EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

EFFECTS OF PHYSICAL ACTIVITY ON PATIENTS WITH ANXIETY DISORDER: A BIBLIOGRAPHICAL REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202505131858


Priscila Damasceno Santos Meira1
Ana Luiza Oliveira Santos Nascimento2


RESUMO

A prática da atividade física como modalidade terapêutica inserida no contexto de vida da pessoa com transtorno de ansiedade vem sendo compreendida como um meio destacado de gerar benefícios para a saúde. Os efeitos fisiológicos agudos no organismo deste indivíduo vão lhes permitir diminuição dos sintomas de ansiedade, bem como melhorar a sensação de bem-estar físico e mental. O objetivo do presente estudo é analisar os efeitos fisiológicos da atividade física em pessoas portadoras de transtorno de ansiedade. Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com caráter bibliográfico e qualitativo, que aborda a relação entre atividade física e ansiedade. Os estudos analisados permitiram identificar inúmeros benefícios provenientes da atividade física nos pacientes portadores de transtorno de ansiedade, desde as repercussões sistêmicas até a sensação de bem-estar generalizado. A atividade física é um potente aliado no transtorno de ansiedade, uma vez que promove a liberação de neurotransmissores que regulam os centros neurológicos associados com o humor, emoções e resposta ao estresse. 

Palavras-chave: Atividade física. Exercício físico. Saúde mental. Transtorno de ansiedade.

ABSTRACT

The practice of physical activity as a therapeutic modality inserted in the life context of people with anxiety disorders has been understood as an outstanding means of generating health benefits. The acute physiological effects on this individual’s body will allow them to reduce anxiety symptoms, as well as improve their feeling of physical and mental well-being. The objective of the present study is to analyze the physiological effects of physical activity in people with anxiety disorders. This study is an integrative review of the literature, with a bibliographic and qualitative character, which addresses the relationship between physical activity and anxiety. The studies analyzed allowed us to identify numerous benefits from physical activity in patients with anxiety disorders, from systemic repercussions to a general feeling of well-being. Physical activity is a powerful ally in anxiety disorders, as it promotes the release of neurotransmitters that regulate neurological centers associated with mood, emotions and response to stress.

Keywords: Physical activity. Physical exercise. Mental health. Anxiety disorder. 

1  INTRODUÇÃO

Diante da demanda de vida diária, bem como as frustrações inerentes à condição humana, o perfil de adoecimento psicossomático é evidente nas duas últimas décadas. No ano de 2019, 1 em cada 8 pessoas, ou seja, 970 milhões de pessoas no mundo, apresentou transtorno mental, sendo mais prevalentes a ansiedade e depressão. Em 2020, esse número aumentou cerca de 26% a 28%, respectivamente, por conta da pandemia da COVID-19 (OMS, 2022). Devido à sua alta prevalência, a ansiedade pode ter uma carga de custo maior quando comparado a outros transtornos psiquiátricos, podendo levar a ausências no trabalho e na escola (Rose; Tadi, 2025).

Frente às demandas impostas ao indivíduo, este é frequentemente submetido a excesso de estresse, mediado por fatores psicológicos ou problemas sociais capazes de induzir alterações comportamentais e respostas fisiológicas significativas (Mcewen, 2000), tais como a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e consequente liberação de glicocorticóides pela supra-renal (Herman e Cullinan, 1997; Peeters e Broekkamp, 1994). A constância e a exposição exagerada ao estresse, assim como a inaptidão do organismo em finalizar sua apresentação, tornam o eixo HPA hiper-reativo, levando a prejuízos potenciais ao organismo (Huether et al., 1999). 

O estresse é considerado um dos principais fatores ambientais que predispõem o indivíduo a transtornos mentais. Aproximadamente 60% dos casos de episódios depressivos são precedidos pela ocorrência de fatores estressantes, principalmente de origem psicossocial (Post, 1999). Ainda, os fatores genéticos no desenvolvimento da ansiedade e depressão tem relação direta com a ocorrência de eventos estressantes (Klender et al., 1995).

Os transtornos de ansiedade são caracterizados por medo e preocupação intensa e desordens comportamentais relacionadas. Os sintomas são graves e podem resultar em sofrimento significativo ou comprometimento no funcionamento do organismo. Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, que se apresentam da seguinte maneira: transtorno de ansiedade generalizada (caracterizado por preocupação excessiva), transtorno do pânico (caracterizado por ataques de pânico), transtorno de ansiedade social (caracterizado por medo e preocupação excessivos em situações sociais), transtorno de ansiedade de separação (caracterizado por medo ou ansiedade excessivos sobre a separação daqueles indivíduos com os quais a pessoa tem um vínculo emocional profundo) e outros. Existe tratamento psicológico eficaz e, a depender da idade e da gravidade, a medicação também pode ser considerada (OMS, 2017).

