EPIDEMIOLOGY OF COLON NEOPLASIA IN ELDERLY INDIVIDUALS IN BRAZIL FROM 2018 TO 2022 AND IT’S IMPACT ON MENTAL HEALTH
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11618101
Yago Studart de Lima¹; Carmen Costa Zamarian2; Ana Beatriz Freire Santos3; Emillen Correia Cianca4; Lucas Araújo Ferreira5.
Resumo
O Câncer Colorretal (CCR) é uma neoplasia maligna que afeta o cólon ou o reto, sendo o quarto tipo de câncer mais incidente no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Este artigo destaca a relevância epidemiológica do CCR, especialmente entre os idosos, que enfrentam maior risco de desenvolver a doença devido a fatores como idade avançada, obesidade e histórico familiar da doença. A descrição epidemiológica revela uma maior incidência de CCR entre homens de raça branca, na faixa etária de 60 a 69 anos, com um aumento significativo de casos em 2022. A compreensão desses padrões epidemiológicos é crucial para orientar políticas públicas eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento do CCR, visando melhorar o manejo clínico e reduzir o impacto da doença na saúde pública e no sistema de saúde.
Palavras-chave: Epidemiologia. Câncer de Cólon. Idosos.
1 INTRODUÇÃO
O Câncer Colorretal (CCR) é uma neoplasia maligna que se inicia no cólon ou no reto, esta combinação de duas neoplasias iniciadas em dois locais distintos em uma única classificação ocorre devido às muitas características em comum entre ambos os tipos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), conforme publicado na “Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil”, este tipo de câncer é o quarto mais incidente no Brasil. Ademais, considerando-se neoplasias que atingem ambos os sexos, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o CCR é o terceiro câncer mais incidente no cenário global ¹,²,³.
A principal via de formação do CCR é a adenoma-carcinoma, embora nem todos os adenomas se desenvolvam em câncer. Em segundo lugar, temos a via serrilhada, que envolve os pólipos serrilhados, que abrangem os pólipos hiperplásicos, os pólipos serrilhados sésseis e os adenomas serrilhados tradicionais. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer são a idade superior a 50 anos, a obesidade, a ausência de um estilo de vida com prática de exercícios físicos, o fumo passivo ou ativo, o consumo elevado de sal e carne vermelha e histórico familiar ⁴,⁵,⁶.
Embora o Câncer Colorretal seja tradicionalmente mais incidente em faixas etárias mais elevadas, com cerca de 90% dos casos ocorrendo em indivíduos com mais de 50 anos, tem-se observado nas últimas décadas um aumento da incidência de tal neoplasia maligna em adolescentes e jovens adultos. Esse aumento de incidência nesses grupos vem sendo associado à uma ausência de exames de busca de CCR e a problemas referentes ao estilo de vida adotado por tais indivíduos, como a alimentação. Em idosos, o câncer de cólon costuma ocorrer no cólon direito e apresentar uma velocidade de crescimento muito superior à dos jovens, além de ser mais incidente ⁷,⁸,⁹,¹⁰.
Entre as principais sintomatologias de alerta do CCR, embora não sejam específicos para esse tipo de câncer, se destacam a mudança de hábitos intestinais (ocorrência de diarreia ou constipação), anemia, perda de peso sem explicação, presença de fezes escuras ou com sangue visível, aparecimento de uma massa abdominal e ocorrência de dor ou desconforto abdominal ¹¹.
Segundo a Associação Americana de Psicologia, o CCR costuma envolver graves problemas na saúde mental dos pacientes, pois pode resultar em problemas emocionais, redução da disposição, falta de energia, disfunção sexual, problemas intestinais, queda do funcionamento social e baixa autoestima corporal, com esse último ocorrendo principalmente em indivíduos que passam a precisar utilizar uma bolsa de colostomia. Assim, há uma chance significativa de uma queda do bem-estar físico e mental dos indivíduos acometidos por tal tumor ¹².
