ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL EM CANIS: REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10396177


Igor De Abreu Bastos1
Dyana Karolayne Pereira Chaves2
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Lívia Batista Campos


RESUMO

Este trabalho objetivou descrever a importância do enriquecimento ambiental em canis para melhora a qualidade do bem-estar em cães. Para isso, se propôs a compreender a definição e tipos de enriquecimento ambiental aplicados em cães, identificar os benefícios na aplicação do enriquecimento ambiental em canis, citar a importância dos canis na criação e reprodução de cães. O desenvolvimento de pesquisas e estudos que ampliem o conhecimento sobre o enriquecimento ambiental relacionado ao bem-estar animal tende a contribuir de forma teórica para a disseminação de práticas que gerem melhorias no comportamento e bem-estar dos cães que vivem em canis.

Palavras-chave: Enriquecimento ambiental. Canis. Cães.

1.  INTRODUÇÃO

A convivência milenar entre humanos e cães foi formada por uma relação mútua surgida naturalmente. E como toda relação, houve a necessidade de elementos que mantivessem essa convivência de forma harmônica entre ambos (Fogle, 2009; Wells, 2017). Diante da evolução da própria ciência, estudos tratando da relação entre homens e animais surgiram trazendo questões importantes para as duas espécies.

Com a necessidade de pensar em uma melhor qualidade de vida dos animais, as discussões trouxeram construções sobre o bem-estar animal. Surgindo o conceito das “cinco liberdades”, onde para uma vida melhor, os animais precisariam estar livres de fome e sede, livres de desconforto, livres de dor, ferimento ou doença, livres para expressar seu comportamento normal e livres de medo e estresse. A partir dessas liberdades, práticas voltadas para uma melhor qualidade de vida dos animais seriam desenvolvidas (FAWC, 2010 apud Henzel, 2014).

Adicionalmente, autores como Campos et al. (2010), Henzel (2014) e Wells (2017) reforçam a questão do enriquecimento ambiental para que se oportunize condições de bem-estar animal que respeitem o animal. O enriquecimento ambiental é uma prática que tem se mostrado efetiva na redução de comportamentos estereotipados, pois diminui o estresse, aumenta o comportamento natural da espécie e consequentemente o bem-estar do animal (Matozzo, 2016).

Diante disso, os cães requerem além do contato com os humanos, a estimulação através de enriquecimento provido por acessórios, brinquedos; a estimulação auditiva e olfativa. Assim, além do enriquecimento físico temos o sensorial, cognitivo, social e alimentar que obteve bons resultados em experiências de outros autores (Wells, 2017).

Diversos estudos enfatizam que a relação entre bem-estar animal e o enriquecimento ambiental tem melhorado a qualidade da relação entre humanos e cães. A partir daí, podemos considerar o enriquecimento ambiental como algo importante para uma melhor vida do animal (Yerkes, 1925; Newberry, 1995; Shepherdson, 1998; Boere, 2001). Logo, faz-se necessária a compreensão desses elementos relacionados ao enriquecimento ambiental para que se possa implantá-lo de forma a proporcionar o devido bem-estar aos cães em canis.

Diante disso, é importante identificar como o enriquecimento ambiental em canis pode melhorar a qualidade do bem-estar de cães, compreendendo assim os tipos de enriquecimento ambiental que pode ser aplicado nesses ambientes visando melhor a qualidade de vida dos animais

O desenvolvimento de pesquisas e estudos que ampliem o conhecimento sobre o enriquecimento ambiental relacionado ao bem-estar animal tende a contribuir de forma teórica para a disseminação de práticas que gerem melhorias no comportamento e bem-estar dos cães que vivem em canis. Para isso, se propôs a compreender a definição e tipos de enriquecimento ambiental aplicados em cães, identificar os benefícios na aplicação do enriquecimento ambiental em canis, citar a importância dos canis na criação e reprodução de cães

Este trabalho objetivou descrever a importância bem como os tipos de enriquecimento ambiental em canis para melhora a qualidade do bem-estar em cães.

