EPIDEMIOLOGIA, PREVALÊNCIA E HISTÓRICO DE LESÕES EM GRUPO DE CICLISTAS AMADORES

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10576625


Jhonata Marcos Ferreira1; Vinícius Fabel Urbinati 2; Dr. Igor Frank das Neves 3; Lucas Martins Silva 4; Julio Cezar Lucas Ferreira da Silva Junior 5; Jorge Taylor Morais Secaf Filho 6; Dr. Guaracy Carvalho Filho 7; Anderson Nagoya8; José Otávio Santos Horta.9


RESUMO

O ciclismo é caracterizado como meio de transporte, lazer e atividade física fundamental para manter o corpo saudável e para contribuir na prevenção e no tratamento de doenças. No entanto, a sua prática pode demandar muito esforço físico e/ou pode gerar lesões traumáticas ou atraumáticas significativas. Desse modo, com o aumento desse esporte na última década, o estudo em questão objetiva analisar os fatores envolvidos entre a prática e as lesões musculoesqueléticas ou traumáticas, bem como o desenvolvimento de planos de prevenção. Desenvolver-se-á em locais mais frequentados pelo grupo de praticantes em São José do Rio Preto, como em Parques Municipais, e plataformas virtuais. O projeto foi encaminhando e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FAMERP (CAAE 55885822.0.0000.5415). Os praticantes responderam a um questionário que aborda: identificação, frequência e intensidade que se pratica ciclismo, execução de outros esportes, acompanhamento com profissionais e presença de lesões. Após as coletas de dados, os instrumentos foram tabulados e submetidos a estatísticas descritivas e inferenciais com nível de significância de 0,05.

Palavras-chave: Ciclismo; Perfil epidemiológico; Lesões

INTRODUÇÃO

O ser humano busca, desde a antiguidade, um modo de facilitar sua permanência e locomoção no espaço terrestre. Dentre as criações feitas pelo homem, a bicicleta gradativamente se apresenta como um dos meios de transporte, lazer e atividade física que evoluiu e adaptou-se às mudanças cotidianas do indivíduo.¹ Sendo que, na última década, o número de praticantes de ciclismo vem crescendo consideravelmente. ²

Sabe-se que o aumento de praticantes é estimulado pela ciência, visto que o ciclismo é fundamental para manter o corpo saudável e contribuir na prevenção e tratamento de doenças.3,4 Em estudo realizado com crianças e jovens, durante e após o tratamento de câncer infantil, foi implementado treinamento aeróbico, anaeróbico, de força ou misto durante os primeiros cinco anos do diagnóstico. As atividades ocorreram por meio de intervenção de treinamento físico, como ciclismo, tendo efeitos de intervenção positivos significativos, como melhora da fadiga, no IMC, aumento da densidade óssea, e aspectos positivos na qualidade de vida de alguns indivíduos em comparação ao grupo controle que recebeu apenas o tratamento padrão para câncer. 5

No entanto, vale ressaltar que o ciclismo é considerado um esporte que possui alto risco de lesões musculares, quedas ou acidentes com veículos automotores. Os fatores determinantes para os riscos de lesões podem ser intrínsecos e extrínsecos.

Os fatores extrínsecos incluem equipamentos, ajuste biomecânicos, treinamento e técnica de pilotagem, já os fatores intrínsecos são decorrentes do alinhamento anatômico do ciclista, principalmente dos membros inferiores. As lesões traumáticas mais comuns no ciclismo incluem traumatismo craniano, fraturas de dedos, punhos, clavícula, cabeça do rádio, ombros e os membros inferiores. Além disso, algumas lesões relacionadas por overuse, são tendinite do tendão de aquiles, dor lombar, dor cervical, tendinite patelar, dor patelofemoral, tendinite do quadríceps, síndrome da banda iliotibial e fascite plantar.2,,6,7,8,9,10,11

