EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO EQUILÍBRIO DO IDOSO: UMA REVISÃO DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410312211


Roberta Vieira Estimo¹
Carla Andreia Silva Oliveira²
Charlene Luíza Pinto³
Antônio Dias Capela Neto⁴
Tutores:
Prof. Laura de Moura Rodrigues
Prof. Fabrício Vieira Cavalcante


Resumo: Objetivo: O objetivo deste estudo é revisar os artigos publicados sobre o efeito da terapia aquática como recursos fisioterapêutico no equilíbrio dos pacientes idosos. Método: Trata-se de uma revisão sistémica da literatura que usou a estratégia de busca nas plataformas LILACS, SciELO, MEDLINE, BVS e PubMed, com o recorte temporal de 2004 a 2024, nos idiomas português e inglês. Foram encontrados 373 artigos aonde 10 preencheram os critérios de inclusão. Resultados: Observou-se que a terapia aquática é eficiente para melhorar o equilibrio e ganho de força muscular, a vista disso, reduzindo o risco de queda. Conclusão: A maioria dos artigos afirma que a hidroterpia em idosos apresenta uma progressão no equilíbrio, reduzindo dor, melhorando na interação social, aumentando a capacidade funcional.   

Palavras-chave: Hidroterapia, Hydrotherapy, Fisioterapia Aquática, Aquatic Therapy, terapia aquática, equilíbrio e idoso.

Introdução

O envelhecimento é um processo de alteração fisiológica que resulta na degradação progressiva do organismo, que se acumulam de maneira progressiva devido ao avanço da idade. Essas alterações impactam negativamente o desempenho das habilidades motoras e cognitivas, tornando mais difícil a adaptação do indivíduo ao seu ambiente, e levando a transformações de natureza psicológica e social. (Perracini: Fló. 2009). 

Essas mudanças estão diretamente relacionadas a um dos maiores problemas que preocupa os idosos que é a perda de equilíbrio. A queda é um fator de relevância de para o idoso, sendo um acidente mais frequente ocasionando complicações e até a morte em pessoas com mais de 65 anos (Meereis, et al, 2013)

A diversidade de sintomas como dor, fraqueza muscular, déficit de equilíbrio, obesidade, doenças articulares, desordens na marcha, podem impossibilitar a realização dos exercícios em solo por idosos, contudo, há uma diminiução de impacto articular quando os exercícios são realizados no meio aquático,  minimizando o risco de quedas e de lesões (Teixeira e Alves, 2021).

A água é um meio magnifico para ser usado na terapia, pois oferece inúmeras possibilidades de movimentos. As propriedades da água como flutuabilidade, turbulência, calor e pressão hidrostática, agem de forma diferentes para beneficiar o movimento. (Champion. 2000). 

A hidroterapia consiste na prática de exercícios e métodos específicos que se aproveitam das propriedades do meio líquido, visando aumentar a força muscular, o equilíbrio, a capacidade funcional, reduzir a carga nas articulações e a dor, melhorando a qualidade de vida e a marcha. (Alcalde, et al. 20016).

Reabilitação aquática minimiza os efeitos da gravidade, reduz a descarga de peso e consequentemente a diminuição da dor durante os exercícios, aumentando a mobilidade e força muscular. (Siqueira,  et al. 2017). 

Os elementos da hidroterapia podem enfatizar, atividades de equilíbrio, aumento de amplitude, aumento de força e resistência, melhorando suas atividades de vida diária e expectativa de vida. (Siqueira, et al. 2017).

O objetivo deste trabalho é revisar os artigos publicados sobre o efeito da terapia aquática como recursos fisioterapêutico no equilíbrio dos pacientes idosos.

Metodologia

A busca bibliográfica científica foi realizada nos meses março e abril do ano de 2024, foram avaliados de forma ampla e minuciosa para inclusão e exclusão dos artigos afim de obter de modo significativo o que existe nas bases de dados da temática atual. 

Trata-se de um estudo com o método de revisão sistemática da literatura, aonde foram utilizados base de dados da Lilacs, Medline, PubMed o SciElo(Scientific Eletronic Library Online). Os idiomas selecionados foram Português e Inglês. E a estratégia de busca foi utilizando as palavras-chaves: “Hidroterapia”, “Hydrotherapy”, “Fisioterapia Aquática”, “Aquatic Therapy”, “terapia aquática” “equilíbrio” e “idoso”. Foram excluídos os trabalhos que abordavam, pessoa com menos de 60 anos de idade, patologia como AVE, fibromialgia, doenças cardíacas.

