ESPIRITUALIDADE E CUIDADOS PALIATIVOS NA ENFERMAGEM: PERSPECTIVA DO PACIENTE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7068932


Autores:
Dora Aparecida dos Santos Silva1
https://orcid.org/0000-0001-6316-9733
Jader da Cruz Alfier2
https://orcid.org/0000-0001-5205-4260
Renata Cristina Schmidt Santos3
https://orcid.org/000-0001-8022-2209


RESUMO

Objetivos: Analisar o fenômeno da espiritualidade como recurso terapêutico nos cuidados de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos visando identificar como a Enfermagem pode trabalhar a espiritualidade do paciente ao averiguar as preocupações dos pacientes e cuidadores referentes à terapêutica paliativa. Método: Estudo de revisão sistemática de literatura. Bases de dados: LILACS, SciELO e PubMed mediante descritores: espiritualidade and assistência de enfermagem and oncologia e cuidados paliativos. Critérios de inclusão: artigos escritos em português e inglês com disponibilidade de texto completo publicados em periódicos nacionais e internacionais nos últimos 10 anos que abordam a temática da espiritualidade na assistência de enfermagem oncológica, excluídos artigos duplicados, revisões de literatura, editoriais e livros do tema. Seleção de textos realizada por meio da análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Categorias: cuidado espiritual evidenciado na prática clínica; preocupações do paciente/cuidador referente à terapêutica paliativa; focos da equipe de saúde como fonte de planejamento e intervenção em cuidados paliativos. Conclusão: Evidenciou-se influência da espiritualidade no cuidado de enfermagem ao paciente em cuidados paliativos pela melhora na qualidade de vida de pacientes que frequentemente abordam questões espirituais e compreendem melhor o processo saúde x doença e aspectos ligados à finitude.

Palavras-chave: Espiritualidade; Assistência de Enfermagem; Oncologia; Cuidados Paliativos.

ABSTRACT

Objectives: To analyze the phenomenon of spirituality as a therapeutic resource in nursing care for cancer patients in palliative care, aiming to identify how Nursing can work with the patient´s spirituality by investigating the concerns of patients and caregivers regarding palliative therapy. Method: A systematic literature review study. Databases: LILACS, SciELO and PubMed using descriptors: spirituality and nursing care and oncology and palliative care. Inclusion criteria: articles written in Portuguese and English with full text availability published in national and international journals in the last 10 years that address the theme of spirituality in cancer nursing care, excluding duplicate articles, literature reviews, editorials and books on the topic. Text selection performed through Bardin’s content analysis. Results: Categories: spiritual care evidenced in clinical practice; patient/caregiver concerns regarding palliative therapy and health team; focuses as a source of planning and intervention in palliative care. Conclusion: The influence of spirituality in nursing care for patients in palliative care was evidenced by the improvement in the quality of life of patients who often address spiritual issues and better understand the health x disease process and aspects related to finitude.

Keywords: Spirituality; Nursing Assistance; Oncology; Palliative care.

INTRODUÇÃO

A Enfermagem representa a ciência do cuidar, para tanto, faz-se necessário que se compreenda integralmente o paciente em processo de finitude bem como abarcar o fenômeno da espiritualidade ao exercer cuidados paliativos (PIRES¹, 2013, p. 40).

Compreende-se que espiritualidade não é sinônimo de religiosidade, ou seja, trazendo para o contexto da assistência em enfermagem:

[…] a espiritualidade apresenta-se assim como uma importante estratégia adotada para lidar com a doença e diminuir o desconforto provocado por tal situação. Nesse contexto, a assistência de enfermagem precisa considerar as necessidades de cuidado espiritual de forma que sejam atendidas às singularidades e os desejos dos pacientes e de seus familiares. (SILVA², 2016, p. 02).

A expressão da espiritualidade relaciona-se a noção de transcendência e qualidade de vida em cuidados paliativos, e tem na fé a representação que melhor a caracteriza (ARRIEIRA et al3, 2018, p. 03).