Baseando-se em fatores extrínsecos que geram essas lesões, alunos da Universidade Federal do Pará buscaram comparar sedentários com atletas, com a finalidade de observar o grau de suscetibilidade de fadiga e, com isso, lesão muscular. Após seus estudos em campo notaram que o esforço subjetivo percebido, avaliado pela escala de Borg, foi significativamente maior no grupo sedentário. Observou-se também que os músculos utilizados por esse grupo apresentaram níveis de variação do Root Mean Square e Median Frequency superiores aos do grupo treinado.  Além disso, participantes não treinados tiveram maior frequência cardíaca de repouso em comparação com os treinados.  Desse modo, concluíram que os participantes sedentários têm maior probabilidade de apresentar fadiga e, com isso, lesões e que os participantes treinados têm se esforçado menos para realizar a mesma atividade.7 Vale ressaltar em relação à fadiga que, anteriormente, muitas pesquisas associaram as limitações da performance ciclística a fatores fisiológicos, biomecânicos, ambientais, mecânicos e psicológicos. A partir desses fatores, foram desenvolvidos modelos lineares relacionados à fadiga, dentre os quais: Modelo Cardiovascular, Modelo de Suprimento energético, Modelo de Fadiga neuromuscular, entre outros. Dessa forma, muitas das pesquisas que se seguiram foram feitas com uma perspectiva reducionista de causa e efeito para a fadiga, atribuindo a ela apenas uma causa. Contudo, cientistas descobriram que a performance ciclística é limitada, na verdade, não apenas por uma fadiga em específico, mas por mais de um tipo de fadiga associada, dentre as mencionadas, dando origem a um Modelo não linear e complexo relacionado à fadiga.12

Outro fator que deve ser destacado é a postura do ciclista, visto que é, também, responsável por lesões nos praticantes. Sabe-se que no ciclismo, a bicicleta deve ser adaptada ao indivíduo, quer ao nível da sua geometria, proporcionando ao ciclista maior controle sobre a mesma e melhorando a sua aerodinâmica, quer ao nível do conforto que a bicicleta deve proporcionar ao ciclista para que possa usá-la durante longos períodos de tempo em circunstância ergonomicamente favorável.4,13,14,15

Nesse sentido, um estudo realizado acerca da prevalência de lesões em praticantes de ciclismo indoor, uma atividade aeróbia realizada sobre uma bicicleta estacionária, concluiu que as lesões mais frequentes são na região lombar, nos joelhos e pernas, explicado pelo fato da postura ao assentar sobre o selim da bicicleta ser errônea, promovendo uma carga excessiva na região da coluna lombar, além do fato de esta atividade requerer uma maior movimentação na articulação do joelho no momento da pedalada e promovendo movimentos repetitivos com rotações (envolvendo o joelho, quadril e tornozelo) e estabilizadores (coluna lombar e torácica).16

Ademais ao exposto acima, uma revisão etiológica acerca da lombalgia em ciclistas, uma disfunção comum entre estes praticantes (acometendo cerca de 30 a 60%), demonstra como principais causas: a flexão excessiva do tronco sustentada por longos períodos, o que ocorre principalmente nas modalidades triathlon, estrada (road bike) e montanha (mountain bike), nessa ordem de prevalência; a inadequação das dimensões dos componentes da bicicleta ao ciclista gerando desarmonia nas áreas de contato deste com a bicicleta (pelve-selim, mãos-guidão e sapatilha-pedal), já que ao trabalharem em posição muito alongada, os músculos da coluna tendem a produzir menos força e, consequentemente, comprometem a manutenção postural, podendo gerar fadiga e dor; a fraqueza da musculatura lombo-pélvica, que por ser uma região de transição de forças entre os membros superiores e inferiores, um desequilíbrio musculoesquelético pode ocasionar sobrecarga na coluna lombar, levando a fadiga precoce e lombalgia; a discrepância estrutural (membros inferiores com diferentes comprimentos) ou funcional (adaptação funcional na pedalada ou desequilíbrio na produção de força aplicada no pedal) do ciclista; o déficit de flexibilidade muscular, entendido como o encurtamento muscular, uma alteração musculotendínea que pode ser revertida por alongamento, considerando que uma diminuição da amplitude de movimento em uma articulação leva a compensação em outra, além de contribuir para alteração na postura do ciclista; e os desvios posturais que podem estar relacionados à compressão do disco intervertebral e tração nas cápsulas articulares, resultando em tensão muscular ou deformação ligamentar.17

Desse modo, diante a tantos fatores que podem levar a lesões aos ciclistas, nota-se a real necessidade de um estudo que embarca tal tema, porém um desafio que deve ser superado é, hoje, a subnotificação, a qual é tão presente.11,18

Assim, o conhecimento sobre ciclismo e lesões causadas por bicicletas deve ser colocado em prática para que possamos melhorar a saúde pública e prevenir acidentes debilitantes no ciclismo, já que os acidentes causam enormes prejuízos à vida das pessoas e prejuízos significativos à sociedade. 19,20,21

OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é investigar o perfil epidemiológico dos atletas amadores ou praticante regulares de ciclismo, seu histórico em relação às atividades esportivas, sua rotina de treinos, seus hábitos e a incidência de lesões durante essa prática buscando identificar a correlação entre esses fatores e as lesões por estruturas e tecidos corporais mais acometidas.

