Tutor: Prof. Euripedes Barsanulfo Gonçalves Gomide
Claretiano – Centro Universitário
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7259432
Andreia Cristina da Silveira
Carlos Cesar de Souza Peres
Edilson da Silva Santos
Fabiele Dardin
Marcos Roberto de Carvalho
Resumo: Atualmente as pessoas procuram o emagrecimento não só pela melhora da imagem corporal. Fatores como saúde e motivação para superar agruras da vida também podem ser combustíveis para a diminuição da silhueta corporal. O exercício físico e a dieta são citados em diversos estudos para a perda de peso corporal, mesmo que isoladamente a dieta hipocalórica irá reduzir o peso corporal, todavia se adicionada a prática de exercícios físicos ocorrerá um acréscimo nesta redução de peso (TROMBETTA, 2003). Importante destacar que a associação da má alimentação e o sedentarismo são os principais fatores para o desenvolvimento da obesidade (CASTOLI, 2013), uma patologia do grupo de doenças crônicas não transmissíveis. Nos dias de hoje muito se fala nas academias, redes sociais, periódicos, sobre formas e técnicas de exercitar-se, neste caminho o HIIT (Higth Instesive Interval Training) como prática aeróbia é destacado, todavia, as práticas de exercícios resistidos (musculação) pela praticidade para a prática é opção comum de pessoas que buscam os efeitos corporais desejados. Nos anos 90 estudos remetiam que o exercício aeróbico seria uma importante ferramenta para o combate do excesso de peso, de lá pra cá pesquisas também demonstraram que o treinamento com pesos (musculação) da mesma forma gera aumento de gasto calórico o que irá gerar resultados no combate da obesidade. (CASTOLI, 2013). Neste sentido, a motivação é uma parte do processo, e assim sendo as pessoas devem ter a consciência que para conseguir atingir seus objetivos, além de querer, é preciso perseverar para se atingir este fim (DUCKWORTH, 2016), destarte, o emagrecimento saudável é uma equação de exercício físico, alimentação e perseverança na continuidade do processo.
Emagrecimento. Qualidade de Vida. Motivação. HIIT. Musculação.
INTRODUÇÃO
Muitos são os motivos que levam as pessoas a buscar o emagrecimento. Cediço que o viés da saúde é o principal deles, todavia, outros podem ser destacados, como a melhora da autoestima e da imagem corporal, uma motivação pessoal, a mudança de um paradigma próprio para superar uma desilusão amorosa, são exemplos que podem encaminhar as pessoas a mudar a aparência física.
Apenas o emagrecimento pode não ser a saída para se ter saúde e motivação, ter um carro para se locomover por exemplo, é menos saudável do que utilizar uma bicicleta, mas tem mais conforto. Assim o estilo de vida saudável pode não ser o mais confortável, que se remete à qualidade de vida (LUCCHESE, 2016).
O exercício físico e a dieta são combinados em diversos estudos para a perda de peso corporal, e ainda que isoladamente a dieta hipocalórica irá reduzir o peso corporal se adicionada a prática de exercícios físicos ocorrerá um acréscimo nesta redução de peso (TROMBETTA, 2003). Para que haja diminuição da massa adiposa deve ocorrer o balanço energético negativo, sendo assim que a ingestão de energia deve ser menor do que o consumo (HILL, DROUGAS E PETERS,1993 apud KLOSTER & LIBERALI, 2008).
A importância da prática regular de exercícios físicos e a alimentação saudável promovem uma melhor adaptação do corpo ao exercício físico, logo, sendo a equação que melhor trará resultados no emagrecimento (THUMS, 2018). Nesta esteira, os benefícios da prática regular de atividades físicas tem relação com a menor mortalidade e melhor qualidade de vida para adultos (CODONHATO, et. al. 2017).
Contudo, o escopo principal do presente trabalho não irá transpassar pela análise dietética, pretende-se analisar a prática de atividade física conhecida por HIIT e a musculação, como ferramentas para a perda de massa adiposa e a motivação em manter a prática física nestas atividades isoladas ou conjugadas. Mesmo porque o exercício físico é responsável, no longo prazo, para a perda de peso não tendo, portanto apenas um impacto marginal nesse processo (KLOSTER, LIBERALI, 2008 apud MELBY, COMMERFORD E HILL, 1998). Assim, o exercício físico, por favorecer o controle metabólico e pelos seus benefícios, auxilia e facilita a manutenção da perda de peso (TROMBETTA, 2003).