A abordagem espiritual tem sido valorizada no trabalho em saúde, visto que apresenta-se como forte aliada no enfrentamento biológico, social, emocional de momentos difíceis (MACIELet al4, 2018, p. 3025).

Juradoet al5 (2019, p. 3449) detalham que os profissionais de enfermagem que atuam com pacientes em tratamento antineoplásico ou em fase terminal revelam a importância de se implementar o cuidado espiritual uma vez que o sofrimento espiritual possui alta prevalência. Como métodos e intervenções ao paciente oncológico citam os autores práticas terapêuticas como: meditação, oração e respeito ao outro.

Hefti e Esperandio6 (2016, p. 28) propõem uma questão-chave sobre a temática analisada, qual seja: “quem deve ser o responsável em cuidar das necessidades e dos conflitos espirituais do paciente e de estimular seus recursos espirituais? ” E apresentam um modelo interdisciplinar de cuidado espiritual que situa o paciente com suas necessidades e recursos espirituais no centro da discussão adjunto a equipe composta por: médicos, enfermeiros, psicoterapeutas, capelães, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.  

Relativo ao tratamento ao paciente com doença grave que ameaça a continuidade de sua vida, necessita-se da implementação de uma prática de cuidado que objetive a melhora na qualidade de vida, dignidade e clareza na tomada de decisões, assim, os princípios da bioética em cuidados paliativos dizem respeito a valorização do aspecto relacional ao considerar a história pessoal pregressa e subsequente que possibilite um aprofundamento destas oportunas discussões (LEGET e ESPERANDIO7, 2020, p. 549).

Deste modo, os objetivos do presente estudo foram: analisar o fenômeno da espiritualidade como recurso terapêutico nos cuidados de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos visando identificar como a Enfermagem pode trabalhar a espiritualidade do paciente ao averiguar as preocupações dos pacientes e cuidadores referentes à terapêutica paliativa.

OBJETIVOS

Problema de Pesquisa

Como a abordagem da espiritualidade influencia no cuidado de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos?

Objetivo Geral

Analisar o fenômeno da espiritualidade como recurso terapêutico nos cuidados de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos.

Objetivos Específicos

– Identificar o cuidado espiritual evidenciado na prática clínica do paciente oncológico em cuidados paliativos;

– Averiguar as preocupações dos pacientes e cuidadores referentes à terapêutica paliativa.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Classificações taxonômicas relativo ao cuidado espiritual segundo NANDA-I e outras publicações

O livro NANDA-I apresenta no domínio 10: Princípios da vida – três classes de indicadores que envolvem fatores como: valores, crenças e coerência valores-crenças-atos. Estes aspectos visam enfocar o fenômeno da espiritualidade a partir de uma premissa organizada por elementos teóricos e empíricos que possam associar-se à prática da assistência de enfermagem (HERDMAN e KAMITSURU8, 2018, p. 1082).

A interpretação destes constructos requer clareza para inferir através de pesquisas científicas recentes a amplitude destes conceitos de enfermagem de modo a aprimorar definições, condições, estratégias ou instrumentos de mensuração (MESQUITA et al9, 2018, p. 199).

O sofrimento espiritual integra a classe 3 no domínio 10: coerência entre valores-crenças-atos no qual o diagnóstico de risco de sofrimento espiritual e pode estar associado a doenças crônicas ou físicas bem como risco de morte iminente (HERDMAN e KAMITSURU8, 2018, p. 726). 

O termo diagnóstico ‘angústia espiritual’ é mantido na última edição da taxonomia II do NANDA-I atrelado a dois novos atributos: ‘estado de sofrimento’ e ‘falta de sentido na vida’ como alteração do bem-estar espiritual, uma vez que, conforme preconiza o Modelo de Validade Diagnóstica Clínica de Richard Fehring um diagnóstico de enfermagem só pode ser válido se for baseado em evidências e capaz de resistir a avaliação crítica de profissionais da área (CALDEIRA et al10, 2015, p. 46).

