ACTIVE AGING: PHYSICAL ACTIVITY IN THE ELDERLY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410301052
Iasmym Barros Da Silva Zani1
Gabriel Henrique Cavalaro Bacanelli2
Fabrícia Gonçalves Amaral Pontes3
Melina Silverio Gutierrez Soares4
Georthon Pereira Lacerda5
Mayk Sander da Silva Guimaraes Batista6
Geslaine de Freitas Dias7
Joyce Almeida Ne da Silva8
Paulo Victor Dias9
Jairo Oliveira Santos10
Francisco leandro de lima11
Cristiano signorini laitarte12
João Victor Correa Borges13
Maria Vitória Fontana De Freitas14
Ananda Gama Silva15
Adriana Vinhas de Souza Silva16
Thompson de Oliveira Turibio17
RESUMO: O envelhecimento populacional está se acelerando, levando à necessidade de estratégias para promover um envelhecimento ativo. A prática de atividade física regular é amplamente reconhecida como um fator essencial para melhorar a qualidade de vida dos idosos, promovendo benefícios físicos, mentais e sociais. Este estudo revisa a literatura científica sobre os impactos da atividade física na saúde de pessoas com mais de 60 anos. A análise destaca que exercícios físicos auxiliam na manutenção da autonomia funcional, prevenção de doenças crônicas e melhoria do bem-estar psicológico, social e físico dos idosos.
Palavras-chave: Envelhecimento ativo, atividade física, qualidade de vida, idosos, saúde do idoso.
ABSTRACT: Population aging is accelerating, emphasizing the need for strategies that promote active aging. Regular physical activity is widely recognized as essential for improving the quality of life of the elderly, offering physical, mental, and social benefits. This study reviews the scientific literature on the impact of physical activity on the health of people over 60. The analysis highlights that physical exercise helps maintain functional autonomy, prevent chronic diseases, and improve the psychological, social, and physical well-being of the elderly.
Keywords: Active aging, physical activity, quality of life, elderly, elderly health.
INTRODUÇÃO
A vida é composta por ciclos: infância, juventude e velhice. Cada ciclo é composto por características específicas e mudanças, tanto físicas quanto comportamentais. O envelhecimento faz parte do processo natural da vida, sendo considerado para muitos como um período debilitante e incapacitante (Elzirik; et al., 2013).
Por muitos anos a pirâmide etária pela qual é composta a maioria dos países, a população adulta era responsável por compor a base, seguido de crianças e por fim, os idosos. Contudo, atualmente vem ocorrendo inversão na pirâmide etária, sendo observado, principalmente entre os países desenvolvidos, um acelerado envelhecimento populacional, causado tanto pelo aumento na expectativa de vida da população, quanto pela diminuição na taxa de natalidade (Costa, 2018).
O sedentarismo associado ao tabagismo, consumo excessivo de álcool, excesso de peso, elevados níveis de colesterol são responsáveis por aumentar não somente o risco de morte, mas também o declínio funcional desse grupo populacional; aumentando dessa forma o risco de multimorbidade, ou seja, a ocorrência de múltiplas doenças crônicas em um único indivíduo, sendo uma condição clínica frequente em idosos (Melo et al., 2020).
Se na infância a prática de exercícios físicos é capaz de evitar a obesidade, contribui para o desenvolvimento físico e cognitivo; na terceira idade a prática de exercícios diminui a perda de massa muscular natural do envelhecimento, conservando a capacidade física e autonomia do idoso. Sua prática melhora a aptidão física, sendo capaz de minimizar os efeitos degenerativos natural do processo de envelhecimento que são agravados diante de uma vida sedentária (Souza, 2021).
A prática de exercícios físicos em idosos é responsável por levar a melhora nas articulações, acarreta no aumento dos tônus muscular, garante o bem-estar físico e mental, fortalece a musculatura, além de contribuir para melhora da auto estima. Além disso, é uma das formas de se evitar o desenvolvimento de depressão e solidão, causado muitas vezes pelo isolamento que ocorre nesse público (Santana; Aoyama, 2020).