Além disso, o trabalho tem como objetivo secundário identificar padrões de associação entre características pessoais, experiência prévia com esportes, horas de prática semanal, e a incidência de lesões.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado de um estudo quantitativo e exploratório desenvolvido, inicialmente, em diversos parques e ciclovias, por meio do Termo de Consentimento (ANEXO 1) e o Questionário (ANEXO 2), ambos presentes na plataforma virtual Google Forms. A pesquisa se iniciou em Março de 2022 e terminou em Agosto de 2022. Foi entrevistado 104 ciclistas. O intuito foi o colhimento de informações para a análise estatística.

Critérios de inclusão: indivíduos acima de 18 anos, praticantes regulares ou atletas, independente do sexo, condições socioeconômicas, etnia, foi obrigatório a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Critérios de exclusão: foram excluídos da amostra os indivíduos em condição de gravidez, portadores de doença reumática não controlada, os que apresentaram diagnóstico clínico de doenças crônicas degenerativas e os candidatos que não apresentaram critério de inclusão acima descrito.

O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa da FAMERP para análise e aprovado (CAAE 55885822.0.0000.5415)

O Questionário Online (ANEXO 2) contempla questões que buscam caracterizar a pessoa pesquisada, embasando em dados pessoais, atividades físicas praticadas e antecedentes médicos.22,23

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados foram analisados usando-se os programas estatísticos Statistical Package For Social Sciences (SPSS, IBM, versão 24.0), GraphPad Instat 3.10 (2009) e Prisma 6.07 (2015).

A análise estatística descritiva foi realizada a partir dos cálculos das medidas de tendência central, dispersão e contagens de frequências.

Para a análise estatística inferencial das variáveis quantitativas foi utilizado o Teste de Kolmogorov Simirnov para verificação da normalidade dos dados. As comparações das variáveis quantitativas foram realizadas aplicando-se o teste de Mann-Whitney. Já as comparações de frequências foram realizadas utilizando-se o Teste de Qui-quadrado de Pearson.

Em todas as análises, um valor P≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS

Foram preenchidos um total de 104 questionários, (70 homens [67,3%] 34 mulheres [32%]). A média de idade dos ciclistas armadores foi de 40,6 anos, sendo a variação de 18 – 68 anos. A maioria dos atletas estavam na faixa etária de 30-50 anos [56,6%]. A média de altura foi de 172 cm, a média de peso foi de 74,9 quilogramas, e a média do índice de massa corporal (IMC) foi de 25,2 kg/m2. A maioria, 48 pessoas, referiram rotinas trabalhistas basicamente sedentárias, caracterizado por várias horas sentado e pequenos períodos de caminhada sem exercício físico [46,1%], 35 [33,6%] referiram que trabalha em pé e andando, porém sem esforço físico, 21 [20,1%] referiram que trabalha em pé e andando, com esforço físico, e nenhum dos participantes tem o trabalho braçal e pesado (TABELA 1).

Em relação à prática prévia de atividade física 14 pessoas [14,4%] responderam que não praticava qualquer tipo de atividade antes de iniciar o ciclismo, enquanto 90 [86,5%] praticavam, 29 [27,8%] praticavam atividade 1-2 vezes por semanas, 41 [39,4%] praticavam atividades 3-4 vezes por semana, 20 [19,2%] praticavam mais que 4x por semana. Entre aqueles que praticavam atividade física prévia ao inicio do ciclismo 75 [72,1%] responderam que praticavam por mais de 3 anos, 16 [15,3%] praticavam entre 1-3 anos, e 13 [12,2%] praticavam por menos de 1 ano. 43 [41,3%] responderam que praticava mais de 1 esporte antes de iniciar o ciclismo, dentre os esportes mais praticados musculação, futebol e corrida foram os mais praticados, considerando que cada participante poderia escolher mais de uma resposta nesse item. Quando perguntado sobre o nível de competição praticado entre os participantes dos esportes acima descritos, 66 [63,4%] responderam não competitivo, 33 [31,7%] responderam competitivo amador, 4 [3,8%] competitivo universitário e 1 [0,9%] praticava competitivo profissional. (TABELA 2).