Trabalho recente refere o conceito de ‘conforto prejudicado’ a sete outros diagnósticos de enfermagem incluindo os que perfazem o contexto psicoespiritual, que são apresentados pela ordem de maior prevalência na mensuração estatística: ‘ansiedade relacionada à morte’-  48%; ‘baixa autoestima crônica’ – 38%; ‘tristeza crônica’ – 36%; ‘medo’ – 35%; ‘sofrimento espiritual’ – 33% (REIS e JESUS11, 2021, p. 07). 

Em oncologia, alguns diagnósticos psicossociais e psicoespirituais merecem atenção, dentre estes o ‘risco de sofrimento espiritual’ e ‘risco de religiosidade prejudicada’, contudo, a dimensão espiritual é reconhecida como importante recurso interno de enfrentamento. (XAVIER et al12, 2019, p. 05).  

Presume-se que a espiritualidade e a religiosidade podem intervir favoravelmente sobre o cuidado em saúde, melhorando a maneira de se cuidar do corpo e da mente. (BRANDAO et al13, 2020, p. 06). 

Simões e Sapeta14 (2019, p. 247) contribuem para enriquecer esta construção de pensamento ao referir o conceito da dignidade na enfermagem a produção científica em cuidados paliativos de autores como Chochinov, que se propôs a estudar o fenômeno em pessoas com doenças terminais e formular três categorias temáticas: preocupações relacionadas à doença; recursos pessoais e recursos sociais da dignidade. Estas irão contribuir para fornecer a base para uma orientação terapêutica a profissionais de saúde que ressalte, dentre outros, aspectos espirituais/existenciais que podem afetar o doente.

Coping religioso/espiritual e qualidade de vida

Menezes et al15 (2018, p.´10) propuseram que a qualidade de vida pode ser examinada segundo instrumentos para coleta de dados que incluem o WHOQOL-SRPB (World Health Organization Quality of Life-Spirituality, Religion and Personal Briefs) em português, que se propõe a analisar a espiritualidade e crenças pessoais. 

Pacientes oncológicos fazem uso de estratégias de cuidado religioso espiritual (CRE), notadamente para lidar com as toxicidades decorrentes da quimioterapia e seus efeitos adversos (FILHO e KHOURY16, 2018, p. 29).  

Koenig17 (2012, p. 07) explicita que recursos de enfrentamento religioso possuem conexões poderosas com crenças fortemente arraigadas, que dão sentido a circunstâncias de vida muito difíceis ao fornecer um acurado senso de propósito.

A espiritualidade é considerada uma estratégia de enfrentamento e resiliência do paciente oncológico, compreende a dimensão espiritual, ética e humana atuando como suporte nas horas de dor e no momento da partida (SORATTO et al18, 2016, p. 61).

O enfrentamento religioso pode se traduzir numa fonte de força, conforto e fé e possibilitar uma melhora no quadro clínico a pacientes em cuidados paliativos (EVANGELISTA et al19, 2016, p. 181).

Oncologia, cuidado espiritual e cuidados paliativos

Para Almeida et al20 (2020, p. 179) a espiritualidade auxilia pacientes terminais a resistir a pressões e desconfortos físicos e psicológicos, por promover bem-estar nos últimos momentos de vida.

Sugere-se que o cuidado espiritual seja, se possível, realizado num ambiente convidativo onde não se realizem sessões de quimioterapia, haja correria e agitação, equipamentos com bipe e falta de privacidade, resguardando totalmente ao paciente o direito de abordar ou não tais assuntos (EBENAU et al21, 2019, p.101).

Entende-se que no contexto da assistência paliativa oncológica, a comunicação segura e eficaz ao paciente é uma maneira de lhe informar sobre a deterioração inesperada da doença e da incapacidade relacionada a expressão de desejos e valores (SEIFART et al22, 2020, p. 4673).

MÉTODO

Tipo de estudo

Revisão sistemática de literatura.

Bases de dados

A revisão foi desenvolvida através de pesquisa bibliográfica no período de fevereiro a maio de 2021. As buscas foram realizadas nas bases de dados do LILACS, SciELO e PubMed. Conforme os Descritores de Ciências da Saúde (DeCS) a estratégia de busca incluiu os termos: “espiritualidade”, “assistência de enfermagem”, “oncologia” e “cuidados paliativos”.

