EFFICACY AND SAFETY OF SEMAGLUTIDE IN THE TREATMENT OF OBESITY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410141820
Gustavo Henrique Rodrigues Resende¹; Lucas Soares da Silva²; Kelly Mayanny Inacio Silva³; Delma da Silva Lima⁴; Filipe da Costa Freitas⁵; Gabriel Furtado Teixeira⁶; Jéssica Nunes Araújo dos Santos⁷; Jessyca Karla Borges Jubé⁸; Mariana Leda Cabral Barros Oliveira⁹; Millena Pereira Xavier¹⁰.
Resumo
A obesidade é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É uma condição multifatorial, que envolve fatores genéticos, sociais, ambientais e comportamentais. O tratamento da obesidade é complexo e pode envolver mudanças no estilo de vida, a inserção de medicamentos e cirurgia. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo geral investigar a eficácia e segurança da semaglutida no tratamento da obesidade de pacientes que não são portadores de diabetes mellitus. A metodologia utilizada foi uma Revisão Integrativa da Literatura, que consistiu na identificação, síntese e análise crítica de estudos publicados sobre o tema. A pesquisa foi realizada em livros e artigos científicos disponíveis em plataformas digitais. Os resultados deste estudo poderão contribuir para o melhor entendimento da obesidade, além de correlacionar os efeitos da semaglutida, sua eficácia e segurança no tratamento da obesidade.
Palavras-chave: Obesidade; Semaglutida; Tratamento; Ozempic.
Abstract:
Obesity is a chronic disease that affects millions of people worldwide. It is a multifactorial condition involving genetic, social, environmental, and behavioral factors. The treatment of obesity is complex and may involve lifestyle changes, medication, and surgery. In this sense, the general objective of this work is to investigate the efficacy and safety of semaglutide in the treatment of obesity in patients who are not diabetic. The methodology used will be an integrative literature review, which consists of the identification, synthesis, and critical analysis of published studies on the subject. The research will be carried out in books and scientific articles available on digital platforms. The results of this study may contribute to a better understanding of obesity, as well as correlating the effects of semaglutide, its efficacy, and safety in the treatment of obesity.
Keywords: Obesity, Semaglutide, Treatment, Ozempic.
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas quatro décadas, a prevalência mundial da obesidade quase triplicou, tornando a obesidade um importante problema de saúde pública global (LAZZATI, 2023; STUTTARD et al., 2023). De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), dos cerca de 1 bilhão de obesos no mundo (WHO, 2023). No Brasil, a prevalência de adultos com obesidade é de 22,4%, sendo mais expressiva na população com baixa escolaridade e renda, além de figurar como o terceiro fator de risco responsável por incapacidades e mortes em mulheres, e o quinto lugar entre os homens. Atualmente, mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso (RODRIGUES; MIRANDA; CABRINI, 2023).
A obesidade é uma doença que depende de diversos fatores e possui um quadro de longa duração podendo derivar de hábitos alimentares, fatores hereditários e até mesmo fatores culturais e sociais. Pode-se definir a obesidade como uma doença crônica, que possui múltiplos fatores para a sua etiologia, onde o curso da doença possui associação com fatores genéticos e de hábitos de vida (SILVA, 2023). O excesso de peso corporal aumenta o risco de desenvolvimento de doenças, como doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia, entre outras. Em adultos, a obesidade é definida como um índice de massa corporal superior a 30 kg m2 (PETERS, 2018; STADLER, 2020).
Nesse sentido, diversos medicamentos podem ser utilizados com o intuito de reduzir o número de pessoas obesas e as patologias correlacionadas a obesidade. Um bom exemplo desses medicamentos é os análogos de GLP-1, desenvolvido para o tratamento do diabetes tipo 2, e vem ganhando espaço no tratamento da obesidade. Em dezembro de 2020 a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) aprovou a medicação liraglutida, Victoza® e Saxenda® para o tratamento da obesidade inclusive em pacientes adolescentes a partir de 12 anos de idade. A medicação semaglutida, comercializada hoje com o nome de Ozempic®, tem sido amplamente estudada como uma nova opção de tratamento da obesidade (FDA, 2023; OLIVIERI, 2021).
