ESPECTROSCOPIA CEREBRAL POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: AVANÇOS E PERSPECTIVAS

BRAIN MAGNETIC RESONANCE SPECTROSCOPY: ADVANCES AND PERSPECTIVES 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202506101934


Michel Mendes Cardoso da Costa1


Resumo 

A Espectroscopia por Ressonância Magnética (ERM ou MRS) é uma técnica de  neuroimagem não invasiva que permite a análise bioquímica e metabólica do  cérebro in vivo, complementando a informação anatômica da RM convencional.  Esta revisão bibliográfica analisa os avanços recentes (2022-2025) e as  perspectivas futuras da MRS cerebral, com base em 20 artigos de alto impacto  (Qualis A ou equivalente). Abordam-se os progressos em técnicas de aquisição (ex:  MRS funcional relacionada a eventos – fMRS, campo ultra-alto – UHF, 31P-MRS) e  análise (incluindo inteligência artificial), bem como a expansão das aplicações  clínicas em neuro-oncologia (diferenciação tumor/necrose), transtornos  psiquiátricos (esquizofrenia), doenças neurodegenerativas (Alzheimer), e  desenvolvimento cerebral pediátrico. Discutem-se também os desafios  remanescentes, como a necessidade de padronização e validação clínica, e o  potencial da integração multimodal e da IA para consolidar a MRS como ferramenta  essencial na medicina de precisão neurológica. 

Palavras-chave: Espectroscopia por Ressonância Magnética; Cérebro;  Neuroimagem; Metabolismo Cerebral; Biomarcadores; Avanços Tecnológicos.

Abstract 

Magnetic Resonance Spectroscopy (MRS) is a non-invasive neuroimaging  technique that allows for the biochemical and metabolic analysis of the brain in vivo,  complementing the anatomical information from conventional MRI. This literature  review analyzes recent advances (2022-2025) and future perspectives of brain  MRS, based on 20 high-impact articles (Qualis A or equivalent). Progress in  acquisition techniques (e.g., event-related functional MRS – fMRS, ultra-high field – UHF, 31P-MRS) and analysis (including artificial intelligence) are addressed, as well  as the expansion of clinical applications in neuro-oncology (tumor/necrosis  differentiation), psychiatric disorders (schizophrenia), neurodegenerative diseases  (Alzheimer’s), and pediatric brain development. Remaining challenges, such as the  need for standardization and clinical validation, and the potential of multimodal  integration and AI to consolidate MRS as an essential tool in neurological precision  medicine, are also discussed. 

Keywords: Magnetic Resonance Spectroscopy; Brain; Neuroimaging; Brain  Metabolism; Biomarkers; Technological Advances.

Introdução 

A Espectroscopia por Ressonância Magnética (ERM ou MRS, do inglês Magnetic  Resonance Spectroscopy) consolidou-se como uma ferramenta não invasiva  singular na neurociência e na prática clínica, oferecendo uma janela única para a  bioquímica e o metabolismo do cérebro in vivo. Diferentemente da Ressonância  Magnética (RM) convencional, que primariamente fornece informações anatômicas  e estruturais, a MRS permite a detecção e quantificação de diversos metabólitos  cerebrais, como N-acetilaspartato (NAA), colina (Cho), creatina (Cr), mio-inositol  (mI), glutamato e glutamina (Glx), lactato (Lac) e ácido gama-aminobutírico (GABA).  Esses metabólitos atuam como biomarcadores de integridade neuronal,  metabolismo energético, turnover de membrana celular, osmorregulação e neurotransmissão, fornecendo insights fisiopatológicos cruciais em uma vasta gama  de condições neurológicas e psiquiátricas (KARA; KANTARCI, 2024; CECIL;  SALINAS, 2025). 

