REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410070944
André Costa da Silva[1]
Maria Gorete Rodrigues [2]
RESUMO
Sociologia é o estudo das relações sociais de pessoas e organizações. Professores e alunos não funcionam no vácuo, mas nas relações sociais de seu meio. A ciência política é o ramo das ciências sociais que estuda o estado, a política e o governo. A Ciência Política trata extensivamente da análise dos sistemas políticos, das aplicações teóricas e práticas à política e do exame do comportamento político. O pensador grego Aristóteles definiu a ciência política como o estudo do Estado. Nas ciências sociais, ciência política se refere ao campo que pertence a áreas como sistemas de governo, direitos individuais e revoluções. Isso se relaciona com as outras áreas das ciências sociais, ajudando-nos a compreender a humanidade. Os objetivos da ciência política são descrever como os vários sistemas políticos funcionam e encontrar os sistemas políticos mais eficazes. A forma como todas as questões de interesse da população é tratada hoje, onde os direitos dos cidadãos são violados em todos os segmentos da sociedade. É preciso que os líderes dos processos sejam as pessoas mais preparadas, ou seja, tenham conhecimento da ciência política, essa questão deve ser trazida para a escola, a nação deve perceber que a O caminho é a escola com acadêmicos, pesquisadores com profissionais.
Palavras-chave: Sociologia. Educação. Ciências políticas.
1. INTRODUÇÃO
Ao longo do século XX, houve um crescente reconhecimento de que um bom professor precisa saber não apenas a matéria, mas também os alunos. Isso levou ao desenvolvimento de uma educação centrada no aluno e depois na família. Para esses tipos de ensino, a sociologia é inestimável. Quanto mais o professor souber sobre a formação do aluno, mais eficaz será seu ensino. A origem racial e étnica, idioma nativo, classe social, valores familiares e muitos outros aspectos da vida de um aluno, bem como seus atributos individuais, determinarão como o aluno em questão pode ser ensinado de forma mais eficaz. Um conhecimento de sociologia também pode ajudar o aluno a compreender e efetivamente entrar em parceria com a família do aluno para oferecer uma educação mais direcionada ao aluno.
A ciência política é uma disciplina clássica que lida com o estudo dos fenômenos políticos. Seu objetivo é aprofundar a compreensão humana das formas e da natureza da ação política e desenvolver ferramentas teóricas para interpretar fenômenos politicamente significativos. (SOARES, 2005) Muitos cientistas políticos se veem empenhados em desenvolver as conexões entre eventos e condições políticas e, por meio dessa compreensão, esperam construir um sistema de princípios gerais que postulem a maneira como o mundo da política funciona. (SCHOEN-FERREIRA e AZNAR-FARIAS, 2003)
Sociologia é o estudo das relações sociais de pessoas e organizações. Professores e alunos não funcionam no vácuo, mas nas relações sociais de seu meio. Portanto, a sociologia é de profunda importância para um professor. Primeiro, um bom professor precisa entender como as origens sociológicas de seus próprios alunos têm um impacto em sua experiência educacional, segundo, o professor precisa atender à sociologia da sala de aula como uma entidade organizacional e, terceiro, o professor tem autonomia tendo uma visão do ambiente sociológico da escola e do distrito escolar. (DAGNINO et al, 2008)
A ciência política não é um campo autônomo e cruza muitos outros ramos como sociologia, economia, história, antropologia, políticas públicas, entre outros. Cientistas políticos são muito procurados atualmente por causa da mudança no cenário da política em todo o mundo e, uma vez que a sociedade quer entender como o mundo político funciona, eles precisam de alguém para explicar as nuances da economia política. (DAGNINO et al, 2008)
O escopo da ciência política é vasto e os especialistas dividiram o campo da ciência política em cinco subdisciplinas que são teoria política, administração pública, política comparada, relações internacionais e direito público. É preciso observar que essas subdisciplinas cobrem toda a gama da economia política moderna e fornecem a base para o estudo e a compreensão de como funciona a economia política global. O estudo das questões relativas à distribuição e distribuição, bem como à transferência de poder, é uma das principais preocupações dos cientistas políticos. (FORJAZ, 2017)
O sucesso ou não das estruturas de governança é medido por cientistas políticos que examinam os fatores multifacetados e multicamadas em ação que contribuem para a boa ou má governança. O escopo dos cientistas políticos foi agora ampliado para incluir o domínio do estudo das eleições democráticas em todo o mundo. Em outras palavras, com a explosão dos sistemas políticos em todo o mundo, os cientistas políticos e seu escopo de estudo aumentaram consideravelmente. (BODART e LOPES, 2017)
Nas ciências sociais, ciência política se refere ao campo que pertence a áreas como sistemas de governo, direitos individuais e revoluções. Isso se relaciona com as outras áreas das ciências sociais, ajudando-nos a compreender a humanidade. Os objetivos da ciência política são descrever como os vários sistemas políticos funcionam e encontrar os sistemas políticos mais eficazes.