Dentre as inúmeras abordagens terapêuticas para os transtornos de ansiedade, a prática da atividade física tem sido considerada uma excelente forma de lidar com os sintomas, tanto do ponto de vista preventivo, como também curativo (Dunn al; Trivedi; O’neal, 2001). 

A atividade física (AF) é todo e qualquer movimento corporal, produzido pelo sistema músculo esquelético, que resulte em gasto de energia acima dos níveis de repouso (Caspersen; Powell; Christensen, 1985). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que um indivíduo ativo fisicamente realize pelo menos 150 a 300 minutos de atividade, para que alcance benefícios para o corpo e para a mente. A AF impacta de maneira multidimensional a vida dos indivíduos e favorece o desenvolvimento humano (PNUD, 2017), uma vez que está diretamente ligada aos indicadores positivos de saúde (Warburton, 2017).

Desde muito pequenos todos os indivíduos carregam consigo, medos e frustrações, que, se não tratados em tempo adequado, tornam-se transtornos ansiosos e/ou depressão (Rutter e Quinton, 1984).

As evidências existentes que correlacionam AF e saúde mental apontam que o aumento da AF está associado a melhores resultados na saúde mental, como melhora no humor, autoestima e ansiedade (Morgan, 1985). 

O presente estudo teve como objetivo geral analisar os efeitos fisiológicos da atividade física junto aos pacientes portadores de transtorno de ansiedade. Especificamente, busca identificar os efeitos da atividade física na saúde mental, caracterizar o transtorno de ansiedade, enfocar o papel da fisioterapia na promoção da atividade física e saúde. 

Este estudo justifica-se pela relevância atual da temática sobre saúde mental, num momento onde a ciência têm trazido importantes colaborações no manejo de pacientes com transtornos psíquicos, especialmente a ansiedade. Também, é salutar reverberar o papel da atividade física e seu efeito terapêutico na qualidade de vida da população, tendo a fisioterapia como ciência promotora da saúde.

2  METODOLOGIA 

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com caráter bibliográfico e qualitativo, que aborda a relação entre atividade física e transtorno de ansiedade. 

Para obter os resultados desejados, foram utilizados artigos originais que se encontravam nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Physioterapia Evidence Database (PEDro) e National Library of Medicine (PUBMED).

 Em um total de 849 obras consultadas, selecionaram-se 07 que constituíram o material de análise da pesquisa. A busca foi realizada nos meses de fevereiro, março, abril e maio de 2025, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “atividade física e ansiedade”, a partir do operador Booleano “AND”. Os descritores utilizados também foram traduzidos para o inglês no momento da busca (Quadro 01).

Como critério de inclusão para este estudo, foram utilizados os seguintes: artigos originais, metanálise com revisão sistemática e estudo clínico randomizado, tendo como recorte temporal um período de 10 anos (2015 a 2015) que evidenciaram a relação entre os efeitos fisiológicos da atividade física e o transtorno de ansiedade. Também, os estudos deveriam ter disponibilidade de download gratuito e terem sido publicados nas línguas inglesa e portuguesa. 

Como critério de exclusão considerou-se os artigos que não tinham veracidade e não corroboraram para o tema do estudo. A tabela 1 evidencia a estratégia de busca desse trabalho.

Quadro 01. Estratégia de busca utilizada nas diferentes bases de dados consultadas.

FonteDescritores em Ciências da Saúde (DeCS)
PubMedAtividade física e ansiedade (n=0)Anxiety and physical activity (n=403)
SciELOAtividade física e ansiedade (n=0)Anxiety and physical activity (n=7) 
PEDroAtividade física e ansiedade (n=0)Anxiety and physical activity (n=439) 

Fonte: Autoria própria, 2025.

3  RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Num total de 849 artigos consultados, foram selecionados os publicados entre 2015 e 2025. Após leitura dos títulos e resumos, foram excluídos 842 artigos, tendo como amostra final um total de 07 para compor a revisão integrativa. A figura 01 demonstra os critérios utilizados como sendo parte do processo de inclusão e exclusão.

Figura 1: Etapas do esquema de inclusão e exclusão utilizados para seleção e análise dos artigos.

Fonte: Autoria Própria, 2025. 

O quadro 01 aborda os principais critérios metodológicos para análise integrativa da literatura selecionada.

Quadro 03. Epítome dos principais achados sobre os benefícios da atividade física na pessoa com transtorno de ansiedade.