A pergunta norteada foi “A fisioterapia aquática pode melhorar o equilíbrio no idoso e diminuir risco de quedas?” Optou-se por incluir na revisão apenas os estudos com idosos a partir de 60 anos, sem fraturas ou traumas. 

Foram incluídos artigos que estivessem gratuitos disponíveis e nos idiomas estabelecidos previamente abordando o assunto de Terapia Aquática.

Resultado

A estratégia de busca analisou artigos no período de 2008 a 2024. Como critério de inclusão, foram selecionados artigos no idioma inglês e português, nas plataformas PubMed, Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE), Scopus e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca virtual da saúde (BVS).

A pesquisa retornou um total de “373 artigos”, no qual foram encontrados 311 na SCIELO, 54 LILACS, 4 na MEDLINE e 4 na PubMed, foram selecionados 63 para analise, onde 26 foram excluídos com base nos critérios adotados ou duplicados. 

Após a triagem pela leitura completa do texto completos, 10 estudos foram selecionados para realização dessa pesquisa. Contento uma população de 255 indivíduos de ambos os sexos, com idade superior a 60 anos, preencheu os critérios de inclusão. 

Na figura 1 é possível observar o processo de inclusão para essa revisão.

Na Figura 2 resumos dos artigos selecionados de acordo com os autores e ano, objetivo, metodologia, resultados e conclusão.