Emagrecer, melhorar a imagem corporal e ter um foco para aumentar a autoestima através do corpo, além de ser uma indicação para a saúde também proporcionará mais disposição para as atividades do dia a dia. (THUMS, 2018).
A motivação é uma parte do processo e neste diapasão as pessoas devem ter a consciência que para conseguir atingir seus objetivos, além de querer, é preciso perseverar para se atingir este fim, para isto a garra é o objeto para se manter no propósito buscado, sendo “a garra o melhor indicador de sucesso” (DUCKWORTH, 2016. p. 24).
EMAGRECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA
Estilo de vida e qualidade de vida são conceitos que não são sinônimos, enquanto que o primeiro remete aos hábitos que impactam na saúde, o segundo nada mais é que o conforto. Ter um carro para se locomover por exemplo, é menos saudável do que utilizar uma bicicleta, mas tem mais conforto (LUCCHESE, 2016).
A questão a ser analisada está em qual será a atividade física mais indicada para que uma pessoa emagreça e mantenha-se com qualidade de vida, seja para a higidez mental e/ou física e ao mesmo tempo tendo que manter-se focado no resultado que deseja obter. A prática de exercícios físicos é fundamental, sejam aeróbicos para se aumentar o gasto calórico ou anaeróbicos para estimulação das fibras musculares (RODRIGUES, 2016 apud THUMS, 2018). A atividade física regular apresenta benefícios corporais para músculos e coluna, nas articulações, aumento de força e resistência muscular e prevenção de fraturas, englobando então que tanto exercícios aeróbios e anaeróbios são importantes (LUCCHESE, 2016).
O termo qualidade de vida é multidimensional, não se restringindo somente ao bem estar físico ou qualidade corporal, ele transcende ao físico, mental, social, etc. Sendo assim, o exercício físico é essencial para a saúde física, sem dúvida, mas também irá impactar na saúde mental pelas modificações psicológicas de forma positiva, além das benesses comportamentais, assim, na qualidade de vida dos praticantes inclusive de depressivos (CODONHATO, et. al 2017).
2.1 Manter o corpo saudável para a qualidade de vida.
O acúmulo excessivo de gordura corporal é comumente conhecido como obesidade, que nos dias de hoje integra o grupo de doenças crônicas não transmissíveis, sendo um problema de saúde pública mundial. É também de conhecimento geral que as causas da obesidade são de vários fatores, de ambientais a genéticos. Contudo, a prevenção e controle desta doença baseiam-se nas ações de educação em alimentação e no incentivo e difusão da prática de atividades físicas, que possam ser de acesso geral e comum a todas as pessoas perfazendo assim estratégias fungíveis para a prevenção e tratamento não farmacológico da obesidade (KLOSTER, LIBERALI, 2008). A associação da má alimentação e o sedentarismo são os principais fatores para o desenvolvimento desta patologia (CASTOLI, 2013).
Neste cenário a população anseia cada vez mais na procura e prática de hábitos saudáveis, entendendo ser este o motivo da longevidade. Destarte um corpo saudável e o estilo de vida ativa irão resultar em uma melhor qualidade de vida (OLIVEIRA, 2021). Por outro lado, também nos dias de hoje o modelo de beleza está relacionado à imagem corporal, não tanto para com a saúde. A beleza é tratada, vista e destacada por um corpo magro (VIAIS, 2015).
A obesidade, como noticiada pela Organização Mundial da Saúde – OMS é um mal do século, fazendo crianças, adolescentes, adultos e idosos reféns desta patologia que trará reflexos variados para cada indivíduo, além de gerar custos elevados para o sistema de saúde pública brasileira. Uma pessoa obesa inicialmente terá reflexos em sua saúde (problemas de hipertensão, aumento de gordura corporal, entre outros) sendo que estes problemas poderão refletir na higidez mental, comportamental, motivacional, de autoestima, além da imagem corporal (BAPTISTA, 2013).
EXERCÍCIO FÍSICO PARA A PERDA DE PESO.