O tratamento do câncer de cólon pode envolver o tratamento cirúrgico (ressecção endoscópica no estádio 0, a colectomia com linfadenectomia nos estádios I, II e III, ou ainda a ressecção da lesão primária com base nos sintomas locais para o estádio IV não candidato à cura), a quimioterapia adjuvante para os estádios II e III, a radioterapia adjuvante para pacientes com margens comprometidas e recidiva locorregional em 15-19% dos pacientes após ressecções colônicas. Após o tratamento bem-sucedido, os pacientes precisam de acompanhamento médico a cada 3 ou 6 meses, para a realização do acompanhamento da doença e um possível retorno ¹³,¹⁴.
Além do seu impacto na vida dos pacientes, o CCR, assim como outros tipos de tumores malignos, precisa de profissionais especializados e equipamentos de alta tecnologia, resultando em elevados custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o INCA, os gastos federais atuais despendidos pelo SUS é de 545,22 milhões de reais, com previsão de que em 2030 esse valor aumente para 1.026,07 milhões de reais por ano ¹⁵. Dessa forma, é fundamental a discussão sobre CCR visto sua alta incidência no cenário brasileiro, os seus impactos físicos e mentais para os pacientes e o alto custo gerado ao SUS.
2 METODOLOGIA
Este é um estudo epidemiológico transversal e ecológico, com abordagem quantitativa, que utilizou dados sobre casos notificados de neoplasia de Cólon no Brasil entre o período de 2018 e 2022. Os dados foram obtidos a partir da Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acessado por meio do TABNET.
Para a coleta de dados, as variáveis deste estudo foram distribuídas em idade, período, óbitos, regiões do Brasil, sexo e cor. Os dados do SIH/SUS foram, posteriormente, compilados em tabelas no programa Microsoft Excel para uma posterior análise. Uma vez que foram utilizados dados secundários de domínio público, conforme o inciso III da Resolução nº 510/2016, não houve a necessidade de submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa.
3 RESULTADOS
Foram registrados um total de 149.817 internações, que foram divididos de acordo com suas características sociodemográficas entre 2018 e 2022, onde o ano com maior número de casos foi 2022, com um total de 34.666 (23,1%) do total de casos. Na categorização por sexo, em todos os anos analisados, os idosos do sexo masculino apresentaram um maior número de internações, destacando o ano de 2022 com 16.139 registros de internação. Quanto a faixa etária observa-se um maior número de internações de 60 a 69 anos (53,8%), já por cor/raça 85.444 (58%) registros pertencem a cor/raça branca (Tabela 1).
Em relação ao número de óbitos pela doença, a faixa etária mais comprometida ainda é a de 60 a 69 anos, registrando 5.960 óbitos no período de 2018 a 2022, o que é equivalente a 40,8% do total de óbitos em idosos, e a faixa superior a 80 anos com cerca de 21,9% dos registros totais (Tabela 2).
As internações ocorreram de maneira mais significativa na região Sudeste, cerca de 69.162 nesse período, seguido pela região Sul, com 50.898, onde ambas regiões representam 81,5% do total de internações, enquanto a região Norte teve o menor número de registros (2.244) internações por essa neoplasia em idosos. A região Sudeste, que se destacou com o maior número de notificações, teve seu ápice de casos em 2022, com 15.130 internações registradas, equivalente a um aumento de 16% em relação ao ano de 2018 (Tabela 3)
4 DISCUSSÃO
No que tange a epidemiologia em relação ao sexo, foi observado na coleta de dados que os homens idosos possuem o maior número de internações quando comparados a mulheres da mesma faixa etária. Mesmo com uma crescente de casos entre os anos de 2018 e 2022 de 4.815, essa proporção majoritariamente masculina se manteve. Esse achado é ratificado por estudos¹⁶ sobre a prevalência de diagnóstico e tipos de câncer em idosos, que utilizaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013, o estudo afirma que os idosos que relataram algum tipo de diagnóstico de neoplasia eram em sua maioria homens (54,3%).