Autores / anoobjetivoParticipantes / MédodoResultadoConclusão
Resende (2008)Avaliar o efeito de um programa de   hidroterapia no equilíbrio e no risco de quedas em idosasÉ um estudo quase experimental sem grupo controle. Aonde foram avaliados 25 idosas pela escalas de Equilíbrio de Berg e Time Up & Go. Em seguida, participaram de um protocolo de hidroterapia com foco em equilíbrio de leve e a moderada intensidade, composto por três etapas: adaptação ao ambiente aquático, alongamento e realização de exercícios estáticos e dinâmicos para equilíbrio. O tratamento teve a duração de 12 semanas, com duas sessões por semana, cada uma com 40 minutos de duração. As mulheres idosas foram reavaliadas após a sexta e a 12ª semana de intervenção com hidroterapia.No GE houve um aumento significativo na redução de queda nas idosas a partir da sexta semana de intervenção de acordo com a escalas de Berg e TUG de (-3,68 segundos) e após 12 semanas (-5,08 segundos) de programa de hidroterapia, com p < 0,001, sugerindo melhora na mobilidade e equilíbrio.Embora a amostra seja pequena, esse artigo concluiu que a terapia aquática se mostrou eficaz no aumento do equilíbrio nas idosas.  Após 12 semanas de intervenção, os resultados evidenciaram aumentos consideráveis nas pontuações da Escala de Equilíbrio de Berg e minimizou o tempo do  teste Timed Up & Go, ambos indicativos de melhor controle postural e mobilidade funcional.
Meereis, et al     (2013)Avaliar a influência de um programa de hidro-cinesioterapia, em piscina rasa, no equilíbrio postural nas  idosas de instituição de longa permanência.Foram selecionadas 8 idosas com idades de superior há 60 anos. O teste foi realizado em uma piscina rasa de 80 cm, uma vez por semana, totalizando em 15 sessões. Para avaliar o equilíbrio corporal foi utilizado uma plataforma de força (OR6-6, Advanced Mechanical Tecnology Incorporation, USA). As variáveis avaliadas abrangeram o deslocamento do centro de pressão (COP) nas direções ânteroposterior e médio-lateral, além da velocidade de deslocamento do COP.  Houve uma melhora no controle postural após a intervenção de hidrocinesioterapia, com redução significativa no deslocamento do COP, especialmente na direção ânteroposterior. As idosas participantes apresentaram melhorias notáveis em diferentes condições do teste de organização sensorial (TOS).A hidrocinesioterapia realizada em piscina rasa é capaz de influenciar positivamente os sistemas sensoriais responsáveis pelo controle postural em idosas institucionalizadas. Observou-se uma diminuição significativa no deslocamento do centro de pressão, especialmente na direção ânteroposterior, apontando para uma melhora na estabilidade postural das idosas.
Albuquerque (2013)O objetivo deste estudo foi comparar a força muscular respiratória (FMR) e a capacidade funcional submáxima de idosas praticantes de hidroginástica e dança. É um estudo transversal onde foram selecionadas idosas do sexo feminino com idade entre 60 a 70 anos não sedentárias. Foram separadas em dois grupos, sendo grupo de hidroginástica (GH) (n= 23) e grupo de dança (GD)  (n= 23), cada aula tinha duração de 45 minutos. Para avaliação foi utilizado o International Physical Activit Questionnarie (IPAQ-versão curta), força muscular respiratória foi avaliado a PImax e PEmax e teste de caminhada de seis minutos.O estudo mostrou que o grupo de dança (GD) apresentou valores significativamente maiores de PImax (84 ± 12,49 cmH2O) em comparação ao grupo de hidroginástica (GH) (63,35 ± 10,47 cmH2O), enquanto a PEmax não variou significativamente entre os grupos. Em relação à distância percorrida no TC6m, o GD (616,53 ± 60,81 m) teve desempenho superior ao GH (446,65 ± 48,67 m) (15 Capacidade funcional o GD (616,53 ± 60,81 m) obteve melhor desempenho que o GH (446,65 ± 48,67 m) (p< 0,0001).As idosas praticantes de dança apresentaram maior força muscular respiratória e capacidade funcional submáxima, possivelmente devido ao maior nível de atividade física e ao fato de a dança ser uma modalidade predominantemente aeróbica. 
Franciulli (2015)Avaliar a efetividade da hidroterapia e cinesioterapia no equilíbrio e agilidade no idoso com histórico de quedas.xUm estudo quase experimental, constituído por 14 idosos com idade superior a 60 anos de ambos o sexo, alocados de forma randomizada em dois grupos; 14 no G1 (grupos de hidroterapia e 6 no G2 (grupo de cinesioterapia). Para avaliação foram escolhidos o Teste de Equilíbrio de Berg e TUG. A temperatura da água ficou na média de 33°, no qual foram realizadas 16 sessões com duração de 40 minutos cada. Não houve uma diferença significativa entre o G1 e G2, porém ocorreu uma diferença considerável entre os testes de pré e pós intervenção. No TUG a média de desvio do G1 pré (152±9) e pós (153±5) e G1 pré (155±5) e pós (157±5).  E a média de desvio do Berg G1 pré (48,3±2,2) e pós (53,6±3,9) e do G2 pré (48,2±0,9) e pós (51±1,7).O estudo concluiu que as duas intervenções são eficazes na melhorar do equilíbrio e agilidade do idoso.