Critérios de inclusão

Artigos escritos em português e inglês, com disponibilidade de texto completo, preferencialmente originais, em suporte eletrônico e publicados em periódicos nacionais ou internacionais nos últimos 10 anos (2011 a 2021). E que abordaram a temática da espiritualidade na assistência de enfermagem oncológica em cuidados paliativos sob a perspectiva do paciente/cuidador.

Critérios de exclusão

Artigos duplicados, revisões de literatura, editoriais e livros sobre o tema.

Seleção dos textos

A pergunta norteadora foi: “Como a abordagem da espiritualidade influencia no cuidado de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos? ”. 

Buscou-se na literatura científica referencial teórico a partir dos descritores propostos que respondessem à problemática de pesquisa apresentada comparando informações e analisando resultados encontrados. Para delimitar os trabalhos com maior pertinência à temática proposta procedeu-se a leitura dos títulos e resumos. Por conseguinte, nos casos em que durante essa etapa não foi possível uma melhor decisão sobre a inclusão do texto os artigos foram lidos na íntegra, essa fase do processo foi realizada de forma independente pelos dois pesquisadores e após identificadas todas as dúvidas e discrepâncias houve a decisão final quanto a escolha do corpus.

Análise dos dados

Os textos selecionados foram analisados segundo Análise de Conteúdo de Bardin23 (2016) elencando as ideias centrais associadas ao tema com base nas unidades de registro (UR) que se relacionam diretamente aos objetivos da pesquisa. 

A pré-análise foi realizada através de uma leitura flutuante dos textos, de modo a se familiarizar com o pensamento central dos pesquisadores. Ademais, optou-se por resgatar do texto sua essência e assim estabelecer as categorias temáticas emergentes a posteriori.

A fase de codificação foi realizada recortando-se as palavras ou frases da narrativa contidas em cada parágrafo de cada artigo separadamente, grifando ou sublinhando as unidades de registro (UR) para posteriormente agrupá-las em categorias temáticas conforme termos correlatos e frequência em que aparecem no texto (SILVA e FOSSÁ24, 2013, p. 03-05).

Por fim, os resultados da análise de conteúdo foram interpretados pela técnica das inferências, onde os pesquisadores se ativeram a duas perguntas fundamentais: ‘o que levou a determinado enunciado?’ – diz respeito às suas causas; ‘quais as consequências que o enunciado vai provavelmente provocar?’ – diz respeito a seus possíveis efeitos ou impacto (URQUIZA e MARQUES25, 2016, p. 125).

Riscos e benefícios

Os dados pesquisados serão utilizados apenas para fins acadêmicos e de publicação.

Aspectos éticos

Houve o comprometimento de citar os autores utilizados no estudo respeitando as normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA DA SELEÇÃO DE ARTIGOS SOBRE ESPIRITUALIDADE
E CUIDADOS PALIATIVOS NA ENFERMAGEM SOB A PERSPECTIVA DO PACIENTE

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As publicações apresentadas no Quadro 1 perfazem estudos nacionais e internacionais, sendo 8 em fontes nacionais e 4 em veículos científicos internacionais em países como: Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Quênia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Bélgica, Finlândia e Polônia.