Tabela 1. Perfil epidemiológico de atletas amadores de ciclismo (N=106)

Em relação aos motivos aos quais levaram os participantes iniciar o ciclismo, levando em consideração que poderia ter mais de uma resposta, a grande maioria se deu pela qualidade de vida com 72 respostas [69,2%], 39 [37,5%] pelo aumento do condicionamento físico, 31 [29,8%] por recomendação de outro participante, 12 [11,5%] por recomendação médica, 9 [8,6%] por estética, 5 [4,8%] por recomendação de professores, personal trainers, preparadores físicos, 10 [9,6%] por curiosidade, e aproximadamente 1% por dores no joelho, doença artrodegenerativas e obesidade.

Em relação ao tempo da prática de ciclismo, 81 [77,8%] referiram que praticam há mais de 2 anos, 13 [12,5%] praticam de 1 ano e meio a 2 anos, 3 [ 2,8%] de um ano a um ano e meio, 5 [4,8%] de 6 meses a 1 ano, 2 [1,9%] iniciaram de 1 mês há 6 meses e 2 [1,9%] tem menos de um mês de inicio da pratica do ciclismo.

A frequência por semana que os atletas praticam ciclismo foi relatado por 16 [15,3%] uma vez por semana, 23 [22,1%] praticam duas vezes por semana, 24 [23%] praticam três vezes por semana, 18 [17,3%] praticam 4 vezes por semana, 13 [12,5%] praticam cinco vezes por semana, 8 [7,6%] praticam seis vezes por semana, 2 [1,9%] praticam 7 vezes por semana.

Sobre a prática de outras atividades físicas além do ciclismo, levando em consideração que poderia ser marcado mais de uma resposta, 88 [84,6%] fazem outro tipo de atividade física. 9 [8,6%] fazem triathlon, 31 [29,8%] fazem corrida, 20 [19,2%] fazem natação, 46 [44,2%] fazem musculação, 3 [2,8%] fazem artes marciais, 2 [1,9%] fazem yoga, 9 [8,6%] fazem futebol e 1% fazem tênis e hidroginástica. A frequência por semana com que os entrevistados fazem outra atividade física foi 32 [30,7%] praticam 1-2 vezes por semana. 

Quando perguntado sobre o acompanhamento com algum profissional da saúde para melhora do desempenho, 48 [46,1%] não fazem acompanhamento, 27 [25,9%] fazem seguimento com nutricionista 23 [22,1%] com preparador físico, 4 [3,8%] com médico nutrólogo, 2 [1,9%] com fisioterapeuta.

Em relação as análises cruzadas comparando lesões com o perfil epidemiológico dos entrevistados, a tabela 3 demonstrou alta significância no que tange lesões promovidas pela prática do ciclismo (p=0,000). No entanto, não demonstrou significância nas demais relações.

Tabela 3. Análise do risco de lesões (N =104)

DISCUSSÃO

O ciclismo vem se tornando popular ao longo dos anos, atraindo milhares de pessoas para realização de sua prática regular. Diante disso, o número de lesões e acidentes vem aumentando exponencialmente.

No presente estudo foi observado um grande aumento no número de mulheres praticantes em relação a outros estudos, porém os dados encontrados estão em concordância com outras pesquisas, as quais fazem menção à maior utilização da bicicleta pelos homens em relação às mulheres (GEIPOT, 1986; OSBRG et al., 1998; BACCHIERI et al., 2005). Segundo Grieco et al. (1994), tal observação é deduzida por existir, em muitas culturas, um preconceito contra as mulheres ciclistas.26,27

Houve um predomínio dos praticantes entre a 3ªe 4ª década de vida, sendo a mediana encontrada na pesquisa de 41 anos, o que demonstra um envelhecimento da média de idade dos usuários de bicicleta no Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – GEIPOT (2001), que era de 32 anos em 2001.

Os participantes demonstraram ser eutróficos (IMC < 25Kg/m2) em sua grande maioria. A ocupação trabalhista dos mesmos exige pouco esforço físico, um dos motivos que os levaram a procurar o ciclismo que é um esporte cientificamente comprovado para prevenção de doenças cardiovasculares e melhora da saúde corporal.

Neste estudo foi encontrada uma incidência global de lesões no ciclismo de 56,7% aproximadamente, indicando um resultado 3 vezes maior em relação ao que foi obtido pelo de Souza DL², uma vez que o encontrado em seu estudo, foi a proporção de 16,9% de lesionados durante a prática esportiva.