Este ponto é de grande importância nos dias de hoje, tendo em vista que na atualidade a tecnologia aumenta as opções de mecanismos que poupam o esforço físico, como escadas rolantes, elevadores em prédios de poucos andares e até mesmo os controles remotos para funções do dia a dia conduzem o indivíduo a cada vez menos ativar o corpo para a realização de algumas simples tarefas (MACEDO et al, 2012). O lazer restringe-se, muitas das vezes, a substituição por eletrônicos, televisores, celulares e computadores fazendo a população ainda mais sedentária (BALDISSERA, 2017).
As discussões a respeito do exercício mais indicado para a perda de peso são variadas, mesmo porque a atividade física aumenta a utilização de carboidratos e de gorduras como fonte energética, tendo como predominante a oxidação de gordura, sendo neste ponto em específico quando em exercícios de baixa e moderada intensidade (KLOSTER, LIBERALI, 2008).
Neste sentido, o ponto a ser mais analisado para a perda de peso é a quantidade de energia total gasta pelo indivíduo durante o dia (nas 24h) sendo que o substrato que irá fornecer esta energia torna-se um segundo ponto. Nesta análise os exercícios de maiores intensidades irão utilizar gordura como fonte energética em determinado momento. (HAUSER, BENETTI e REBELO, 2004 apud KLOSTER & LIBERALI, 2008).
A prática habitual do exercício físico não é apenas um instrumento da promoção de saúde, mas irá inibir alterações orgânicas associadas ao processo degenerativo e reabilitação de determinadas patologias que aumentam com índices de morbidade e mortalidade (MACEDO, et al, 2012).
Na década de 90, Keneth H. Cooper demonstrou que o exercício aeróbico seria uma importante ferramenta para o combate do excesso de peso. Com o passar dos anos outras pesquisas também demonstraram que o treinamento com pesos (musculação) da mesma forma gera aumento de gasto calórico o que irá gerar resultados no combate da obesidade. (CASTOLI, 2013).
Indiscutível é a sedimentação doutrinária de que o exercício físico orientado por um profissional não causa qualquer efeito colateral e, além de outros, traz grandes benefícios no controle do peso, diminuição da pressão arterial e controle de açúcar no sangue. (LUCHESE, 2016).
3.1 HIIT (Higth Instesive Interval Training)
É uma sigla da língua inglesa para conceituar o “treinamento intervalado de alta intensidade”, sendo que este tipo de atividade física baseia-se na alternância de períodos de esforço intenso com intervalos de recuperação. No HIIT a união desta alternância de esforços, gerando estímulos distintos irá proporcionar um maior gasto calórico após o exercício aumentando o metabolismo basal. (CASTOLI, 2013).
O HIIT torna-se, nos dias de hoje, uma forma exequível de prática de exercício físico, para a perda de gordura e melhora cardiorrespiratória, por ter um período de estímulo compactado (alternância de intervalados de alta intensidade) com o fito de superar uma das principais dificuldades das pessoas atualmente – a disponibilidade de tempo, se comparado com treinamentos aeróbios contínuos (BELMIRO, NAVARRO, 2016).
O exercício aeróbio é de grande importância para o emagrecimento, mas somente esta prática não será muito relevante para este objetivo, todavia, o treinamento intervalado de alta intensidade mostra-se ligeiramente mais eficaz na redução da gordura corporal total, sendo que programas de treinamento intervalado de alta intensidade tem uma redução de gordura 28.5 % maior se comparado ao exercício aeróbio continuo (OLIVEIRA, 2021).
Esta constatação perdura a um considerável tempo dos estudos sobre o tema, como apontam Pratley e colaboradores (1994) onde “verificaram que atividades realizadas em altas intensidades resultam em maior ativação do sistema nervoso simpático, o que ocasiona o aumento do metabolismo lipídico pós-exercício, em resposta à mudança no substrato predominantemente utilizado para o fornecimento de energia (de carboidrato durante a atividade física intensa para lipídio na recuperação)” (KLOSTER & LIBERALI, 2008).
Alia-se a isto que quando ocorre o treinamento intenso o corpo leva mais tempo para retornar a homeostasia, sendo mais duradoura a aceleração do metabolismo fazendo com que haja um gasto calórico elevado nas primeiras horas, sendo que durante 24h às 48h onde a frequência cardíaca retorna ao normal, hormônios e ácidos láticos captados serão novamente organizados pela homeostasia. (THUMS, 2018).