Nas últimas décadas, a MRS transcendeu seu papel inicial como ferramenta de  pesquisa, encontrando aplicações clínicas cada vez mais relevantes. Sua  capacidade de diferenciar perfis metabólicos anormais tem sido explorada no  diagnóstico diferencial de tumores cerebrais, na distinção entre recorrência tumoral  e necrose pós-radiação (ALMUSAEDI et al., 2023), na investigação de doenças  neurodegenerativas como Alzheimer (JETT et al., 2023) e Parkinson, no estudo de  transtornos psiquiátricos como esquizofrenia (STEIN et al., 2023; MURRAY et al.,  2024) e depressão, na avaliação de lesões cerebrais traumáticas, doenças  infecciosas e metabólicas, e no monitoramento do desenvolvimento cerebral fetal e  neonatal (HUI et al., 2025). 

Contudo, a complexidade da aquisição e do pós-processamento dos dados de MRS,  juntamente com desafios inerentes à baixa concentração de alguns metabólitos e à  necessidade de correção para diversos fatores de confusão, historicamente  limitaram sua ampla adoção clínica. Recentemente, uma confluência de avanços  tecnológicos e metodológicos tem revitalizado o campo, prometendo superar muitas  dessas limitações e expandir o horizonte de aplicações da MRS. O desenvolvimento  de sequências de pulso mais robustas e rápidas, a disponibilidade de equipamentos  de RM de campo ultra-alto (UHF), a emergência da MRS funcional (fMRS) capaz  de detectar mudanças metabólicas dinâmicas relacionadas a eventos  (KOOLSCHIJN et al., 2023), a exploração de núcleos além do próton (como o Fósforo-31, 31P-MRS) (JETT et al., 2023), e a aplicação crescente de técnicas de  inteligência artificial (IA) e deep learning (DL) para otimização da aquisição,  processamento e quantificação espectral (AGGARWAL et al., 2023) representam  marcos significativos. 

Diante desse cenário dinâmico, esta revisão bibliográfica tem como objetivo analisar  criticamente a literatura científica recente (últimos três anos, 2022-2025), com foco  em artigos de alto impacto (Qualis A ou equivalente), para delinear os avanços mais  significativos na espectroscopia cerebral por ressonância magnética e discutir suas  perspectivas futuras. Serão abordados os progressos em técnicas de aquisição e  análise, as novas fronteiras em aplicações clínicas (incluindo oncologia, psiquiatria,  neurodegeneração e pediatria), a integração com outras modalidades de  neuroimagem e o potencial translacional da MRS como ferramenta para  biomarcadores e medicina de precisão no contexto neurológico. A análise busca  fornecer uma visão atualizada e abrangente do estado da arte, destacando tanto as  conquistas quanto os desafios remanescentes para a plena realização do potencial  da MRS cerebral. 

Desenvolvimento 

A Espectroscopia por Ressonância Magnética (MRS) tem testemunhado avanços  notáveis nos últimos anos, impulsionados tanto por melhorias no hardware e  software quanto por abordagens metodológicas inovadoras. Esses progressos têm  refinado a capacidade da técnica de sondar a neuroquímica in vivo com maior  precisão, resolução e escopo, abrindo novas fronteiras para a pesquisa e aplicação  clínica. 

Avanços Técnicos e Metodológicos 

Um dos desenvolvimentos mais impactantes é a evolução das sequências de pulso  e das estratégias de aquisição. A busca por maior sensibilidade, melhor resolução  espectral e aquisição mais rápida tem levado à otimização de sequências clássicas  como PRESS (Point Resolved Spectroscopy) e STEAM (Stimulated Echo  Acquisition Mode), bem como ao desenvolvimento de técnicas mais avançadas. A  espectroscopia funcional relacionada a eventos (event-related fMRS) representa um  salto qualitativo, permitindo a medição de mudanças dinâmicas em neuroquímicos,  como o GABA, em escalas de tempo de segundos, relevantes para processos  cognitivos (KOOLSCHIJN et al., 2023). Isso contrasta com a MRS tradicional, que  promedia sinais ao longo de minutos, obscurecendo flutuações rápidas. Koolschijn  et al. (2023) fornecem um guia detalhado para o desenho experimental e análise de  dados de fMRS, destacando seu potencial para investigar a base neuroquímica da computação neural. 