A semaglutida foi desenvolvida a princípio para o tratamento da diabetes mellitus tipo II. Por outro lado, é prescrita como off label para o tratamento da obesidade agindo como antagonista do receptor GLP-1, que é um hormônio fisiológico liberado no trato gastrointestinal que aumenta a secreção de insulina e inibe a produção hepática da glicose (ARRUDA et al., 2023). A semaglutida ganhou popularidade devido à sua dosagem conveniente (uma vez por semana), resultando em perda de peso e melhora do perfil cardiometabólico, mesmo em pacientes não diabéticos (SILVEIRA et al., 2023). Em vários ensaios clínicos randomizados, a semaglutida oral provou ser segura e eficaz na redução da hemoglobina e do peso corporal (ARODA et al., 2023; LI et al., 2023; KOSIBOROD et al., 2023; NAGENDRA et al., 2023).
Por outro lado, as reações adversas mais comuns são os efeitos gastrointestinais, como náusea, vômitos e diarreia, e hipoglicemias caso sejam associadas com uma sulfonilureia ou insulinas (WILDING et al., 2021). Outros efeitos colaterais destacados por Nagendra et al. (2023), estão relacionados aos de uma análise de caso-controle onde a análise de dados de pessoas que vivem com diabetes tipo 2 (DT2) de 2006 a 2018 revelou que pessoas tratadas com agonistas do receptor do peptídeo (GLP-1) por 1–3 anos tiveram um risco aumentado de todos os tipos de câncer de tireoide e, especificamente, riscos ainda maiores de câncer medular de tireoide.
Nesse sentido, o farmacêutico deve atuar como profissional orientador em equipes de saúde com a intenção de proporcionar melhorias na qualidade de vida do paciente e na oferta dos serviços prestados. Para melhor realizar esse objetivo, este profissional deve trabalhar a criação de uma relação entre si e o paciente, proporcionando um vínculo que sirva para orientá-lo a entender a complexidade da doença que enfrenta, motivando-o a adotar atitudes mais positivas com relação a reestabelecer sua condição saudável (GOMES; TREVISAN, 2021). Logo, este estudo tem como objetivo central investigar a eficácia e segurança da semaglutida no tratamento da obesidade de pacientes que não são portadores de diabetes mellitus, por meio de um a detalhada e aprofundada revisão de literatura.
2 METODOLOGIA
O presente estudo utilizou uma revisão integrativa da literatura, que teve como objetivo identificar, sintetizar e analisar de forma abrangente os dados disponíveis, proporcionando uma compreensão mais concisa e aprofundada sobre o tema abordado. Este método favoreceu o aprendizado ao reunir diferentes perspectivas, possibilitando a construção de debates e aprimoramentos futuros (PEREIRA et al., 2020).
A pesquisa também incluiu a análise de estudos já realizados por outros autores, buscando comparações com os dados coletados e promovendo discussões que ampliaram o entendimento sobre a segurança e eficácia da semaglutida no tratamento da obesidade. Para garantir a qualidade e confiabilidade das informações, todos os artigos e dados utilizados foram criteriosamente selecionados (PEREIRA et al., 2020).
A coleta de informações foi realizada em livros e artigos científicos disponíveis em plataformas digitais, que trataram de dados relevantes sobre a temática. Entre as bases de dados utilizadas estiveram a Scientific Electronic Library Online (SciELO), a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), o Google Acadêmico, ScienceDirect e Springer. Também foram consultados periódicos especializados disponíveis online, assim como capítulos de livros, diretrizes, legislações, dissertações, teses e artigos relacionados.
