EFEITOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM OBESIDADE

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.8306081


Mariana Furtado Maranhão1
Antonio Carlos de Souza Noronha Neto2
Bárbara vitória Rodrigues de Carvalho Souza3
Eduardo Petrônio Sampaio4
Francisco Expedito Ramos Aguiar Sobrinho5
Francisco Petrônio Sampaio Júnior6
Iendis Targino Borsatto7
José Rosemberg da Costa Filho8
Lara Coelho Machado9
Maria Lara Marques Lócio de Albuquerque10


Resumo

Introdução: No século XXI, a obesidade surge como um dos desafios mais prementes em saúde pública, com sua prevalência global em constante ascensão. Diante disso,  a obesidade é amplamente reconhecida como um desafio significativo na saúde pública em escala global. As abordagens convencionais que visam beneficiar pacientes que buscam perdas de peso no tratamento da obesidade incluem dieta, exercícios e terapia medicamentosa. No entanto, nos tempos atuais, a cirurgia bariátrica emergiu como uma alternativa eficaz e destacada para o controle da obesidade e das comorbidades associadas. Apesar dos potenciais benefícios associados à cirurgia bariátrica, dados indicam que após 24 meses, observa-se uma reversão nos valores de Índice de Massa Corporal (IMC) e composição corporal, evidenciando o desafio de manter a perda de peso a longo prazo. Objetivo: Avaliar os efeitos da cirurgia bariátrica no tratamento de pacientes com obesidade. Metodologia: O primeiro passo para a construção da presente revisão foi a definição da pergunta de pesquisa, feita mediante utilização do protocolo PICO, da seguinte maneira: pacientes acima de 18 anos com obesidade (p); cirurgia bariátrica como opção terapêutica (i); sem critérios de comparação (c) e efeitos no emagrecimento (o). No que se refere ao processo de triagem, em primeiro lugar excluiu-se artigos incompletos e estudos que não se relacionavam com as palavras-chave após análise de título e resumo. Posteriormente, os artigos restantes foram avaliados pelo seu texto completo, de modo que cada estudo foi escrutinado por pelo menos dois autores e relatado para os demais autores. Resultados: A cirurgia bariátrica mostrou-se superior no controle da HbA1c (< 7%) do que os inibidores de SGLT2. Houve uma redução nos marcadores inflamatórios DII (índice de inflamação dietética) de 2,56 para 2,13 e no E-DIITM (índice de inflamação e toxicidade na dieta) de 2,18 para 0,45, indicando uma redução da inflamação. O índice de massa corporal pré-operatório (IMC) foi de 40,10±4,11 kg/m². Houve redução do IMC no pós-operatório até 26,30±3,9 kg/m² em um tempo médio de 18±7,6 meses. Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica tiveram um risco 25% menor de desenvolver qualquer tipo de câncer em comparação com um grupo de comparação não cirúrgico. Conclusão: A partir da análise dos artigos revisados, evidencia-se que a cirurgia bariátrica é eficaz no controle da hemoglobina glicada (HbA1c) e da resistência insulínica, na redução de peso corporal, na modulação de biomarcadores inflamatórios e na diminuição do risco de câncer, especialmente entre mulheres. 

Palavras-chave: Cirurgia bariátrica; obesidade

1. Introdução

No século XXI, a obesidade surge como um dos desafios mais prementes em saúde pública, com sua prevalência global em constante ascensão. Essa condição transcende limitações geográficas e culturais, impactando grupos populacionais diversos.  No Brasil, por exemplo, dados do Ministério da Saúde, obtidos em um levantamento inédito, apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas atualmente e que até 2030 30% da população adulta do Brasil será obesa (SISVAN, 2022). Diante disso,  a obesidade é amplamente reconhecida como um desafio significativo na saúde pública em escala global, estando fortemente associada a uma diversidade de condições adversas. Entre essas condições, destacam-se doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2 (DM2) e diversas formas de câncer, que compõem as principais causas de morte prematura que poderiam ser evitadas (ANAM et al., 2022).

As abordagens convencionais que visam beneficiar pacientes que buscam perda de peso no tratamento da obesidade, incluem dieta, exercícios e terapia medicamentosa. No entanto, nos dias atuais, a cirurgia bariátrica emergiu como uma alternativa eficaz e destacada para o controle da obesidade e das comorbidades associadas. Esta intervenção metabólica tem atraído considerável interesse na comunidade médica e científica, devido aos seus potenciais impactos profundos no peso corporal, no metabolismo e nas doenças relacionadas à obesidade. A cirurgia bariátrica demonstrou ser mais eficaz na perda de peso em comparação com outros métodos não invasivos, além de ter se revelado altamente relevante para a manutenção de resultados a longo prazo. Dessa forma, em casos de pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², acompanhados de comorbidades, a cirurgia bariátrica é considerada o método de reeducação mais eficaz para a reabilitação do paciente obeso (STOCKER et al., 2022).