QUADRO 1 – DISTRIBUIÇÃO POR ANO DAS PUBLICAÇÕES SOBRE ESPIRITUALIDADE
E CUIDADOS PALIATIVOS ANALISADOS NESTE ESTUDO

ANOBASES DE DADOSREVISTAAUTORESTÍTULOAMOSTRATIPO DE ESTUDOOBJETIVOSRESULTADOS
2011SciELORev Bras EnfGuerrero GP, Zago MMF, Sawada NO, Pinto MH26Relação entre espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente14 pacientesEstudo qualitativoCompreender a relação entre espiritualidade e o câncer na perspectiva do paciente oncológicoCategorias:
– Descoberta do câncer
– Fé como enfrentamento
– Busca pela cura do câncer
2014LILACSRev Eletr EnfSeredynskyj FL, Rodrigues, RAP, Diniz MA, Fhon JRS27Percepção do autocuidado de idosos em tratamento paliativo15 pacientesPesquisa qualitativaCompreender a percepção do paciente em cuidados paliativos quanto ao autocuidadoCategorias:
– Rede de apoio social;
– Enfrentamento;
– Mudanças;
– Espiritualidade
2016PubMedPsycho-OncologySun V, Kim JY, Irish TL, Borneman T, Rupinder KS, Klein L, et al28Palliative care and spiritual well-being in lung cancer patients and family caregivers475 pacientes e 354 cuidadoresEstudo prospectivoDescrever os resultados de bem-estar espiritual em um projeto que testou a eficácia de uma intervenção interdisciplinar em cuidados paliativosMelhores pontuações na subescala Fé e itens sobre encontrar força e conforto na fé e crenças espirituais se comparado a pacientes não filiados
2017LILACSRev Bras EnfMeneguin S, Matos TDS, Ferreira, MLDSM29Perception of cancer patients in palliative care about quality of life96 pacientesPesquisa quali-quantitativaCompreender a percepção do paciente oncológico em cuidados paliativos quanto à qualidade de vidaQualidade de vida atrelado a: ter saúde; manter forte rede de apoio social; obter boa evolução no tratamento relativo a dor
2017LILACSEsc Anna NeryArrieira ICO, Thofehrn MB, Milbrath VM, Schwonke CRGB, Cardoso DH, Fripp JC30O sentido da espiritualidade na transitoriedade da vida9 pacientesEstudo de abordagem qualitativaCompreender o sentido da espiritualidade para a pessoa em cuidados paliativosCategorias:
– Sentido de continuidade
– Alívio do sofrimento
– Sentido de naturalidade da morte
– Valores de vida
2017LILACSRev Latin-Am. EnfermagemMatos, TDS, Meneguin S, Ferreira MLS, Miot HA31Qualidade de vida e coping religioso-espiritual em pacientes sob cuidados paliativos oncológicos96 pacientesEstudo transversalComparar, avaliar e identificar a qualidade de vida e o coping religioso-espiritual: pacientes em cuidados paliativos oncológicos com participantes sadiosQualidade de vida e bem-estar espiritual ligado ao coping religioso-espiritual; associação entre escores de qualidade de vida e coping religioso-espiritual
2017PubMedJournal of Palliative MedicineHanson, LC, Collichio F, Bernard SA, Wood WA, Milowsky M, Burgess E, et al32Integrating Palliative and Oncology Care for Patients with Advanced Cancer330 pacientesEstudo quantitativoAumentar a comunicação de metas de cuidado (GOC) para pacientes hospitalizados com câncer em estágio IV– Triagem da dor, avaliação /encaminhamento p/ cuidados paliativos
2018LILACSRev SalusvitaCrize LB, Noguez PT, Oliveira SG, Bezerra BCC33Espiritualidade no cuidado de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos8 pacientesEstudo qualitativo descritivo exploratórioConhecer a abordagem espiritual pela enfermagemEspiritualidade apontada pelos pacientes como uma estratégia de enfrentamento da doença
2018LILACSRev Bras EnfRocha, RCNP, Pereira ER, Silva RMCRA, Medeiros AYBBV, Refrande SM, Refrande NA34Spiritual needs experienced by the patient´s family caregiver under Oncology palliative care20 cuidadoresEstudo descritivo, qualitativoCompreender as necessidades espirituais do cuidador de pacientes em cuidados paliativosCategorias:
– Espiritualidade como alicerce à vida
– Necessidades espirituais do cuidador familiar
 – Cuidado esperado pelo enfermeiro
2018PubMedAmerican Journal of Hospice & Palliative MedicineBainbridge D, Seow H35Palliative Care Experience in the last 3 months of life: a quantitative comparison of care providedin residential hospices, hospitals, and the home1.153 cuidadoresEstudo de coorte retrospectivo e observacionalCapturar as experiências dos últimos três meses de vida de cuidados de final de vidaCategorias:
– Vida
– Cuidados paliativos versus outro cenário principal na última semana de vida
– Continuidade do cuidado
– Planejamento antecipado de cuidados
– Apoio ao luto
2018PubMedPalliative MedicineSelman LE, Brighton LJ, Sinclair S, Karvinen I, Egan R, Speck P, et al36Patient´s and caregivers needs, experiences, preferences and research priorities in spiritual care74 pacientesEstudo de grupo focal– Explorar necessidades de cuidados espirituais
– Experiências, preferências e prioridades de pesquisa
Categorias:
– Preocupações espirituais de pacientes e cuidadores
 – Compreensão da espiritualidade e seu papel na doença
2021SciELORev Esc Enf USPBrandao ML, Fritsch TZ, Toebe TRP, Rabin EG37Association between spirituality and quality of life of women with breast cancer undergoing radiotherapy108 pacientesEstudo transversal de caráter quantitativoVerificar a relação entre espiritualidade/religiosidade e qualidade de vida de mulheres com câncer de mamaAssociação positiva entre espiritualidade/religiosidade e qualidade de vida de mulheres com câncer de mama

