbios mentais comórbidos. Estudos destacam a necessidade de uma abordagem integrada que combine intervenções farmacológicas e psicoterapêuticas para garantir o bem-estar mental dos pacientes em cuidados paliativos26

A atuação conjunta de psicólogos e psiquiatras permite uma abordagem mais abrangente e eficaz no tratamento dos aspectos emocionais e psiquiátricos dos pacientes em cuidados paliativos. A integração desses profissionais no contexto multidisciplinar pode proporcionar um suporte mais completo e individualizado, considerando as necessidades específicas de cada paciente e sua família19

No entanto, existem desafios significativos na implementação de uma abordagem multidisciplinar nos cuidados paliativos, especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Ressalta-se a escassez de recursos humanos e financeiros, bem como a falta de integração efetiva entre os diferentes serviços de saúde, como obstáculos à prestação de cuidados paliativos de qualidade23.

A falta de capacitação e treinamento específicos para profissionais de saúde também representa um desafio na atuação multidisciplinar nos cuidados paliativos. Muitos profissionais de saúde têm conhecimento limitado sobre os princípios e práticas dos cuidados paliativos, o que pode prejudicar a colaboração e a comunicação entre as equipes de saúde23

Diante desses desafios, é crucial investir na formação e capacitação dos profissionais de saúde em cuidados paliativos, incluindo psicólogos, psiquiatras e outros membros da equipe multidisciplinar. Além disso, políticas e estratégias devem ser implementadas para promover uma maior integração e coordenação entre os serviços de saúde, visando garantir uma prestação de cuidados mais eficaz e centrada no paciente. 

Em resumo, a atuação dos psicólogos e psiquiatras nos cuidados paliativos oncológicos desempenha um papel crucial no suporte emocional, na adaptação à doença e no tratamento de sintomas psiquiátricos complexos. A abordagem multidisciplinar, embora enfrentando desafios significativos, é essencial para garantir uma prestação de cuidados holística e centrada no paciente, especialmente no contexto do SUS. 

4.5 Espiritualidade no cotidiano dos profissionais que atuam em cuidados paliativos 

A inserção da espiritualidade no cotidiano dos profissionais que atuam em cuidados paliativos é um aspecto relevante e muitas vezes subestimado no ambiente de saúde. Profissionais da área destacam que a espiritualidade não só é uma fonte de força e conforto para os pacientes, mas também desempenha um papel significativo na vida e no trabalho desses cuidadores. Estudos indicam que a espiritualidade proporciona um sentido mais profundo ao trabalho desses profissionais, enriquecendo o cuidado aos pacientes em estado terminal29,30. Eles encontram na espiritualidade uma forma de lidar com os medos associados à dor e ao sofrimento, além de promover uma abordagem mais humanizada no cuidado. 

A relação entre enfermeiros e pacientes em cuidados paliativos é fundamental para garantir uma passagem tranquila para outra dimensão27. As necessidades espirituais dos pacientes, que incluem apoio familiar, amor, fé e religiosidade, requerem uma abordagem afetuosa, compreensiva e respeitosa por parte dos profissionais de saúde. Isso implica uma comunicação empática e uma escuta atenta às demandas dos pacientes, colocando sempre suas necessidades como prioridade no cuidado31

No entanto, apesar da importância reconhecida da espiritualidade nos cuidados paliativos, é evidente o despreparo dos profissionais de saúde nessa área32. Muitos profissionais enfrentam dificuldades na abordagem e na prática da espiritualidade devido a uma formação acadêmica deficiente em relação a temas como morte e espiritualidade. Essa lacuna na formação prejudica a capacidade dos profissionais de lidar com os aspectos emocionais e espirituais do processo de terminalidade da vida, comprometendo assim a qualidade do cuidado oferecido aos pacientes. 

Diante desse cenário, torna-se imperativo repensar a grade curricular dos cursos de saúde, incluindo uma abordagem mais ampla sobre temas relacionados à espiritualidade e à morte. Além disso, é essencial oferecer maior aperfeiçoamento aos profissionais já formados nessa área, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para lidar com as questões espirituais específicas de cada paciente. A capacitação nesse sentido permitirá que os profissionais se sintam mais preparados para oferecer um cuidado integral e compassivo, promovendo o bem-estar e a resiliência dos pacientes diante do adoecimento e da finitude da vida. 