A prática de atividade física regular e seus benefícios para a saúde é vista como importante aliada contra as consequências que parecem ser bastante claras e aparece como um dos fatores de maior probabilidade ao desenvolver doenças crônicas degenerativas. Esses resultados são debatidos frequentemente entre os profissionais na área da saúde e amplamente documentados na literatura atual (Faria et al., 2009).
Nesse sentido, diversos estudos sobre a temática foram realizados na busca de conhecer e informar para a sociedade moderna sobre o mal da inatividade física. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão sistemática de literatura de artigos produzidos nos últimos anos, com foco na análise dos impactos da prática regular de atividade física em pessoas com mais de sessenta anos.
METODOLOGIA
Este estudo consiste em uma revisão bibliográfica quantitativa, de natureza analítica e integrativa, cujo objetivo foi analisar a relação entre a atividade física e os impactos à saúde dos idosos. Para realizar esta revisão bibliográfica, foi feita uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Google Scholar e SciELO, focando em estudos publicados entre 2019 e 2024. A seleção dos termos de pesquisa foi voltada para abranger aspectos relacionados à prática de atividade física na terceira idade e seu impacto no envelhecimento ativo. Foram utilizados o operador booleano “and” e os indexadores: “atividade física”, “envelhecimento ativo”, “saúde do idoso” e “qualidade de vida na terceira idade”.
Os critérios de inclusão abrangeram estudos originais que tratassem de intervenções de atividade física em idosos, publicados no período definido. Foram excluídos estudos duplicados, que não tratavam diretamente de idosos ou da prática de atividade física, e aqueles com metodologia inadequada.
Os dados extraídos dos artigos selecionados foram organizados em uma tabela, contendo informações como autores, ano de publicação e principais resultados e conclusões. Esses dados foram analisados qualitativamente, permitindo uma discussão sobre os tipos de intervenções físicas, impacto na qualidade de vida e prevenção de doenças crônicas na população longeva
RESSULTADOS
Autor/Ano | Objetivo | Metodologia | Resultado | Conclusão |
Oliveira et al.,2021 | O objetivo da investigação foi comparar a motivação, autoestima e insatisfação corporal de idosas praticantes de hidroginástica, levando em consideração variáveis sociodemográficas. | Estudo transversal | Idosas 60-69 anos: maior autoestima. Sem companheiro: mais motivadas. Renda baixa/aposentadas: maior motivação geral. Escolaridade: mais motivadas para saúde e aparência. | Aponta-se que as variáveis sociodemográficas como estado civil, renda, aposentadoria e escolaridade influenciam na motivação para a prática de hidroginástica em idosas, enquanto a faixa etária afeta a autoestima. |
Mendes, José, 2020 | Explorar as diversas áreas de atuação da psicologia. | Revisão teórica. | Explorar as diversas áreas de atuação da psicologia, abordando temas como desenvolvimento humano, psicologia. | A obra destaca a diversidade de enfoques e a importância da interdisciplinaridade na psicologia. |
NAKANO & Cássia ,2021 | Analisar a produção científica sobre avaliação psicológica aplicada à população idosa, considerando aspectos cognitivos e emocionais durante o envelhecimento. | Revisão Sistemática | A pesquisa identificou 36 artigos, com foco predominante em aspectos como inteligência, depressão e ansiedade. | O envelhecimento ainda é visto como uma fase marcada por declínios, com uma lacuna na valorização dos aspectos positivos da velhice, sugerindo a necessidade de mais pesquisas nesse sentido |
MENEZES, Giovanna Raquel Sena et al, 2020 | Analisar o impacto da atividade física na qualidade de vida de idosos por meio de uma revisão integrativa da literatura. | Revisão integrativa | A prática regular de atividade física mostrou benefícios significativos na melhoria da qualidade de vida dos idosos, com ênfase em aspectos físicos, psicológicos e sociais. | A atividade física desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida de idosos, sendo recomendada como uma estratégia essencial na promoção da saúde nessa faixa etária. O estudo reforça a necessidade de incentivar a prática regular de exercícios entre os idosos. |