Categoria temática 1: Cuidado espiritual evidenciado na prática clínica

O cuidado espiritual pode ser entendido como o apoio que os profissionais de saúde ofertam com o intuito de amenizar o sofrimento espiritual, muito embora na prática clínica apenas 6%-28% dos pacientes recebem estes cuidados por parte da equipe, ou seja, dentre outros aspectos, isto se refletirá: com a má qualidade de vida, insatisfação com os cuidados prestados, tratamento mais agressivo e aumento de custos (SELMAN et al36, 2018, pg. 03). 

Diretrizes de prática clínica como as desenvolvidas pelo National Consensus Project for Palliative Care (NCP) e do National Quality Forum evidenciam que o cuidado espiritual pode ser entendido como um componente essencial na qualidade do tratamento oncológico, do diagnóstico ao fim da vida (SUNet al28, 2016, pg. 02).

Seguindo os preceitos da análise de conteúdo de Bardin23 (2016), as unidades de registro (UR) que melhor traduziram a opinião de pacientes/cuidadores quanto ao cuidado espiritual foram:

Ideias centrais:

A- Espiritualidade/religiosidade: 471
B- Significado/propósito de vida: 102
C- Bem-estar: 89
D- Enfrentamento da doença: 72
E- Alívio do sofrimento/dor: 71
F- Crenças e rituais: 46
G- Esperança: 45
H- Conforto: 43
I- Valores/Princípios: 33      

Isto pode ser expresso graficamente conforme apresentado pelo Gráfico 1 a seguir:

GRÁFICO 1 – EXPRESSÕES-CHAVE QUE EVIDENCIAM O CUIDADO ESPIRITUAL NA PRÁTICA CLÍNICA

A espiritualidade se destaca no Gráfico 1 por ser um constructo entendido internacionalmente como tendo a capacidade de integrar todas as dimensões holísticas do cuidado definindo-a como:

(…) um aspecto dinâmico e intrínseco da humanidade através do qual as pessoas buscam significado, propósito e transcendência supremos, e experimentam relacionamento consigo mesmo, família, outros, comunidade, sociedade, natureza e o significado ou sagrado. (SELMAN et al36, p. 2)

Isto contudo não deixa de representar desafios à sua implementação na assistência, uma vez que demanda preparo, conhecimento técnico, experiência e vontade por parte do profissional, para identificar o momento de se abordar ou não sua prática mediante o respeito à vontade expressa do paciente e seus cuidadores, uma vez que não deve ultrapassar os limites éticos legais bem como os exigidos pela instituição (ARRIEIRAet al30, 2017, p. 02). 

Em cuidados paliativos, permitir com que o paciente exerça suas crenças religiosas, especialmente em fase final de vida é algo extremamente significativo a quem está sendo cuidado, uma vez que denota a qualidade da assistência e a valorização humana de quem depreende na expressão da religiosidade uma fonte de conforto e autocuidado (SEREDYNSKYJ et al27, 2014, p. 287;294).