Os critérios de inclusão para os artigos selecionados foram: trabalhos científicos originais em português, inglês e espanhol, disponíveis em plataformas como Google Acadêmico, PubMed, SciELO e BVS, que atendessem ao objetivo da revisão; artigos que apresentassem estudos analíticos ou revisões sobre a eficácia da semaglutida no tratamento da obesidade; artigos que abordassem a segurança da semaglutida, incluindo seu mecanismo de ação, efeitos colaterais e interações medicamentosas; e artigos cujo título ou resumo contivessem descritores como “semaglutida”, “obesidade”, “eficácia”, “segurança” e “tratamento”.
Foram excluídos artigos que tratassem de temas fora do escopo definido, que não atendessem aos critérios de inclusão, ou que tivessem sido publicados fora do período estipulado.
Os benefícios deste estudo incluíram o fornecimento de conhecimento relevante para a comunidade científica, contribuindo para o entendimento sobre a obesidade e as opções de tratamento disponíveis. Além disso, o estudo teve o potencial de melhorar a saúde da população ao esclarecer os prós e contras do uso da semaglutida, um medicamento que poderia ajudar a reduzir os riscos de comorbidades associadas à obesidade, como diabetes, doenças cardíacas e câncer, por meio da perda de peso.
A análise dos dados foi realizada com base em critérios como tipo de estudo, ano de publicação, conteúdo utilizado e conclusões sobre o uso da semaglutida. Estudos que avaliaram o uso da semaglutida como agente emagrecedor em pacientes não diabéticos foram incluídos, com ênfase em ensaios clínicos randomizados (ECR). Para organizar e tratar os dados, foram utilizados os softwares Microsoft Excel e Microsoft Word, permitindo a criação de tabelas, gráficos e fluxogramas que facilitaram a visualização das informações de forma clara e coesa.
O desfecho primário deste estudo foi a investigação da perda de peso percentual em pacientes obesos tratados com semaglutida, sem diagnóstico de diabetes mellitus, analisando o impacto da medicação na qualidade de vida, efeitos adversos, segurança e o papel do farmacêutico.
O desfecho secundário foi a divulgação dos resultados por meio de publicação em artigo científico, oferecendo respaldo para profissionais de saúde e conhecimento atualizado sobre tratamentos farmacológicos eficazes e seguros para a população.
Fluxograma 1. Detalhamento da coleta de dados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme demonstrado no fluxograma foram selecionados 10 artigos para a análise e construção da discussão teórica, sendo eles organizados a seguir de acordo com os autores, ano, título, metodologia e conclusão (Quadro 1).
Quadro 1. Estudos selecionados para a Revisão Integrativa.
Autores/Ano | Título do Artigo | Metodologia | Conclusão |
RUBINO et al., (2021) | Efeito da Semaglutida Subcutânea Semanal Continuada vs Placebo na manutenção da perda de peso em adultos com sobrepeso ou obesidade: o ensaio clínico randomizado STEP 4 | Ensaio clínico intervencional randomizado | O tratamento com semaglutida resultou na diminuição do peso corporal, bem como da retenção da cintura e da pressão arterial sistólica. No entanto, cerca de metade dos participantes experimentaram efeitos adversos gastrointestinais, o que levou alguns a interromper o |
XIE et al., (2022) | Eficácia e segurança da liraglutida e da semaglutida na perda de peso em pessoas com obesidade ou sobrepeso: uma revisão sistemática | Revisão Sistemática | Todos os GLP-1RAs foram mais eficazes do que o placebo em pessoas com obesidade ou sobrepeso na eficácia. A semaglutida 2,4mg tem vantagem absoluta na perda de peso e diminuição da HbA1c, mas a incidência de eventos adversos totais também é a mais alta e pode causar hipoglicemia. Além disso, embora a Liraglutida 3,0mg tenha sido menos eficaz que a semaglutida 2,4mg, os eventos adversos graves foram os mais elevados. |