2.  REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Enriquecimento ambiental

O enriquecimento ambiental ganha relevância a partir de 1925, quando Yerkes afirma que o animal cativo deve ter a chance de exercitar diferentes reações diante dos diferentes ambientes que lhe são impostos.

Newberry (1995) aponta que o enriquecimento ambiental se caracteriza como uma modificação no espaço em que o animal de cativeiro vive, levando a um aumento das possibilidades comportamentais próprio da sua espécie, melhorando a funcionalidade biológica dos animais. Dessa forma, o enriquecimento animal possibilita um desempenho de comportamentos próprios, mais naturais, gerando benefícios ao seu bem-estar. Para o autor, o objetivo do enriquecimento ambiental é auxiliar na melhoria do bem-estar animal, a partir da promoção do comportamento natural, por meio da aplicação de diferentes modificações no ambiente.

Shepherdson (1998) amplia a definição do enriquecimento ambiental como uma ferramenta de melhoria da qualidade do manejo e dos cuidados diários dos animais, tendo em vista a espécie e seu comportamento em vida livre, com uso de elementos necessários para seu bem-estar psicológico, fisiológico e físico. Além do mais, o autor indica que há interferência do estresse na reprodução animal, podendo ser estimulada ou suprimida, dependendo do nível de intensidade e relação entre o animal e o agente estressor, acarretando comprometimento reprodutivo.

A partir disso, deixa evidente que o enriquecimento ambiental, por promover o desenvolvimento da flexibilidade comportamental, diante de ambientes dinâmicos, resultando numa qualidade no bem-estar animal, reduzindo o estresse, também pode afetar positivamente a questão reprodutiva. Apesar, ainda, de que não há um consenso sobre o modo de avaliar um programa de enriquecimento ambiental.

No mesmo sentido, Boere (2001) reforça que o enriquecimento ambiental consiste em diversas modificações no ambiente (físico ou social), que melhorem a qualidade de vida de animais em cativeiro, atendendo suas necessidades comportamentais. O autor reforça que a complexidade do ambiente aliada às novidades introduzidas pelo enriquecimento ambiental resultam numa diminuição de comportamentos adversos. Isso pode ser gerado com modificações simples na

estrutura, mudanças na rotina cotidiana e na socialização, que tendem a estimular a melhora na condição psicológica e o bem-estar.

Cabe destacar que as pesquisas envolvendo o enriquecimento ambiental, segundo Newberry (1995), devem partir da sua relevância biológica e utilidade funcional para o animal. Dessa forma, o desenvolvimento de hipóteses bem definidas e fundamentadas devem embasar cientificamente os estudos. Nesse sentido, o enriquecimento ambiental pode ganhar meios de desenvolver melhores técnicas para que se alcance o aumento de comportamentos normais e diminuição de comportamentos anormais, além do aumento da capacidade comportamental e fisiológica dos animais.

2.2  Tipos de Enriquecimento Ambiental

A escolha do tipo de enriquecimento ambiental a ser utilizado depende de uma série de fatores. Segundo Oliveira et. al (2018), deve-se considerar elementos como como a estrutura do alojamento, idade, sexo, histórico dos animais. Para isso, deve- se “estabelecer uma meta a ser atingida com a implantação desse manejo, a fim de determinar qual tipo de enriquecimento irá aplicar, pois sem direcionamento do EA pode apresentar resultados pouco satisfatórios” (p. 36).

Oliveira et.al. (2018) ressaltam ainda um alerta em relação ao uso de materiais inadequados e improvisação na qual o enriquecimento não deve ser apenas estimulante para os animais, mas também deve ser administrável, ou seja, de fácil implantação, remoção, limpeza e substituição.

A classificação considerada por Hosey et al., (2009 apud Loureiro, 2013) e Young (2003), aponta cinco tipos de enriquecimento ambiental: alimentar, sensorial, cognitivo, social e físico.