Categoria temática 2: Preocupações do paciente/cuidador referente à terapêutica paliativa

A proposta de cuidados paliativos, visa melhorar a qualidade de vida do paciente/cuidadores, ao buscar o alívio da dor e do sofrimento e o controle dos sintomas aliado ao suporte psicossocial e espiritual (MENEGUIN et al29, 2018, p. 2118).

Resultados de um estudo com 70 cuidadores familiares de pacientes, demonstrou que preocupações existenciais aumentadas são parte do processo do adoecimento do câncer, porém as crenças religiosas promovem bem-estar global e isto pela prática de atividades espirituais que envolvem o exercício da fé e espiritualidade, tais como: orações, leitura da Bíblia, participar de cultos/missas (ROCHA et al34, 2018, p. 2796).

Estes achados se coadunam com depoimentos trazidos pelos próprios pacientes ao demonstrarem suas preocupações quanto ao diagnóstico:

Você fica pensando como vai ser, se você vai sofrer ou se vai morrer. É difícil porque você não sabe. Se a doença quiser vai ser e não depende de você (Sujeito 1) (SEREDYNSKYJ et al27, 2014, p. 291). 

Constata-se que todo tratamento pode proporcionar cura ou a morte, mesmo se tendo em mente que não é possível se ter controle sobre isso, contudo, estes sentimentos podem intensificar o sofrimento do paciente porém, se forem adotadas estratégias de enfrentamento que envolvam a expressão da espiritualidade cada um poderá encontrar seu caminho para lidar com a enfermidade (GUERRERO et al26, 2011, p. 55).

Publicações nacionais e internacionais evidenciam que a angústia espiritual é o sofrimento que se relaciona com a dimensão da pessoa, e envolve aspectos existenciais como a falta de sentido e a desesperança, assim como preocupações religiosas. Este quadro é mais presente em pessoas com doença avançada e está relacionado à má qualidade de vida (SELMAN et al36, 2018, p. 2-3).

Outro achado comparou pessoas saudáveis e pacientes em cuidados paliativos demonstrando que há correspondência direta entre os constructos ‘qualidade de vida’ e ‘coping religioso positivo’; ‘coping religioso negativo’ e ‘prática de religião. Esta última correlação constatou-se com maior prevalência no grupo de participantes saudáveis, demonstrando que a doença em fase terminal representa um momento de fortalecimento e resgate de valores espirituais intrínsecos. Nos últimos dois dias de vida, os fatores que interferiram na percepção de qualidade de vida estiveram ligados a sintomatologia da doença e medo da morte (MATOS et al31, 2017, p. 4).

O Gráfico 2 visa demonstrar, as palavras/expressões que melhor traduzem onde se ancoram, conforme os relatos, seus sentimentos e emoções:

Ideias centrais:

A- Processo saúde x doença: 360
B- Vida/morte: 343
C- Câncer: 236
D- Qualidade de vida: 152
E- Tratamento: 100
F- Diagnóstico: 56
G- Sentimentos ligados à cura: 50
H- Sinais e sintomas: 49

GRÁFICO 2 – PREOCUPAÇÕES CENTRAIS EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS

Categoria temática 3: Focos da equipe de saúde como fonte de planejamento e intervenção em cuidados paliativos 

No contexto da assistência ao paciente em cuidados paliativos, a equipe de saúde atua na promoção do cuidado integral, os artigos analisados trouxeram luz as expressões/palavras que fazem alusão a isto, como expresso pelo Gráfico 3 a seguir:

Ideias centrais:

A- Paciente/cuidador familiar: 623
B- Práticas assistenciais em cuidados paliativos: 424
C- Hospital/centros de tratamento: 106
D- Comunicação eficaz: 32
E- Hospice residencial: 20
F- Cuidado holístico: 07

GRÁFICO 3 – FOCO DAS AÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS

A espiritualidade se inter-relaciona com a assistência paliativa, uma vez que as necessidades diversas e urgentes devido a debilidade dos pacientes e aproximação da morte trazem o medo do desconhecido (CRIZE et al33, 2018, p. 579).