Comparando esse trabalho com a atividade física mais popular no Brasil, o futebol, encontram-se taxas de lesões um pouco mais elevadas no futebol, de 57% a 61,8%, chegando ao dobro da incidência de lesões, sendo que ambos os estudos apenas consideram uma temporada de treinos, tanto em atletas amadores quando profissionais.24,25

Este estudo apresenta limitações, pois foi distribuído presencialmente e eletronicamente com o objetivo de abranger um maior público, o que pode gerar um viés de seleção, pois pessoas que sofreram algum tipo de lesão podem se sentir mais inclinados a responder o questionário. Além disto, depende-se da interpretação de lesão pelo participante, sendo que dores musculares tardias podem ser interpretadas erroneamente como lesões, e tais dores são extremamente comuns em atividades de alta intensidade.

CONCLUSÃO

Em suma, o ciclismo é um esporte que vem se tornando mais popular e que requer grande esforço físico e o praticante está sujeito a diversas lesões tanto musculoesquelética por sobrecarga quanto por acidentes traumáticos. Com o aumento gradativo no número de ciclistas, o número absoluto de lesões vai aumentar consequentemente. Medidas como ajuste biomecânicos corporal, equipamentos, treinamento, técnica de pilotagem, além do alinhamento anatômico dos ciclistas são importante para evitar tais tipos de lesões músculo-esqueléticas.

A experiência do ciclista é um fator determinante para se evitar tanto lesões musculoesqueléticas como também acidentes contra veículos automotores, choque contra anteparo fixo ou quedas.