Outrossim, segundo estimativas2 é de se esperar para 2023-2025 o aparecimento de 72 mil casos de tumores malignos em homens por ano, sendo que a neoplasia de cólon e reto ocupa segundo ou terceiro lugar, isso corrobora com a constatação da vulnerabilidade masculina nesse perfil. Sendo assim, essa condição revela a necessidade de ser analisado pelo Ministério da Saúde os fatores que resultam nesses números, levantando questionamentos sobre como os homens tratam sua saúde e se a informação sobre tal neoplasia é ampla para todos os indivíduos.
O acompanhamento de indicadores em relação à cor/raça sinaliza um acometimento maior da população branca (58%), com um aumento durante os períodos vistos, e uma queda entre 2019 e 2022, provavelmente devido a pandemia do COVID-19 que comprometeu os registros e notificações. Entretanto, em relação a estudos nos Estados Unidos¹⁷, ressaltam a incidência acentuada e os maiores números de mortalidade acometendo a comunidade afro-descendente, sendo superior a 20%, quando comparados com a população branca em relação ao CCR.
Os autores¹⁷ afirmam que além de haver maior diagnóstico há também um acentuamento da doença de forma mais precoce. Nesse contexto, a predominância racial por questões de desigualdade no acesso ao cuidado, inconsistências no rastreio e em fatores socioeconômicos, além de fatores genéticos, os quais se somam aos ambientais, e que ressaltam a necessidade de se entender quais as especificidades da comunidade negra que as predispõe a esse acentuado número de caso e mortalidade.
No cenário dessa pesquisa, no Brasil há uma realidade contrária à vista na norte americana, segundo os dados do artigo sobre a prevalência de diagnósticos e tipos de câncer em idosos¹⁶, é verificado a presença de diagnóstico de câncer nos indivíduos majoritária do sexo masculino, cor branca, com cônjuge, sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, não possuía plano de saúde, teve o diagnóstico da doença com 60 anos ou mais. Logo diferente do que foi ressaltado anteriormente, essa pesquisa corrobora com os dados recolhidos que levantou um acentuado número de prevalência na população branca.
Sobre a questão regional nos levantamentos com o DATASUS, as regiões com maiores prevalências são Sudeste e Sul com mais de 81% dos diagnósticos. Esses números são persistentes, visto que são estimados 704 mil casos de câncer, que se concentram nas regiões Sudeste e Sul, já que somam 70% dessa incidência nos anos de 2023-20252.
Os dados captados são consolidados quando analisados demais pesquisas, nesse quadro18 também estimou para 2020-2022 maiores incidências do câncer de CCR estando em primeiro lugar na região Sudeste para homens e mulheres, já na região Sul é o terceiro tumor mais frequente, ademais as estimativas de 2018-2020 mantiveram essa predominância com 70% dos casos somados nessas mesmas regiões segundo o instituto19. Logo, o cenário entre 2018 e 2022, mantém a prevalência nas regiões citadas, assim como sua incidência entre os anos de 2023 e 2025 aparecem ainda concentradas nessas regiões.
Ademais, problemas com subnotificações ou escassez de tecnologias favoráveis afligem essas buscas de casos em determinadas regiões20, quando analisada as questões regionais, é apontado na conclusão a persistência de uma realidade de desigualdades geográficas, o que pode afetar a aplicação da saúde plena em regiões mais pobres, com obstáculos financeiros e políticos, como também ressaltado na publicação, ao perceber a notória diferença de capacidade de autofinanciamento nos serviços de saúde em cada estado e município. Contudo, toda variável deve ser analisada para que haja ações de saúde que tratam as necessidades de cada região, observando se são dados compatíveis ou se trata de um reflexo do sucateamento da saúde em determinadas regiões que não alcançam diagnósticos e notificações assertivas.
No presente estudo foi visto que a idade mais acometida pela doença foi a faixa etária de 60 a 69 anos, responsável por 53,8% de todas as internações registradas, ao passo que a população acima de 80 anos, foi a menos atingida, correspondendo apenas 10,9% de todos os casos. Assim, consonante ao que foi observado²¹, onde foi avaliado a incidência da doença nos cidadãos estadunidenses, à medida em que a população envelhece, há uma tendência de aumento no número de diagnósticos de câncer de cólon, especialmente naqueles indivíduos com mais de 65 anos.