2. DESENVOLVIMENTO
Pode-se pensar que a ciência política se contenta em abordar os fatos da linguagem do ponto de vista de suas condições sociais de produção, deixando para a linguística ou hermenêutica o estudo de suas dinâmicas intrínsecas. Isso seria assumir a distinção entre a análise externa do discurso que remete ao sociológico e a análise interna que o salvaria.
A importância da ciência política reside no fato de que todos nós vivemos dentro de sistemas políticos e somos afetados pelas mudanças na economia política global. Com o advento da globalização, tem havido um aumento concomitante do interesse dos povos do mundo em compreender os sistemas políticos de outros países. Consequentemente, os cientistas políticos tornam-se valorizados e importantes à medida que fornecem as lentes pelas quais podemos compreender a economia política global.
Considerando a hipótese de Bourdieu (2004) quando afirma que a produção científica deve preceder os automatismos do pensamento e necessita de um conjunto de princípios de visão e divisão ligados à forma como o pesquisador percebe a construção social da Problemas sociológicos, este artigo tem como objetivo problematizar o processo de institucionalização da ciência política no campo da prática educacional.
O objeto da ciência política é, portanto, o conflito e sua regulação por meio do uso do poder. Isso significa que nenhum problema social é de natureza política, mas é provável que qualquer problema se torne político enquanto um grupo o assumir. A questão do aborto na década de 1970 ou do direito à moradia exigível na década de 2000 são exemplos de problemas sociais que surgiram graças à mobilização de atores. Mas ainda é necessário que esses grupos adquiram visibilidade suficiente. Este é todo o jogo da política.
A tomada dessas questões sociais pelo poder público é objeto de uma tradução para a política que implica uma certa codificação que visa identificar as vítimas e os responsáveis, traduzir os problemas categóricos em problemas de interesse geral, para desafiar a classe. político (aquele que governa e a oposição para fazer com que se posicionem) e superestimar as capacidades de ação governamental, pedindo mais do que antes da mobilização.
A ciência política compartilha métodos de investigação semelhantes com as ciências sociais, que foram aprimorados ao longo do tempo. A história da ciência política mostra uma evolução dos métodos utilizados que, no entanto, tem uma certa continuidade do ponto de vista do rigor da análise. Os primeiros pensadores políticos, como Tucídides, Platão ou Aristóteles, adotaram uma atitude com o objetivo de estabelecer os fatos e definir os conceitos com uma preocupação de rigor significativo.
No que se refere à educação nacional, torna-se evidente a necessidade de construir referenciais nacionais para promover mudanças na formação dos alunos, no sentido de enfrentar os velhos problemas da educação brasileira e os novos desafios colocados pela situação. global. Nesse contexto, o estudo da ciência política é essencial. Esta ciência, em suma, estuda as instituições governantes da sociedade, em suas formas mais complexas de ação. Portanto, a inclusão do estudo das ciências políticas no currículo das escolas brasileiras visa iniciar o aprofundamento da história dos processos políticos e do desenvolvimento do pensamento crítico.
É relevante que a preocupação de nossos educadores seja a formação política dos alunos, mas para isso, a politização dos professores é necessária para que esta formação política seja suprapartidária, e que mesmo a longo prazo possamos considerar representantes do povo com maior grande responsabilidade social. , bem preparado e que realmente merece o respeito da população. Historicamente, as questões da educação sempre estiveram ligadas às condições socioeconômicas e políticas vigentes em cada momento histórico. No entanto, a ideologia liberal conseguiu deixar de lado a questão do mito da neutralidade da educação brasileira, até hoje.