Motta et.al (2015)Investigar o efeito da fisioterapia aquática na interação social de idosos.Foi constituído de 58 pacientes idosos, sendo 6 homens e 52 mulheres com idade entre 60 a 80 anos com cognitivo preservado. A hidrocinesioterapia aconteceram 1 vez por semana com duração de 50 minutos, aonde foram separados em 3 grupos com aproximadamente 25 pessoas. A sessão foi dividida em 4 etapas: 10 minutos de aquecimento, 20 minutos de fortalecimento em geral, exercícios de equilíbrio e coordenação, 10 minutos de alongamento e 10 minutos de relaxamento.  Os dados foram obtidos por meio de dois questionários, os quais são Inventário de habilidades sociais e Questionário Qualidade de Vida da OMS.Participar de um grupo de fisioterapia aquática leva a boa interação social que consequentimente gera uma melhor qualidade de vida.Foi possível identificar que participar de um grupo de fisioterapia aquática leva a uma adequada interação social e consequentemen-te gera uma qualidade de vida boa. 
Alcade et.al (2016)Verificar a influência de um programa de fisioterapia aquática na mobilidade funcional em idosos.Um estudo quase experimental, constituido de 26 idosos (24 mulheres e 2 homens). O programa teve duração de 12 semanas, sendo 3 vezes na semana com duração de 40 minutos, totalizando 36 sessões, a temperatura da água era de 33°. Os idosos foram submetidos ao teste Timed Up and Go (TUG), pré e pós intervenção.Observou-se uma melhora significativa da mobilidade funcional, avaliada pelo teste TUG, quando comparados os momentos pré- de 12,04 (9,58- 20,79) segundos para 9,58 (7,02-17,86) segundos na pósintervenção aquática (p=0,04).Através do Teste TUG, foi observado uma melhora considerável do equilíbrio dinâmico, promovendo assim um aperfeiçoamento da mobilidade funcional em idosos, sendo um poderoso recurso para prevenção e reabilitação.
Siqueira et.al (2017)Avaliar o efeito de um programa de fisioterapia aquática para o  equilibrio e a capacidade funcional de idososEsse estudo clínico composta por 11 voluntários com idades entre 60 a 73 anos (9 mulheres e 2 homens). A interveção aquática foi realizada de agosto a outubro de 2016, 3 vezes por semana com duração de 40 minutos, mantendo a temperatura da água em 34°. Os idosos foram submetidos aos teste de Tinetti e o teste de caminhada de 6 minutos pré e pós intervenção.Os resultados indicam que o grupo estudado teve aumento estatisticamente significativos em relação ao equilibrio após a interveção aquática.Houve melhorias na capacidade funcional, porém a fisioterapia aquática melhorou significativamente o equilibrio dos idosos participantes.  
Pianna et.al (2019)investigar a influência do programa de treinamento aquático na força muscular e qualidade de vida em idosos com DCNT.Trata-se de um estudo piloto de ensaio clínico aleatorizado. É composto por 17 voluntárias que foram separadas em dois grupos, 11 grupo áquatico (GA) e 6 grupo controle (GC). A intervenção teve duração de 12 semanas, sendo 3 vezes por semana, conservando a temperatura da água em 32°. O método avaliativo foi questionário WHOQOL-bref.Entre os grupos de idosas GA e GC apenas o GA teve aumento significativo de força muscular avaliada pelo teste de 1RM. O programa de fisioterapia aquática composto de exercícios resistido contribui para o aumento de força muscular e melhoria de qualidade de vida em idosas DCNT. 
Da Silva et.al (2020)Identificar se o tratamento fisioterapêutico na água é mais eficaz que o tratamento terrestre, visando melhorar o processo de limitação  física ou incapacidade funcional  (velocidade da marcha, equilíbrio, habilidades motoras).Ensaio clínico randomizado, estudo experimental. A amostra foi composta por 35 idosos de ambos os sexos, com idade acima de 60 anos com incidência de queda nos últimos 6 meses. A intervenção foi dividida em dois grupos, sendo 16 fisioterapia aquática (GE) e 19 grupos de fisioterapia convencional (GC). Todos os grupos foram submetidos aos teste TUG, Sitto-Stand em 30 segundos e Alcance Funcional. A fisioterapia aquática apresentou certas vantagens em relação à fisioterapia convencional, promovendo efeitos mais benéficos na velocidade da marcha, equilíbrio, habilidades motoras e, principalmente, na redução do risco de quedas.Tanto a fisioterapia aquática quanto a fisioterapia  convencional, expressaram-se bastante eficientes, promovendo benefícios favoráveis na velocidade da marcha, no equilíbrio, nas habilidades motoras e essencialmente na diminuição do risco de quedas, utilizando os conceitos de Halliwick e do Método Bad Ragaz.
Teixeira e Alves (2021)Investigar a capacidade funcional, equilíbrio e qualidade de vida  após a interveção de hidroterapia É um estudo experimental sem grupo controle. Para avaliação foi utilizado a EVA para dor,  escala de Berg e TUG  para equiliquilibrio e para avaliar a capacidade funcional AIVD , 15 idosos com média de idade de 66,5 anos (±2,12), sendo que o idoso de menor idade tinha 62 anos e e o de maior 70 anos. O protocolo de tratamento compunha de exercícios de aquecimento, fortalecimentos, alongamentos, exercícios aeróbicos, técnicas de relaxamento, equilíbrio, dentre outros.O risco de queda avaliado pelo teste TUG sofreu uma redução passando de 11,23 segundos para 10,21 segundos. A autonomia nas atividades de vida diária teve ótimos resultados com escore de 24,6 pontos pre- tratamento para 26,2 para póstratamento. Já a dor e equilíbrio melhoraram significamente após a hidroterapiaA Hidroterapia idoso apartir de 62  anos teve melhora na capacidade funcional na limitação por  aspectos físicos, na dor, na vitalidade, nos aspectos emocionais e na saúde mental.