Ainda como visto anteriormente21, foi revelado que o avanço da idade, de forma geral, está correlacionado com desfechos desfavoráveis no tratamento do câncer de cólon, assim como pontuado por outros autores²², a qual aponta que, quando se trata especificamente desse tipo de câncer, uma maior sobrevida é observada em indivíduos com menos de 40 anos.
Outros autores²², também foram concordantes aos resultados apresentados por nossa pesquisa, uma vez que foi observado a existência de um pico de prevalência da doença até meados da oitava década de vida, que diminui de forma constante a partir de então. Dessa maneira, como evidenciado em diversos estudos²¹’²²’²³, não só a idade avançada é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cólon, mas também outras variáveis estão diretamente ligadas à prevalência dessa patologia, como é o caso de condições genéticas, por exemplo.
No entanto²³, os fatores desencadeantes para a incidência de câncer colorretal, evidencia que não é associada a fatores hereditários, bem como a ocorrência dessa forma esporádica, parece aumentar com o avanço da idade, tornando-se mais comum após os 60 anos, e, até 90% de todos esses casos são diagnosticados em pacientes depois da quinta década de vida. Dessa forma, nestes pacientes, não há um histórico familiar significativo de CCR, por isso, outros fatores são atribuídos ao desenvolvimento da doença, como retocolite ulcerativa, polipose adenomatosa, Doença de Crohn, dietas com alto teor calórico e ricas em gorduras provenientes de animais e carboidratos refinados, hábitos de vida que envolvem sedentarismo, tabagismo, obesidade e a doença inflamatória intestinal.
Os resultados do presente estudo também evidenciaram que, dentre as 149.817 internações registradas no período analisado, o ano com maior número de casos por neoplasia de cólon foi em 2022 com 34.666 casos, e, se comparado ao ano de 2018, houve um aumento de 27,2% de casos até o último ano descrito. Este achado está de acordo com o que foi relatado por estudos pregressos que analisaram um intervalo de tempo anterior ao nosso trabalho²⁴. Neste mesmo estudo, projetou-se que nos anos seguintes à 2015, este cenário poderia piorar, com incidências ainda mais elevadas daquelas avaliadas até 2015, atribuídas a maus hábitos alimentares e estilo de vida.
No que diz respeito aos óbitos, os resultados levantados por esse trabalho apontam que, a mortalidade total por câncer de cólon nos 5 anos de análise foi de 14.589, e a faixa etária mais acometida foi a de 60 a 69 anos, além de constatar também, o aumento do número de mortes a cada ano avaliado. Dessa maneira²⁵, é explanado que todos os pacientes diagnosticados com a doença, 60 a 70% descobrem o câncer já em processo avançado e tardio, fato esse que implica na intratabilidade da moléstia, corroborando para uma alta taxa de mortes entre essa população.
Também²⁵ explica que, no Brasil, embora o CCR seja amplamente incidente, não há a implementação de qualquer programa de rastreamento para indivíduos assintomáticos no âmbito do SUS, e atualmente, as políticas de saúde pública se concentram principalmente no câncer de mama e no câncer do colo do útero. No entanto, diferentemente do que observado em nosso país, os Estados Unidos, o Japão e a França apresentaram taxas decrescentes de incidência e mortalidade de câncer colorretal nos últimos anos, como destacado pelo estudo²⁶, este efeito, em parte, pode ser atribuído à implementação de programas de rastreamento de longa data e detecção precoce do câncer colorretal nesses países.
Dessa maneira²⁷, também debate que a identificação precoce do CCR pode resultar em melhorias na taxa de sobrevivência. No entanto, explica que a atual estrutura da rede de cuidados oncológicos brasileiros ainda não possibilita um acesso oportuno e equitativo ao diagnóstico e tratamento do câncer, apesar do aumento no número de instalações especializadas na área médica. A realidade do sistema de saúde pública no Brasil tem sido caracterizada por investimentos inadequados ou mal direcionados, uma taxa de adoção limitada de novas tecnologias e um acesso restrito a tratamentos eficazes. Todos esses fatores contribuem para diagnósticos do câncer em estágios mais avançados.