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CIÊNCIA POLITICA
Os alunos vêm de uma variedade de origens sociológicas e, para se conectar e se envolver com cada aluno, o professor deve ter algum conhecimento dessas origens. Isso permite que o professor adapte melhor o aprendizado para atender às necessidades específicas de cada aluno. Um aluno de uma casa pobre e um aluno de uma casa rica provavelmente terão diferenças significativas, por exemplo.
A ciência política está intimamente ligada à história, pois os padrões do passado fornecem pistas para o futuro. Não pode haver melhor guia para compreender o presente e prever o futuro do que estudar os eventos do passado e extrapolá-los para o futuro. Por exemplo, quando os cientistas políticos tentam prever a direção provável que a economia política global tomará, eles estarão contando com a história para prever o comportamento político. (BAQUERO et al, 2016)
Em seguida, a ciência política está intimamente ligada à sociologia, pois os dois ramos tentam estudar o comportamento humano em grupos. Enquanto a sociologia estuda as sociedades inteiras, a ciência política se preocupa com os sistemas políticos que fazem parte da sociedade mais ampla. O estudo das interações entre as pessoas e o Estado é algo que a sociologia e a ciência política pretendem fazer e, portanto,
O próximo aspecto tem a ver com filosofia. Uma vez que o comportamento político e a governança são estudados em termos de filosofia política, que lida com noções abstratas do papel do estado e da relação entre as pessoas e o estado, com ênfase na compreensão dos conceitos de bem-estar público e bem social mais amplo, tanto da ciência política quanto a filosofia tem bases comuns nesses aspectos. A disciplina final das ciências sociais escolhida é a psicologia e, como esta disciplina estuda o comportamento humano na sociedade, há pontos de encontro entre a ciência política e a psicologia, pois ambas estão preocupadas com o exame de por que as pessoas na economia política mais ampla se comportam dessa maneira. (BAQUERO et al, 2016)
Finalmente, a ciência política não pode ser um campo autônomo ou isolado, já que todos os ramos das ciências sociais pretendem explicar as questões mais amplas relativas às pessoas e ao Estado. Consequentemente, existem relações simbióticas entre a ciência política e outras subdisciplinas das ciências sociais, pois elas têm um terreno comum em sua busca para entender como os sistemas políticos funcionam e como a política e a governança se desenvolvem.
2.2 CIÊNCIA POLÍTICA E EDUCAÇÃO
A palavra “política” é polissêmica, por isso é fácil usá-la sem saber para que significado ela aponta em cada um de seus usos. A história dos escritos sobre política constitui o lugar privilegiado para o estudo semântico desse significante. A análise dos atuais usos gráficos e fonéticos da palavra “política” também é útil. Sem tal precaução, não é surpreendente que uma palestra ou talvez uma leitura se torne impossível ou errada. (BAQUERO et al, 2016)
Parece impossível estudar fenômenos sociais sem pronunciar juízos de valor em seu próprio tempo. Não podemos compreender um pensamento ou ação sem avaliá-lo. Ao nos referirmos à “política”, dos políticos, optamos pela abordagem que Maquiavel tomou por nos parecer uma notável tentativa de objetividade. Nos escritos maquiavélicos, o termo “política” indica o que a política é, ou foi, e de forma alguma o que gostaríamos que fosse. (SANTOS, 2016)
A política, a cultura e a economia formam sistemas de interação recíproca, constante e generalizada. As produções econômicas e políticas trocam dinheiro e poder. Os modos de produção políticos e culturais trocam poder – poder, por exemplo, da imprensa perante o governo e vice-versa – e também papéis – um discurso político, digamos, faz uso do simbolismo elaborado pela cultura, mas, à sua custa. Uma vez, sofre influência do Estado. Finalmente, os modos de produção econômico e cultural trocam principalmente moedas e papéis entre si – a escola, por exemplo, fornece modelos culturais para adaptar os alunos às demandas da economia. (SCHOEN-FERREIRA e AZNAR-FARIAS, 2003)
O Estado é o motor de toda política educacional porque é a realidade política por excelência. Modelos escolares, leis educacionais, graus de intervencionismo estatal, projetos educacionais, planos de estudos, formação de professores, escola pública, escola privada, investimentos no ensino, quadro de professores, fins educacionais, são extremos nos quais o Estado e seus aparelhos falam de uma forma ou de outra. Estamos, portanto, diante de uma noção, a de Estado, que se mostra muito volumosa para o nosso propósito. (SANTOS, 2016)