Apesar dos potenciais benefícios associados à cirurgia bariátrica, dados indicam que após 24 meses, observa-se uma reversão nos valores de Índice de Massa Corporal (IMC) e composição corporal, evidenciando o desafio de manter a perda de peso a longo prazo. Essa tendência pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo mudanças nos hábitos alimentares, níveis de atividade física e adaptações metabólicas ao longo do tempo. Assim, mesmo que a cirurgia ofereça uma série de vantagens, é importante ressaltar que podem ocorrer complicações gastrointestinais, além de potenciais riscos relacionados ao procedimento cirúrgico. Entre as complicações gastrointestinais, destacam-se a síndrome de dumping, que pode causar sintomas como náuseas, tonturas e diarreia, e a má absorção de nutrientes essenciais, podendo levar a deficiências nutricionais (Bardal et al.,2016).

Ainda assim, é válido mencionar que a adoção de abordagens laparoscópicas e o aprimoramento dos cuidados pré e pós-operatórios resultaram em uma redução significativa na mortalidade e na ocorrência de eventos adversos. A técnica laparoscópica, devido à sua natureza minimamente invasiva, tende a resultar em menor tempo de recuperação e menor risco de infecções pós-operatórias (ELIAS, 2018). Além disso, a atenção apropriada à dieta, suplementação de nutrientes e acompanhamento médico regular pode ajudar a mitigar os riscos associados à cirurgia bariátrica, aumentando as chances de sucesso a longo prazo. Logo, através de uma análise minuciosa da literatura existente, almeja-se apresentar uma perspectiva abrangente acerca dos efeitos da cirurgia bariátrica no tratamento de pacientes com obesidade.

2. Metodologia

2.1 Definição da pergunta de pesquisa

O primeiro passo para a construção da presente revisão foi a definição da pergunta de pesquisa, feita mediante utilização do protocolo PICO, da seguinte maneira: pacientes acima de 18 anos com obesidade (p); cirurgia bariátrica como opção terapêutica (i); sem critérios de comparação (c) e efeitos metabólicos e na composição corporal (o).

2.2 Identificação

Esta revisão sistemática de literatura foi estruturada, do ponto de vista metodológico, segundo os critérios propostos pela ferramenta PRISMA. Inicialmente, foram definidas as palavras-chave cirurgia bariátrica e obesidade. Em seguida, procedeu-se à pesquisa na base de dados MEDLINE com a condição de que os artigos tivessem relação com as palavras-chave e tivessem sido publicados nos últimos 5 anos (2018 a 2023), de modo que foram encontrados 6.117 estudos.

2.3 Triagem

No que se refere ao processo de triagem, em primeiro lugar excluiu-se artigos incompletos e estudos que não se relacionavam com as palavras-chave após análise de título e resumo. Posteriormente, os artigos restantes foram avaliados pelo seu texto completo, de modo que cada estudo foi escrutinado por pelo menos dois autores e relatado para os demais autores. Nesse ponto, foram excluídos artigos considerados de alto risco de viés após análise pela escala Risk of Bias (RoB 1) da plataforma Cochrane.

2.4 Inclusão

Por fim, os artigos que seguiram elegíveis após esse processo foram incluídos no presente estudo e foi feito um relato detalhado dos mesmos com foco na metodologia, discussão e resultados. Posteriormente, foi constituída uma tabela contendo: título do artigo, ano de publicação, tipo de estudo e resultados.