A exploração de campos magnéticos mais altos, especificamente a RM de campo  ultra-alto (UHF-MRI, ≥7 Tesla), também promete revolucionar a MRS. O aumento  da intensidade do campo magnético resulta em maior separação entre os picos  espectrais (resolução espectral) e maior relação sinal-ruído (SNR), possibilitando a  detecção e quantificação mais confiável de metabólitos de baixa concentração ou com sinais sobrepostos (WIJTENBURG et al., 2025; SASSANI et al., 2024). Embora  desafios técnicos como inomogeneidade do campo B0 e B1 e deposição de energia  (SAR) persistam, os benefícios potenciais para a MRS, incluindo a capacidade de  estudar núcleos como 31P com maior eficiência (JETT et al., 2023), são  substanciais. 

A espectroscopia de outros núcleos além do próton (1H), como o Fósforo-31 (31P MRS), oferece informações complementares cruciais. A 31P-MRS permite a  avaliação direta da bioenergética mitocondrial (medindo ATP, PCr, Pi) e do  metabolismo de fosfolipídios de membrana (PME, PDE), aspectos não acessíveis  pela 1H-MRS. Jett et al. (2023) revisaram sistematicamente estudos de 31P-MRS  no envelhecimento e na Doença de Alzheimer (DA), destacando seu potencial para  identificar disfunções bioenergéticas precoces como biomarcadores da doença. 

Além disso, avanços no pós-processamento e quantificação espectral são  fundamentais. A padronização de protocolos e o desenvolvimento de softwares de  análise mais robustos e automatizados são essenciais para garantir a  reprodutibilidade e a comparabilidade entre estudos (MURRAY et al., 2024). A  aplicação de inteligência artificial (IA) e deep learning (DL) emerge como uma  ferramenta poderosa neste contexto, com potencial para melhorar a qualidade  espectral, acelerar a quantificação e até mesmo auxiliar na interpretação dos  resultados (AGGARWAL et al., 2023). No entanto, a necessidade de modelos  explicáveis (XAI) e validação rigorosa é crucial para sua translação segura para a  clínica. 

Aplicações Clínicas: Expandindo Fronteiras 

Os avanços técnicos têm impulsionado a aplicação da MRS em diversas áreas  clínicas, fornecendo biomarcadores não invasivos para diagnóstico, prognóstico e  monitoramento terapêutico. 

Neuro-oncologia: A MRS desempenha um papel crucial na caracterização de  tumores cerebrais. A capacidade de diferenciar entre tumores de alto e baixo grau,  identificar tipos histológicos específicos com base em perfis metabólicos (ex:  aumento de Cho, redução de NAA, presença de lactato ou lipídios) e,  fundamentalmente, distinguir a recorrência tumoral da necrose pós-radiação  (radionecrose) são aplicações bem estabelecidas (ALMUSAEDI et al., 2023;  IACOBAN et al., 2024). A meta-análise de Almusaedi et al. (2023) confirmou que as  razões Cho/NAA, Cho/Cr e NAA/Cr são preditores eficazes para diferenciar  recorrência de necrose, auxiliando na tomada de decisões clínicas. Em pediatria, a  MRS, juntamente com outras técnicas avançadas de RM, é fundamental para a  avaliação não invasiva de tumores cerebrais, complementando a RM convencional  (IACOBAN et al., 2024). A integração com PET usando traçadores de aminoácidos  e abordagens de radiômica/radiogenômica promete uma caracterização tumoral  ainda mais precisa (IACOBAN et al., 2024; MHANNA et al., 2025). 

Transtornos Psiquiátricos: A MRS tem sido amplamente utilizada para investigar  as bases neuroquímicas de transtornos como a esquizofrenia. Estudos recentes  focaram no metabolismo energético e no estresse oxidativo. Stein et al. (2023) revisaram estudos de MRS (1H e 31P) que apontam para uma disfunção  bioenergética progressiva na esquizofrenia, com evidências de redução na  atividade da creatina quinase e na razão redox (NAD+/NADH), sugerindo uma  mudança para a glicólise e disfunção mitocondrial. A investigação do sistema  antioxidante, particularmente a glutationa (GSH), também é uma área ativa. Murray  et al. (2024), em uma meta-análise, encontraram uma redução significativa de GSH  medida por MRS em pacientes com esquizofrenia estável, embora não no grupo  geral de psicose, destacando a importância do estágio da doença e a necessidade  de padronização metodológica. As perspectivas do NIMH apontam a fMRS e a MRS  em UHF como direções futuras promissoras para a neuroimagem em saúde mental  (WIJTENBURG et al., 2025). 