Os exercícios de alta intensidade em relação à perda de gordura, trarão como os principais benefícios, o aumento da taxa metabólica de repouso, um tempo maior de EPOC1 tendo então um gasto energético mais elevado do que o treinamento contínuo e de intensidade baixa. (BELMIRO, NAVARRO, 2016)
Estudos confirmam que o exercício aeróbio para emagrecimento não é necessário que seja de longa duração e com baixa intensidade, mas de alta intensidade e vigorosos, para possibilitar um balanço calórico gerando uma diminuição lipídica. Sendo assim, se as atividades curtas e de maior intensidade, como o HIIT, se comparada a uma atividade de longa duração mas de baixa intensidade, trarão melhores resultados para o emagrecimento, como também, favorecerá o processo metabólico dos lipídios (OLIVEIRA, 2021).
Neste sentido assevera Belmiro, Navarro (2016. p. 228):
Concluímos na presente revisão que os exercícios intervalados de alta intensidade podem auxiliar de maneira importante a redução de gordura corporal em sujeitos com sobrepeso e obesidade.
O método apresentou vantagens na economia de tempo da sessão de treinamento, mesmo não utilizando a gordura como principal fonte energética, mas tem um maior gasto energético total, influenciando o balanço energético negativo junto ao acompanhamento nutricional é uma estratégia eficiente para o emagrecimento.
3.2 Musculação
Como definição de musculação tem-se que é o termo que designa o treinamento com pesos, não se tratando de uma atividade esportiva (VIAIS, 2015). Considerada um exercício físico completo e seguro com execução indicada para todas as pessoas, tendo a ressalva do acompanhamento de um profissional de Educação Física, os exercícios irão variar de acordo com a idade e condição física de cada pessoa, como também, o objetivo corporal que se pretende. Assim, a musculação auxilia na postura corporal, fortalece a musculatura esquelética, além do que também demonstra melhora do sistema cardiorrespiratório, autoestima, mobilidade e flexibilidade, impactando na qualidade de vida das pessoas (BALDISSERA, 2017).
O emagrecimento sempre esteve ligado aos exercícios aeróbios, e reduzir o percentual de gordura é um dos principais objetivos das pessoas que buscam exercitar-se em academias, sendo assim, nos últimos tempos, estudos como o conduzido pela Associação Americana de Nutrição, relata que se pode introduzir a musculação no processo de emagrecimento. Esta análise evidenciou que o emagrecimento com saúde deve ter associação de exercícios físicos, e em destaque para a musculação. (OLIVEIRA, 2021).
Há evidencias também, que o emagrecimento e a hipertrofia aparecem em grande escala quando da resposta ao questionamento, em estudo dirigido, sobre a motivação que levou as pessoas entrevistadas para praticar musculação, mesmo tendo que a melhora na saúde esteja entre os mais citados, o condicionamento físico e o emagrecimento tiveram respeitáveis lembranças. A hipertrofia e o emagrecimento aparecendo em uma considerável quantidade de respostas (85% dos entrevistados citaram) pode ter uma justificativa pelo motivo do padrão estético vigente atualmente na sociedade, espraiando a procura pela musculação para se atingir estes objetivos (SANTOS et. al, 2020).
O exercício localizado com pesos, ou popularmente a musculação, também auxilia no emagrecimento por ser uma atividade física, neste caso promovendo hipertrofia muscular, levando à perda da gordura bem como ajudando a modelar o corpo, promovendo também benefícios ao sistema cardiorrespiratório (OLIVEIRA, 2021).
Sendo assim, há de se afirmar que qualquer tipo de exercício trará benefícios para a saúde das pessoas, desta forma a musculação é eficiente para o aumento da massa muscular (massa magra), aumento de força, potência e resistência muscular e ao estimular o corpo em várias qualidades na melhora da aptidão física esta prática irá ajudar no processo de adaptação corporal para outras atividades físicas (MACEDO, et al. 2012).
Aliado a isto, a introdução da musculação no processo de emagrecimento auxiliando na manutenção da massa magra é uma ferramenta importante para se aumentar a queima de gordura e ainda permitindo o ganho de força (OLIVEIRA, 2021). É de se destacar que os princípios do treinamento (intensidade e volume) devem ser personificados para as aspirações e particularidades de cada pessoa (praticante), para se atingir objetivos aceitáveis maximizando resultados e um desenvolvimento corporal harmônico (SANTOS et. al, 2020).