3. Resultados

Quadro 1: Resultados

Título do ArtigoAno de PublicaçãoTipo de estudoResultados
Bariatric surgery, novel glucose-lowering agents, and insulin for type 2 diabetes and obesity: Bayesian network meta-analysis of randomized controlled trials.2023MetanáliseA cirurgia bariátrica mostrou-se superior no controle da HbA1c (< 7%) do que os inibidores de SGLT2 [razão de risco (RR) = 2,46; intervalo de confiança (IC) = 95% entre 1,28 e 4,92], inibidores de DPP 4 (RR = 2,59; IC = 95% entre 1,36 e 5,13); insulina (RR = 2,27; IC = 95% entre 1,18 e 4,58) e placebo (RR = 4,02; IC = 95% entre 2,13 e 7,93), mas não apresentou diferença estatisticamente significativa em relação aos agonistas de GLP 1 (RR = 1,73; IC = 95% entre 0,91 e 3,44). A cirurgia bariátrica apresentou as maiores reduções de peso corporal (aproximadamente 15 kg a mais) aos 12 meses.
Beneficial Short-Term Effects of Bariatric Surgery on Nutritional Inflammatory Profile and Metabolic Biomarkers.2023Coorte prospectivaHouve uma redução nos marcadores inflamatórios DII (índice de inflamação dietética) de 2,56 para 2,13 e no E-DIITM (índice de inflamação e toxicidade na dieta) de 2,18 para 0,45, indicando uma redução da inflamação. Além disso, observou-se melhora nos marcadores relacionados à saciedade e à resistência insulínica (redução do HOMA-IR de 3,93 para 1,50). Nesse contexto, observou-se também melhora nos parâmetros antropométricos e de composição corporal.
Weight regain and the metabolic profile of women in the postoperative period of bariatric surgery: a multivariate analysis2023Coorte retrospectivaO índice de massa corporal pré-operatório (IMC) foi de 40,10±4,11 kg/m². Houve redução do IMC no pós-operatório até 26,30±3,9 kg/m² em um tempo médio de 18±7,6 meses. Apesar da redução inicial, observou-se reganho de peso até um IMC de 29,66±4,66 kg/m² em um tempo mediano de 48 meses. Em valores absolutos, esse reganho foi de 8,85±5,65 kg. Houve uma correlação significativa entre o reganho de peso patológico e os níveis de insulina (r = 0,351; p < 0,011), peptídeo C (r = 0,303; p < 0,011), proteína C-reativa (r = 0,402; p < 0,001) e vitamina D (r = -0,435; p < 0,001), sendo os dois últimos os mais influenciados pela porcentagem de peso recuperado.
Long-term cancer outcomes after bariatric surgery.2023Coorte retrospectivaOs pacientes submetidos à cirurgia bariátrica tiveram um risco 25% menor de desenvolver qualquer tipo de câncer em comparação com um grupo de comparação não cirúrgico (razão de risco [HR] 0,75; IC de 95% 0,69-0,81; p < 0,001). A incidência de câncer foi menor entre as pacientes do sexo feminino (HR 0,67; IC de 95% 0,62-0,74; p < 0,001), mas não entre os pacientes do sexo masculino submetidos à cirurgia, sendo que a HR foi mais baixa para as mulheres do que para os homens (p < 0,001). Pacientes do sexo feminino submetidas à cirurgia tiveram um risco 41% menor de cânceres relacionados à obesidade (ou seja, mama, ovário, útero e cólon) em comparação com mulheres não submetidas à cirurgia (HR 0,59; IC de 95% 0,52-0,66; p < 0,001). A mortalidade por câncer foi significativamente menor após a cirurgia em mulheres (HR 0,53; IC de 95% 0,44-0,64; p < 0,001).

Fonte: autores

4. Discussão

A obesidade é uma condição prevalente globalmente, associada a complicações metabólicas, diabetes tipo 2, inflamação crônica e riscos de câncer. A cirurgia bariátrica se destaca como eficaz na redução de peso e melhoria metabólica. Nesse sentido, resultados  indicam sua eficácia no controle da obesidade e suas complicações, superando inibidores de SGLT2, DPP 4, insulina e placebo, enfatizando a importância da perda de peso substancial. Apesar da perda de peso, a não diferença significativa em relação aos agonistas de GLP 1 sugere influência de outros mecanismos no controle glicêmico. A redução significativa dos marcadores inflamatórios, melhora na saciedade e resistência insulínica reforçam que a cirurgia não só reduz peso, mas também impacta positivamente vários aspectos metabólicos e hormonais, melhorando o controle do diabetes tipo 2 e suas complicações. Surpreendentemente, a cirurgia bariátrica associa-se à redução de cânceres ligados à obesidade, especialmente em mulheres, sugerindo efeitos protetores além do controle metabólico.