Nesse sentido, aderimos ao pensamento de Sousa Santos (2006) quando denuncia que a produção de conhecimento na perspectiva positivista é tida como independente da cultura. Pois bem, podemos buscar algum tipo de objetividade relativa, visto que existem algumas metodologias que nos permitem fazê-lo, mas nunca como pesquisadores de políticas educacionais podemos nos posicionar na ou a partir da neutralidade. É necessário considerar o postulado de Max Weber sobre a “neutralidade de valores” que, como o positivismo, pressupunha a falácia de uma ciência “sem valores” e uma separação radical entre sujeito cognoscente e objeto cognoscível. Pois bem, o não estabelecimento da posição do pesquisador o deixaria muito próximo de uma posição positivista (que considera a neutralidade das ciências e do conhecimento produzido) ou do desconhecimento epistemológico para fazer uma investigação. (Em muitas ocasiões o pesquisador o faz porque considera que “está claro” de onde está falando, e assim acontece que o pesquisador não revisa ou explicita seus postulados epistemológicos no processo de pesquisa). (SCHOEN-FERREIRA e AZNAR-FARIAS, 2003)
2.3 RELAÇÃO SOCIAL DO INDIVÍDUO ENQUANTO CIDADÃO E A POLITICA
A ciência política sempre esteve presente nos conteúdos básicos da educação argentina, mesmo sem ser nomeada. Esperava-se que seus tópicos equipassem os educadores com conceitos e ferramentas essenciais para transmitir noções “claramente” aos alunos. Muitos se perguntam se este era um instrumento de manipulação, indução, talvez doutrinação ou simplesmente educação. O ensino da Ciência Política tem adotado diversas formas, processos e conteúdos em cada nível do sistema educacional e em cada contexto sócio-histórico particular. (SOARES, 2005)
No entanto, encontramos repetidamente conteúdos curriculares que incluem tanto os aspectos da construção de um corpo de conhecimento das ciências políticas, quanto a reflexão sobre a utilidade prática de conceitos e abstrações que diferenciam os campos do conhecimento científico da política em seu aspecto prático. Neste capítulo, pararemos de analisar essas manifestações levando em conta os acordos curriculares alcançados em cada momento histórico e nos diferentes níveis de ensino, no marco das diversas normas e reformas educacionais que se desenvolveram no sistema educacional. (SCHOEN-FERREIRA e AZNAR-FARIAS, 2003)
O desafio da participação cidadã obriga tanto o setor de ensino quanto o setor escolar a reconhecer e interpretar os diferentes acontecimentos que ocorrem hoje em nosso mundo. Nesse contexto, o uso da imprensa no processo de ensino-aprendizagem é essencial para a compreensão dos fenômenos sociais atuais. Os eventos que ocorrem hoje não têm apenas uma projeção no tempo, mas também uma causa anterior; um passado recente ou um antecedente de longa data. Estudar o presente político abre uma janela para o passado.
O que este projeto busca é justamente gerar um modelo integral que reúna os elementos comuns da Ciência Política e da História e Geografia, tendo a imprensa como ferramenta didática articuladora. Tem como objetivos gerais: avaliar a contribuição da Ciência Política no processo de Ensino-Aprendizagem de História e Geografia; e propor a aplicação de um modelo didático baseado na integração da Ciência Política com a História e a Geografia. (BODART e LOPES, 2017)
Especificamente, busca: examinar as áreas comuns da Ciência Política e da História e da Geografia; reconhecer o valor das dimensões do tempo de uma perspectiva político-didática; definir o papel didático da Ciência Política a partir da coerência entre seus níveis de ensino e o aprofundamento temático; e, por fim, estabelecer o uso da imprensa como ferramenta didática no ensino de História e Geografia. (SOARES, 2005)
2.4 O CONCEITO SOCIAL DE DEMOCRACIA
A política requer um claro senso de direção. Somente aqueles que são capazes de estabelecer seus objetivos claramente irão alcançá-los e inspirar outros. À luz disso, neste Leitor gostaríamos de abordar a questão do que significa a social-democracia no século XXI. Quais são seus valores fundamentais? Quais são seus objetivos? Como isso pode ser colocado em prática? Uma coisa é certa: a social-democracia não está predeterminada ou gravada em pedra para sempre, mas deve ser constantemente renegociada e sujeita a contestação democrática. (BODART e LOPES, 2017)
Quais são as diferenças entre social-democracia, liberalismo e conservadorismo? A busca de modelos ideais sociopolíticos e sua discussão é mais urgente do que nunca em um período de crise econômica e financeira global. As consequências da falha de mercado raramente foram tão óbvias e os apelos por um estado ativo e eficaz são tão fortes como são hoje. O colapso do Lehman Brothers e suas consequências não só colocaram de joelhos as maiores economias nacionais do mundo, mas também colocaram à prova muitos princípios e dogmas políticos que não há muito tempo eram considerados evidentes. (DAGNINO et al, 2008)