SILVA, Jaqueline Gabriele et al, 2020 | Investigar a relação entre envelhecimento ativo, qualidade de vida e cognição em idosos residentes em uma cidade de Minas Gerais. | Estudo transversal | Os idosos que apresentaram maior envolvimento em atividades físicas, sociais e cognitivas tiveram melhores escores de qualidade de vida e cognição. | O envelhecimento ativo está associado a uma melhor qualidade de vida e preservação cognitiva em idosos. |
SILVA, Francisco Luis Cunha; SANTANA, Wilson Ribeiro; RODRIGUES, Tatyanne Silva, 2019. | Analisar o papel da fisioterapia na promoção do envelhecimento ativo e na melhoria da qualidade de vida de idosos por meio de uma revisão integrativa. | revisão integrativa | A fisioterapia tem impacto positivo na promoção do envelhecimento ativo, melhorando a mobilidade, autonomia e reduzindo o risco de quedas em idosos. | A fisioterapia é uma ferramenta essencial para a promoção do envelhecimento ativo, com benefícios diretos na qualidade de vida dos idosos. O estudo reforça a importância de programas de fisioterapia voltados para essa população. |
LIMA, Lara Vento Moreira et al, 2023 | Analisar os benefícios da atividade física na qualidade de vida dos idosos. | revisão de literatura | A prática de atividade física mostrou-se eficaz na melhoria de diversos aspectos da qualidade de vida dos idosos, incluindo a capacidade funcional, saúde mental e bem-estar social. | A prática de atividade física mostrou-se eficaz na melhoria de diversos aspectos da qualidade de vida dos idosos, incluindo a capacidade funcional, saúde mental e bem-estar social. |
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
O envelhecimento é um processo natural para todo ser vivo. É marcado por ser algo dinâmico, gradual e abrange a todos. Além disso, causa alterações não somente físicas, mas também psicológicas, morfológicas e bioquímica nos seres vivos. Podem ainda ocorrer de maneira saudável ou com o surgimento de doenças incapacitantes. Essas mudanças tornam os indivíduos vulneráveis e, em muitos casos, dependentes de outras pessoas (Oliveira, 2021).
Ao longo da história, o idoso obteve diferentes papeis e posturas dentro da sociedade, obtendo também diferentes níveis de importância. Em períodos de guerras, onde a expectativa de vida não passava de trinta anos, o idoso era visto como ser supremo de sabedoria e exemplo a ser seguido. Atualmente, para muitos é enxergado como fase de incapacidade laboral e vulnerabilidade (Mendes, 2020).
No período compreendido como terceira idade, ou seja, após os sessentas anos, as pessoas se veem de frente a inúmeras mudanças: transição da vida profissional ativa para a aposentadoria, redução do salário, aumento no tempo livre, saída dos filhos de casa, diminuição no contato social. Fatores esses que podem 11 desencadear ansiedade, depressão; podendo haver melhora ou não na qualidade de vida dessa população (Chnaider; Cássia; Nakano, 2021).
Conforme o Censo Demográfico 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9%, isso significa que são mais de 22 milhões de pessoas na terceira idade. Isso demonstra que a população está vivendo mais, resultando no envelhecimento populacional e também no protagonismo dos idosos nos dias atuais. O envelhecimento ativo foi adotado pela Organização Mundial de Saúde a partir da década de 90, onde iniciou-se a preocupação com o envelhecimento populacional devido ao aumento não somente na expectativa de vida, mas também na quantidade de idosos mundialmente.
Esse termo passou a ser utilizado visando promover a melhora na qualidade de vida, ampliando não somente o acesso à saúde, mas também estimulando a prática de atividade física e ingestão de alimentos saudáveis (Menezes, 2020). Sabe-se que o bem estar é marcado pela presença de diversos fatores que são responsáveis por causar melhora na saúde do indivíduo. O relacionamento interpessoal, bem como o suporte social são fundamentais para a manutenção de um bom envelhecimento mental, evitando assim, o desenvolvimento de transtornos como ansiedade e depressão, doenças comuns em idosos (Mendes, 2020).