4.1 Efeitos na resistência insulínica e inflamação crônica de baixo grau

A resistência insulínica (RI) está intimamente relacionada à obesidade, sendo ao mesmo tempo causa e consequência desta condição. Enquanto causa, a resistência à insulina reduz a capacidade de captação de glicose do músculo esquelético e outros tecidos, o que resulta em glicemia cronicamente elevada e consequente acúmulo de gordura. Enquanto consequência, a obesidade está relacionada à redução na concentração e atividade quinase do receptor IR, da fosforilação de tirosina em IRS-1 e IRS-2 e redução da atividade de PI3q, bem como à ativação dos TLR-4. Nesse contexto, há o acionamento de vias inflamatórias que interferem na captação de glicose via sinalização de insulina, levando à resistência insulínica.

Na literatura revisada, observou-se que os pacientes no pré-operatório da cirurgia bariátrica apresentavam índice HOMA-IR de 3,93, em média, o que denota resistência insulínica. Após a cirurgia, houve redução desse índice para uma média de 1,50. Além disso, a cirurgia bariátrica foi mais eficiente no controle da HbA1c do que inibidores de SGLT2, inibidores de DPP4, insulinoterapia e placebo, mas apresentando efeito similar (sem diferença estatisticamente significativa) aos agonistas de GLP1. Nesse contexto, percebe-se que a cirurgia bariátrica apresenta um benefício metabólico importante em pacientes obesos, na medida em que a prevalência de resistência insulínica nessa população é alta.

4.2 Efeitos na composição corporal

A literatura revisada revela uma redução significativa no IMC após a cirurgia bariátrica, com uma diminuição de 40,10±4,11 kg/m² para 26,30±3,9 kg/m² em um período médio de 18±7,6 meses. Essa redução inicial demonstra a capacidade da cirurgia em alcançar perdas substanciais de peso e reflete os efeitos imediatos da intervenção no metabolismo e na composição corporal. 

No entanto, o processo de perda de peso não é linear, e os achados também destacam o fenômeno de reganho de peso observado em um período mediano de 48 meses. Observou-se um aumento no IMC para 29,66±4,66 kg/m², com um reganho absoluto de peso de 8,85±5,65 kg em relação ao ponto de menor IMC pós-operatório. Apesar da recuperação de peso, o IMC final permaneceu, em média, 10,44 kg/m² menor que o nível pré-operatório, o que denota a eficiência da cirurgia bariátrica na redução de peso a longo prazo.

Interessantemente, a correlação significativa entre o reganho de peso e biomarcadores como insulina, peptídeo C, proteína C-reativa e vitamina D destaca a complexidade dos mecanismos subjacentes a esse processo. A relação positiva entre o reganho de peso e os marcadores inflamatórios e metabólicos sugere que a inflamação crônica e a resistência à insulina podem desempenhar um papel fundamental no desencadeamento do reganho de peso após a cirurgia. 

A influência da vitamina D no reganho de peso merece destaque, com uma correlação inversa significativa observada. Essa associação pode indicar a importância dos níveis adequados de vitamina D na modulação dos processos metabólicos e no controle do peso corporal após a cirurgia bariátrica. A compreensão desses fatores pode informar estratégias para mitigar o reganho de peso, como a otimização dos níveis de vitamina D e a monitorização cuidadosa dos marcadores inflamatórios.

4.3 Efeitos no risco de câncer

A relação direta entre obesidade e o risco de câncer tem sido postulada, especialmente em virtude do recorrente estado de inflamação crônica de baixo grau, caracterizado pelo aumento dos níveis de citocinas inflamatórias como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina-6 (IL-6). Essas citocinas promovem um ambiente pró-inflamatório que pode favorecer o crescimento e a disseminação de células cancerígenas. Nesse contexto, a análise detalhada dos resultados deste estudo revela um panorama promissor no que diz respeito à prevenção de câncer nessa população.

A literatura revisada sugere que os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica apresentaram um risco significativamente menor de desenvolver qualquer tipo de câncer em comparação com o grupo de comparação não cirúrgico. A razão de risco (RR) de 0,75 com intervalo de confiança de 95% de 0,69-0,81 reforça a eficácia da cirurgia bariátrica como uma intervenção que transcende o controle de peso e pode ter impactos diretos na redução do risco de câncer. 

Resultados diferentes entre os gêneros foram identificados, de modo que o efeito protetor foi visto especialmente em pacientes do sexo feminino. Nesse caso, a RR de 0,67 sugere que essa intervenção pode ser particularmente benéfica na prevenção de cânceres em mulheres. Essa redução no risco é essencialmente notada para cânceres de mama, cólon, útero e ovário, tipicamente associados à obesidade. A RR de 0,59 nesses casos indica uma diminuição de 41% nesse risco, sugerindo que a cirurgia não apenas reduz o risco geral de câncer, mas também oferece proteção específica contra cânceres associados à obesidade. 