A prática do ciclismos em ambientes seguros ou bem sinalizados em vias públicas tem grande influência para a diminuição no número de acidentes. Portanto, é importante a conscientização de uma prática segura e responsável por parte dos ciclistas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Araújo PB, Tomaz AF. SINTOMATOLOGIA OSTEOMUSCULAR DOLOROSA EM CICLISTAS NOTURNOS DE CAMPINA GRANDE (PB). TEMA-Revista Eletrônica de Ciências (ISSN 2175-9553). 2014 Apr 16;14(20; 21).
  2. de Souza DL. PREVALÊNCIA DE LESÕES NO CICLISMO. As emana de Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes-SEMPESq-Alagoas. 2019(7).
  3. Di Alencar TA, de Sousa Matias KF, do Couto Aguiar B. Lesões Agudas em Ciclistas. Revista Movimenta ISSN.;5(3):2012.
  4. Lima LM, Bublitz FM. Sistema de Adequação Ciclistas Recreativos Ergonômica para Ciclistas Recreativos. InAnais do XVIII Simpósio Brasileiro de Computação Aplicada à Saúde 2018 Jul 26. SBC.
  5. Braam KI, van der Torre P, Takken T, Veening MA, van Dulmen‐den Broeder E, Kaspers GJ. Physical exercise training interventions for children and young adults during and after treatment for childhood cancer. Cochrane database of systematic reviews. 2016(3).
  6. Scholten AC, Polinder S, Panneman MJ, Van Beeck EF, Haagsma JA. Incidence and costs of bicycle-related traumatic brain injuries in the Netherlands. Accident Analysis & Prevention. 2015 Aug 1;81:51-60.
  7. Dos Santos RD, e Costa FC, Saraiva TS, Callegari B. Muscle fatigue in participants of indoor cycling. Muscles, ligaments and tendons journal. 2017 Jan;7(1):173.
  8. de Lima Nunes JP, Anselmo CI, de Sousa NT. AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE A BIOMECÂNICA DO CICLISTA E A PREVALÊNCIA DE LESÕES EM DIFERENTES MODALIDADES DO CICLISMO. SEMPESq-Semana de Pesquisa da Unit-Alagoas. 2021 Nov 12(9).
  9. Lanferdini FJ, Vaz MA. Influence of muscle fatigue on the pedaling kinetic and kinematics in different cycling protocols: a scoping review. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 2021 Dec 3;43.
  10. Okamoto Y, Morikawa S, Okamoto F, Mitamura Y, Ishikawa H, Ueda T, Sakamoto T, Sugitani K, Sawada O, Mori J, Takamura Y. TRAFFIC ACCIDENT–RELATED OPEN GLOBE INJURIES. Retina. 2019 Apr 1;39(4):779-85.
  11. Mjåland O, Nygaard A, Storm-Larsen C, Brommeland T. Cycling-related injuries at Sørlandet Hospital, Kristiansand. Tidsskrift for Den norske legeforening. 2019 Nov 26.
  12. Abbiss CR, Laursen PB. Models to explain fatigue during prolonged endurance cycling. Sports medicine. 2005 Oct;35(10):865-98.
  13. Bini R, Hume PA, Croft JL. Effects of bicycle saddle height on knee injury risk and cycling performance. Sports medicine. 2011 Jun;41(6):463-76.
  14. Shen G, Zhang S, Bennett HJ, Martin JC, Crouter SE, Fitzhugh EC. Effects of knee alignments and toe clip on frontal plane knee biomechanics in cycling. Journal of sports science & medicine. 2018 Jun;17(2):312.
  15. Fortuna P. Prevalência de lesões músculo-esqueléticas em ciclistas. Bachelor’s thesis. 2017 Jun: 1-16.
  16. Rienda AS, Moreira RA, de Oliveira Castro H, de Oliveira Pires F. Prevalência de lesões em praticantes de ciclismo indoor. Lecturas: Educación física y deportes. 2012(170):8-10.
  17. Di Alencar TA, Matias KF, Bini RR, Carpes FP. Revisão etiológica da lombalgia em ciclistas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 2011;33:507-28.
  18. Airaksinen NK, Nurmi-Lüthje IS, Kataja JM, Kröger HP, Lüthje PM. Cycling injuries and alcohol. Injury. 2018 May 1;49(5):945-52.
  19. Olivier J, Creighton P. Bicycle injuries and helmet use: a systematic review and meta-analysis. International journal of epidemiology. 2017 Feb 1;46(1):278-92.
  20. Røise O. Cycling is good for you, but there are risks involved. Tidsskrift for Den norske legeforening. 2019 Sep 9.
  21. Peter L, Hong CC, Daniel P, Aoyama R, Murphy D, Kuan WS. Bicycle-related injuries in paediatric patients. Annals of the Academy of Medicine, Singapore. 2018;47(10):424-8.
  22. Ferreira BD, de Jesus Marques J, Santos TR. Prevalência e fatores associados à dor e ao histórico de lesões musculoesqueléticas em skatistas. Revista Brasileira de Ortopedia. 2021 Oct;56(05):567-73.
  23. Sprey J. CROSSFIT NO BRASIL: O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PRATICANTE. Dissertação. São Paulo. 2019.
  24. Nilstad A, Andersen TE, Bahr R, Holme I, Steffen K. Risk factors for lower extremity injuries in elite female soccer players. Am J Sports Med. 2014;42:940- 8. 19.
  25. Sousa P, Rebelo A, Brito J. Injuries in amateur soccer players on artificial turf: a one-season prospective study. Phys Ther Sport. 2013;14(3):146-51.
  26. OSBERG, J. S; STILES, S. C; ASARE, O. K. Bicycle safety behavior in Paris and Boston. Accident Analysis & Prevention, v. 30, p. 87-679, sep. 1998.
  27. GRIECO, M.; TURNER, J.; KWAYKE, E. A. A tale of two cultures: ethnicity and cycling behavior in urban Ghana. In: 73rd ANNUAL MEETING OF THE TRANSPORTATION RESEARCH BOARD. Washington D.C., jan. 1994.

ANEXOS

ANEXO 1: 

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Modelo em acordo com a Resolução n° 466/12 – Conselho Nacional de Saúde)

Título do estudo: Epidemiologia, prevalência e histórico de lesões em grupo de ciclistas amadores

Você está sendo convidado a participar do estudo científico, por se apresentar praticante do ciclismo, que poderá aumentar o conhecimento a respeito da epidemiologia (perfil dos atletas ou dos praticantes regulares) e as principais incidências de lesões nesse esporte, com o título “Epidemiologia, prevalência e histórico de lesões em grupo de ciclistas amadores”.

Esse estudo será realizado para fornecer dados e busca aperfeiçoar, futuramente, o tratamento desse grupo de pessoas.

Do que se trata o estudo?

Esse projeto tem o intuito de  investigar o perfil dos atletas ou praticante  regulares de ciclismo no Brasil, seu histórico em relação às atividades esportivas, sua rotina de treinos, seus hábitos e a incidência de lesões durante essa prática, buscando identificar a correlação entre esses fatores e as lesões por estruturas e tecidos corporais mais acometidas, faixa etária e sexo

Como será realizado o estudo?