Doenças Neurodegenerativas e Envelhecimento: A MRS oferece insights sobre  a perda neuronal (via NAA), inflamação/gliose (via mI) e disfunção metabólica em  doenças como Alzheimer (DA). A revisão de Jett et al. (2023) sobre 31P-MRS  enfatiza o potencial desta técnica para detectar alterações precoces na  bioenergética mitocondrial (OXPHOS) e no metabolismo de membranas no  envelhecimento e na DA, complementando as informações obtidas com 1H-MRS e  FDG-PET. A capacidade de identificar esses marcadores in vivo é crucial para a  detecção precoce e o desenvolvimento de terapias. 

Desenvolvimento Cerebral e Pediatria: A MRS é uma ferramenta valiosa para  monitorar o desenvolvimento bioquímico normal do cérebro fetal e neonatal e para  avaliar o impacto de condições de alto risco. Hui et al. (2025) revisaram  extensivamente o papel da 1H-MRS nesta área, destacando sua aplicação no  estudo da maturação cerebral normal (mudanças em NAA, Cho, Cr) e na avaliação  de condições como encefalopatia hipóxico-isquêmica (HIE), prematuridade extrema  e cardiopatias congênitas. A MRS fetal in utero também representa uma fronteira  em expansão. Estudos como o de Zasada et al. (2024) utilizam MRS para investigar  alterações metabólicas em modelos animais de condições perinatais, como a  exposição à hipóxia-isquemia, buscando entender mecanismos e testar  intervenções. 

Outras Aplicações: A versatilidade da MRS permite sua aplicação em uma miríade  de outras condições neurológicas, incluindo doenças desmielinizantes (como  esclerose múltipla, onde alterações em NAA e Cho são observadas), epilepsia  (investigando foco epileptogênico e alterações metabólicas interictais), doenças  infecciosas (identificando marcadores específicos de patógenos ou inflamação) e  erros inatos do metabolismo. 

Perspectivas Futuras e Desafios 

Apesar dos avanços significativos, a espectroscopia cerebral por RM ainda enfrenta  desafios e oferece vastas oportunidades para desenvolvimento futuro. A plena  realização de seu potencial clínico depende da superação de obstáculos técnicos e  da validação contínua de suas aplicações. 

Uma das perspectivas mais promissoras reside na integração multimodal. A  combinação da informação metabólica da MRS com dados de outras modalidades de neuroimagem, como RM funcional (fMRI) para atividade hemodinâmica, RM de  difusão (DWI/DTI) para microestrutura, Arterial Spin Labeling (ASL) para perfusão,  e PET para receptores ou metabolismo específico (ex: FDG, traçadores de  aminoácidos), pode fornecer uma compreensão muito mais holística da função e  disfunção cerebral (WIJTENBURG et al., 2025; IACOBAN et al., 2024). Abordagens  como PET-MRI simultâneo e EEG-fMRI/MRS representam fronteiras excitantes  nesta área. 

A padronização de protocolos de aquisição, processamento e quantificação  continua sendo um desafio crucial para a comparabilidade entre centros e a  validação de biomarcadores (MURRAY et al., 2024; SASSANI et al., 2024).  Iniciativas colaborativas e o desenvolvimento de diretrizes consensuais são  essenciais para aumentar a robustez e a confiabilidade da MRS, especialmente  para aplicações clínicas em larga escala. A MRS Consensus Group (MRSC) tem  trabalhado nesse sentido, publicando recomendações para aquisição e análise. 