Valorizar as relações interpessoais por meio de uma comunicação eficaz verbal e não verbal com o paciente terminal permitirá identificar as necessidades dele e da família. (SEREDINSKYJ et al27, 2014, p. 291).

Um estudo multicultural conduzido em 11 países pertencentes à África, Ásia, América do Norte e Europa, evidenciou que o relacionamento profissional-paciente inclui a comunicação com sensibilidade sobre espiritualidade, particularmente ao iniciar conversas sobre necessidades de cuidados espirituais e práticas do autocuidado, porém a análise dos resultados dos grupos focais descobriu que a falta de tempo é tida como um obstáculo a tal finalidade (SELMAN et al36, 2018, p. 14-15).

Nos artigos analisados, o conceito de hospice residencial ou atendimento domiciliar é o que melhor traduz estas concepções. Este padrão de atendimento é tido internacionalmente como as instalações de internação autônomas, dedicadas a fornecer cuidados paliativos abrangentes em um ambiente doméstico. Se comparado com os cuidados prestados ambientes comunitários e institucionais como no contexto hospitalar, esta modalidade encontra algumas barreiras para o atendimento ao paciente sobretudo ligado a falta de experiência do cuidador familiar, limites na alocação de serviços, a fragmentação dos serviços multidisciplinares e a maior dificuldade dos prestadores em realizar as visitas domiciliares, esta forma de atendimento ainda encontra poucos estudos de embasamento (BAINBRIDGE e SEOW35, 2018, p. 2).

Se existem desafios a se considerar também há ganhos reais ao paciente, uma vez que evidências apontam que a falta de apoio espiritual por parte das equipes de saúde está diretamente associada a má qualidade de vida, insatisfação quanto a prestação dos cuidados e menor utilização de hospices residenciais como foco de atendimento domiciliar, o que sugere que pode ser benéfico ao paciente em final de vida  receber acolhida em seu ambiente doméstico, uma vez que a adaptação à proposta terapêutica será muito melhor assimilada e redundará em maior engajamento (SELMAN et al36, 2018, p. 3).

Em estudo com 1.153 cuidadores que responderam a uma pesquisa recente, a maioria dos cuidadores (84-89%) classificou a abordagem de cada domínio de apoio (alívio da dor física, alívio de outros sintomas, apoio espiritual e emocional) e geral, para o cuidado ao paciente nos últimos três meses de vida no contexto do hospice como “excelente” ou “muito bom” (BAINBRIDGE e SEOW35, 2018, p. 6).

Limitações do estudo

Sugere-se a realização de estudos que complementem os resultados apresentados sobretudo ao implementar tais achados no contexto da saúde pública brasileira uma vez que os trabalhos se basearam sobretudo em hospitais e centros clínicos particulares; esta concepção pode ampliar a discussão e prover melhores recursos terapêuticos na assistência ao público-alvo em questão.  

Contribuições para a prática

Buscar na literatura práticas interventivas em enfermagem alusiva a espiritualidade ao paciente em cuidados paliativos que possam lhe trazer conforto e qualidade de vida sem interferir em suas crenças e valores pessoais e que denotem algum sentido ou suporte num momento de finitude (BRANDAO et al37, 2021, p. 04).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pôde-se constatar a influência da espiritualidade no cuidado de enfermagem ao paciente oncológico em cuidados paliativos, em conexão frequente ao conceito de qualidade de vida, no qual o cuidador familiar desempenha papel fundamental por ser fonte de apoio e suporte no enfrentamento de tudo o que envolve o processo saúde x doença com suas repercussões sobre as dimensões biopsicossociais do indivíduo, sobretudo se o paciente puder ser acolhido em um ambiente mais familiar, e que não remeta a condição de hospitalização, preceitos estes que o conceito de hospice residencial melhor atende atualmente, conforme evidenciado nos achados.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 Graduanda em Enfermagem pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP/SP.
2 Graduando em Enfermagem pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP/SP.
E-mail: jca1682@gmail.com
3 Enfermeira, Mestre em Ciências Radiológicas pela UNIFESP, professora e pesquisadora do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP/SP.