O estudo será realizado da seguinte maneira: abordaremos atletas amadores ou praticantes regulares de ciclismo em locais que se concentram, como Parques Municipais, ciclovias e represas com a finalidade de convidá-los a responder um questionário que se baseia na epidemiologia, histórico e possíveis lesões dos ciclistas. No entanto, apenas os dados daqueles que se encaixam nos critérios de inclusão serão utilizados, sendo descartados os que preencham ao menos um critério de exclusão. Neste projeto o papel dos voluntários é de responder aos questionários, fornecendo informações acerca da temática do estudo.

Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo.  

Quando for necessário utilizar os dados nesta pesquisa, a privacidade será preservada, já que os dados não serão divulgados.

Os dados coletados serão utilizados apenas em pesquisas de cunho científico e os resultados divulgados em eventos ou revistas científicas serão apenas para fins de estudo.

Esses procedimentos são desconfortáveis ou geram riscos?

Os procedimentos poderão trazer os seguintes riscos: possíveis constrangimentos frente às questões dos instrumentos.

O que acontece com quem não participa do estudo?

 Não acontecerá nada caso não queira participar desse estudo.

Será aceita a sua recusa em participar dessas pesquisas, assim como a sua desistência a qualquer momento, sem que lhe haja qualquer prejuízo de continuidade de qualquer tratamento nessa instituição, penalidade ou qualquer tipo de dano à pessoa. Será mantido total sigilo sobre a identidade e em qualquer momento o participante poderá desistir do estudo em questão.

 Não terá nenhum tipo de despesa por participar da pesquisa, durante todo o decorrer do estudo, porém quaisquer despesas que ocorram, como transporte e alimentação, serão custeadas por André Luiz Braga Calais Correia Pinto e Igor Frank das Neves. Também não receberá pagamento por participar destas pesquisas.

O participante será acompanhado de forma integral, estando livre para perguntar e esclarecer suas dúvidas em qualquer etapa deste estudo.

Em caso de dúvidas ou problemas com a pesquisa poderá procurar o pesquisador responsável: Jhonata Marcos Ferreira pelo e-mail jhonata.ferreira@edu.famerp.br ou ainda pelo telefone: (14)996236019. O pesquisador pode ser encontrado no endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 5416 – Vila São Pedro, São José do Rio Preto – SP, 15090-000, nos horários de 08:00 a 12:00 e 14:00 às 17:00.

Para maiores esclarecimentos, o Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da FAMERP (CEP/FAMERP) está disponível no telefone: (17) 3201-5813 ou pelo email: cepfamerp@famerp.br, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 5416 em São José do Rio Preto/SP no horário de funcionamento das 7:30 às 16:30 de segunda à sexta.

 O CEP (Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos) é um grupo formado por pessoas que trabalham ou não com pesquisa e que realizam a revisão ética inicial e contínua do estudo para manter sua segurança e proteger seus direitos.

Declaro a compreensão deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento.

____________________________________                    ____________________________________

 Jhonata Marcos Ferreira                                                  Dr. Guaracy Carvalho Filho

(Pesquisador Responsável)                                                    (Orientador)

__________________________________________________________________________________

Participante da Pesquisa
(Nome e Assinatura)

ANEXO 2

Questionário Epidemiologia, prevalência, e histórico de lesões em grupo de ciclistas amadores

Nome completo:
E-mail:
Sexo:
Idade:
Altura (M):
Peso (kg):

  1. Que tipo de esforço físico seu trabalho envolve:
  1.  Basicamente sedentário
  2. Trabalho que requer muitas horas de pé e andando, porém não requer esforço físico.
  3. Trabalho que requer muitas horas de pé e andando, e também levantar e carregar pesos
  4. Trabalho braçal e pesado.
  • 2) Há quanto tempo pratica Ciclismo?
  1. Menos de 1 mês
  2. De 1 a 3 meses
  3. De 3 a 6 meses
  4. De 6 meses a 1 ano
  5. De 1 ano a 1 ano e meio
  6. De 1 ano e meio a 2 anos
  7. Mais que 2 anos
  • 3) Em média, quantos dias por semana pratica o Ciclismo?
  1. 1
  2. 2
  3. 3
  4. 4
  5. 5
  6. 6
  7. 7
  • 4) Em média, quanto tempo dura seu treino?
  1. 15 minutos
  2. 30 minutos
  3. 45 minutos
  4. 60 minutos
  5. 75 minutos
  6. 90 minutos
  7. 105 minutos
  8. 120 minutos
  9. Mais que 120 minutos

5) Você participa de competições de Ciclismo?