O avanço contínuo da tecnologia de RM, incluindo hardware (gradientes mais  fortes, bobinas otimizadas) e software (sequências de pulso mais eficientes,  técnicas de correção de movimento), continuará a impulsionar a MRS. A  disseminação da tecnologia de campo ultra-alto (UHF), apesar de seus próprios  desafios, tem o potencial de melhorar drasticamente a sensibilidade e a resolução  espectral, permitindo a detecção de novos biomarcadores ou a medição mais  precisa dos já existentes (WIJTENBURG et al., 2025; SASSANI et al., 2024). 

A Inteligência Artificial (IA) e o Deep Learning (DL) estão preparados para  transformar o campo da MRS (AGGARWAL et al., 2023). Aplicações incluem a  melhoria da qualidade espectral (denoising, remoção de artefatos), aceleração da  aquisição (permitindo MRSI de alta resolução ou fMRS mais rápidas), automação  da quantificação (substituindo ou complementando métodos como LCModel) e até  mesmo auxílio na interpretação diagnóstica e prognóstica baseada nos perfis  metabólicos. A validação rigorosa e a garantia de explicabilidade (XAI) são, no  entanto, pré-requisitos indispensáveis para a adoção clínica segura. 

A Espectroscopia Funcional (fMRS) relacionada a eventos ainda está em seus  estágios iniciais, mas seu potencial para mapear a dinâmica neuroquímica durante  processos cognitivos é imenso (KOOLSCHIJN et al., 2023; WIJTENBURG et al.,  2025). A superação dos desafios relacionados à baixa SNR e à necessidade de  paradigmas experimentais robustos permitirá investigar questões fundamentais  sobre neurotransmissão, plasticidade e metabolismo energético em tempo real. 

Finalmente, a tradução clínica efetiva da MRS requer não apenas robustez técnica,  mas também a demonstração clara de seu valor agregado em relação às  ferramentas diagnósticas existentes e seu impacto nas decisões terapêuticas e nos  desfechos dos pacientes. Estudos longitudinais prospectivos e ensaios clínicos que  incorporem a MRS como endpoint ou biomarcador são necessários para validar seu  papel em diferentes cenários clínicos, desde a oncologia até as doenças  neurodegenerativas e psiquiátricas.

Conclusão 

A Espectroscopia por Ressonância Magnética cerebral percorreu um longo caminho  desde suas origens como técnica de pesquisa, estabelecendo-se como uma  ferramenta poderosa e versátil para a investigação não invasiva da neuroquímica in  vivo. Os avanços recentes em hardware, sequências de pulso, métodos de análise  e a integração com inteligência artificial têm superado muitas das limitações  históricas, expandindo significativamente seu alcance e precisão. 

A capacidade da MRS de fornecer biomarcadores metabólicos únicos tem  demonstrado valor clínico em diversas áreas, incluindo a caracterização de tumores  cerebrais, o diagnóstico diferencial de lesões, a investigação de doenças  neurodegenerativas e psiquiátricas, e o monitoramento do desenvolvimento  cerebral. Técnicas emergentes como a fMRS e a MRS em campo ultra-alto,  juntamente com a exploração de outros núcleos como o 31P, prometem aprofundar  ainda mais nossa compreensão dos processos fisiopatológicos subjacentes a uma  vasta gama de condições neurológicas. 

No entanto, desafios relacionados à padronização, validação clínica em larga escala  e integração efetiva nos fluxos de trabalho radiológicos ainda precisam ser  abordados para que a MRS atinja seu pleno potencial translacional. A colaboração  entre pesquisadores, clínicos e indústria, focada na robustez metodológica e na  demonstração do valor clínico, será fundamental para o futuro da espectroscopia  cerebral. 

Em suma, a MRS cerebral continua a ser um campo vibrante de inovação. As  perspectivas futuras apontam para uma técnica cada vez mais precisa, rápida e  integrada, capaz de fornecer informações bioquímicas cruciais para a medicina de  precisão no diagnóstico e tratamento das doenças do cérebro, consolidando seu  papel indispensável na caixa de ferramentas da neuroimagem moderna. 

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1Biomédico, especialista em diagnóstico por imagem pela Faculdade Israelita Albert Einstein. Email: michel.costa@einstein.br