4.6 Explorando o Significado da Espiritualidade no Enfrentamento da Dor e da Doença nos Profissionais de Cuidados Paliativos 

O cotidiano dos profissionais que atuam em cuidados paliativos frequentemente se depara com a complexidade emocional e espiritual dos pacientes diante do diagnóstico de uma doença grave. Inicialmente, esse diagnóstico é recebido com grande dificuldade, gerando revolta e um temor imediato em relação à morte. Contudo, à medida que os pacientes começam a compreender a gravidade da situação, emerge um processo gradual de aceitação. Estudos indicam que a espiritualidade desempenha um papel crucial nesse processo, oferecendo novos significados à vida diante da adversidade33

A espiritualidade, para os profissionais e pacientes, é uma busca por esperança e conforto em meio ao sofrimento e à incerteza. Ela contribui para o enfrentamento das demandas impostas pelo agravamento da doença, fornecendo uma sensação de sustentação e calmaria34. É nesse contexto que a espiritualidade se torna uma fonte de convicção na vida após a morte, proporcionando uma estrutura para lidar com a dor e o sofrimento que acompanham o adoecimento. 

Porém, apesar da relevância atribuída à espiritualidade, tanto pelos profissionais quanto pelos pacientes, há uma lacuna na comunicação sobre esse tema nos cuidados paliativos. Muitos pacientes e familiares não se sentem confortáveis para discutir questões espirituais com os profissionais de saúde, percebendo essa falta de sensibilidade como uma falha no suporte oferecido35,36. Essa ausência de diálogo pode dificultar a compreensão e omanejo adequado das necessidades espirituais dos pacientes, comprometendo assim a eficácia dos cuidados prestados. 

Reconhecer a importância da espiritualidade como um recurso para proporcionar conforto e sentido à vida em meio à dor e ao medo é crucial. A religiosidade e a espiritualidade se tornam fontes de esperança e consolo para os pacientes, auxiliando na jornada de enfrentamento da doença terminal37. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde estejam sensibilizados para as necessidades espirituais dos pacientes e capacitados para abordar esse aspecto de forma empática e respeitosa, garantindo uma assistência integral e humanizada nos cuidados paliativos. 

4.7 A espiritualidade ressignificando a vida e a morte 

A espiritualidade assume um papel significativo no cotidiano dos profissionais que atuam em cuidados paliativos, ressignificando não apenas a vida dos pacientes, mas também a própria existência daqueles que estão envolvidos no processo de assistência O câncer, assim como outras doenças graves, pode ser um catalisador para a ressignificação da vida e a renovação dos valores pessoais37,38. Durante o diagnóstico e tratamento da doença, os pacientes frequentemente buscam um sentido mais profundo para a existência, encontrando apoio e conforto na espiritualidade32

Essa busca por significado é crucial para evitar a morbidade psicológica, como a depressão associada à ansiedade, que pode surgir após diagnósticos negativos (3). A espiritualidade não apenas oferece consolo durante momentos difíceis, mas também contribui para a satisfação pessoal, o autoconhecimento e o equilíbrio emocional dos pacientes em tratamento oncológico39. Assim, as adversidades enfrentadas ao longo da jornada contra o câncer podem se transformar em oportunidades significativas de crescimento e transformação pessoal. 

A ressignificação proporcionada pela espiritualidade também se estende ao entendimento da morte e da própria doença. Estudos mostram que o câncer pode ser percebido como uma experiência de aprendizagem e despertar para a vida39. A partir do exercício da espiritualidade, essas pacientes encontraram um novo significado para sua existência, valorizando aspectos que antes passavam despercebidos e ressignificando sua visão sobre a morte, não mais como um fracasso, mas como parte natural do ciclo da vida. 

Os relatos dos participantes dos estudos analisados sugerem que a espiritualidade desempenha um papel fundamental na busca por um novo propósito diante do diagnóstico de câncer. Aspectos cotidianos ganham uma nova perspectiva diante da possibilidade de uma doença ameaçadora à vida, e a prática espiritual emerge como um recurso essencial nesse processo35. O enfrentamento do câncer é encarado não apenas como um desafio imposto, mas como uma oportunidade de crescimento espiritual e pessoal, proporcionando uma nova compreensão sobre o significado da vida e da própria existência. Assim, a espiritualidade se revela como uma fonte de renovação e fortalecimento diante das circunstâncias desafiadoras impostas pela doença. 