  1. sim
  2. não

6) Em média, quantos dias por semana você descansa? (Não pratica nenhum tipo de atividade física)

  1. 0
  2. 1
  3. 2
  4. 3
  5. 4
  6. 5
  7. 6

7) Você pratica outro esporte além de Ciclismo? Se sim, qual? (marque todos que praticar)

  1. Não
  2. Futebol
  3. Basquete
  4. Vôlei
  5. Corrida
  6. Natação
  7. Triathlon
  8. Musculação
  9. Fisiculturismo
  10. Escalada
  11. Artes Marciais
  12. MMA
  13. Remo
  14. Tênis
  15. outros

8) Quantas vezes por semana pratica outra atividade física além do Ciclismo?

  1. 0
  2. 1
  3. 2
  4. 3
  5. 4
  6. 5
  7. 6
  8. 7

9) Com qual frequência praticava atividades físicas antes de iniciar o Ciclismo? (dias por semana)

  1. 0
  2. 1
  3. 2
  4. 3
  5. 4
  6. 5
  7. 6
  8. 7

10) Por quanto tempo praticou atividades físicas antes de iniciar o Ciclismo?

  1. 0-6 meses
  2. 6-12 meses
  3. 1 ano-1 ano e meio
  4. 1 ano e meio-2 anos
  5. 2 anos-2 anos e meio
  6. 2 anos e meio-3 anos
  7. Mais que 3 anos

11) Qual esporte praticava antes de iniciar o Ciclismo? (marque todos que praticava)

  1. Não praticava
  2. Futebol
  3. Basquete
  4. Vôlei
  5. Corrida
  6. Natação
  7. Triathlon
  8. Musculação
  9. Fisiculturismo
  10. Escalada
  11. Artes Marciais
  12. MMA
  13. Remo
  14. Tênis

12) Em que nível você praticava estes esportes

  1. Não competitivo
  2. Competitivo amador
  3. Competitivo universitário
  4. Competitivo profissional

13) Por que começou a praticar Ciclismo? (Marque todos aplicáveis)

  1. Estética
  2. Ganho de condicionamento físico
  3. Qualidade de vida
  4. Recomendação médica
  5. Recomendação de professores, personal trainers, preparadores físicos
  6. Recomendação de outros praticantes
  7. Curiosidade
  8. outros

14) Você faz acompanhamento com algum profissional da saúde para melhorar seu rendimento?

  1. Não
  2. Nutricionista
  3. Médico do Esporte
  4. Médico Nutrólogo
  5. Preparador físico
  6. Outros

15) Você já ingeriu bebida alcoólica antes ou durante a prática do Ciclismo?

  1. sim
  2. não

16) Para melhor padronização será considerada lesão esportiva APENAS as situações que tenham resultado em um ou mais dos itens a seguir:  1) Necessidade de procurar algum profissional da área da saúde para diagnosticar, tratar ou acompanhar a lesão ocorrida.  2) Necessidade de afastamento total das atividades físicas por uma semana ou mais.  3) Necessidade de modificação do treinamento ou gesto esportivo (em intensidade, duração, frequência ou qualquer outra variável) por duas semanas ou mais.

  1. compreendido
  2. Não compreendido

17) Tendo em vista estes conceitos, você já apresentou alguma lesão durante a prática de Ciclismo?

  1. sim
  2. não

18) Caso tenha apresentado alguma lesão, você precisou: (Marque todos aplicáveis)

  1. Se afastar completamente da prática de qualquer outra atividade física por mais de 1 semana.
  2. Modificar seu treinamento normal em duração, intensidade ou qualquer outra característica por mais de 2 semanas.
  3. Procurar algum profissional da saúde para investigar, diagnosticar ou tratar a lesão
  4. Nunca apresentou nenhuma das situações acima.

19) Você já apresentou algum dos acidentes mencionados? (Marque todos aplicáveis)

  1. queda de bicicleta
  2. colisão bicicleta x bicicleta
  3. colisão bicicleta x carro
  4. colisão bicicleta x moto
  5. colisão bicicleta x anteparo fixo

 20) Em relação à pergunta anterior, houve algum tipo de lesão? (Lembrar o conceito de lesão supracitado na questão 16)

  1. sim
  2. não

1Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

2Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

3Fellowship em ombro e cotovelo no Instituto Vita

4Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

5Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

6Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

7Professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

8Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil

9Estudante de graduação de Medicina, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Brasil