EFFECTS OF EXCESSIVE USE OF ELECTRONIC DEVICES IN CHILDREN: VISUAL HEALTH, SLEEP AND COGNITIVE DEVELOPMENT
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202409252124
Victoria Karoline Libório Cardoso
Bruna Soraya da Silva Barbosa Oliveira
Dayane Carolline Silva de Oliveira
Denis Alves Pinho
Larissa Brenda Azevedo da Cunha Araújo
Luan Jaime dos Santos Najar
Ruany Amália Briglia Castro
Samantha Yuko Nishiki Brandão
Suzanna de Oliveira Santos Macedo
Tárcia Alfaia de Almeida
RESUMO
Após a popularização dos dispositivos eletroeletrônicos por volta da década de 1980, o consumo de mídias digitais e informações por meio desses se tornou, aos poucos, uma realidade mundial. Com isso, o advento da tecnologia possibilitou diversos progressos em todas as áreas que impactam no nosso cotidiano. Não obstante, crianças e adultos de todas as idades se tornaram dependentes dessa tecnologia. Com isso, as sequelas dessa dependência tornou-se extremamente evidente na sociedade, com enfoque nas crianças, que são as mais prejudicadas, visto que estão em momento de pleno desenvolvimento neuro cognitivo e comportamental. Desse modo, atualmente vê-se as consequências desses abusos nas crianças com problemas visuais, de atenção, coordenação, memória, aprendizado, sono, desenvolvimento, ansiedade, estresse e até mesmo depressão. Portanto, torna-se evidente a necessidade de estudos mais aprofundados nessa área, para que os adultos responsáveis por essas crianças possam dosar e limitar o tempo de acesso às telas. Isso poderá salvaguardar a saúde mental e física de todos os infantes, antes expostos excessivamente às tecnologias da informação.
Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil; Tecnologia; Saúde ocular; Disfunção Cognitiva; Distúrbio do sono.
ABSTRACT
After the popularization of electronic devices around the 1980s, the consumption of digital media and information through them gradually became a global reality. As a result, the advent of technology has enabled many advances in all areas that impact our daily lives. Nevertheless, children and adults of all ages have become dependent on this technology. As a result, the consequences of this dependence have become extremely evident in society, with a focus on children, who are the most affected, as they are at the moment of full neurocognitive and behavioral development. Thus, the consequences of these abuses are currently seen in children with visual problems, attention, coordination, memory, learning, sleep, development, anxiety, stress and even depression. Therefore, the need for more in-depth studies in this area becomes evident, so that adults responsible for these children can measure and limit screen access time. This could safeguard the mental and physical health of all children, previously excessively exposed to information technologies.
Keywords: Child Development; Technology; Eye health; Cognitive Dysfunction; Sleep disorder. Child Development; Technology; Eye health; Cognitive Dysfunction; Sleep disorder.
INTRODUÇÃO:
Por volta da década de 1970-1980, popularizou-se o uso de dispositivos eletrônicos na sociedade, com liderança dessa popularização nos Estados Unidos da América, mas com posterior disseminação mundial. Inicialmente o acesso às telas era mais restrito e a camada social com maior capacidade socioeconômica tinha mais privilégios (Turkle Sherry, 2011). Porém, com o passar dos anos, os dispositivos eletrônicos se tornaram uma realidade na casa da maioria das pessoas, independente da classe econômica.
Assim, mais crianças tiveram acesso a esses dispositivos, gerando grandes impactos neuropsicológicos e visuais, visto que são a camada social em pleno desenvolvimento (REIS L, et. al., 2023). Atualmente estima-se que muitas crianças iniciam seu acesso às telas por volta dos 6 aos 36 meses de idade e seu fator de impacto na qualidade de vida tem correlação com o tempo de exposição às telas (CHAIBAL, S; CHAIYAKIL, S; 2022).
Nesse sentido, é importante explanar sobre quais são os malefícios advindos do uso excessivo de telas, sendo os principais relacionados a problemas cognitivos, como modificações na motricidade fina e grossa, com o envolvimento da coordenação, de pequenos e de grandes grupos musculares. Isso influencia diretamente na força muscular, no equilíbrio, na estabilidade, na sensação dos sentidos, na percepção visual e do toque, visto que a interação da criança com o mundo torna-se dificultosa e, agora, restringida (DAUD et al., 2020). Além dessas alterações, percebe-se atrasos e dificuldades visuais, de linguagem, comunicação, interação social, concentração, memória e sono (CHAIBAL, CHAIKIL, 2022).