ANAM et al., (2022) | Eficácia da semaglutida no tratamento da obesidade: uma revisão sistemática de Ensaios Controlados Randomizados (RCTs) | Revisão Sistemática de Ensaios Controlados Randomizados (RCTs) | A maioria dos estudos envolvendo o uso de semaglutida, por via oral e subcutânea, demonstrou um efeito positivo da referida substância no tratamento da obesidade. Houve alguns eventos adversos observados, significativos para distúrbios gastrointestinais (GI), que levaram à descontinuação prematura do medicamento. Há necessidade de mais pesquisas e a realização de investigações meta-analíticas. |
WILDING et al., (2021) | Semaglutida uma vez por semana em Adultos com sobrepeso ou obesidade | Ensaio duplo-cego | 2,4 mg de semaglutida uma vez por semana juntamente com mudança no estilo de vida resultaram em uma redução do peso corporal trazendo resultados clínicos. |
KENNEDY et al., (2023) | O efeito da semaglutida na pressão arterial em pacientes sem diabetes: uma revisão sistemática e meta-análise | Revisão Sistemática e Meta -análise | É provável que o efeito redutor da pressão arterial da semaglutida naqueles que são hipertensos seja provavelmente maior do que os 4,83 mmHg relatados, mas o verdadeiro efeito ainda não foi determinado. Pacientes com obesidade e pressão arterial difícil de controlar podem se beneficiar, particularmente, de uma abordagem centrada no peso para o tratamento da hipertensão. |
GOMES & TREVISAN (2021) | O uso do ozempic (semaglutida) como medicamento off label no tratamento da obesidade e como auxiliar na perda de peso | Revisão Integrativa da Literatura | Medicamentos de ação periférica têm uma melhor aceitação, melhores resultados terapêuticos e menores efeitos colaterais, como os análogos do GLP-1 a semaglutida, desenvolvida a princípio para diabetes mellitus tipo 2, e prescrita como “off label” para o tratamento da obesidade, podendo ser usada a longo prazo, ou até mesmo de forma contínua. |
WEGHUBER et al., (2022) | Adolescentes com obesidade com semaglutida uma vez por semana | Ensaio controlado randomizado | Após o uso de semaglutida, foi observada uma redução significativa de 16,1% na linha média do Índice de Massa Corporal (IMC), juntamente com uma diminuição do peso corporal e uma melhora dos fatores de risco cardiometabólicos. |
OVERGAARD et al., (2021) | Os níveis de semaglutida circulante determinam reduções na HbA1c e no peso corporal em pessoas com diabetes tipo 2 | Ensaio clínico | Os níveis plasmáticos da semaglutuida oral se sobrepuseram aos obtido após a administração de semaglutida. |
SEIJAS-AMIGO et al., (2023) | Semaglutida versus agonistas de GLP-1. Eficácia, segurança e qualidade de vida em pacientes com diabetes mellitus 2. O estudo SEVERAL | Trata-se de um estudo pós-autorização, multicêntrico, não randomizado e prospectivo | Concluindo, este estudo tentará fornecer informações sobre a eficácia na redução de peso, mudanças na qualidade de vida, atividade física e segurança do aGLP1 em pacientes com DM2 que iniciaram o tratamento com esses medicamentos na vida real. Este trabalho pretende comparar os diferentes a-GLP1 em termos de eficácia e segurança para uma posterior melhor escolha na prescrição desses medicamentos em pacientes com patologia cardiovascular. |
GÓMEZ et al., (2023) | Efeito da semaglutida em biomarcadores de doença hepática gordurosa em pacientes com diabetes e obesidade | Este estudo analisou pacientes em um registro de coorte não controlado, prospectivo, multicêntrico, pré-pós e contínuo que inscreve pacientes únicos e consecutivos com diabetes tipo 2 tratados com semaglutida subcutânea semanal | Esses resultados mostram que a semaglutida subcutânea semanal teve um efeito benéfico na esteatose hepática que foi além do controle da glicose. |
O tratamento da obesidade com semaglutida revelou-se eficaz em diversos estudos, com perda de peso significativa e melhora dos fatores cardiometabólicos. A semaglutida atua como agonista do receptor GLP-1, promovendo a sensação de saciedade e a redução da ingestão alimentar, o que justifica sua eficácia na perda de peso. No entanto, a alta incidência de efeitos adversos gastrointestinais, como observado por Xie et al. (2022), levanta questões sobre a adesão ao tratamento a longo prazo, especialmente em pacientes que não toleram bem esses efeitos.