Discussão de Revisão Literária

As pesquisas sobre o uso de intervenções de hidroterapia para promover o equilíbrio e melhora na capacidade funcional aumentando a qualidade de vida para os idosos são amplas e evidencias consistentes de sua eficácia. Após analisar diversos estudos sobre esse tema, é possível verificar um consenso que os benefícios dessas práticas podem trazer para a saúde e o bem-estar da população idosa.

De acordo com Resende (2008) e Meereis et al. (2013) a semelhança que os estudam trazem é a participação dos indivíduos com idade superior a 60 anos e predomínio no sexo feminino. As intervenções tiveram uma duração e frequência variadas, mas a maioria preconizou o protocolo de 12 a 16 semanas, com sessões realizadas de uma a três vezes na semana com duração de aproximadamente 40 minutos. Por serem um público mais fragilizado a uma preocupação em promover exercícios acessíveis e de baixo impacto.

Dentro desse aspecto, Meereis et al. (2013) e Franciulli (2015) e Resende (2008) a intervenção da terapia aquática no idoso, melhora o equilíbrio e a redução de risco de queda, que são as principais preocupações nessa população. Com um aumento significativo nas pontuações da Escala de Equilíbrio de Berg e redução de tempo no teste Time Up &Go (TUG). Também foi observado uma melhora no equilíbrio postural e na agilidade dos idosos. Já Franciulli (2015) não observou uma diferença significativa entre hidroterapia e a cinesioterapia convencional, mostrando que as duas intervenções foram eficazes.

A capacidade funcional e a força muscular também foram amplamente abordadas nos artigos selecionados. Albuquerque (2013), por sua equiparou a força muscular respiratória (FMR) e a capacidade funcional dos indivíduos que praticam as terapias aquática e dança. A dança por ser uma atividade predominantemente aeróbica, pode promover maior ganho na resistência física e capacidade funcional, obtiveram os resultados, consideravelmente maiores de PImax e teste de caminhada de seis minutos em comparação a praticantes de terapia aquática. 

Nessa perspectiva, Da Silva et al (2020) também fez comparações entre a fisioterapia aquática e fisioterapia convencional. Nesse estudo tem como objetivo identificar qual é a melhor intervenção na melhoraria do equilíbrio e das habilidades motoras. Os resultados são possíveis observar que não houve uma diferença significativa entre as duas intervenções, embora que a terapia aquática tenha certas vantagens, pois, no meio aquático é possível observar alterações posturais, aliadas à desaceleração corporal, devido à viscosidade que dá aos imersos na água mais tempo para planejar as reações e equilíbrio, estimulando assim um melhor planejamento do movimento. No entanto, esses achados sugerem que, apesar de eficazes, a terapia convencional pode não ser tão abrangente quanto as aquáticas que conseguem uma melhoria global.

Na opinião de Pianna et.al (2019), que investigou a influência de um programa de treinamento aquática na força muscular de idosos com doenças crônica, analisa que as propriedades físicas da água (viscosidade, empuxo, fluxo turbulento) junto com os flutuadores é capaz de gerar uma maior atrito entre a moléculas de água, aumentando a resistência ao movimento, sendo capaz de aumentar significamente a força muscular tanto dos membros superior quanto dos membros inferiores. 

A investigação de Motta et al. (2015) sobre o impacto da fisioterapia aquática na interação social de idosos, observou que os benefícios de participar de um grupo na fisioterapia aquática é um ambiente propício para interação dos pacientes e repercutiu na melhora emocional e social, além da melhora física proporcionado pela água aquecida, que aumentando o fluxo sanguíneo, contribuindo para dissipar metabólicos alogênicos e aumentando o relaxamento muscular, promovendo uma sensação de conforto. De conformidade, o estudo de Teixeira e Alves (2021), constou que a terapia aquática além de reduzir o risco de quedas, também acarretou melhoras expressivas na dor, na vitalidade e nos aspectos emocionais dos idosos. 

Conclusão

Esse estudo foi possível observar, que as intervenções aquáticas têm um impacto positivo significativo na saúde dos idosos, proporcionando melhorias no equilíbrio, na capacidade funcional, na força muscular e na qualidade de vida. Nessa mesma lógica, essas práticas parecem favorecer a interação social e o bem-estar emocional, elementos essenciais para um envelhecimento saudável. Mediante aos fatos supracitados, pode-se afirmar que a inclusão dessas intervenções em programas de reabilitação e prevenção para idosos é de relevância inquestionável, sobretudo para aqueles com risco de quedas e comprometimentos motores, reduzindo os agravos e mortalidade proveniente de queda.

Referências

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¹Graduando do curso de Fisioterapia, pela Universidade Cruzeiro do Sul, campus São Miguel Paulista. Pesquisa sobre Equilíbrio do idoso.
²Graduando do curso de Fisioterapia, pela Universidade Cruzeiro do Sul, campus São Miguel Paulista. Pesquisa sobre Equilíbrio do idoso.
³Graduando do curso de Fisioterapia, pela Universidade Cruzeiro do Sul, campus São Miguel Paulista. Pesquisa sobre Equilíbrio do idoso.
⁴Graduando do curso de Fisioterapia, pela Universidade Cruzeiro do Sul, campus São Miguel Paulista. Pesquisa sobre Equilíbrio do idoso.