A essência da democracia é a igualdade e a participação, com base nessa afirmação, democracia pode ser definida como o conjunto de condições e relações sociais que tornam possíveis a igualdade e a participação. Mas não podemos esquecer que o objeto concreto da igualdade e da participação, o aspecto do humano em que os homens lutam para ser iguais e participar, muda constantemente, mudou e continua mudando diante de nossos olhos. É o caso do esplendor da Grécia, do Cristianismo, da Idade Média, do Renascimento, do século XIX, do século XX e do nosso século XXI. Assim, o conteúdo concreto do ideal muda. E eu sei que é injusto dizer que o ideal é absolutamente irrealizável. Houve avanços no conjunto de condições e relações sociais que possibilitam a igualdade e a participação. Houve avanços na democracia e está em nosso poder continuá-los, se acreditarmos que a democracia aumenta e enriquece a condição do ser humano. (BODART e LOPES, 2017)
A democracia não é uma realidade acabada, que podemos apontar o dedo em uma determinada sociedade. Não é um modelo de governo perfeito e fixo que possamos implementar em qualquer sociedade. A democracia é uma realidade dinâmica, em mudança e em evolução. É uma aspiração. Um projeto aberto. Um processo, uma realidade em construção. Um percurso exploratório inacabado, que assenta numa sólida convicção como hipótese de trabalho: um aumento contínuo da liberdade, igualdade, justiça, participação, autogoverno e autogestão é possível em todas as áreas da vida. sociedade civil (Democracia Cívica), em todas as áreas do sistema econômico-produtivo (Democracia Econômica) e em todas as áreas institucionais do sistema jurídico-político ou do Estado (Democracia política). (DAGNINO et al, 2008)
Desde tempos imemoriais, tem havido um debate acalorado sobre a distinção desses três conceitos, o que provoca fortes reações emocionais e ideológicas antagônicas. Na minha opinião, é um debate estéril, inútil e sem sentido. Os três conceitos estão mutuamente e necessariamente implícitos, sem que seja possível a sua separação ou eliminação completa de qualquer um deles. Toda socialização, seja espontânea e inconsciente ou intencional e totalmente consciente, necessariamente instrui e educa. Toda instrução, inclusive aquela que conscientemente se pretende asséptica, isenta de valores e exclusivamente racional e científica, necessariamente socializa e educa. Toda educação, inclusive a mais crítica e respeitosa da autonomia e liderança dos educandos, necessariamente socializa e instrui. Entre esses três conceitos, há uma implicação recíproca, uma dialógica constitutiva e uma intersecção inevitável. (FORJAZ, 2017)
A democracia é, portanto, irreconciliavelmente oposta a todas as formas de aristocracia, plutocracia e demagogia. Assim entendida, a democracia implica a participação direta na formulação dos objetivos da ação do grupo, ou indiretamente por meio de representantes livremente escolhidos, passíveis de controle e crítica, e essencialmente revogáveis. Pressupõe a aceitação das decisões da maioria e o respeito pela opinião dissidente das minorias, ou seja, a tolerância respeitosa de qualquer oposição que se conforma com as normas e respeite as regras do jogo da democracia. (DAGNINO et al, 2008)
Também envolve crítica e vigilância constantes e o treinamento efetivo de todos os membros do grupo, por meio de educação democrática adequada, para exercer tal crítica e vigilância de forma construtiva, eficaz e corajosa. Daí a necessidade de que a educação democrática seja uma preparação para o verdadeiro exercício da democracia. (SANTOS, 2016)
O ensino da democracia não pode ser separado da prática política. Deve, ao mesmo tempo, proporcionar aos cidadãos bases sólidas de conhecimentos em matéria socioeconómica e desenvolver a sua capacidade de julgamento. Incentive-os a participar ativamente da vida pública, social, sindical e cultural, ajudando-os a manter intacta a sua vontade e a preservar a autenticidade das suas escolhas. Ensine-os a se defender contra a propaganda abusiva e as mensagens tentadoras da comunicação de massa e contra os riscos de alienação. (FORJAZ, 2017)
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A forma como todas as questões de interesse da população é tratada hoje, onde os direitos dos cidadãos são violados em todos os segmentos da sociedade. É preciso que os líderes dos processos sejam as pessoas mais preparadas, ou seja, tenham conhecimento da ciência política, essa questão deve ser trazida para a escola, a nação deve perceber que a O caminho é a escola com acadêmicos, pesquisadores com profissionais. Preparação para isso, não podemos continuar a fazer com que os fãs se destaquem na mídia, quanto mais divertidos, famosos, inteligentes, astutos, mais bem-sucedidos; Ao tentar enfatizar que não podemos deixar de ser responsáveis pelas dificuldades de nossos representantes na conduta da sociedade e pela frustração das pessoas nas escolhas, nós, como educadores, devemos estar preparados para atender de forma adequada e eficaz. Preparação.