Dessa maneira, é importante salientar o que seria o uso excessivo de telas. Ao contrário do que muitos entendem, não se refere apenas à quantidade de tempo utilizado em uso de dispositivos eletrônicos. Refere-se a como essa ferramenta é utilizada, a pessoa que a usa, sua idade e como é o reflexo deste utensílio em sua vida, quais implicações biopsicossociais está havendo. Com o advento dos dispositivos eletrônicos e sua propagação, maior foi o número de indivíduos que começaram a utilizar esse instrumento de maneira excessiva. Entretanto, a maior intensificação dessa realidade ocorreu durante e após a pandemia de COVID-19, devido à situação de quarentena instituída e ao isolamento social.
Estudos indicam que aproximadamente 37,4% das crianças menores de 12 anos apresentaram uso excessivo de telas, ultrapassando as duas horas diárias indicadas para essa idade (Parra, 2023). Tal realidade, demonstra como a Síndrome Visão do Computador (CVS) se tornou mais evidente nos últimos anos, se expressando a partir de olhos secos e fadiga visual (Santos, 2024; Duarte, 2024). Além disso, fora a questão do impacto visual, questões como alterações comportamentais, sedentarismo, sobrepeso, déficit de atenção, irritação excessiva, estresse, hiperatividade, ansiedade e depressão, estão correlacionados com o uso abusivo de telas (ANDRADE, 2024).
De acordo com isso, fica evidente que o uso excessivo de telas têm consequências substanciais para as crianças, especialmente em seu desenvolvimento neuropsíquico, cognitivo, visual e emocional. Sendo assim, a compreensão dessa realidade é o primeiro ponto para que essas consequências não ocorram. A promoção de um estilo de vida saudável só tem benefícios na vida das crianças, o que atualmente tem se tornado cada vez mais uma realidade distante.
Por fim, objetiva-se explanar sobre como o uso excessivo de eletrônicos para crianças pode ser extremamente danoso para vários aspectos de suas vidas. Assim, torna-se necessário o estudo e compreensão desses malefícios para que se possa retornar a padrões com menor usabilidade das telas. As crianças, que hoje já enfrentam dificuldades de interação, de socialização, de aprendizado, de visão e afins, tornar-se-ão adultos disfuncionais, com diversos problemas que impactarão diretamente na produção de sua qualidade de vida. Desse modo, conscientizar a população adulta e responsável por essas atuais crianças é o objetivo maior desse trabalho, com o intuito de mudar o curso que essas medidas desregradas estão tomando.
METODOLOGIA:
Este presente trabalho se trata de uma revisão integrativa de literatura, baseada em pesquisa de materiais secundários. O objetivo é identificar e analisar os efeitos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos em crianças, quanto à saúde visual, o sono e o desenvolvimento cognitivo. Para a composição do arsenal bibliográfico, foram considerados critérios distintos. As publicações abrangeram os anos entre 20.. e 20.., o que oferece uma visão ampla e, ainda assim, atual sobre essa problemática. Além disso, considerou-se trabalhos que abordassem o uso excessivo de telas, os malefícios do uso exacerbado dos dispositivos eletrônicos, tais como alterações no desenvolvimento neurológico, cognitivo, comportamental e pessoal.
Os critérios de exclusão consideraram estudos sem dados substanciais, trabalhos do tipo editorial, artigos de opinião e artigos sem delimitação específica de tema. A revisão foi baseada em bases de dados científicas como PubMed, Scopus, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde. Os termos de busca incorporaram as palavras-chave “X”, “X”, “X”, “X” e “X”. Por fim, a análise dos dados foi conduzida com uma abordagem de síntese qualitativa, agrupando os resultados dos estudos por tema e comparando-os para identificar padrões e inconsistências.
REFERENCIAL TEÓRICO:
O uso prolongado de dispositivos eletrônicos, uma característica sempre presente na infância contemporânea, emergiu como um centro de preocupação, provocando debates intensos em diversos campos da saúde infantil. Santos et al. (2024) desbravaram essa questão com uma revisão narrativa que é, no mínimo, alarmante. A exposição contínua às telas está saturando a visão de crianças e adolescentes, catalisando o surgimento de inúmeros casos de miopia e promovendo a síndrome da visão computacional. Assim, identificou-se então que a luz azul emitida por esses dispositivos, é um dos fatores de maior essencialidade para as questões visuais das crianças. A solução, embora pareça ao alcance, é atualmente muito ignorada pelos próprios pais e responsáveis, que seria moderação e limite ao uso de tais dispositivos.
