REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202411151816
Maria Luiza Brinker de Oliveira
Hillary Stephanne Portela da Silva
Orientador: Profª Debora Cardinalli Barbosa Rosa
RESUMO
O bruxismo, caracterizado pelo ranger ou apertamento dos dentes, é uma condição que pode levar a complicações significativas, como disfunção temporomandibular e desgaste dental. Diante das limitações das abordagens terapêuticas tradicionais, a toxina botulínica tipo A (BTA) tem sido investigada como uma alternativa promissora para o tratamento do bruxismo. Para a elaboração deste estudo de revisão, foi realizada uma pesquisa em bases de dados digitais, incluindo PubMed, Google Acadêmico e SciELO. Os termos pesquisados foram “toxina botulínica tipo A (BTA)”, “bruxismo” e “uso da toxina botulínica na odontologia”. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 20 anos que abordassem a eficácia da toxina botulínica no tratamento do bruxismo. A revisão da literatura revelou que a toxina botulínica é eficaz na redução da atividade muscular e alívio dos sintomas do bruxismo, apresentando resultados comparáveis aos dispositivos de proteção oral. A aplicação intramuscular de toxina inibe a liberação de acetilcolina, promovendo relaxamento muscular e alívio da dor. Os achados indicam que a toxina botulínica não apenas proporciona alívio dos sintomas, mas também melhora a qualidade de vida dos pacientes. A segurança e eficácia da BTA reforçam o seu potencial como uma opção terapêutica viável no manejo do bruxismo, destacando a necessidade de mais estudos para otimizar protocolos de tratamento. Conclui-se que a toxina botulínica tipo A se apresenta como uma alternativa promissora no tratamento do bruxismo, oferecendo benefícios significativos para os pacientes. A continuidade da pesquisa nessa área é essencial para consolidar o seu uso e aprimorar as estratégias de manejo dessa condição.
PALAVRAS-CHAVE: Tratamento; Toxina Botulínica; Bruxismo.
ABSTRACT
Bruxism, characterized by grinding or clenching of the teeth, is a condition that can lead to significant complications, such as temporomandibular dysfunction and dental wear. Given the limitations of traditional therapeutic approaches, botulinum toxin type A (BTA) has been investigated as a promising alternative for the treatment of bruxism. To prepare this review study, a search was conducted in digital databases, including PubMed, Google Scholar and SciELO. The search terms were “botulinum toxin type A (BTA)”, “bruxism” and “use of botulinum toxin in dentistry”. Articles published in the last 20 years that addressed the efficacy of botulinum toxin in the treatment of bruxism were selected. The literature review revealed that botulinum toxin is ii effective in reducing muscle activity and relieving bruxism symptoms, presenting results comparable to oral protection devices. Intramuscular application of the toxin inhibits the release of acetylcholine, promoting muscle relaxation and pain relief. The findings indicate that botulinum toxin not only provides symptom relief but also improves the quality of life of patients. The safety and efficacy of BTA reinforce its potential as a viable therapeutic option in the management of bruxism, highlighting the need for further studies to optimize treatment protocols. It is concluded that botulinum toxin type A presents itself as a promising alternative in the treatment of bruxism, offering significant benefits to patients. Continued research in this area is essential to consolidate its use and improve management strategies for this condition.
KEYWORDS: Treatment; Botulinum Toxin; Bruxism.
1. INTRODUÇÃO
O bruxismo representa um dos principais desafios que a odontologia enfrenta atualmente, em razão do aumento da sua prevalência entre os pacientes. Esse hábito parafuncional pode se manifestar por meio de sinais e sintomas clínicos que impactam as estruturas de suporte do sistema estomatognático (Teixeira e Mello Sposito, 2014; Costa Reis et al. 2020). É comummente aceite que o bruxismo é uma condição crônica sem cura definitiva, no entanto, profissionais de diversas áreas trabalham em conjunto para desenvolver abordagens terapêuticas multidisciplinares para aliviar os seus sintomas (Murali; Rangarajan; Mounissamy, 2015; Farias Azevedo; Silva; Mendes, 2023).
O bruxismo afeta cerca de 16,5% dos adultos, sem disparidades significativas entre os gêneros. Essa condição é comumente encontrada e pode impactar de forma significativa a qualidade de vida das pessoas afetadas (Pestana, 2014). Cerca de 90% da população em geral relata vivenciar bruxismo em algum momento das suas vidas. A prevalência do problema é de 20% a 25% em crianças, 5% a 8% em adultos e 3% em idosos. Não existem diferenças significativas na frequência entre os gêneros masculino e feminino (Teixeira e Mello Sposito, 2014). Além disso, durante a pandemia da COVID-19, o aumento do estresse e da ansiedade foi associado a um crescimento nos casos de bruxismo. Isso levou a um aumento na incidência de distúrbios temporomandibulares e fraturas dentárias relacionadas ao bruxismo, como evidenciado por Britto et al. (2022).
As disfunções temporomandibulares (DTM) abrangem uma ampla gama de condições clínicas. Englobam diversas condições musculoesqueléticas e neuromusculares que afetam as articulações temporomandibulares (ATM), os músculos da mastigação, o sistema nervoso central e periférico, os dentes e os seus tecidos de suporte. Os principais sinais e sintomas incluem sons de atrito, estalidos, dificuldade de movimentação e desalinhamentos na abertura e fechamento da boca, além de contratura muscular e dor orofacial aguda ou crônica. A dor pode se estender para além da articulação temporomandibular (ATM), alcançando outras regiões da cabeça, pescoço, membros ou estruturas anatômicas remotas (Grossmann; Januzzi; Iwaki Filho, 2013; Freiwald; Schwarzbach; Wolowski, 2021).
Devido às complicações citadas, a dor passou a ser uma preocupação importante para os pacientes que sofrem de bruxismo. A causa do bruxismo ainda não foi completamente esclarecida, havendo discussões sobre a influência de fatores psicológicos, problemas de oclusão e anormalidades na morfologia, embora não haja evidências conclusivas sobre o assunto (Zhang et al. 2024). Portanto, o bruxismo pode resultar em desgaste nos dentes, disfunção temporomandibular e até mesmo em luxação da articulação temporomandibular, se não for diagnosticado e tratado precocemente. Considerando as restrições das terapias convencionais, a toxina botulínica tipo A (BTA) tem sido estudada como uma opção terapêutica alternativa (Teixeira e Mello Sposito, 2014).
Atualmente, foi comprovada a eficácia da toxina botulínica no tratamento de várias condições médicas, sendo empregada tanto por suas propriedades terapêuticas quanto na área da medicina estética (Fernández Núñez; Amghar Maach; Gay Escoda, 2019). O tratamento do bruxismo com toxina botulínica (TB) mostra-se eficaz ao proporcionar alívio aos pacientes e, ao mesmo tempo, promover melhorias na estética funcional. Através deste tratamento, o objetivo é não só relaxar a musculatura afetada, mas também diminuir as contrações ligadas a esse distúrbio (Marques; Suguíhara; Muknicka, 2023).
Nesse contexto, é um procedimento minimamente invasivo que inibe a ligação da enzima acetilcolina no terminal sináptico da musculatura. Diante disso, essa propriedade a torna útil, clínica e terapeuticamente, em diversas condições de excesso de contração muscular (Luvisetto, 2021). A dosagem dessa substância a ser injetada para eficácia terapêutica nos músculos mastigatórios requer uma quantidade maior de unidades, uma vez que o masseter e o temporal são mais longos e fortes devido à sua função. A quantidade exata de unidades a serem aplicadas será determinada com base na anamnese e no diagnóstico do paciente, considerando diferentes estratégias terapêuticas (Flávio, 2019).
Compreender os protocolos terapêuticos para o bruxismo é fundamental para uma abordagem eficaz. A toxina botulínica tipo A (TBA) se destaca como uma intervenção promissora, pois, ao ser administrada por via intramuscular, inibe a liberação de acetilcolina, reduzindo de forma significativa a contração muscular associada ao bruxismo (Reis, 2018; Hardy e Bonsor, 2021). No entanto, a investigação adicional é necessária para aprimorar os protocolos de tratamento, sobretudo no que diz respeito à duração dos efeitos terapêuticos e à frequência das administrações repetidas (Teixeira e Mello Sposito, 2014).
Deste modo, considerando a importância do bruxismo e as suas implicações na saúde bucal, é essencial explorar as opções de tratamento disponíveis, especialmente a utilização da toxina botulínica. A seguir, será apresentada uma revisão bibliográfica cujo objetivo é analisar os principais estudos e descobertas sobre a eficácia da toxina botulínica no manejo do bruxismo.
2. MATERIAIS E MÉTODOS DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para a elaboração deste estudo de revisão literária, foi realizada uma pesquisa na base de dados digitais de artigos científicos disponibilizados em: PubMed, Google Acadêmico, SciELO. Os termos pesquisados foram as palavras-chave: “toxina botulínica tipo A (BTA)”, “Bruxism”, “Botulinum toxin’’, “Uso da Toxina Botulínica na Odontologia”. Os critérios de inclusão foram os artigos publicados em português e inglês que abordassem temas e pesquisas dentro da (Eficácia da toxina botulínica no tratamento do bruxismo: uma revisão da literatura), sendo os mais relevantes e foi imposto o limite temporal dos últimos 20 anos, sendo assim, foram obtidas um total de 55 artigos selecionados.
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Bruxismo
A expressão “bruxismo”, que tem origem no grego “bruchein” e refere-se ao atrito ou pressão anormal nos dentes, é amplamente empregada na odontologia. Estudos de diversas autoras ressaltam o bruxismo como uma das disfunções funcionais dentárias mais comuns e desafiadoras. Essa condição possui complexidade que demanda compreensão aprofundada e abordagens diversas para diagnóstico e tratamento (Seraidarian; Assunção; Jacob, 2010; Bussadori et al. 2020). Colquitt (1987) e Pavone (1985) classificaram o bruxismo como uma disfunção altamente prejudicial, enquanto Nadler (1957) sugere que a suas origens remontam à antiguidade da humanidade (Seraidarian; Assunção; Jacob, 2010). Adicionalmente, o diagnóstico de bruxismo segue geralmente os critérios estabelecidos pela Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), que foi revisto pela última vez em 2014 (Hosgor e Altindis, 2020; Sinclair et al. 2022).
O bruxismo é uma parafunção caracterizada pelo ranger (excêntrico) ou apertar (cêntrico) dos dentes, com origem multifatorial, ocorrendo tanto durante o dia quanto à noite (Seraidarian; Assunção; Jacob, 2010; Salgueiro et al. 2017). Assim, as parafunções orais são padrões neuromusculares atípicos que resultam em alterações no sistema estomatognático, frequentemente relacionadas à liberação inconsciente de tensões emocionais (Medeiros; Batista; Forte, 2011; Ferreira-Bacci et al. 2012; Insana et al. 2013), incluindo fatores emocionais e estresse (Seraidarian; Assunção; Jacob, 2010; Ferreira-Bacci et al. 2012). Os principais sinais incluem desgaste nas bordas incisais, facetas polidas, hipertrofia muscular, e dor na musculatura facial. Portanto, estes sintomas são essenciais para o diagnóstico e tratamento da condição (Torres et al.2020).
Balbinot (2010) destaca que os estudos sobre o bruxismo ainda suscitam debates e análises, uma vez que estão relacionados à ansiedade, estresse, depressão, tipos de personalidade, má oclusão dentária e fatores genéticos (Costa Reis et al. 2020). Essas influências estão associadas a essa prática, mesmo em idades jovens (Carra et al. 2015). A investigação sobre tratamentos para o bruxismo é restrita, apesar da abundância de relatos de casos (Johansson; Omar; Carlsson, 2011). Assim, diversas abordagens foram tentadas, incluindo técnicas comportamentais, dispositivos orais e medicações.
Atualmente, na rotina clínica, observa-se um aumento significativo na incidência de bruxismo, considerado um fenômeno comum presente em todas as faixas etárias, com prevalência em ambos os sexos (Machado; Sousa; Salles, 2020). Amorim et al. (2014), ressalta que o tratamento do bruxismo, em virtude da sua origem multifatorial, requer uma abordagem multidisciplinar e conservadora. Os dispositivos oclusais, como placas de mordida e protetores noturnos, são eficazes na mitigação dos efeitos do bruxismo. Contudo, esses métodos são paliativos e não curativos, ocorrendo apenas para aliviar os impactos do bruxismo sem tratar a sua causa subjacente.
A dor miofascial (DMF) é frequente em pacientes com dor crônica e disfunção temporomandibular (DTM), caracterizando-se por dor e rigidez muscular. Devido à sua prevalência e cronicidade, é recomendada uma abordagem multidisciplinar, com ênfase em tratamentos conservadores (Manfredini et al. 2011; Nasirzadeh et al. 2018). Hosgor e Altindis (2020) discutem que o bruxismo é reconhecido como um fator de risco para o desenvolvimento de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM). Dessa forma, a toxina botulínica tipo A (Bont-A) apresenta-se como uma alternativa para a redução da dor, ao inibir a sensibilização nervosa, demonstrando ser uma opção terapêutica eficaz, especialmente em casos graves (Arezzo, 2002; Matak et al. 2019).
A procura por cirurgiões-dentistas para avaliação do bruxismo tem crescido, com o diagnóstico frequentemente feito por meio de entrevistas minuciosas e análise do desgaste dos dentes. Embora o processo de identificação do bruxismo ainda não esteja totalmente definido, é crucial para um planejamento clínico eficaz (Amorim et al. 2014). Após a avaliação, é desenvolvido um plano de tratamento personalizado utilizando abordagens não invasivas, tais como placas miorrelaxantes, toxinas botulínicas e fisioterapia, visando a redução do hábito parafuncional (Costa Reis et al. 2020).
3.2 Toxina botulínica (TB)
A toxina botulínica (TB), descoberta por Justinus Kerner em 1817, é sintetizada pela bactéria Clostridium botulinum, presente em vários locais, incluindo vegetais, frutas, solo, fezes humanas e nos intestinos de animais como gado e cavalos. Essa neurotoxina, produzida pelo organismo gram-positivo anaeróbico e formador de esporos, Clostridium botulinum, despertou atenção devido à sua letalidade, destacando-se por sua capacidade de provocar a morte de maneira rápida e eficaz ao longo do tempo (Costa; Xavier; Cardoso, 2017; Miroto, 2023).
Originalmente identificada em alimentos inadequadamente processados, tem sido tradicionalmente ligada à sua capacidade letal, resultando em disfunções secretoras e efeitos cosméticos indesejáveis. Até 1981, a aplicação terapêutica do medicamento era restrita à injeção nos músculos oculomotores para o tratamento do estrabismo neuromuscular. Entretanto, a sua percepção mudou drasticamente em 1989, quando recebeu aprovação para uso clínico pela FDA, abrindo caminho para uma variedade de aplicações terapêuticas, incluindo o tratamento do bruxismo (Zhang et al. 2024).
Essa bactéria gera sete variantes de neurotoxinas: A, B, C, D, E, F, e G, com o tipo A (TBA) sendo o mais frequentemente utilizado (Machado; Sousa; Salles, 2020). A variante biológica tipo A (TBA) inibe temporariamente a atividade dos músculos esqueléticos ao interferir na produção de acetilcolina e nos canais de cálcio nas terminações nervosas (Fernández Núñez; Amghar Maach; Gay Escoda, 2019). A toxina botulínica (BT) interrompe a dor mediante à quatro mecanismos: normalização da hiperatividade muscular, regulação do fuso muscular, modulação do fluxo neuronal para o Sistema Nervoso Central (SNC) e inibição da liberação de neuropeptídeos (Costa; Nascimento; Morais Fernandes, 2017). Utilizada como arma durante as duas grandes guerras, a TBA também bloqueia a transmissão do impulso nervoso nos motoneurônios A, resultando em eficácia no tratamento de distúrbios musculares e na redução da dor (Miroto, 2023).
Atualmente, a toxina botulínica tipo A (TBA) é utilizada para o tratamento de mais de um milhão de pacientes em todo o mundo, com aprovação clínica em 73 países. Essas aprovações abrangem o tratamento da paralisia cerebral juvenil em 52 países e da espasticidade adulta em 36 nações, embora tais indicações não sejam regulamentadas nos Estados Unidos (Colhado; Boeing; Ortega, 2009).
3.3 Toxina botulínica: uma abordagem eficaz
A toxina botulínica é amplamente reconhecida no mundo, uma substância biológica potente, segura e eficaz para várias desordens neurológicas, tornando-se uma alternativa viável para o tratamento do bruxismo, resultando em redução significativa da dor e da atividade muscular relacionada ao distúrbio. A aplicação da toxina proporciona alívio dos sintomas e melhora a qualidade de vida dos pacientes, contribuindo para um manejo mais eficaz dessa condição (Scherer e Collins, 2017; Machado; Sousa; Salles, 2020).
O uso terapêutico da toxina botulínica (TBA) na odontologia está em ascensão devido a uma melhor compreensão da sua fisiologia e aos resultados positivos observados em casos selecionados. Na prática odontológica, TBA é reconhecida como uma ferramenta altamente eficaz no tratamento de condições musculares faciais (Benedetto, 2011; Jabbari e Spence, 2018). Assim sendo, Paula Vieira et al. (2023) evidenciam a eficácia da toxina botulínica no manejo do bruxismo, ressaltando a sua habilidade em diminuir a dor e a atividade muscular. A aplicação da toxina melhora a qualidade de vida dos pacientes, oferecendo uma alternativa terapêutica valiosa na área odontológica.
Algumas aplicações da toxina botulínica no tratamento de diversas condições, tanto estéticas quanto não estéticas, incluem tremor, espasmo hemifacial, disfunção da articulação temporomandibular, bruxismo, mialgias mastigatórias, sialorreia, hiperidrose e dor de cabeça. As injeções de botox são aplicadas especificamente nos músculos masseter e temporal para induzir o relaxamento muscular (Asutay et al. 2017). Recentemente, observou-se um aumento significativo no uso desse medicamento para controlar o bruxismo (Fernández Núñez; Amghar Maach; Gay Escoda, 2019).
Estudos indicam que a toxina botulínica tipo A (TBA) é eficaz para controlar os movimentos involuntários na região orofacial e no bruxismo secundário. Essas intervenções diminuem a frequência das atividades motoras da mandíbula e aliviam a dor associada ao bruxismo, obtendo resultados comparáveis aos dispositivos de proteção oral (Shim et al. 2014).
3.4 Reações adversas e considerações
A utilização da toxina botulínica no tratamento do bruxismo levanta questões de acessibilidade e custos, sendo crucial assegurar a equidade no acesso (Friedman e Martinez, 2019). Embora geralmente bem tolerada, a toxina pode provocar efeitos adversos como fraqueza muscular e hematomas (Hall, 2019; Teixeira e Mello Sposito, 2014). Ribeiro e Saldanha (2023) destacam a relevância de realizar um exame clínico completo e contar com profissionais capacitados para reduzir complicações. Embora eventos adversos graves sejam infrequentes (Ribeiro e Saldanha, 2023; Vasconcelos e Almeida, 2018), a avaliação inicial e o monitoramento dos pacientes são essenciais para a administração segura da terapia (Conti e Gomez, 2018).
Segundo Duruel et al. (2016), a eficácia da toxina botulínica pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como a dose administrada, a técnica de aplicação e a indicação para a qual está a ser utilizada. Além disso, é fundamental ressaltar que, como ocorre com qualquer medicamento ou tratamento, a toxina botulínica apresenta efeitos colaterais e riscos associados. Assim, é fundamental buscar orientação de um médico qualificado antes de iniciar qualquer tratamento, a fim de assegurar a segurança e eficácia do procedimento.
Em outro estudo mostrou-se que a toxina botulínica tipo A (BoNT-A) é eficaz na redução da dor e na percepção de melhora em pacientes com dor miofascial refratária (MFP) ao longo de seis meses. Embora outros estudos tenham reportado resultados mistos, as diferenças metodológicas e nos perfis dos pacientes podem explicar essas variações. O estudo em questão focou em indivíduos que não responderam a três tratamentos conservadores, sugerindo que a BoNT-A pode ser especialmente eficaz em casos bem definidos de dor crônica (Torres Canales et al. 2024).
4. DISCUSSÃO
A literatura indica que a terapia com toxina botulínica (TBA) é uma alternativa segura quando outros tratamentos falham, sendo indicada para diversas condições, como tensão muscular, cefaleias, enxaquecas, bruxismo, disfunção temporomandibular (DTM) e dores miofasciais (Nieto Folgado, 2021). Nesse contexto, Cruse et al. (2022) confirmaram a segurança e eficácia da TBA no tratamento do bruxismo, especialmente em casos severos. A utilização de registros de eletromiografia (EMG) noturnos demonstrou servir para prever a resposta ao tratamento, mas os autores enfatizam a necessidade de mais pesquisas para definir a dosagem ideal e avaliar os benefícios de doses mais elevadas e injeções em músculos adicionais.
Os dados desta revisão indicam que as terapias injetáveis de toxina botulínica e ácido hialurônico são métodos eficazes, seguros e minimamente invasivos para tratar diversas disfunções musculares e articulares, incluindo dor miofascial, deslocamentos do disco, osteoartrite e patologias articulares degenerativas (Nieto Folgado, 2021). Dos quatro estudos revistos, dois (Guarda-Nardini et al. e Sener et al.) não relataram efeitos colaterais associados às injeções de toxina botulínica. Da mesma forma, Lee et al. e Bolayir et al. também não observaram reações adversas, seja local ou sistêmica, após a administração da toxina (Long et al. 2012). Assim, a toxina botulínica e o ácido hialurônico se mostram opções viáveis para o manejo dessas condições clínicas.
Conforme relatado por Torre Canales et al. (2022), quatorze mulheres com dor persistente por distúrbio temporomandibular miofascial (DTM-MFP) foram tratadas com injeções bilaterais de toxina botulínica tipo A (BoNT-A). Os resultados indicaram uma redução significativa da dor ao longo de 72 meses e um aumento na sensibilidade à dor. Embora a espessura muscular tenha diminuído nos primeiros meses, não houve diferença significativa após 72 meses. Esses achados sugerem que uma única injeção de BoNT-A pode proporcionar alívio duradouro da dor, além de uma reversibilidade dos efeitos adversos na espessura muscular
Zandijcke e Marchau foram os pioneiros no uso da toxina botulínica para o tratamento do bruxismo num paciente com lesão cerebral, resultando numa redução significativa dos sintomas. Desde então, a sua utilização ampliou-se para abordar o bruxismo relacionado a diversas condições, como distonia craniocervical, doença de Huntington, autismo e dependência de anfetaminas (Asutay et al. 2017).
Senter et al. (2017) conduziram um estudo de duas etapas com 13 indivíduos, no qual inicialmente utilizaram placas intraorais por 2 meses, seguidos de um intervalo sem o uso das placas por mais 2 meses, e então administraram 60 unidades de toxina botulínica do tipo A (botox®, allergan) no músculo masseter de ambos os lados. Ambos os tratamentos reduziram significativamente a dor associada ao bruxismo noturno, indicando que a toxina botulínica pode ser uma alternativa eficaz e mais confortável para pacientes com esse transtorno (Teixeira e Mello Sposito, 2014).
Em um estudo clínico de Torres Canales et al. (2024), a BoNT-A mostrou eficácia na redução da dor e melhora psicossocial em pacientes com dor miofascial mastigatória (MFP) refratária. Após 1 e 6 meses, os pacientes tratados com BoNT-A apresentaram menor dor e maior limiar de dor à pressão em comparação ao grupo controle. A BoNT-A também melhorou o sono e a qualidade de vida, sugerindo o seu potencial terapêutico para MFP refratária.
Em resumo, entre os 11 estudos de revisão sistemática (SRs) analisados, sete relataram um efeito favorável da toxina botulínica tipo A (BoNT-A) na redução da dor em comparação ao placebo. Dois SRs apresentaram efeitos positivos da BoNT-A em menos da metade dos ensaios clínicos randomizados (RCTs) incluídos, enquanto os outros dois não encontraram benefícios relativamente ao placebo. Quando comparada a outros tratamentos para disfunção temporomandibular (DTM), a BoNT-A não demonstrou eficácia superior. No entanto, seis SRs indicaram que a BoNT-A e outros tratamentos apresentaram efeitos semelhantes (Torre Canales et al. 2024).
Um estudo analisou o uso da toxina botulínica tipo A (BTA) em 36 pacientes com bruxismo do sono, abrangendo oito pesquisas. As doses variaram de 24 a 100 unidades, com acompanhamento de 12 semanas a 6 meses. Os resultados mostraram uma redução significativa nos sintomas do bruxismo e melhorias na qualidade do sono, além da diminuição na intensidade e frequência dos episódios (Delcanho et al. 2022).
De acordo com Fonte et al. (2021), 54 mulheres com DTM miofascial foram tratadas com BoNT-A, acupuntura ou solução salina (controle). Após um mês, todos os grupos relataram redução da dor. BoNT-A e acupuntura foram mais eficazes que o controle, mas BoNT-A foi o único tratamento que aumentou o limiar de dor à pressão (PPT). No entanto, o grupo BoNT-A apresentou uma redução significativa na atividade eletromiográfica (EMG), um efeito considerado adverso
Diante do exposto, a toxina botulínica tipo A (BTA) se mostra uma opção eficaz e segura no tratamento do bruxismo, contribuindo para a redução dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Apesar de ser bem tolerada e com poucos efeitos colaterais, são necessários mais estudos para definir as dosagens ideais e a eficácia de injeções em músculos adicionais. Portanto, a BTA é uma alternativa valiosa na prática odontológica, ampliando as opções de tratamento para o bruxismo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho revisou a eficácia da toxina botulínica tipo A (BTA) no tratamento do bruxismo, evidenciando que a sua aplicação pode reduzir a atividade muscular excessiva, aliviando dor e desconforto nos pacientes. Embora os resultados sejam promissores, é necessário realizar mais estudos para confirmar a sua eficácia e segurança. Além disso, uma abordagem multidisciplinar é fundamental para oferecer um tratamento integral aos pacientes. A continuidade da pesquisa nesta área é essencial para aprimorar as estratégias de manejo do bruxismo.
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