Esses resultados são particularmente relevantes, considerando a prevalência crescente de cânceres relacionados à obesidade. Nesse sentido, a análise da mortalidade por câncer ressalta um impacto significativo da cirurgia bariátrica na redução da mortalidade entre as pacientes do sexo feminino. A RR de 0,53 aponta para uma diminuição de 47% na mortalidade por câncer em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica, em comparação com um grupo de mulheres com obesidade que não foram submetidas à intervenção cirúrgica.

5. Conclusão

A partir da análise dos artigos revisados, evidencia-se que a cirurgia bariátrica é eficaz no controle da hemoglobina glicada (HbA1c) e da resistência insulínica, na redução de peso corporal, na modulação de biomarcadores inflamatórios e na diminuição do risco de câncer, especialmente entre mulheres. No que diz respeito aos efeitos de longo prazo, observou-se reganho de peso no seguimento de 4 anos relativamente ao menor peso atingido no pós-operatório, que ocorreu em média aos 18 meses. Esse reganho, no entanto, manteve os pacientes em um nível de IMC significativamente menor (média de 29,66) do que o nível pré-operatório (média de 40,10), permitindo concluir que a cirurgia bariátrica é uma intervenção eficiente no que concerne à perda de peso de longo prazo.

Em suma, a cirurgia bariátrica é uma opção terapêutica importante no tratamento da obesidade, na medida em que atua não apenas na melhora da composição corporal, mas também na melhora de disfunções metabólicas e bioquímicas comumente presentes nesses pacientes. Além disso, é importante destacar a redução no risco de câncer em pacientes submetidos a essa intervenção, na medida em que trata-se de uma doença de alta morbimortalidade, de alta prevalência na população estudada e a prevenção nesse caso é fundamental.

6. Referências

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BARDAL, A. G.; CECCATTO, V.; MEZZOMO, T. R. Fatores de risco para recidiva de peso no pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica. Scientia Medica, v. 26, n. 4, p. ID24224–ID24224, 2016.

ELIAS, Alexandre Amado et al. Cirurgia bariátrica robótico-assistida: análise de série de casos e comparação com via laparoscópica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 45, 2018.

SANTOS, Andréia Lira et al. WEIGHT REGAIN AND THE METABOLIC PROFILE OF WOMEN IN THE POSTOPERATIVE PERIOD OF BARIATRIC SURGERY: A MULTIVARIATE ANALYSIS. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 36, p. e1755, 2023.

SEVA, Danielle Cristina et al. Beneficial Short-Term Effects of Bariatric Surgery on Nutritional Inflammatory Profile and Metabolic Biomarkers. Obesity Surgery, p. 1-10, 2023.

STOCKER, R.; CEYHAN, M.; SCHÖNENBERGER, K. A.; STANGA, Z.; REBER, E.Nutrient and fluid requirements in post-bariatric patients performing physical activity: A systematic review. Nutrition, v. 97, p. 111577, 2022.

WU, Tingting et al. Bariatric surgery, novel glucose-lowering agents, and insulin for type 2 diabetes and obesity: Bayesian network meta-analysis of randomized controlled trials. BJS open, v. 7, n. 4, p. zrad077, 2023.


¹Mariana Furtado Maranhão
Graduanda em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
marianamaranhao03@gmail.com
²Antonio Carlos de Souza Noronha Neto
Graduando em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
noronhasnac@gmail.com
³Bárbara vitória Rodrigues de Carvalho Souza
Graduanda em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
barbarav.b2806@gmail.com
⁴Eduardo Petrônio Sampaio
Graduando em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
eduardo-petronio@hotmail.com
⁵Francisco Expedito Ramos Aguiar Sobrinho
Graduando em medicina pela Universidade Estadual de Pernambuco (UPE)
francisco.aguiar@upe.br
⁶Francisco Petrônio Sampaio Júnior
Graduando em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
juniorpetronio84@gmail.com
⁷Iendis Targino Borsatto
Graduando em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
iendistargino1@gmail.com
⁸José Rosemberg da Costa Filho
Graduando em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
j_rosemberg@hotmail.com
⁹Lara Coelho Machado
Graduanda em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
laracoelhomachado1@gmail.com
¹⁰Maria Lara Marques Lócio de Albuquerque
Graduanda em medicina pela Faculdade de Medicina Estácio Idomed de Juazeiro do Norte (FMJ)
marialarabdc@gmail.com