Ademais, fora os danos à saúde visual, a interferência no desempenho acadêmico torna-se outro importante dilema digital. Adelantado-Renau et al. (2019), em seus estudos, evidenciaram uma relação importante entre o uso desenfreado de mídia digital e o declínio na performance escolar. Crianças e adolescentes imersos em telas demonstram uma queda acentuada no rendimento, principalmente nas disciplinas que exigem concentração e maior carga cognitiva. A conclusão então demonstra como os pais e os educadores precisam, com veemência, estabelecer limites saudáveis de acesso a essas redes, caso contrário, a procrastinação nesse aspecto, pode consolidar danos educacionais profundos.
Outrossim, tem-se também o essencial papel da família. Bahadur et al. (2021) investigou o impacto da orientação parental sobre o uso de telas entre pré-escolares. Os achados são extremamente consideráveis: famílias que recebem aconselhamento adequado conseguem, de fato, reduzir o tempo de exposição das crianças a esses dispositivos. Ou seja, o envolvimento dos pais não é apenas aconselhável, é um pilar essencial no controle do uso da tecnologia pelas crianças.
Em outra perspectiva, a literatura contemporânea (Parra, 2023; Calais, 2024; Andrade, 2024; Lins, 2024) não se limita à saúde ocular ou ao rendimento escolar. Ela apresenta uma visão abrangente dos múltiplos impactos negativos do uso prolongado de dispositivos, abrangendo desde os problemas visuais até o comprometimento do desenvolvimento cognitivo e do sono. Andrade (2024), por exemplo, descreve profundamente sobre o efeito desse excesso de tela no desenvolvimento infantil, destacando a drástica diminuição do tempo dedicado à interação social e à atividade física. Quanto mais tempo uma criança passa na frente de uma tela, do que interagindo com os pais ou brincando com os amigos, o sinal de alerta se torna maior.
Em suma, o arcabouço teórico deste trabalho é respaldado por uma sólida gama de pesquisas que não apenas confirmam, mas clamam pela necessidade de ação. O uso excessivo de dispositivos eletrônicos não é um problema isolado ou passageiro, ele se expande profundamente na saúde das novas gerações. Dessa maneira, estratégias de mitigação, conscientização e um uso equilibrado da tecnologia não urgentes são apenas recomendáveis, são .
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos entre crianças emergiu como uma preocupação alarmante de saúde pública. Isso se deve ao fato de as telas invadiram a vida cotidiana das crianças de maneira avassaladora, trazendo diversos problemas inesperados. Atualmente, a saúde visual, a qualidade do sono e o desenvolvimento cognitivo tornaram-se, então, temas centrais desse debate, visto que a alta proliferação de dispositivos digitais possibilitou consequências adversas para as crianças, exigindo uma avaliação minuciosa.
Dentre essa perspectiva, ressalta-se o impacto visual. A Síndrome da Visão Computacional (CVS), uma condição que antes poderia ser despercebida, agora emerge como um problema de saúde muito presente. Nota-se esse aumento no número de casos de CVS especialmente durante e após a pandemia de COVID-19, especialmente pois o ensino remoto fez com que as telas se tornassem inseparáveis do cotidiano infantil. Um estudo demonstrou um aumento de 82% no tempo de tela entre jovens, o que proporciona problemas oculares significativos, com sintomas como cansaço visual constante, desconforto e distúrbios visuais frequentes.
Porém, deve-se constar que o desconforto ocular interfere diretamente na capacidade das crianças de se engajar em suas atividades diárias, acadêmicas e recreativas. De tal modo, uma criança tentando se concentrar em uma tarefa com a visão turva e os olhos irritados perde o interesse nessa obrigação, gerando agora mais uma mazela como consequência do uso indiscriminado das telas.