4.8 A Implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP) no SUS: Avanços e Desafios 

A Portaria GM/MS nº 3.681, de 7 de maio de 2024, representa um marco importante na consolidação dos Cuidados Paliativos (CP) no Sistema Único de Saúde (SUS)40. Esta legis lação institui a Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), promovendo uma aborda bem mais ampla e humanizada para pacientes com doenças graves e terminais. Baseada em avanços científicos e na crescente valorização da espiritualidade e do apoio emocional, a PNCP busca garantir atendimento integral e digno aos pacientes e seus familiares39

Um dos principais objetivos da PNCP é promover o acesso equitativo aos cuidados paliativos em todo o país, independentemente da condição socioeconômica dos pacientes. Para atingir esse objetivo, a política prevê a ampliação dos serviços especializados em CP e a capa citação dos profissionais de saúde, visando uma abordagem mais humanizada e sensível às necessidades dos pacientes em fim de vida39

A PNCP também define diretrizes para a integração dos cuidados paliativos em todas as fases da assistência à saúde, desde o diagnóstico até o acompanhamento durante o trata mento e os cuidados de fim de vida. Isso implica uma mudança de paradigma na organização e na prestação dos serviços de saúde, com ênfase na comunicação eficaz, na tomada de decisões compartilhadas e no respeito à autonomia e dignidade dos pacientes39

Apesar dos avanços promovidos pela PNCP, ainda existem desafios a serem supera dos. Um dos principais é a necessidade de investimentos adicionais em infraestrutura e recursos humanos, especialmente nas regiões mais carentes. Além disso, é crucial combater o estigma associado aos cuidados paliativos e aumentar a conscientização sobre sua importância na melhoria da qualidade de vida dos pacientes em fase avançada de doença39

Outro aspecto essencial é a avaliação contínua dos resultados e impactos da PNCP para garantir sua eficácia e identificar áreas que necessitam de ajustes ou melhorias39. Isso requer o desenvolvimento de indicadores de desempenho e a realização de pesquisas para avaliar a satisfação dos pacientes, a qualidade dos serviços prestados e os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde39

Em suma, a Portaria GM/MS nº 3.681/2024 representa um passo significativo na promoção dos cuidados paliativos no Brasil. Contudo, sua implementação efetiva exige o compromisso contínuo de todos os atores envolvidos, incluindo gestores de saúde, profissionais de saúde, pacientes e suas famílias, para assegurar que todos tenham acesso a um cuidado digno e compassivo, independentemente de sua condição de saúde39

CONCLUSÃO 

Os artigos analisados neste estudo sobre cuidados paliativos e espiritualidade indica ram que a dimensão espiritual é um componente essencial no atendimento a pacientes sem perspectiva de recuperação por meio de tratamentos curativos, pois contribui para a melhoria do bem-estar, aliviando a dor e outros sintomas. 

A espiritualidade é um termo com múltiplos significados. Essa diversidade pode com plicar o atendimento às necessidades espirituais dos pacientes pelos profissionais de saúde, bem como a criação de instrumentos adequados para a avaliação espiritual daqueles em cuida dos paliativos, já que esses instrumentos são variados e não abrangem completamente todos os aspectos da dimensão espiritual (intrapessoal, interpessoal e transpessoal). Portanto, uma definição clara do conceito de espiritualidade é crucial para que os profissionais de saúde pos sam oferecer um suporte espiritual apropriado e de qualidade, atendendo a todas as necessidades espirituais dos pacientes. 

É imprescindível o desenvolvimento de novas pesquisas, especialmente em âmbito nacional, para apoiar o atendimento espiritual por parte dos profissionais que assistem pacientes em cuidados paliativos. Além disso, é urgente a realização de estudos que examinem os instrumentos de avaliação da espiritualidade voltada para pacientes em cuidados paliativos e sua adaptação transcultural, considerando que, em nossa pesquisa, alguns instrumentos podem não ter sido abordados. 

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1Acadêmica do curdo de Medicina da UnesulBahia – Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia. E-mail: fernandes.js@hotmail.com, Eunapolis – BA;
2Docente do Curso de Medicina da Unesulbahia, Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, email: acelia@unesulbahia.edu.br, Eunapolis – BA