Uma consideração crucial evidenciada pelo estudo²⁸, é o impacto na saúde mental dos pacientes diagnosticados com esse tipo específico de câncer, bem como a qualidade de vida subsequente. A complexidade do diagnóstico e do tratamento, somada à incerteza em relação ao prognóstico, aumenta a carga psicológica enfrentada por esses indivíduos. Além disso, a escassez de informações adequadas e suporte clínico e psicológico nesse cenário, podem intensificar tais afecções mentais.
Concordante a isso²⁹, adiciona ainda que, a qualidade de vida desses pacientes é substancialmente afetada devido à presença de sintomas debilitantes da própria doença, como fadiga e dificuldade para realizar atividades diárias. Esses fatores influenciam adversamente a saúde mental, culminando em ansiedade, depressão e deterioração do bem-estar psicológico. Ademais, também pontua que o diagnóstico por si só, frequentemente suscita preocupações quanto à mortalidade, e, por isso, a consciência ampliada da finitude da vida pode desencadear sentimentos de medo e angústia, que levam a questões existenciais profundas.
É enfatizado³⁰ também que é imperativo integrar uma abordagem multidisciplinar que inclua serviços de apoio psicológico na gestão do câncer de cólon em idosos no contexto brasileiro. A implementação de intervenções terapêuticas, como terapias individuais e em grupo, além de estratégias de apoio familiar, é essencial para mitigar os desafios de saúde mental que esses pacientes enfrentam. Contudo, deve-se ter em mente que o acesso limitado a serviços de saúde mental no Brasil representa uma barreira significativa, o que reforça a necessidade de medidas políticas que visem à ampliação do acesso a cuidados psicológicos apropriados para a população idosa com câncer de cólon.
O DATASUS, fonte de informação desse estudo, serve como coletor secundário e apresenta fatores de distorção de dados ao sofrer com subnotificações e preenchimentos inconsistentes, sendo assim uma limitação do estudo com possíveis resultados subestimados. Entretanto, por ser uma rede de informação oficial do Ministério da Saúde oferece maior confiabilidade e consistência nos seus dados oferecidos, além de ter uma abrangência em nível nacional.
5 CONCLUSÃO
A neoplasia de cólon possui uma relevância epidemiológica significativa, visto que é o quarto tipo de câncer mais frequente no Brasil, e foi a patologia responsável por 149.817 óbitos entre idosos nos anos de 2018 a 2022. Assim sendo, deve ser considerado ações que entendam o porquê desses dados, se essa população está sujeita a algum fator de risco a essa neoplasia ou se a notificação está sendo devidamente feita não marginalizando outros grupos raciais, a partir disso aplicar ações de controle e diagnóstico precoce propostos, com destaque na informação, ampliando para sociedade a conscientização sobre o tema, seus principais modos de prevenção e sintomas para seu reconhecimento.
Com relação ao total de internações, a região Sudeste se destaca entre as demais regiões, o que se relaciona com a subnotificação e a escassez de tecnologias de diagnóstico em comparação com as demais regiões do Brasil. Por meio desse mapeamento epidemiológico dessa patologia, é possível orientar e intensificar políticas públicas de prevenção, diagnóstico e terapêutica em relação à neoplasia de cólon, tendo em mente o perfil dos pacientes acometidos.
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¹Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Campus Centro de Ciências da Saúde; e-mail: yagostudart@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – UNIFAE; Campus Faculdade de Medicina; e-mail: carminhazamarian@hotmail.com
3Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Brasil; Campus Faculdade de Medicina; e-mail: freiresantosanabeatriz@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Campus Faculdade de Medicina; e-mail: emillencianca0608@gmail.com
5Graduado em Biomedicina pela Centro Universitário FIBRA; Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários da Universidade Federal do Pará; Campus Belém-Guamá; e-mail: lucas.parasitologist@gmail.com