Portanto, dentro da musculação devem ser respeitados os princípios do treinamento, com intensidade e volume equilibrados, sempre levando em consideração o nível de desenvolvimento físico do praticante, onde se deve buscar o desenvolvimento corporal harmônico, evitando assim danos à saúde e ao corpo, e maximizando os resultados (SANTOS et. al, 2020).
4. MOTIVAÇÃO, PERSEVERANÇA OU FORÇA DE VONTADE?
Como o emagrecimento é ponto de gênese do presente trabalho, pode-se destacar que a aparência física influencia na imagem corporal das pessoas, e até mesmo pelos padrões da sociedade a pessoa com sobrepeso (ou obesa) tem, segundo os padrões da sociedade, uma imagem corporal negativa criando uma insatisfação muito grande com ela mesma (VIAIS, 2015).
A imagem corporal (em sentido negativo), segundo os padrões sociais impostos, tendem a influenciar na diminuição da motivação na procura de atividades físicas, principalmente em academias, porque uma imagem corporal negativa é um fator desanimador e o processo de mudança corporal deve ser prazeroso para que se possa alcançar resultados desejáveis (VIAIS, 2015).
É importante que a pessoa tenha a consciência que ao necessitar ou desejar melhorar sua condição de saúde física e imagem corporal, independente do principal fomento – estética, superação, hábitos – poderá esbarrar na sua própria motivação e na manutenção desta para atingir seus objetivos. A motivação intrínseca é o pilar que sustenta o indivíduo a manter boas performances na atividade corporal, seja ela de caráter competitivo ou não (CODONHATO, et. al. 2017).
É a garra que irá determinar se a pessoa alcançará e manterá os seus objetivos, e para entender este conceito esta doutrina traz que os bem sucedidos, em qualquer área profissional ou pessoal, sentem-se importantes e gratificados consigo mesmo ao alcançarem um objetivo, mesmo que o caminho seja árduo para se chegar nesse fim. Em momento algum pensam em desistir, assim tem-se a paixão que move a busca para o objetivo. De segundo ponto, os bem sucedidos são perseverantes em dois aspectos, a um, são mais persistentes e esforçados do que a média das pessoas e, a dois, estão direcionados a atingir seu objetivo. Não se desviam do “caminho” (DUCKWORTH, 2016).
Para se atingir grandes metas o processo inicia-se com o desenvolvimento e cumprimento de metas menores, ou seja, chegar à meta superior terá relação com o atingimento de metas inferiores e intermediárias (DUCKWORTH, 2016).
A garra é manter a mesma meta definida mesmo que seja por muito tempo, porque essa filosofia irá nortear a maior parte das atividades diárias da pessoa. “No caso de pessoas com muita garra, a maior parte das metas de nível intermediário e inferior estão, de uma forma ou de outra, relacionadas àquela meta definitiva” (DUCKWORTH, 2016. p. 76). Conclui-se então que querer algo (meta superior) e conseguir isso, está diretamente relacionado com definir e atingir os passos iniciais (metas inferiores e intermediárias) (DUCKWORTH, 2016).
A motivação aumenta quando o indivíduo tem bem estruturadas as necessidades psicológicas da autonomia (sentimento de escolha e liberdade), da competência (senso de eficácia) e de relacionamento (sensação de estar conectado com os outros). Estas necessidades psicológicas são necessárias para que a pessoa tenha um relacionamento saudável com o ambiente que vive, promovem a sensação de pleno funcionamento do organismo e favorecem o aprendizado e motivação (BAYER, 2019).
Além das necessidades psicológicas as dimensões motivacionais carecem de análise no que se dedica o presente trabalho acadêmico sendo estas dimensões relacionáveis entre si, através da análise delas pode-se explicar o perfil motivacional para a prática de atividades físicas. Assim temos o controle do estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e o prazer. (BAYER, 2019).
