EFFECTIVENESS OF PHYSIOTHERAPEUTIC TREATMENT IN TEMPOROMANDIBULAR DISORDERS: A INTEGRATIVE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202501072013
Alice Theresa Gama Sousa de Araújo1
Maria Clara Martins de Melo1
Evaldo Sales Leal2
Maria das Graças Silva Soares3
Tayana Pereira Sampaio4
Francisca Nídia da Cruz Sousa5
Sharlanderson da Costa Silva6
Resumo
O estudo teve como objetivo demonstrar a eficácia das intervenções fisioterapêuticas no tratamento de disfunções temporomandibulares, condições que afetam a articulação temporomandibular e toda a musculatura associada, acarretando dor, limitação funcional além de comprometer a qualidade de vida. Uma revisão de literatura acerca de estudos publicados entre 2019 e 2024, selecionados nas bases Medical Literature Analysis and Retrieval System Online e Cochrane Library. Critérios de inclusão priorizaram estudos completos, originais, gratuitos, resultando na análise de nove artigos que atenderam às exigências. As abordagens fisioterapêuticas incluíram em sua maioria: terapia manual, agulhamento a seco, eletroterapia, mostrando resultados positivos na redução da dor, aumento da amplitude de movimento e melhora da funcionalidade da articulação. Concluiu-se que a fisioterapia desempenha papel fundamental no manejo conservador e multidisciplinar das DTM, sendo uma abordagem eficaz e segura para melhorar os sintomas e a funcionalidade dos pacientes, levando os profissionais a buscarem capacitações e a aplicação de protocolos baseados em evidências.
Palavras-chave: Disfunções temporomandibulares. Dor temporomandibular. Fisioterapia. ATM.
1. INTRODUÇÃO
A Articulação Temporomandibular (ATM) é a única articulação móvel do crânio, responsável pela execução de diversos movimentos como: abrir e fechar a boca, fala, mastigação, bocejar, entre outros; com manobras de rotação e translação, sendo movimentada várias vezes ao dia por cerca de 2.000 vezes (Vasconcelos, 2019). É composta por: osso temporal e côndilo mandibular, divididos pelo cartilaginoso disco articular que concede mobilidade entre os dois ossos. Possui líquido sinovial, sendo apontada como articulação do tipo gínglimo, e está presente na face de maneira bilateral. Sendo assim, responsável pelos movimentos citados anteriormente, por isso, quando ocorre alteração em qualquer estrutura que influencie na ATM pode-se ocasionar disfunções acompanhadas de desconfortos na execução dos movimentos até a incapacidade dos mesmos (Sousa, 2021; Rocha, 2021; Castro, 2023).
A disfunção temporomandibular, também conhecida como DTM, possuem classificações de acordo com sua origem, sendo de origem articular ou muscular. As DTM ligadas à articulação contêm correlação com a ATM. Por outro lado, as de origem muscular apresentam sua sintomatologia associada à própria musculatura (Santos et al., 2022).
A causa da DTM é multifatorial, onde cada caso pode estar associado a problemas psicológicos, emocionais e físicos. Alguns fatores de risco podem contribuir com o surgimento ou um agravamento da DTM, como: bruxismo, estresse, ansiedade, hábitos parafuncionais, má oclusão e má qualidade do sono (Castro, 2023). O diagnóstico é dificultado pela etiologia multifatorial, tendo em vista a diversidade de causas e sintomas sentidos pelos pacientes. Por essa razão, exames e procedimentos de imagem são necessários para realizar os diagnósticos em ambientes clínicos e de pesquisa (Caetano, 2021; Hernandéz, 2022).
Uma limitação funcional ocorre devido à complexidade das DTM, podendo levar a: estalidos, dor articular, alteração de movimentos mandibulares, diminuição da amplitude de movimento (AM), acarretando queda na qualidade de vida e conforto dos portadores de tal distúrbio. A dor sentida, tanto em repouso quanto durante a função, é o principal motivo que leva os indivíduos a buscar tratamento (Santos et al, 2022).
Constituído por uma abordagem multifatorial, o tratamento conservador continua sendo o mais eficaz na maioria dos pacientes, abordagem essa que pode ser formada por diferentes áreas como a Medicina, Fisioterapia, Odontologia, Psicologia e/ou Psiquiatria, entre outras (Caetano, 2021).
Algumas técnicas que podem ser utilizadas pelos profissionais da fisioterapia no tratamento de DTM são: ultrassom terapêutico (US), biofeedback, termoterapia, terapias manuais (TM), acupuntura, exercícios neuromusculares, alongamentos e estratégias de autocuidado que podem ser adotadas pelo paciente. Vale salientar a importância do trabalho multidisciplinar para um resultado de excelência (Porto et al, 2022).
Por se tratar de um quadro de desordem neuromuscular do sistema estomatognático, a DTM desencadeia uma série de sintomas como a presença de cefaleias crônicas, sons (estalidos, crepitações) na ATM, otalgias, tonturas, restrições dos movimentos mandibulares, hiperestesia e dor nos músculos da mastigação, bem como pode ocasionar alterações disfuncionais em áreas de cabeça e pescoço (Cruz et al, 2020). Levando em consideração os sintomas que podem ser ocasionados devido à DTM, e sabendo-se que a fisioterapia dispõe de inúmeros recursos que poderão ser utilizados nos mesmos, surgiu o seguinte questionamento: Como a fisioterapia pode atuar no tratamento das Disfunções Temporomandibulares?
Constata-se que as DTM afetam uma grande parcela da população podendo ter impacto significativo na qualidade de vida, portanto, deve-se entender a eficácia das intervenções da Fisioterapia, uma vez que a mesma dispõe de uma variedade de técnicas (exercícios, TM, eletroterapia, etc.) conscientizando assim, acerca do tema para que se tenha uma melhora na qualidade de vida.
A presente revisão tem por objetivo demonstrar as intervenções fisioterapêuticas utilizadas nas DTM, complementando lacunas do conhecimento, a fim de orientar os mesmos sobre técnicas e protocolos eficazes utilizados nos tratamentos e suas evoluções ao longo dos anos, assim melhorando o manejo da condição em questão, baseando-se nas evidências apresentadas durante a pesquisa.
2. METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa da literatura, construída a partir de seis etapas: estabelecimento de uma hipótese ou pergunta norteadora; busca na literatura; classificação dos estudos; avaliação dos estudos para inclusão na revisão; interpretação dos resultados e apresentação da revisão (Mendes, Silveira & Galvão, 2019)
A amostra foi composta por estudos científicos que obtiveram relação com o tema proposto, indexados nos bancos de dados PUBMED/ MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e COCHRANE Library (COCHRANE). Foram utilizadas as seguintes palavras chaves, de acordo com a descrição dos termos Descritores em Ciência em Saúde (DeCS) e Medical Subject Heading (MESH) nos idiomas inglês, português e espanhol, sendo estes: “Articulação Temporomandibular”, “Distúrbios Temporomandibulares”, “Fisioterapia”, “ATM” e “DTM”. Em inglês: “Temporomandibular Joint”, “Temporomandibular Disorders”, “Temporomandibular Pain”, “Physical Therapy”, “TMJ”. Em espanhol: “Articulación Temporomandibular”, “Transtornos Temporomandibulares”, “Dolor Temporomandibular”, “Fisioterapia”, “ATM”, “TMD”. A fim de se realizar a busca foram utilizados os indicadores boleanos, seguidos do termo “and” unindo os descritores. Nessa etapa, não houve utilização de outros filtros no intuito de abordar toda a literatura disponível dentro do foco de interesse. As duplicatas foram resolvidas após verificação de todos os títulos dos trabalhos.
A pesquisa foi conduzida em 2024, incluindo triagem e análise do material encontrado. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis eletronicamente de forma integral e gratuita; publicados nos últimos cinco anos, estudos completos e originais que abordassem o tema proposto, ensaios clínicos randomizados e artigos com QUALIS A1 e A2.
Os critérios de exclusão foram: estudos duplicados, incompletos, sem desfecho clínico, publicados antes do ano de 2019 e aqueles cujo título, resumo ou objetivos não se alinhavam no tema da pesquisa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente foram identificados 145 estudos relevantes para a pesquisa, sendo 37 provindos da base de dados PubMed e 108 estudos da Cochrane Library. No decorrer do processo de triagem, 13 artigos foram excluídos por serem pagos, 57 devido a seleção pelo recorte temporal, 10 por se tratarem de duplicatas, 11 fugiram do tema, 17 estudos foram exclusos por apresentarem QUALIS inferiores à A2/A3 e 28 por tangenciar o tema. Com isso, 9 estudos atenderam de forma satisfatória aos critérios de inclusão propostos, sendo selecionados para uma análise qualitativa.
Os estudos em questão foram utilizados para a discussão e interpretação dos resultados na presente pesquisa, oferecendo uma base para que os efeitos investigados sejam compreendidos. Dessa forma, 9 estudos foram identificados como relevantes para a pesquisa, contando com 7 advindos da base de dados PubMed e 2 estudos da Cochrane Library.
O quadro 1 representa uma visão geral dos estudos com título do artigo, nome do autor, ano de publicação, QUALIS, objetivos e metodologias utilizadas em cada um. Enquanto o quadro 2 traz os resultados obtidos nos estudos.
Quadro 1 – Visão geral dos estudos.
TITULO | AUTOR/ANO/ QUALIS | OBJETIVO |
Efeitos da adição de eletromassagem à terapia manual para o tratamento de indivíduos com dor temporomandibular miofascial: Um ensaio clínico randomizado. | Antúnez, et al. (2024) – A2 | Avaliar o efeito da adição de estimulação elétrica (ES) cervical à terapia manual (TM), em comparação à TM isolada, em indivíduos com dor miofascial temporomandibular. |
Efeitos de procedimentos fisioterapêuticos na atividade bioelétrica do músculo masseter e na amplitude de movimento das articulações temporomandibulares na população feminina com dor crônica: Ensaio clínico randomizado. | Gębska, et al. (2023) – A1 | Avaliar fatores manuais e físicos que influenciam a eliminação ou redução da dor, aumento da tensão muscular em pacientes com DTM. Influência de formas de fisioterapia na AM da ATM. |
Agulhamento a seco em ponto gatilho aumenta a oxigenação do músculo masseter em pacientes com disfunção temporomandibular. | Macedo, et al. (2023) – A2 | Analisar oxigenação muscular e dor logo após a aplicação de agulhamento a seco (DN) em pontos gatilhos no músculo masseter de pacientes com DTM miofascial. |
Eficácia da terapia manual e exercícios de alongamento da coluna cervical na dor e incapacidade em distúrbios temporomandibulares miofasciais acompanhados de cefaleias: Um estudo de corte de centro único. | Lee, et al. (2023) – A1 | Investigar a eficácia da TM e exercícios de alongamento da coluna cervical para dor e incapacidade em pacientes com DTM miofasciais acompanhadas de cefaleia. |
Avaliação da eficácia do agulhamento seco no tratamento de distúrbios miogênicos da articulação temporomandibular. | Dib-Zakkour, et al. (2022) – A2 | Avaliar a eficácia do DN profundo no tratamento de disfunções miogênicas da ATM. Monitorando parâmetros: atividade do masseter, força de mordida, amplitude de abertura da boca e alterações na posição da mandíbula após aplicação, determinando sua eficácia de forma isolada e facilitando outras intervenções. |
Efeitos dos exercícios de abertura da mandíbula com/sem dor para distúrbios temporomandibulares: Um ensaio piloto randomizado controlado. | Tobe, et al. (2022) – A2 | Avaliar efeitos dos exercícios de abertura da mandíbula com e sem dor em DTM, especificamente em relação à intensidade da dor e amplitude de abertura da boca em pacientes com DTM. |
Efeitos da terapia a laser de baixa intensidade versus talas oclusivas macias na abertura da boca e na eletromiografia de superfície em mulheres com disfunção temporomandibular: Um estudo randomizado controlado. | Shousha, et al. (2021) – A1 | Avaliar a eficácia da terapia a laser de baixa intensidade (LLLT) comparada à terapia com tala oclusiva (TO) no índice de abertura da ATM (IAA) e na sEMG dos músculos mastigatórios. |
A aplicação de técnicas manuais no relaxamento dos músculos mastigadores como terapia adjuvante no tratamento de disfunções da articulação temporomandibular. | Urbański, et al. (2021) – A2 | Comparar o grau de relaxamento da parte anterior dos músculos temporais e masseteres, por métodos de relaxamento pós- isométrico e liberação miofascial em pacientes que necessitavam de tratamento por disfunções da ATM. |
Tratamento de disfunções da articulação temporomandibular por ondas ultracurtas e ondas de choque extracorpóreas: Um estudo comparativo | Wenyan Li & Junying Wu. (2020) – A1 | Comparar a eficácia terapêutica da onda de choque extracorpórea (OCE) e da onda ultracurta (OUC) para DTM. |
Estudos realizados por Antúnez, et al. (2024) e Lee, et al. (2023) em formato de ensaio clínico randomizado, onde Antúnez, et al. (2024) utilizaram dois grupos divididos em: TM isolada (mobilização de tecidos moles, sobre músculos cervicais e mastigatórios) e TM combinada à eletromassagem por correntes interferenciais (US) na região do pescoço e ombros. As intervenções ocorreram em 2 semanas, com avaliações de dor, abertura da boca e mobilidade cervical antes, logo após e 4 semanas após o tratamento. Lee, et al. (2023), por sua vez, utilizaram pacientes com cefaleias, diagnosticados com DTM separados em dois grupos: G1 recebeu TM e exercícios de alongamento focados em coluna cervical junto a fisioterapia conservadora e o G2 recebeu apenas fisioterapia conservadora.
Macedo, et al. (2023) e Dib-Zakkour, et al. (2022) conduziram ensaios clínicos randomizados duplo-cegos que avaliaram os efeitos do DN profundo e de intervenções simuladas por placebo. Macedo, et al. (2023) analisaram indivíduos com DTM e pontos-gatilho no músculo masseter, utilizando DN profundo e técnica placebo com agulha adaptada. A oxigenação muscular foi medida por espectroscopia no infravermelho, a dor foi avaliada por EVA antes e após cada intervenção, somente mulheres foram analisadas durante o estudo devido às limitações técnicas de utilização do dispositivo de espectroscopia em indivíduos com barba. De outra forma Dib-Zakkour, et al. (2022) realizaram seu estudo com pacientes divididos em dois grupos, sendo um grupo experimental de DN profundo e outro grupo submetido a uma técnica placebo onde houve apenas simulação de DN profundo.
Gębska, et al. (2023) e Tobe, et al. (2022), também conduziram ensaios clínicos randomizados. Gebska, et al. (2023) usaram um grupo composto por mulheres com dor miofascial e restrição de abertura bucal, divididas em quatro grupos terapêuticos (magnetoestimulação, magnetoledoterapia, magnetolaseroterapia e TM), as participantes receberam tratamento por 10 dias consecutivos. Sendo realizadas avaliações de dor, mobilidade mandibular e sEMG dos músculos masseter antes e durante o tratamento. Já Tobe, et al. (2022), dividiram seus pacientes em grupos, AB com dor: onde foi orientado aos pacientes a realizarem a AB manualmente e manter por 10 segundos sempre que sentir dor, após cada refeição e antes de dormir, sendo 5 vezes o equivalente a uma série, totalizando 4 séries por dia durante 8 semanas; o grupo AB sem dor: foi orientado a realizar a AB máxima sem utilizar as mãos e não obrigatoriamente sentir dor, segurar por 10 segundos na mesma periodicidade do grupo anterior.
Shousha, et al. (2021), efetuaram um ensaio clínico randomizado, controlado onde usaram um grupo de mulheres com DTM miogênica, divididas em três grupos: grupo LLLT, onde aplicou-se o LLLT nos pontos sensíveis dos músculos (masseter e temporal) por 10 segundos (2,5J/cm²) realizaram as sessões por 3 dias alternados na semana; no grupo OST, os participantes foram instruídos a utilizar a OST durante todo o dia com exceção dos horários de refeição e de higiene bucal; e grupo de lista de espera como controle.
Urbański, et al. (2021), elaboraram um estudo com pacientes designados a dois grupos aleatoriamente. O grupo I foi exposto ao tratamento de RPI utilizando cerca de 25% de sua força resistida pela mão do terapeuta e após 10 segundos orientou-se o relaxamento da musculatura sendo repetido por 3 vezes, enquanto o grupo II foi utilizado no tratamento de LM. O tempo de tratamento realizado por cada grupo foi de 10 sessões.
Wenyan Li & Junying Wu (2020) em um ensaio clínico randomizado contaram com a participação de pacientes distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Grupo OEC recebeu tratamento de ondas de choque extracorpóreas 1 tratamento por 4 semanas; grupo OUC recebeu tratamento de ondas ultracurtas, 1 vez ao dia por 5 dias em 4 semanas. A dor foi medida pela EVA e a AB máxima pela ausência de dor antes e 4 semanas após os tratamentos.
Quadro 2 – Quadro demonstrativo quanto ao título do artigo, nome do autor e ano publicação, QUALIS e síntese de resultados.
AUTOR | RESULTADOS | |
1 | Antúnez, et. al. | Grupo 2 apresentou melhores resultados na intensidade da dor, sensibilidade à dor por pressão e abertura da boca. Ocorreram achados sobre AM cervical ativa. |
2 | Macedo, C. et al. | O DN aumentou a oxigenação muscular imediatamente após a intervenção. Contudo, a dor também aumentou imediatamente após o DN, devido ao próprio procedimento de inserção das agulhas. |
3 | Gębska, et al. | A maior diminuição na intensidade da dor foi no subgrupo de TM, que é uma forma eficaz de tratamento em pacientes com dor, aumento da tensão muscular mastigatória e limitação na ADM articular da mandíbula. |
4 | Lee, et al. | O grupo experimental apresentou reduções no ângulo cifótico cervical, na intensidade da dor no pescoço, limiar de pressão da dor na ATM em comparação com o grupo controle. |
5 | Dib-Zakkour, et al. | A dor facial foi significativamente reduzida e é acompanhada por uma redução notável na atividade muscular após DN em seus pontos-gatilhos. |
6 | Tobe, et al. | Não houve diferença significativa nas distribuições de respostas entre os grupos. “Um pouco bem” ou “Muito bem” representaram > 90% de respostas à pergunta “Quão bem você realizou o exercício de abertura da mandíbula?” em ambos os grupos. Além disso, apenas 3,3% dos participantes no grupo AB com dor relataram “Não consegui fazer de jeito nenhum” de T1 a T3. No grupo AB sem dor, 3,7% dos participantes relataram que “Não consegui fazer de jeito nenhum” em T1, mas não em T2 e T3. |
7 | Shousha, et al. | Redução significativa foi relatada em IAA, EVA e sEMG nos grupos LLLT e TO, como uma diminuição significativa em todos os resultados entre os grupos em favor do grupo LLLT. Houve uma diferença fraca no grupo controle, provavelmente atribuída ao analgésico. Comparações entre os grupos, revelaram diferenças nas escalas de percepção da dor EVA e IAA no qual o método que mais se destaca é o grupo controle LLLT. |
8 | Urbański, et al. | Não houveram diferenças significativas entre os grupos. Ambos os métodos terapêuticos podem ser usados como formas bem-sucedidas de terapia adjuvante no tratamento protético da DTM. |
9 | Wenyan Li & Junying Wu. | Após a terapia, EVA AMB, MM, RA, PA e INI no grupo OCE e EVA no grupo OUC foram significativamente melhorados em comparação com antes da terapia. EVA, AMB, os índices funcionais da ATM no grupo OCE foram significativamente melhores do que aqueles no grupo OUC. |
Os resultados desta pesquisa confirmam a importância da fisioterapia no manejo das DTM, onde destaca-se a eficácia de terapias combinadas. Antúnez, et al. (2024) trouxeram a TM de forma isolada e de forma combinada a eletromassagem, onde as intervenções proporcionaram melhora na dor, mobilidade cervical e abertura bucal, entretanto, a técnica de TM combinada apresentou melhores resultados, superando a abordagem isolada.
Lee, et al. (2023), expuseram abordagens integradas da TM associada a exercícios musculares em região cervical, comprovando seus benefícios quanto à melhora funcional e da dor na ATM e cefaleias decorrentes de DTM.
Com base nos achados de Tobe, et al. (2022), foi visto que exercícios de abertura de mandíbula com ajuda ou sem ajuda manual, confirmaram a redução na intensidade de dores ao longo do tempo. Shousha, et al. (2021), avaliaram outras técnicas de eletroterapia, onde os achados revelaram que o grupo tratado com LLLT obteve uma melhora mais satisfatória a curto prazo, evidenciando os efeitos terapêuticos e a eficácia dessa modalidade de tratamento. Concluiu-se que a radiofrequência pulsada pode ser associada a outras técnicas, configurando se assim como uma terapia complementar eficaz para a DTM.
Os estudos realizados por Urbański, et al. (2021), e Gębska, et. al. (2023), expuseram como a TM pode ser uma aliada no tratamento da DTM frisando a atividade bioelétrica dos músculos. Urbański, et al. (2021), explanaram técnicas como o relaxamento pós-isométrico e a liberação miofascial evidenciando que as mesmas são eficazes na redução da tensão nos músculos mastigatórios, aliviando a dor e reduzindo atividade elétrica muscular. Além disso, essas técnicas contribuíram para ampliar os movimentos sem dor, melhorar a função musculoesquelética e reduzir rigidez, mostrando-se como um suporte no manejo da DTM. Já Gębska, et al. (2023), focaram na população feminina, mostrando que a TM trouxe resultados satisfatórios, como aumento da AM, redução de dor e tensão muscular. O grupo tratado no músculo masseter, apresentou maior redução nos valores de sEMG, tendo em vista que a hipertonia é um dos fatores que intensificam a dor e como a TM tem um impacto profundo nos tecidos moles, a mesma promove mudanças positivas na atividade elétrica dos músculos.
Em relação a eficácia do DN: Dib-Zakkour, et al. (2022) destacaram o alívio rápido, redução da atividade muscular, diminuição significativa da assimetria na abertura e fechamento da boca, além de um aumento na abertura máxima. Uma reavaliação após 15 dias confirmou esses benefícios. No estudo de Macedo, et al. (2023) foram obtidos resultados que mostraram o aumento imediato na oxigenação no músculo masseter pelo DN; entretanto, foi observada uma elevação na dor após o procedimento, atribuída ao próprio processo de inserção das agulhas no músculo.
O estudo de Wenyan Li & Junying Wu (2020), constataram a terapia OCE como mais eficaz que a terapia por OUC no tratamento das DTM, ambos os tratamentos reduziram a dor e melhoraram a função articular, porém a terapia OCE proporcionou maior alívio da dor, melhor AB sem dor e maior recuperação funcional em menos sessões, menor duração e custo do tratamento. Sendo recomendada como uma alternativa mais eficiente para pacientes com DTM.
4. CONCLUSÃO
Tendo em vista os resultados apresentados pelos estudos, é evidente que a fisioterapia possui um papel fundamental no manejo da DTM, com técnicas de TM, DN, eletrotermofototerapia e exercícios específicos (alongamentos), que tiveram sua eficácia provada na melhora funcional dos movimentos da ATM, analgesia e, também, no alívio dos sintomas associados, como por exemplo, cefaleias e tensões musculares.
Os estudos também salientam que a fisioterapia também atua na prevenção de recorrências e reabilitação de longo prazo. Abordagens técnicas e estratégias de autocuidado, orientadas pelo fisioterapeuta, garantem resultados proveitosos e ampliam a adesão dos pacientes ao tratamento fisioterapêutico, uma vez que os profissionais de fisioterapia podem se beneficiar da aplicações de protocolos baseados em evidências e imersões práticas, permitindo que o fisioterapeuta disponha de tratamentos ainda mais eficazes e personalizados.
REFERÊNCIAS
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1Graduanda do Curso de Fisioterapia da Faculdade CHRISFAPI. E-mail: alice.theresa15@outlook.com
1Graduanda do Curso de Fisioterapia da Faculdade CHRISFAPI. E-mail: aclaramelos@outlook.com
2Professor Mestre da Faculdade CHRISFAPI. E-mail: evaldosleal@hotmail.com
3Professora Especialista da Faculdade CHRISFAPI. E-mail: grasoares94@gmail.com
4Fisioterapeuta Pós-graduada em Fisioterapia Traumato-ortopédica com ênfase em terapia manual (UESPI). Email: tayanasampaio@hotmail.com
5Fisioterapeuta Pós-graduada em Fisioterapia Traumato-ortopédica com ênfase em terapia manual (Faculdade Einstein – FACEI). Email: nidiafran@hotmail.com
6Fisioterapeuta Pós-graduado em Traumato-ortopédica (Instituto LATOSENSU). Email: shasrlanderson@hotmail.com