A segurança do uso a longo prazo da semaglutida ainda demanda mais estudos, apesar de seu uso contínuo parecer promissor. Pesquisas como as de Gomes & Trevisan (2021) sugerem que a semaglutida pode ser usada de forma prolongada, desde que haja um monitoramento adequado para minimizar riscos. Além disso, o estudo de Kennedy et al., (2023) aponta que a semaglutida pode ter benefícios adicionais em pacientes obesos com hipertensão, reforçando seu potencial em tratamentos combinados.
Diversos estudos apontam que o uso da semaglutida, em doses de 2,4 mg semanais, demonstrou uma redução significativa do peso corporal em pacientes obesos. Ensaios clínicos como o de Rubino et al., (2021) e Wilding et al., (2021) evidenciam uma perda de peso eficaz e consistente. Além disso, observou-se redução de fatores de risco cardiometabólicos, como a circunferência abdominal e a pressão arterial, reforçando o impacto positivo da semaglutida não apenas na obesidade, mas também em outras comorbidades associadas.
No entanto, aproximadamente metade dos participantes dos ensaios relatou efeitos adversos gastrointestinais, como náusea, vômito e diarreia, levando à descontinuação do tratamento por parte de alguns pacientes. Em termos de segurança, os estudos indicam que o uso contínuo da semaglutida é promissor, mas a presença de eventos adversos requer monitoramento rigoroso, principalmente em tratamentos de longo prazo (ANAM et al., 2022).
No estudo de Rubino et al., (2021) investigaram a eficácia da semaglutida subcutânea semanal (2,4 mg) em comparação ao placebo em adultos com sobrepeso ou obesidade. Os resultados demonstraram uma significativa redução no peso corporal, circunferência da cintura e pressão arterial sistólica. No entanto, um índice considerável de participantes experimentou efeitos adversos gastrointestinais, como náusea e diarreia, que levaram à descontinuação do tratamento por alguns. Isso reflete uma limitação comum no uso de agonistas de GLP-1, embora a eficácia da semaglutida permaneça clara.
Em comparação, a revisão sistemática de Xie et al., (2022) corroboram a eficácia da semaglutida, destacando que ela supera outros agonistas de GLP-1, como a liraglutida, em termos de perda de peso e controle da HbA1c. No entanto, assim como no ensaio clínico de Rubino et al., (2021), a revisão de Xie et al., (2022) também relatam uma alta incidência de eventos adversos gastrointestinais, o que sugere que, apesar de sua superioridade em eficácia, a semaglutida apresenta desafios relacionados à tolerabilidade.
Outro ensaio clínico importante, conduzido por Wilding et al., (2021), também investigaram a semaglutida semanal (2,4 mg) em combinação com mudanças no estilo de vida. Este estudo duplo-cego confirmou que a semaglutida é altamente eficaz quando combinada com intervenções comportamentais, resultando em uma significativa perda de peso. A revisão de Gomes & Trevisan (2021) apoia esses achados ao relatar o uso off-label da semaglutida para o tratamento da obesidade, com uma aceitação positiva dos pacientes devido aos menores efeitos colaterais em comparação com outros tratamentos farmacológicos. Isso sugere que, além de ser eficaz na perda de peso, a semaglutida também pode ser uma escolha favorável para pacientes que buscam minimizar os efeitos adversos associados a outros medicamentos.
O estudo de Weghuber et al., (2022) ampliam a aplicação da semaglutida, avaliando sua eficácia em adolescentes com obesidade. Os resultados demonstraram uma redução significativa no índice de massa corporal (IMC) e no peso corporal, além de melhorias nos fatores de risco cardiometabólicos. Esses achados são particularmente promissores, visto que adolescentes com obesidade têm poucas opções terapêuticas eficazes. A revisão de Kennedy et al., (2023), que analisaram o impacto da semaglutida na pressão arterial, reforça ainda mais esses benefícios, sugerindo que a semaglutida pode ter um impacto positivo não apenas na perda de peso, mas também na redução da pressão arterial em populações com obesidade e hipertensão. Isso sugere que o uso da semaglutida em adolescentes pode trazer benefícios adicionais, além da perda de peso, como a melhora no controle da pressão arterial.
Outro aspecto importante da semaglutida é a comparação entre as diferentes formas de administração. O ensaio clínico de Overgaard et al., (2021) compararam os níveis plasmáticos de semaglutida administrada por via oral e subcutânea em pacientes com diabetes tipo 2, mostrando que ambas as formas de administração são eficazes na redução do peso corporal e da HbA1c. Esses achados indicam que, independentemente da via de administração, a semaglutida mantém sua eficácia no controle de peso e glicemia. A revisão de Anam et al., (2022), que analisaram vários ensaios clínicos randomizados, também reporta que a semaglutida, tanto oral quanto subcutânea, é eficaz no controle de peso e glicemia. No entanto, destaca a prevalência de eventos adversos gastrointestinais, um fator limitante observado tanto nos ensaios quanto nas revisões.
Além disso, a qualidade de vida dos pacientes tratados com semaglutida também foi avaliada, com melhorias observadas em relação à autoestima e mobilidade, decorrentes da perda de peso e da diminuição dos riscos associados à obesidade. No entanto, a ocorrência de efeitos adversos pode impactar negativamente a qualidade de vida, sugerindo a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar, incluindo o papel do farmacêutico.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A semaglutida tem se mostrado uma ferramenta promissora no tratamento da obesidade, especialmente em pacientes que não são portadores de diabetes mellitus. Ao longo deste estudo, foi possível observar que o medicamento, além de eficaz na redução de peso, apresenta um perfil de segurança aceitável, ainda que associado a alguns efeitos colaterais gastrointestinais. A revisão integrativa da literatura realizada reforça a importância de considerar tanto os benefícios quanto os riscos do uso da semaglutida, especialmente em relação ao impacto na qualidade de vida e no perfil cardiometabólico dos pacientes.
A contribuição deste trabalho é significativa, pois fornece uma visão abrangente sobre a eficácia e segurança da semaglutida, podendo servir de base para futuras pesquisas e para a tomada de decisão clínica. É essencial que o uso deste medicamento seja acompanhado por profissionais de saúde capacitados, garantindo que o tratamento da obesidade seja eficaz e seguro, proporcionando melhorias reais na saúde e bem-estar dos pacientes.
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¹Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi, e-mail: gresende652@gmail.com
²Discente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi, e-mail: lucas.gtlsoares@gmail.com
³Orientadora. Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutica, Especialista em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica (ICTQ). E-mail: kelly.farma@outlook.com
⁴Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutica, pós-graduada em estética avançada. E-mail: delma.vida@hotmail.com
⁵Graduado em Farmácia pela Universidade de Gurupi (UNIRG). E-mail: filipefreitas635@gmail.com
⁶Graduado em Farmácia pela Universidade de Gurupi (UNIRG). E-mail: gabrielfurtadoteixeira@gmail.com
⁷Graduada em Farmácia pela Universidade de Gurupi (UNIRG). E-mail: jessicanunesaraujodossantos@gmail.com
⁸Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutica, E-mail: jess.ykborges67@gmail.com
⁹Docente do Curso Superior de Farmácia da Universidade de Gurupi (UNIRG), Campus II de Gurupi. Farmacêutica, E-mail: millena@unirg.edu.br
¹⁰Graduada em Farmácia pela Universidade de Gurupi (UNIRG). E-mail: marianaleda25@gmail.com