Nesse sentido, a presença de dispositivos eletrônicos nos quartos das crianças não é apenas uma questão de conveniência; é ofertar uma maior probabilidade que ocorram diversas complicações nas vidas delas. Esse fato aumenta o uso prolongado desses dispositivos, justamente por tornar seu acesso tão facilitado, elevando o risco de desenvolver a Síndrome da Visão Computacional. Figueiredo et al. (2019) e seu trabalho alertou sobre essa conexão preocupante, ressaltando o impacto especialmente no sono, que se torna igualmente alarmante.
Estudos têm mostrado, de maneira inequívoca, que a presença de telas está diretamente ligada a padrões de sono prejudiciais. A situação então se confirma, as telas no quarto resultam em horários de dormir mais tardios, uma sonolência diurna crescente e uma duração total de sono comprometida. Afonso et al. (2022) e Rodrigues et al. (2021) revelam essa correlação inquietante.
A luz azul emitida pelos dispositivos não apenas distrai, mas também suprime a produção de melatonina – hormônio essencial para regulação dos ciclos de sono-vigília. Belmon et al. (2019) e Carter et al. (2016) elucidam como essa interrupção pode criar o que se chama de jetlag social, nos quais os ritmos circadianos naturais das crianças ficam desalinhados com as demandas sociais, intensificando ainda mais suas dificuldades em dormir.
Tal realidade tem como resultado profundas consequências. O sono inadequado não é apenas uma questão de cansaço; está associado a problemas cognitivos e comportamentais sérios, como dificuldades de concentração, aumento da ansiedade e até obesidade, como apontam Magee et al. (2014) e MacKenzie et al. (2021). O desenvolvimento cognitivo das crianças está indiscutivelmente atrelado à qualidade do sono que conseguem ter. Portanto, a relação entre o uso de dispositivos eletrônicos e o sono também é uma questão que não pode ser ignorada.
Desse modo, pesquisas emergem, revelando uma realidade alarmante, no qual durações de sono encurtadas e padrões irregulares, como tempestades indomáveis, atrapalham fortemente as funções cognitivas fundamentais. Atenção, memória, habilidades de resolução de problemas, todos esses fatores podem ser obliterados, causando grandes distrações digitais (Carter et al., 2016; Hale & Guan, 2015).
Nisso, o tempo de tela, voraz e extremamente entre as crianças, se apodera do espaço vital, substituindo atividades cruciais para o desenvolvimento cognitivo, como leitura e brincadeiras interativas, realizando alterações importantes no intelecto e no cognitivo, pois as interações virtuais não refletem da mesma maneira, em âmbito neurológico, comportamental e social, do que as reais interações (Belmon et al., 2019; Nathanson & Beyens, 2016).
Entretanto, o impacto psicológico do uso excessivo de telas, exacerbado pelo frenesi da pandemia de COVID-19, se destaca como um fator extremo, catalisador do aumento vertiginoso de ansiedade e depressão entre crianças. Uma combinação extremamente problemática que não só deprecia o bem-estar emocional, mas também complica ainda mais o delicado tecido do desenvolvimento cognitivo (Rojas et al., 2022; Spencer et al., 2021). A interconexão intrincada entre tempo de tela, qualidade do sono e desempenho cognitivo se ergue como uma dificuldade ímpar. Isto é, assim, uma urgência vital que exige uma abordagem equilibrada na utilização desses dispositivos eletrônicos.
Ademais, a supervisão parental, junto a fatores socioeconômicos, entrelaça-se nestas questões. À medida que as crianças se tornam mais autônomas, a vigilância dos pais frequentemente se desvanece, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de ainda mais tempo de tela e, consequentemente, intensificando os diversos distúrbios abordados, incluindo o distúrbio do sono (Nuutinen et al., 2013; Wunsch et al., 2021). Nessa senda, se constrói uma rotina de ciclo vicioso, no qual a criança fica cada vez mais dependente da interação virtual e menos acolhida pela interação pessoal.
Além disso, as disparidades socioeconômicas, longe de serem meras diferenças numéricas, revelam-se como uma essencial questão que se direciona às famílias menos favorecidas, onde o acesso a dispositivos eletrônicos torna-se um dilema crucial. Para muitos, o uso desmedido da tecnologia não é luxo ou distração voluntária, mas sim um imperativo moldado por forças externas inescapáveis (Rodrigues et al., 2021).
Nestes lares, o ciclo se perpetua: sem condições adequadas para oferecer alternativas, o tempo de tela se expande, ocupando todos os espaços possíveis. Essa realidade exige uma nova estratégia, uma intervenção que vá além do reconhecimento do problema, mas que enfrente a raiz socioeconômica da questão e estabeleça um cenário onde hábitos tecnológicos saudáveis possam existir, independentemente da classe social.
Diante dessa realidade de desafios, pais, educadores e profissionais de saúde emergem como agentes modificadores de curso. Não se trata apenas de aconselhar ou sugerir, cabe ao ser adulto e responsável a missão ética e social de resolver essa problemática para com as crianças. Desligar os dispositivos nos momentos cruciais, principalmente nos quartos, cria zonas de proteção, fortalece o ambiente onde as crianças podem experimentar o mundo real, sem a constante interferência digital.
Atividades que desafiem o cérebro, que incentivem o pensamento crítico e a socialização, tornam-se extremamente fundamentais para atingir-se a mudança que as crianças precisam (Afonso et al., 2022; Maniraj et al., 2021) No centro dessa discussão, a saúde visual se eleva como um campo de essencialidade frequentemente negligenciado. Cada segundo a mais diante de uma tela é uma pequena corrosão da visão, do sono, do desenvolvimento cognitivo. É vital que as famílias recebam informações que realmente façam diferença em seu entendimento. Informações que não apenas expliquem, mas façam entender sobre os perigos que assolam o uso desmedido dos dispositivos eletrônicos.
Dessa forma, a luta contra o uso excessivo de tecnologia não é apenas uma questão de bom senso; é um dever para a preservação da saúde infantil, pela manutenção da qualidade de vida, de crescimento e de desenvolvimento das crianças. As evidências são grandemente expostas. Faz-se necessária uma abordagem multifacetada que engloba educação, engajamento parental e suporte comunitário. Deve-se investir em pesquisas cada vez mais profundas, em políticas públicas que realmente façam frente à magnitude do problema. Precisa-se garantir que a tecnologia seja um aliado, um instrumento de crescimento e não uma ferramenta de regresso ao desenvolvimento das crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A partir deste trabalho, conclui-se como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos por crianças pode ser danoso. O infante está em pleno processo de desenvolvimento em todas as áreas, desde fatores neurocognitivos, como em relação ao seu crescimento pessoal. Assim, cabe ao seu responsável a orientação e o ensino sobre as questões da vida.
Uma criança precocemente exposta às telas e a diversos dispositivos diferentes cria uma dependência daqueles objetos, pois a quantidade de informações passadas é exorbitante, preenchendo sua capacidade cognitiva, funcionando como um fator de dependência. Desse modo, quando os pais e/ou responsáveis não controlam essa situação, a exposição prolongada se perpetua, trazendo à tona diversos malefícios desse uso.
Aqui iniciam os processos de alterações no campo visual, com a Síndrome Visão Computador, miopia, cansaço visual, dentre outros. Já na esfera neurocognitiva, a criança apresenta desinteresse nos campos normais da vida e de interação interpessoal, déficit de atenção, dificuldade de memória, falta de foco, incapacidade de concentração, impaciência, estresse, dificuldade de coordenação motora (fina e grossa), cansaço e fraqueza em atividades cotidianas simples. Quanto ao campo emocional, são crianças extremamente irritadiças, que não conseguem suportar o tédio, com maior probabilidade de desenvolver ansiedade e depressão.
As consequências são indizíveis, sem elucidar os problemas futuros na vida adulta, com o construto de um adulto disfuncional, visto que sua base na infância e na adolescência foi deficitária. Os danos desse acesso desenfreado às tecnologias de informação e telas será visto ainda por muitas gerações, pois as crianças acometidas por essas questões ainda não chegaram em sua fase adulta.
Esse é um problema que assola a maioria das regiões do mundo, não apenas focados em cidades, estados ou países específicos. Ou seja, as consequências disso são inenarráveis. A solução, então, é mudar essa realidade; é transmitir e repassar o conhecimento e o entendimento de todos esses malefícios às famílias e as escolas, pois tais informações não são de obrigação de conhecimento a pessoas leigas.
Desse modo, cabe aos profissionais estudiosos da saúde como médicos, psicólogos, terapeutas e afins engendrarem o conhecimento diante da sociedade sobre as problemáticas aqui expostas. Dessa forma, a partir dessa conscientização, pode-se-á mudar o futuro dessas crianças, criando um ambiente mais saudável e apto para o seu pleno conhecimento e desenvolvimento.
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