Para isto, a motivação é a gênese para a vida ativa sendo que as pessoas autodeterminadas refletem isso na prática saudável, e manter-se em um programa de exercício será fundamental quando a pessoa é motivada intrinsecamente. Há estudo de que o comparativo entre a qualidade de vida e a motivação, sendo que praticantes de musculação há mais de três anos tem mais motivos de prazer e bem estar do que os que ainda não atingiram um ano da prática física, e isto se reflete na percepção de saúde onde os que estão ativos há mais tempo tem maior percepção de saúde e prevenção de doenças, assim, “indivíduos motivados intrinsecamente possuem como base do seu envolvimento o divertimento, o prazer e a satisfação em superar a si próprio” (p. 97) (CODONHATO, et al 2017).
Destarte, a motivação é o que irá iniciar a busca para se elevar a condição de saúde, tendo em vista que o exercício físico deverá fazer parte deste projeto. Não há efeito colateral para a saúde, desde que os limites corporais da pessoa e a predição de um profissional da área sejam colocados nesta equação. Quanto mais tempo de prática de atividade física, ou seja, manter-se na rotina da prática ser constante, melhores os resultados para a saúde física e mental do praticante, pois este irá aumentar sua percepção de saúde, todavia, manter-se motivado é o desafio para que a prática de exercícios não seja relegada (CODONHATO, et al. 2017)
Desta maneira, “a motivação de adultos saudáveis que praticam exercícios físicos coletivos sem finalidade competitiva por mais de três vezes por semana, é maior do que daqueles que praticam esporadicamente o mesmo exercício físico indicando que a adesão aos exercícios físicos regulares atua diretamente na motivação dos indivíduos.” (CODONHATO, et al, 2017. p. 96).
Nesta celeuma apresentada, pode-se entender que o que vai motivar uma pessoa a pratica da atividade física seja para satisfazer alguma (isolada) ou algumas (relacionáveis) necessidades psicológicas e o que irá manter motivação (como necessidade psicológica) é a garra, ou seja, a perseverança em não desistir até atingir o objetivo proposto (DUCKWORTH, 2016).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o exercício físico está diretamente ligado para a qualidade de vida da pessoa, impactando inclusive na qualidade de vida social, mental e psicológica, além de auxiliar nas atividades do dia a dia, seja laboral ou de lazer. Exercícios físicos habituais, orientados por um profissional de educação física, sejam aeróbios ou musculação irão melhorar a qualidade de vida de qualquer pessoa.
Em relação ao emagrecimento, o presente trabalho demonstrou que o HIIT por ser uma atividade física vigorosa e de alta intensidade, é mais eficiente do que exercícios aeróbios de longa duração e de baixa intensidade. De igual forma ficou cristalino que a musculação, ao promover a hipertrofia muscular, aumento de força, potência e resistência muscular, e desta forma aumentando a massa magra, também levará à perda da gordura além de modelar o corpo. A musculação também tem importância como atividade que dará base para a prática de outras atividades físicas, evitando lesões. Perfaz-se então que as atividades físicas aeróbias e com pesos serão importantes na perda de peso, sendo que o treinamento concorrente, entre exercícios aeróbios e anaeróbios, é uma opção interessante.
É indiscutível que atividades físicas serão parte da equação do emagrecimento, mesmo sendo dispensado do presente estudo uma dieta hipocalórica será outro fator a ser considerado, contudo, a motivação será o denominador comum nesta análise. Manter-se motivado, focado em objetivos tangíveis menores para se atingir o objetivo maior é o que se denomina de garra. A pessoa que busca o emagrecimento para melhor qualidade de vida, imagem corporal, ou até mesmo para se encontrar em um novo relacionamento deverá manter a motivação nos seus objetivos desde o início do processo. Quanto maior a garra dessa pessoa, maior a probabilidade da pessoa atingir seus objetivos.
Desta forma, é importante que o profissional de educação física responsável pela prescrição dos exercícios não cometa excessos, oriente constantemente e avalie resultados, para que pequenos objetivos sejam sempre alcançados mantendo a motivação daquele que busca emagrecer, independente do pretexto que esta pessoa esteja a perseguir.
REFERÊNCIAS
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[1] EPOC (Excess Post-exercise Oxygen Consumption), Consumo Excessivo de Oxigénio após o Exercício – acontece após o término de uma prática de exercício onde o consumo de oxigênio do organismo demora certo tempo para restabelecer o seu valor de repouso.