O enriquecimento ambiental alimentar, de acordo com Hosey et al., (2009 apud Loureiro, 2013), refere-se às formas de fornecimento de alimento, com a introdução de alterações na alimentação, por meio do fornecimento de novos alimentos e/ou da forma de sua disponibilização do alimento.

Bloomsmith et al. (1991) refere-se a este enriquecimento como nutricional, divido- o em distribuição, relacionado à frequência, apresentação e processamento, e tipo, relacionado a novos itens, variedade, escolha, guloseimas.

De acordo com Loureiro (2013), o alimento pode ser colocado de forma a estimular comportamentos da espécie, prolongando a experiência em relação à alimentação (Figura 01).

Figura 1 – Enriquecimento ambiental alimentar

Fonte: Turma do Focinho (https://www.turmadofocinho.com/vamos-falar-sobre-bem-estar/)

Wagman (2015) aponta que a alteração da forma de fornecimento do alimento tende a diminuir a frequência de comportamentos anormais, além do mais reforçam que a imprevisibilidade no período de alimentação colabora para a ocorrência de comportamentos naturais da espécie. Adicionalmente, esse tipo de enriquecimento é considerado um dos mais importante, de fácil aplicação e com eficácia quase imediata (Figura 02)

 Figura 02 – Utensílios para enriquecimento ambiental

Fonte: Pets da Lets (https://petsdalets.com.br/10-maneiras-simples-baratas-e-faceis-de-alimentar- seu-cao-fora-do-pote/)

Um exemplo de enriquecimento ambiental alimentar para cães é o fornecimento de alimento dentro de uma bola de brinquedo, sendo assim uma forma diferente no fornecimento do alimento. Henzel (2014) destaca que esse tipo de forma de alimentar os cães traz benefícios, como uma ingestão mais lenta do alimento, o estímulo pela procura de alimento, além de estímulos físicos, cognitivos e sensoriais (Figura 03).

Vale ressaltar que Rudiger (2015) aponta que esse tipo de enriquecimento diminuiu a atividade de coprofagia que os cães realizavam frequentemente, apontando efeitos positivos.

Figura 03- Bolinha de Enriquecimento Ambiental

Fonte – Mundo Miau AuAu (https://www.mundomiauauau.com.br/products/bolinha-de- enriquecimento-ambiental-dboss-2022)

O enriquecimento ambiental sensorial está relacionado aos cinco sentidos e envolve a busca de estímulos dos sentidos dos animais, através da introdução de novos cheiros, sons, texturas, imagens (Hosey et al., 2009 apud Loureiro, 2013; Young, 2003). (Figura 04 e 05). Esse enriquecimento baseia-se na ideia de que os animais são sujeitos, constantemente na natureza, a uma variedade de estímulos (Wells, 2009). Essa é uma ferramenta de gestão do bem-estar de baixo custo e com efeitos positivos para o animal (Resende et al., 2011).

Young (2003) reforça que as estimulações visual, sonora e olfativa são úteis para o estímulo de certos comportamentos típicos da espécie. Contudo, também podem estimular de forma inadequada (YOUNG, 2003).

Bloomsmith et al. (1991) classifica o enriquecimento ambiental sensorial em: visuais, como vídeos, televisão, imagens, janelas; auditivos, como música, vocalizações; e outros estímulos relacionados a outros sentidos, como olfatório, tátil, gustativo.

Figura 4 – Produtos para estimulação sensorial de cães

Fonte: Elo7 (https://www.elo7.com.br/lista/brinquedo-para-cachorro-gato-enriquecimento-ambiental- racao)

Henzel (2014) destaca que existem muitas opções no mercado, que proporcionam o enriquecimento ambiental sensorial. Contudo, deve-se levar em conta as particularidades de cada animal, pois o que pode ser atrativo para um cão, pode não ser para outro. Portanto, deve-se atentar para as preferências de cada animal, individualizando as práticas de enriquecimento.

Figura 5 – Enriquecimento ambiental sensorial

Fonte: Turma do Focinho (https://www.turmadofocinho.com/vamos-falar-sobre-bem-estar/)

Já o enriquecimento cognitivo refere-se à introdução de desafios com resolução de problemas para estímulo mental, onde o animal pode manipular e explorar (Young, 2003), com o recebimento de uma recompensa, desde que a resolução do desafio tenha sido eficiente (Hosey et al., 2009; Loureiro, 2013). A maioria destes desafios fornece alimento como prêmio (Henzel, 2014) (Figura 06 e 07)

O adestramento também é considerado uma forma de enriquecimento ambiental cognitivo e físico, ao mesmo tempo. Por meio dele, pode-se ensinar regras e limites, diminuir excesso de reatividade, impulsividade e ansiedade, dar ao cão condições de lidar com os desafios diários, ensinar comportamentos apropriados (HENZEL, 2014). Bloomsmith      et          al.             (1991) classifica            esse                    enriquecimento  ambiental  em ocupacional, subdivididos em psicológicos, através de desafios ou “jogos” e controle do ambiente, e em exercícios, com o uso de aparelhos mecânicos.

Figura 06 – Utilização de materiais diversos para enriquecimento ambiental cognitivo

Fonte: Turma do Focinho (https://www.turmadofocinho.com/vamos-falar-sobre-bem-estar/)

Figura 07– Utilização de aparelho para enriquecimento ambiental cognitivo

Fonte: Fórmula Animal (https://formulanimal.com.br/enriquecimento-ambiental-guia-completo-para- caes-e-gatos/)

O enriquecimento ambiental social, de acordo com Young (2003), pode ser alcançado com a promoção de contato entre indivíduos, de forma direta, pela partilha do mesmo espaço, ou indireta, através do odor ou da visualização de outros indivíduos. Vale ressaltar que esse tipo de enriquecimento pode ser interespecífico, relacionando a indivíduos de outras espécies, como pessoas, e intraespecíficos, entre indivíduos da mesma espécie (Hosey et al., 2009; Loureiro, 2013) (Figura 08 e 09)

Loureiro (2014) diz que o enriquecimento ambiental social está relacionado com a interação entre indivíduos. Pode ser um enriquecimento interespecífico, relacionado a indivíduos de outras espécies, como por exemplo, pessoas, ou pode ser intraespecífico, entre indivíduos da mesma espécie, como por exemplo, parceiros sexuais.

Bloomsmith et al. (1991) classifica o enriquecimento social a partir de dois aspectos, de contato e sem contato. O de contato, pode ocorrer de forma intraespecífica, através de contatos com pares, em grupo, de maneira temporária ou permanente, de forma interespecífica, com relação a humanos ou não-humanos. Sem contato pode-se ocorrer de forma visual ou auditiva, e em relação a humanos ou não humanos.

Figura 08 – Enriquecimento ambiental social – socialização intraespecífica

Fonte: Turma do Focinho (https://www.turmadofocinho.com/vamos-falar-sobre-bem-estar/)

Figura 09 – Enriquecimento ambiental social

Fonte: Matilha Real (https://matilhareal.com.br/metodologia/)

No caso do enriquecimento ambiental físico, as modificações na estrutura do espaço físico onde vive o animal (Hosey et al., 2009; Loureiro, 2013; Young, 2003). Souza (2022) destaca que esse enriquecimento deve se basear nas características do ambiente em que a espécie habita de forma livre. Dessa forma, podemos citar a introdução de brinquedos assim como, a forma essencial de aplicar este enriquecimento a um cão é realizando passeios regulares (Henzel, 2014).

Newberry (1995) destaca que a complexidade do ambiente pode ser aumentada, por meio da distribuição de funcionalidades diferentes dentro de um mesmo recinto, o que tende a enriquecer ainda mais os mecanismos de treinamento físico. Bem como, a utilização de móveis funcionais, que oportunizem comportamentos adequados.

Young (2003) reforça a necessidade da criação de recintos menos estáticos possíveis, cheios de novidades, a fim de melhorar o bem-estar animal.

Bloomsmith et al. (1991) classifica o enriqueceimento ambiental físico, destacando o recinto e os seus acessórios. Em relação ao recinto, deve-se atentar ao aumento do tamanho e o aumento da complexidade. Sobre os acessórios, há os elementos considerados internos, permanentes (móveis, barras) e os temporários (brinquedos, cordas, substrato), assim como os externos, como os objetos pendurados, puzzles (Figura 10 e 11)

Figura 10 – Enriquecimento Ambiental do tipo físico

Fonte: Turma do Focinho (https://www.turmadofocinho.com/vamos-falar-sobre-bem-estar/)

Figura 11 – Enriquecimento Ambiental do tipo físico

Fonte: BlubePets (https://clubepets.com.br/enriquecimento-ambiental-para-cachorros-clube-pets/)

2.3  Benefícios do Enriquecimento Ambiental em Canis

Os canis comerciais criam cães de determinados padrões raciais com o objetivo principal de venda de filhotes. Já os abrigos, sem finalidade comercial ou lucrativa, de acordo com CRMV-PR (2016), podem servir de refúgio para animais capturados, de local de passagem para recolocação de animais para lares definitivos, e de espaços de referência em cuidado, controle e bem-estar animal.

Para o bom funcionamento de ambos os espaços, o CFMV (2014), por meio da Resolução CFMV n° 1069/14, destaca a importância direta do trabalho do médico veterinário. Diante disso, reforça que a estrutura física adequada é aquela capaz de atender à rotina do canil e proporcionar bem-estar aos animais alojados. Nesse sentido, é importante a existência de condições físicas e financeiras para a construção e manutenção do espaço destinado ao canil ou abrigo

As medidas referentes aos animais devem levar em conta o controle preventivo de endoparasitas, ectoparasitas e doenças infectocontagiosas, bem como, a avaliação comportamental de animal. Adicionalmente, Ramos et al. (2020), em um estudo com cães de canis, apontaram impactos do enriquecimento ambiental sobre o comportamento desses animais, com e sem enriquecimento ambiental.

Diante disso, dentre os diversos benefícios com as aplicações do enriquecimento ambiental podemos citar diminuições de tempo de ócio; aproximando de comportamentos semelhantes aos de lida livre, diminuições de comportamento estereotipados ou anormais em decorrência da dinamização do ambiente e interações bem-sucedidas com o enriquecimento ambiental (Souza, 2022).

Além disso, Leira et al. (2017) consideram que o enriquecimento ambiental reduz muito o estresse, prevenindo comportamentos anormais, eliminando ou reduzindo estes. Além do mais, o enriquecimento ambiental auxilia no processo de aprendizagem do animal, principalmente na questão da adaptação dos animais a novos ambientes ou situações.

Nesse sentido, o enriquecimento ambiental se configura como algo extremamente necessários para a melhoria da qualidade de vida de cães em especial os que vivem em canis.

4  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visando o bem-estar animal, percebemos através do estudo sobre o enriquecimento animal que o desenvolvimento de pesquisas e estudos que ampliem o conhecimento desta temática pode contribuir de forma teórica para que mais práticas relacionadas à convivência entre humanos e animais gerem melhorias no comportamento e bem-estar dos cães que vivem em canis.

A partir da compreensão da importância do enriquecimento ambiental em canis pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade do bem-estar em cães. Apesar de inúmeras pesquisas e estudos já tratarem de forma clara sobre o tema, não se pode deixar de considerar as especificidades dos diversos estudos e contextos de pesquisa, bem como do próprio animal. Esses dados não querem determinar uma regra ou modo de fazer, mas orientar de forma mais clara, oportunizando uma relação mais respeitosa entre humanos e cães.

4  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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