Dentro do processo de envelhecimento, o declínio cognitivo é um dos mais preocupantes e visíveis, devido a disfunção cognitiva que muitos idosos apresentam, como a demência, o Alzheimer e até mesmo o desenvolvimento de Parkinson. Diante disso, o acompanhamento periódico com profissionais da saúde mostra ser fundamental para avaliações regulares onde é possível observar as mudanças cognitivas normais e as patológicas que podem vir a surgirem na terceira idade (Silva, 2020).
A fisioterapia é uma das formas mais utilizadas por profissionais da saúde na assistência à saúde do idoso, sendo capaz de proporcionar um envelhecimento ativo, prevenindo e tratando déficits funcionais existentes. Sua prática é responsável por melhorar a resposta motora do idoso, contribuindo na independência funcional e também na prevenção de novas doenças incapacitantes (Silva; Santana; Rodrigues ,2019).
Além disso, atividades como hidroginástica, pilates, caminhada e até mesmo a musculação garantem não somente a resposta motora, como também proporciona 12 a manutenção e melhora na musculatura e até mesmo na saúde mental desse público. O exercício físico nesse público, possui mais do que função estética, ela é responsável por auxiliar na manutenção de atividades diárias, preservando assim a cognição psíquica e física do idoso (Lima, 2023).
REFERÊNCIAS
CHNAIDER, Janaina; DE CÁSSIA NAKANO, Tatiana. Avaliação psicológica e envelhecimento humano: revisão de pesquisas. Interação em Psicologia, v. 25, n. 3, 2021.
COSTA, Mayara Leal Almeida. Qualidade de vida: atividade física no envelhecimento. Fisioterapia Brasil, v. 19, n. 5, p. S97-S105, 2018.
EIZIRIK, Cláudio L.; BASSOLS, Ana Margareth S. O Ciclo da Vida Humana: Uma Perspectiva Psicodinâmica. Artmed, 2013.
LIMA, Lara Vento Moreira et al. A atividade física na qualidade de vida dos idosos. Revista Remecs-Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, p. 119-119, 2023.
MELO, Laércio Almeida de; LIMA, Kenio Costa de. Fatores associados às multimorbidades mais frequentes em idosos brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 3879-3888, 2020.
MENDES, José. Envelhecimento(s), qualidade de vida e bem-estar. A Psicologia em suas Diversas Áreas de Atuação, v. 3, p. 132-144, 2020.
MENEZES, Giovanna Raquel Sena et al. Impacto da atividade física na qualidade de vida de idosos: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 2, p. 2490-2498, 2020.
OLIVEIRA, Daniel Vicentini et al. O processo de envelhecimento humano. Educação Física em Gerontologia, 2021.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde. [Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Família de Classificações Internacionais em Português, org.; coordenação da tradução Cássia Maria Buchalla]. 1. ed., 1. reimpre. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. Disponível em: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/42407/9788531407840_por.pdf. Acesso em: 10 out. 2023.
SANTANA, Juliette Cardoso; ANDRADE AOYAMA, Elisângela. A prática da atividade física para melhoria da qualidade de vida no processo do envelhecimento. Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, 2020.
SILVA, Francisco Luis Cunha; SANTANA, Wilson Ribeiro; RODRIGUES, Tatyanne Silva. Envelhecimento ativo: o papel da fisioterapia na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa: revisão integrativa. Revista Uningá, v. 56, n. S4, p. 134-144, 2019.
SILVA, Jaqueline Gabriele et al. Envelhecimento ativo, qualidade de vida e cognição de idosos: um estudo transversal em uma cidade de Minas Gerais. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 12, n. 1, p. e1796-e1796, 2020.
SOUZA, Maria de Fátima Santana et al. Contribuições da Atividade física no envelhecimento dos idosos. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, p. e11310111537-e11310111537, 2021.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-denoticias/noticias/38186-censo-2022-numero-de-pessoas-com-65-anos-ou-mais-de-idade-cresceu-57-4-em-12-anos.
[1] Acadêmico do Curso de medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
[2] Acadêmico do Curso de medicina – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos
[3]Orientadora – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos