EFETIVIDADE DE UM PROTOCOLO COM A TÉCNICA DE LASERTERAPIA EM SÉRIE DE CASOS DE LACTANTES COM FISSURAS MAMÁRIAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7374645


Natalia Aparecida Gomes Ruocco1
Tatiane Martins2
Isabel Fernandes3 


RESUMO 

Introdução: Traumas mamilares são definidos como lesões ou alterações no  tecido da mama, que é ocasionado pelo erro da técnica de amamentação,  posicionamento ou pega incorreta. É acompanhado de fortes dores e  desconfortos no ato de amamentar, sendo estes traumas, a principal causa do  desmame precoce. Pode surgir ainda na gestação ou nos primeiros dias após  o parto. O desmame precoce é a interrupção do aleitamento materno  exclusivo antes do bebê atingir 6 meses de vida. A fisioterapia atua nesta área,  para reabilitar, prevenir, e tratar as alterações que surgem nas mulheres  durante as fases do puerpério. Existem várias técnicas e tratamentos para cada  necessidade, e a laserterapia é uma das formas de tratamento para as fissuras  mamárias durante o puerpério. Objetivo: Assim, esta pesquisa apresentou a  eficácia de um protocolo de atendimento de laserterapia em série de casos  de mulheres puérperas em amamentação que apresentam fissuras mamárias  atendidas em uma clínica escola de fisioterapia vinculada a uma instituição  de ensino superior particular de Foz do Iguaçu-PR. Metodologia: Pesquisa  observacional, em série de casos, realizada com 07 mulheres na faixa etária  de 18 a 40 anos, que apresentavam fissuras mamárias. A avaliação dos casos  via anamnese pré e pós tratamento buscou indicar a efetividade do tratamento  de laserterapia na cicatrização da lesão gerada pelas fissuras mamárias.  Resultados: O perfil socioepidemiológico foi caracterizado por mulheres de  raça branca (86%; n=6), com faixa etária de 20-25 anos (57,14%; n=4) e com fissuras mamárias (100%; n=7). Quanto à queixa de dor, quantificada na  Escala Visual Analógica (EVA), as pacientes P1 e P5 registraram intensa e  insuportável respectivamente, e ao final do tratamento estavam sem dor,  ambas EVA zero. O Nipple Trauma Score (NTS), apontou que apenas uma  paciente P6 ficou com nível de fissura mamária visível, saindo de nível de  trauma 5 para 1, no pós tratamento. A cicatrização e o relato de diminuição  da dor foram declarados em todos os casos da série. Conclusão: O protocolo  de atendimento de laserterapia se mostrou eficaz na redução da dor e  cicatrização em todas as puérperas. 

PALAVRA-CHAVE: Amamentação; Puerpério; Fissura Mamária; Técnica Laserterapia.

1. INTRODUÇÃO 

O puerpério é o período do pós-parto, onde as mulheres passam por intensas mudanças  fisiológicas e emocionais. O puerpério pode ser definido por três momentos: pós-parto imediato, que dura do 1° dia ao 10° dia após o parto; pós-parto tardio, que dura do 11° ao 45°  dia; e, pós-parto remoto, passando de 45 dias (COSTA et al., 2022).  

Segundo a OMS, é recomendado que o aleitamento materno exclusivo seja até o 6° mês  de vida. Entretanto, vários fatores podem contribuir para o cessamento da amamentação, sendo  um deles, o trauma mamilar, causado durante a lactação (BANDEIRA et al., 2021).  

É importante que haja acompanhamento no pré-natal, perinatal e pós-natal, para que  dúvidas sejam esclarecidas e orientações estejam presentes na prática da amamentação,  adequando as posturas e cessando as dificuldades, para que não haja desmame precoce  (ROCHA et al., 2020).  

Traumas mamilares são definidos como lesões ou alterações no tecido da mama, que é ocasionado pelo erro da técnica de amamentação, posicionamento ou pega incorreta, sendo  esses traumas, a principal causa do desmame precoce (CUNHA et al., 2019;  FREIRE et al., 2021). 

O trauma mamilar é caracterizado por uma alteração na camada normal da pele, sendo  a derme e a epiderme. Geralmente ocorre ao redor e na base do mamilo, podendo gerar dores  intensas e desconforto no momento de amamentar, fazendo com que comprometa a integridade  do mamilo (MATIAS et al.,2022). 

Podem ser classificados como lesões primárias, sendo eles: eritema, hematoma e bolha.  Ademais, também são classificados como lesões secundárias, sendo eles: edemas, rachaduras,  fissuras, escoriação, erosão e ulceração (MATIAS et al., 2022). 

Os fatores de risco para os traumas mamilares são: mães de raça branca ou amarela, idade gestacional entre 37 e 40 semanas, primiparidade, anestesia durante o parto, presença de  trauma na amamentação prévia, dores mamárias, mastites, preensão (pega) e posicionamento  inadequado do bebê (CUNHA et al., 2019).  

O estímulo do seio, faz com que o hipotálamo libera hormônios que ativam a produção  de prolactina pela hipófise, ao mesmo tempo que a ocitocina liberada no estímulo auxilia na  passagem do leite durante a mamada. Portanto, a lactação tem início na gestação e se estende  até a amamentação, tudo isso depende do tanto da fisiologia materna quanto da criança  (RIBEIRO et al., 2020).  

Uma das formas de tratamento de fissuras mamárias é o uso da laserterapia, que possui  ação anti-inflamatória, analgésica e de cicatrização das feridas. Não acarreta danos aos tecidos  do sistema tegumentar nem às mamas e possui efeito terapêutico durante a reabilitação do  paciente. O laser tem ação não-ionizante nos tecidos, ou seja, não é capaz de afetar as moléculas

A fisioterapia também atua para reabilitar, prevenir e tratar as alterações que surgem nas  mulheres durante as fases do puerpério. Existem várias técnicas e tratamentos para cada  necessidade e a laserterapia é uma das formas de tratamento para o aparecimento das fissuras  mamárias durante o puerpério (BANDEIRA et al., 2021).  

Deste modo, o presente estudo objetivou apresentar a eficácia de um protocolo de  atendimento em série de casos de mulheres puérperas em amamentação e que apresentam  fissuras mamárias. Essas mulheres eram atendidas em uma clínica-escola de fisioterapia  vinculada à uma instituição privada de ensino superior da cidade de Foz do Iguaçu/PR. 

2. METODOLOGIA 

Este estudo se caracterizou quanto a sua finalidade, como uma pesquisa observacional  em uma série de casos, para explorar os efeitos de um protocolo de atendimento em pacientes  com fissuras mamárias. A avaliação dos casos aconteceu por meio de instrumentos avaliativos  quantitativos, entre esses a ficha anamnéstica, EVA e NTS. Estes apoiaram a quantificação pré  e pós tratamento com foco na indicação da efetividade do tratamento e cicatrização gerada pela  lesão nas mamas.  

A amostra foi de escolha intencional, a partir da análise dos critérios de inclusão e  exclusão de mulheres com lesão mamilar ou fissuras mamárias. Foram incluídas as mulheres,  na faixa etária de 18 à 45 anos, que estavam no pós-parto imediato com até o 10°dia decorrido,  com disponibilidade para participar da pesquisa e concordância plena com os critérios  estabelecidos no termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Foram excluídas as  puérperas integrantes do grupo de risco para COVID-19 (SARS-CoV-2) causador da síndrome  aguda respiratória severa 2, com sintomas similares aos gripais, pesquisa realizada em período  pandêmico, a fim de prevenir a contaminação causada pelo coronavírus, aquelas que tiveram  infecção por COVID-19 em período inferior a trinta dias, as que possuíam marca passo e que  estavam administrando medicamentos contendo em seus princípios ativos algum tipo de  antibióticos. 

Assim, foram recrutadas as mulheres que estavam aptas a receber o tratamento com a  aplicação do protocolo de laserterapia. O recrutamento das participantes foi realizado por intermédio de um convite do Banco de Leite, em nome das pesquisadoras, às mulheres usuárias  deste serviço de saúde pública da cidade de Foz do Iguaçu. 

A série de casos foi realizada com 7 (sete) mulheres que apresentaram fissuras mamárias  no ato de amamentar. Os atendimentos do protocolo ocorreram em um Centro Integrado de  Saúde (CIS), nas dependências da clínica escola de fisioterapia vinculada à uma instituição  privada de ensino superior em Foz do Iguaçu – PR. 

As voluntárias passaram por uma avaliação inicial quanto ao termo protocolar de  condutas quanto à Covid-19. Todas que atendiam aos critérios da pesquisa, receberam a  avaliação anamnese inicial ou pré-atendimento. 

Como instrumento parte componente do protocolo de aplicação da técnica, foi utilizado  um laser de baixa potência. Quanto a especificação técnica do aparelho, a ponteira utilizada foi  a de 830 NM (comprimento da onda), com potência de 40mW, com Joule de 3-5 cm². A distância da ponteira com a pele foi de 1 cm, com utilização acessória dos óculos de proteção  facial para evitar irradiação. As pacientes receberam duas aplicações por semana durante um mês, totalizando 5 sessões. 

A Escala Visual Analógica foi utilizada para mensurar o grau de dor. A escala quantifica  a dor por intensidade relacionada a faixa de zero a dez. Sendo zero a ausência da dor e o dez para  indicar a dor máxima suportável. Qualitativamente, a escala gradua em três classificações de  intensidade da dor: leve, moderada e intensa, durante a amamentação.  

Ademais, também foi utilizado, como instrumento de mensuração, o Nipple Trauma  Score indicando o grau visual de lesão gerada pelas fissuras. Após o término do tratamento, as  participantes foram submetidas a uma nova avaliação, para obtenção dos resultados quanto a  efetividade da técnica em cada caso da série (SILVA et.al., 2022; NETO et.al., 2020).  Os dados coletados durante a pesquisa foram consolidados no formato tabular. A primeira  tabela é caracterizada pelo perfil social das puérperas. A segunda tabela apresenta os  instrumentos avaliativos para quantificar a dor e identificar o grau visual da lesão gerada pelas  fissuras mamárias. O terceiro item é um quadro de relatos com queixas pré e pós aplicação de  protocolo em cada um dos casos. O último item, são imagens dos casos que tiveram mais  destaque com as 5 (cinco) sessões de aplicação do protocolo de laserterapia.

O Projeto de Pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da  Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) segundo o Parecer Consubstanciado  publicado sob o n.5.440.280. O projeto tramitou sob o número de protocolo CAAE:  58862822.0.0000.0107. 

3. RESULTADOS  

Essa pesquisa foi composta por mulheres puérperas, em período de amamentação e com  presença de fissuras mamárias. Em relação aos dados sociais, a faixa etária da maior parte dos  casos da série foi de 20-25 anos (57.14%; n=4). Ao serem questionadas sobre a raça, 86% (n=6)  respondeu branca (Tabela 1). 

Tabela 1. Consolidação dos dados sociodemográficos de puérperas com presença de fissura  mamária durante amamentação, participantes da série de casos que receberam atendimento  fisioterapêutico com laserterapia, consolidados por Frequência absoluta (Fi) e seus percentuais  equivalentes (%), coletados em uma clínica escola de Fisioterapia de Foz do Iguaçu – PR,  Agosto/2022.  

De acordo com a consolidação dos instrumentos EVA e NTS pode-se observar grande  destaque para as pacientes P1 e P5.  

A paciente P1 possuía dores EVA 7 e fissuras mamárias NTS 2 na mama direita. Com 5  (cinco) sessões de laserterapia houve a cicatrização da fissura e uma redução de dor EVA para  zero – ausência total de dor. 

A paciente P5, esta possuía dores insuportáveis, EVA 10, e fissuras mamárias NTS 4 em  ambas as mamas. No pós-tratamento com as 5 (cinco) sessões de laserterapia também houve  cicatrização das fissuras e redução de dor EVA para ausência de dor.  Por outro lado, a paciente P6 possuía dores, nível EVA 8, e fissuras mamárias NTS 5 em  ambas as mamas. Ao final do tratamento a pacientes ainda permanecia com dor EVA nível 3  (leve) e com nível NTS 1 de fissura mamária – fissura visível. Este caso, foi o único da série  que não teve a recuperação total com 5 (cinco) sessões de laserterapia. Essa condição de  permanência da dor e fissura parece indicar que estava associada ao fato de a puérpera não ter conhecimento sobre manipulação da pega (Tabela 2).

Tabela 2. Comparação dos resultados dos instrumentos Escala Visual Analógica (EVA) e  Nipple Trauma Score (NTS), antes e depois da intervenção fisioterapêutica.  

O quadro a seguir relata a queixa principal de cada paciente na primeira e na última  avaliação (Quadro 1).  

Quadro 1. Registro resumido da queixa principal pré e pós aplicação protocolo de atendimento  de laserterapia em série de casos de mulheres puérperas em amamentação que apresentam  fissuras mamárias, atendidas em uma clínica-escola de fisioterapia vinculada à uma instituição  privada de ensino superior da cidade de Foz do Iguaçu/PR, 2022.

Casos Antes da intervenção (*Referência pós-parto foi a data em que os pesquisadores  realizaram a anamnese)Após a intervenção
P1Relatou dor pulsante em ambas as mamas,  apresentando fissura mamária na mama direita. Não  interrompeu a amamentação. Sem uso de fórmula para  auxílio da dor/lesão. Não fazia uso de medicação,  somente utópica – pomada Milar. Parto cesariana, 4°  dia de pós-parto.Redução da dor, cicatrização total da mama e retomou a  amamentação em livre demanda.  Interrompeu o uso da pomada. E  relatou o suporte somente da  técnica do laser. 
P2Relatou ter dor pulsante com fisgada e queimação,  apresentando fissura mamária na mama direita. Não  interrompeu a amamentação. Sem uso de fórmula para  auxílio da dor/lesão. Não fazia uso de medicação,  somente utópica – Milar. Parto cesariana. 7° dia pós parto.Redução da dor durante a  amamentação, cicatrização da  mama. Continuou a amamentação  em livre demanda.
P3Relatou ter dor pulsante, apresentando fissura  mamária em ambas as mamas. Interrompeu a  amamentação. Utilizou fórmula como auxílio da  dor/lesão. Não fazia uso de medicação e pomada.  Parto normal. 5° dia pós-parto.Relatou redução da dor, cicatrização das mamas.  Interrompeu o uso da fórmula. Continuou a amamentação em  livre demanda. 
P4Relatou ter dor pulsante, apresentando fissura  mamária em ambas as mamas. Não interrompeu a  amamentação, sem uso de fórmula como auxílio para  dor/lesão. Não fazia uso de medicação e pomada.  Parto cesariana. 11° dia pós-parto.Relatou redução da dor, cicatrização em ambas as mamas. Continuou a amamentação em livre  demanda. 
P5 Relatou ter dor lacerante, apresentando fissura  mamária em ambas as mamas. Não interrompeu a  amamentação, sem uso de fórmula como auxílio para  dor/lesão. Não fazia uso de medicação e pomada.  Parto cesariana. 9° dia pós-parto.Relatou redução da dor,  cicatrização em ambas as mamas.  Continuou a amamentação em livre  demanda. 
P6Relatou ter dor como fisgada, apresentando fissura  mamaria em ambas as mamas. Não interrompeu a  amamentação, sem uso de fórmula como auxílio para  dor/lesão. Não fazia uso de medicação e pomada.  Parto normal, 5° dia de pós-parto.Relatou redução da dor,  cicatrização em ambas as mamas. continuando com amamentação  em livre demanda. 
P7Relatou ter dor como queimação e pontada,  apresentando fissura mamária em ambas as mamas.  Não interrompeu a amamentação, sem uso de fórmula  como auxílio para dor/lesão. Não fazia uso de  medicação e pomada. Parto cesariana, 6° dia de pós parto.Relatou redução da dor,  cicatrização das mamas.  Continuou com amamentação em  livre demanda. 

Abaixo seguem as imagens que foram tiradas com o aparelho Apple iPhone 7, câmera  traseira – 28mm f 1.8, 9 MP, 3022 x 2991 (Quadro 2).  

Quadro 2. Registro fotográfico da fissura mamária no ato da avaliação anamnéstica pré e pós  aplicação protocolo de atendimento de laserterapia em série de casos de mulheres puérperas em  amamentação, atendidas em uma clínica-escola de fisioterapia vinculada à uma instituição  privada de ensino superior da cidade de Foz do Iguaçu/PR, 2022.

4. DISCUSSÃO 

Cunha et al., (2019) aponta que puérperas de raça branca ou amarela têm maior  propensão para o desenvolvimento de trauma mamilar. As mulheres de raça negra têm maior  resistência e melanina na pele, sendo assim, mulheres de mamilos com pouca pigmentação  apresentam maior incidência de trauma mamilar. Na série de casos atendida nesta pesquisa, foi  constatado que a maioria das puérperas eram de raça branca que possuía fissuras mamárias. 

Um estudo realizado por Ferreira et al., (2020) aponta que poucas são as mulheres que  recebem orientações no banco de leite humano e pouca é a procura das mães para este fim,  apresentando também mães jovens entre 20 e 29 anos as que possuem dificuldades para  amamentação pela falta de orientação. Os autores corroboram o resultado da série de casos  deste estudo, em que a maioria das mães pertenciam a esta referida faixa etária, podendo assim  ser esta uma das razões à predisposição das fissuras mamárias no ato de amamentar.  

Devido à ocorrência frequente de traumas mamilares, o desmame precoce torna-se um  problema muito comum. Isso acaba colocando muito estresse emocional na mãe, e, portanto,  pode levar a interrupção do aleitamento materno. Esta decisão faz com que a mãe forneça leite  artificial para evitar perda de peso no recém-nascidos. A introdução do leite artificial implica  em maior rejeição da mama, acelerando o desmame precoce (ATALAIA et al., 2022).  

Kent et al., (2015) afirma que os traumas mamilares estão atribuídos ao posicionamento  do bebê e a pega incorreta. No momento da amamentação, ao invés de sugar somente a parte  da auréola, suga exclusivamente o mamilo, surgindo assim, as fissuras mamárias devido a este  atrito. Além das fissuras, essa posição errada tem como consequência dor, sofrimento  psicológico, alterações de humor e dificuldade do vínculo mãe-bebê. Concluindo que o  posicionamento adequado e orientação durante a gestação é importante como mecanismo de  prevenção e prolongamento do aleitamento materno. 

Nesta pesquisa, evidenciou-se por meio da escala EVA, que em três pacientes da série  de casos houve diminuição da escola de dor quantificada como intensa para leve, e outros dois casos de moderada para leve. Em duas pacientes, a diminuição foi de intensa para moderada.  Quatro pacientes afirmaram ter o padrão de dor pulsante.  

Quanto ao NTS, no caso mais grave que foi da paciente P6 com escore cinco,  considerou-se que houve melhoria, pois o escore caiu para 1. 

Nos demais casos da série houve uma melhora representativa, em os escores quatro  quantificados pelo NTS foram todos para zero. Portanto, o presente estudo apontou que a  laserterapia é eficaz na série de casos investigada, melhorando o trauma mamilar. 

Neto et.al., (2020), em seu estudo, utilizou o NTS como instrumento na quantificação  da fissura. Embora o tratamento das puérperas tenha sido utópico na pesquisa dos autores, estes  afirmaram ser a ferramenta efetiva para indicar a mudança no quadro da presença da fissura  mamária em momentos pré e pós-atendimento de paciente. 

O presente estudo também registrou que as pacientes relataram melhoria importante  na redução da dor durante a amamentação. Após a aplicação da laserterapia obtiveram este  resultado em decorrência do seu efeito em acelerar a cicatrização nas fissuras. O laser fez com  as participantes da pesquisa continuassem a amamentação exclusiva, sem a queixa da dor e do desconforto.  

Na pesquisa dos autores Soares et al., (2021) afirmam que a laserterapia contribuiu para  o tratamento de fissuras mamárias juntamente com a correção da pega do bebê. Sendo assim, podemos afirmar que a aplicação do método da laserterapia juntamente com a orientação da  puérpera quanto à pega, ambos são aliados efetivos do aleitamento materno exclusivo e vínculo  mãe e bebê.  

5. CONCLUSÃO 

O presente estudo confirmou, por meio dos resultados obtidos, que o protocolo de  atendimento baseado na técnica de tratamento de laserterapia proporcionou resultados positivos  na redução do quadro álgico presente no ato de amamentar como também na cicatrização das  fissuras mamárias, na melhoria do desconforto da dor e na qualidade de vida, fazendo com que  as puérperas continuassem com o aleitamento materno exclusivo. 

6. REFERÊNCIAS 

COSTA SILVA M.E. et al. Os benefícios da fisioterapia no parto e puerpério. Research,  Society and Development, v.11, n.3, 2022. 

DA CUNHA SARTORI A.M. et al. Prevalência de traumas mamilares e fatores  relacionados em puérperas assistidas em um hospital de ensino. Escola Anna Nery 23 (4),  2019. 

BANDEIRA A.K. et al. A efetividade da laserterapia como tratamento de fissuras  mamárias em puérperas na cidade de Piriri – PI. Research, Society and Development, v.10,  n.12, 2021. 

SOARES PONTES B.K. et al. A aplicação da laserterapia no tratamento de traumas 21  mamilares, revisão de literatura. Online Brazil J Nurs, 2021. 

ROCHA ALMEIDA E.M et al. Aleitamento materno, amamentação tranquila e  prazerosa: um relato de experiência. Research, Society and Development, v.9, n.7, 2020. 

NEPOMUCENO DA CUNHA FRAGA I.C et al. Amamentação: dificuldades  enfrentadas pelas puérperas primíparas no alojamento conjunto. Research, Society and  Development, v.10, n.15, 2021.  

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RIBEIRO DE LIMA P. et al. Criação e validação de conteúdo visual de tecnologia  educativa para aprendizagem da fisiologia da lactação. Revista Brasileira de Enfermagem,  2020. 

FREIRE DE LIMA E.A. et al. Fatores associados ao desmame precoce no contexto  brasileiro: uma revisão da literatura. Brazilian Journal of Healt Review, v.4, n.1, 2021.  

BATISTA V.F. et al. A utilização do laserterapia de baixa potência em fissuras mamária.  Revista Thêma et Scientia, v.10, n.1, jan/jun, 2020.  

MATIAS A.D. et al. Trauma mamilar em mulheres no período lactacional. Revista  Enfermagem Atual In Derme, v.96, n.38, 2022.  

SILVA L.A. et al. Efeitos da laserterapia em fissuras mamilares de lactantes evitando o  desmame precoce. Revista eletrônica Estácio Saúde, v.11, n.01, 2022.  

NETO C.M. et al. Estudo comparativo do uso de lanolina HPA e leite materno no  tratamento da dor associada ao trauma mamilar. Revista Brasileira de Ginecologia e  Obstetrícia, 2018.  

ATALAIA SILVA L. et al. Efeitos da laserterapia em fissuras mamilares de lactantes  evitando o desmame precoce. Revista Eletrônica Estácio Saúde, v.11, n.01, 2022.  

FERREIRA A.P.M et al. Banco de leite humano: mulheres com dificuldades na  amamentação. Cogitare Enfermagem, 2020.  

KENT J. C. A. et al. Nipple Pain in Breastfeeding Mothers: Incidence, Causes and  Treatments. International journal of environmental research and public health, v. 12,  n.10, 2015.  PHD A.P. et al. Association of Public Healt Interventions With the Epidemiology of the  COVID-19 Outbreak in Wuhan, China. JAMA, 2020.


1. Acadêmica do Bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário Uniamérica-Descomplica.

2. Fisioterapeuta.  Especialista na Saúde da Mulher pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Docente no bacharelado  em Fisioterapia do Centro Universitário Uniamérica-Descomplica e orientadora da pesquisa.

3. Cientista da  Computação. Doutora em Ciências – Enga. da Produção pela COPPE/UFRRJ. Docente no bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário Uniamérica-Descomplica e orientadora da iniciação científica. natalia.ruoccoo@gmail.com; tatiane.martins@descomplica.com.br; isabel.souza@descomplica.com.br.