Sabemos que a nova dimensão do mundo apresenta ao cidadão atual a tarefa ingrata de sua participação real nele. A mente humana deu um salto que permite que homens e mulheres se identifiquem com fenômenos fora da visão tradicional do cosmos e participem deles não como espectadores do drama, mas como seus verdadeiros atores. Mas há uma salvaguarda, a única: educação. Educação que é comunicação de valores.
Educação para que homens e mulheres possam verdadeiramente pensar, refletir, dialogar, participar e se comunicar. É claro que este nosso mundo está ávido por desafios e esperanças. E a educação e o humanismo serão, neste mundo de desafios, o melhor exemplo da sua aliança, porque para essa plenitude marchamos. Todos estão abertos a uma cultura na qual queremos nos identificar, em uma única vontade de compromisso com a verdade, com elevados valores e conceitos éticos.
E nesses momentos definidores, na esperança de um despertar educativo, a tarefa de fazer do indivíduo que se educa um ser social exige da escola amplas informações sobre as normas e valores que configuram a sociedade de seu tempo. Reconhecemos hoje que o professor moderno não atua exclusivamente sobre o aluno, dentro da sala de aula e nos conteúdos restritos do que ele ensina. O aluno e a escola vivem em sociedade e toda a sociedade é por ele concebida como um sistema de estímulos educativos e como uma energia permanentemente canalizada e modelada pela educação.
REFERÊNCIAS
BAQUERO, Marcello; BAQUERO, Rute Vivian Angelo; MORAIS, Jennifer Azambuja de. Socialização política e internet na construção de uma cultura política juvenil no sul do Brasil. Educação & Sociedade, v. 37, n. 137, p. 989-1008, 2016.
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico.Bertand Brasil:Rio de Janeiro, 2004
DAGNINO, Renato et al. Os estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade e a abordagem da análise de política: teoria e prática. Ciência & Ensino, v. 1, p. 1-12, 2008.
DAS NEVES BODART, Cristiano; LOPES, Gleison Maia. A Ciência Política nas Propostas Curriculares Estaduais de Sociologia para o Ensino Médio. Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 131-152, 2017.
FORJAZ, Maria Cecília Spina. A emergência da Ciência Política acadêmica no Brasil: aspectos institucionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 12, n. 35, 2017
LIBÂNEO, José. Democratização da escola pública: A pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 2006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. 2000a.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Parte IV Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2000b.
SANTOS, André Rocha. Os Conhecimentos de Ciência Política no Ensino Médio: considerações acerca dos documentos oficiais. Revista Café com Sociologia, v. 5, n. 3, p. 43-55, 2016.
SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena; AZNAR-FARIAS, Maria; SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos. A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório. Estudos de Psicologia (Natal), v. 8, n. 1, p. 107-115, 2003.
SOARES, Gláucio Ary Dillon. O calcanhar metodológico da ciência política no Brasil. Sociologia, problemas e práticas, n. 48, p. 27-52, 2005.
WEBER, Max. A ciência como vocação In Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2002.
[1] costaxanchito@gmail.com
[2] marygorete/@hotmail.com