AUTOR/DATAARTIGOMÉTODOSRESULTADOS
Huang K et al. 2024.Effectiveness of physical activity interventions on undergraduate students’ mental health: systematic review and metaanalysisEsta revisão sistemática e metaanálise avaliou a eficácia das intervenções de atividade física na saúde mental de estudantes de graduação. Sete bases de dados foram pesquisadas e um total de 59 estudos foram incluídos. Estudos com um grupo de controle comparável foram meta-analisados, e os estudos restantes foram sintetizados narrativamente. Os estudos incluídos pontuaram GRADE muito baixo e tiveram alto risco de viés. A atividade física mostrou-se eficiente na tratativa dos transtornos ansiosos, bem como da depressão. Uma vez que dos estudos avaliados, as evidências que apoiam o potencial das intervenções de AF na melhoria da saúde mental de estudantes de graduação, elencaram benefícios para ambas condições. 
Marinelli R et al., 2024.Resistance training         and combined resistance and aerobic training as a    treatment of depression    and anxiety symptoms in young people: A         systematic review and metaanalysis.Pesquisa norteada pelo estudo de dez Ensaios Clínicos Randomizados, envolvendo 376 participantes (209 mulheres e 127 homens) em ambientes educacionais, clínicos e comunitários. A análise GRADE demonstrou um alto nível de certeza para sintomas depressivos e um nível moderado para sintomas de ansiedade. O treinamento de resistência foi associado a uma redução significativa nos sintomas depressivos. O treinamento de resistência é uma intervenção eficaz na redução dos sintomas de depressão e ansiedade em jovens, aplicada em diversos contextos. Entre os benefícios do treinamento de resistência estão incluídos: aumento da autoestima, redução dos sintomas de fadiga, ansiedade e depressão, e dor, e melhora da qualidade do sono em diversas populações clínicas e saudáveis.
Tian J et al., 2024.Comparative Efficacy of Acute Exercise Intervention on Anxiety in Adolescents and Young Adults: ANetwork Meta-AnalysisUma meta-analise de rede, apresentada por um total de 33 estudos envolvendo 1121 participantes foram incluídos. Que tinha por objetivo comparar a eficácia de várias intervenções de exercício na melhoria da ansiedade em adolescentes e adultos jovens. Com busca bibliográfica online em cinco bases de dados: PubMed, Web of Science, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Trials e PsycINFO.  A estrutura Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE) foi aplicada para avaliar a certeza da evidência.o exercício aeróbico mostrou redução significativa na ansiedade, enquanto o exercício de resistência e o exercício multicomponente não mostraram redução significativa na ansiedade. Evidências de certeza moderada sugerem que o exercício mente-corpo agudo pode ser o tipo mais eficaz de exercício para reduzir a ansiedade em adolescentes e adultos jovens. 
Wang S et al, 2025. Does physicalactivity-based intervention decrease repetitive negative thinking?       Asystematic review.Esta revisão sistemática sintetizou evidências de 19 estudos. Onde o objetivo era investigar a eficácia de intervenções baseadas em atividade física na redução do pensamento repetitivo negativo, com foco específico na influência do tipo de intervenção, duração, frequência e intensidade, que iria identificar questões não resolvidas, esclarecer as condições sob as quais a atividade física é mais eficaz e fornecer orientação para pesquisas futuras e aplicações práticas. Intervenções baseadas em atividade física têm o potencial de reduzir o RNT (pensamentos repetitivos negativos), com intervenções combinadas que integram atividade física e treinamento psicológico mostrando eficácia ainda maior. Isso sugere que uma abordagem holística que visa simultaneamente componentes emocionais e cognitivos pode produzir melhores resultados.
Pires R et al, 2021.  Atividade Física nos transtornos de ansiedade e depressão: umarevisão sistemática.Uma revisão sistemática, com objetivo de investigar se a prática de atividade física pode alterar os sintomas de ansiedade e depressão em diferentes populações. Este estudo envolveu a população geral, abrangendo pacientes com patologias crônicas, mulheres grávidas, crianças, adolescentes, adultos e idosos.A atividade física reduz os sintomas de ansiedade e depressão nos desfechos. Os resultados apontaram para um efeito positivo da prática de atividade física, para diminuição dos sintomasdepressivos e ansiosos
Ranøyen I, et al., 2015.Familial aggregation of anxiety and depression in the community: the role of adolescents’ selfesteem and physical activity level (the HUNT study)O estudo comunitário norueguês (o estudo HUNT) composto por 8.200 adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos, com um percentil de participação dos pais em 78% dos resultados correlacionados, já os pais apontavam separadamente suas vivências com a temática proposta. O objetivo principal deste estudo, desejava: examinar as associações entre ansiedade/depressão parental recorrente ao longo de um período de dez anos e ansiedade/depressão nos filhos na adolescência.Esses achados sugerem que filhos de pais com problemas de ansiedade/depressão apresentam risco sustentado de desenvolver problemas de saúde mental devido à aparente estabilidade de 10 anos da ansiedade/depressão materna e paterna. Portanto, prevenir a agregação familiar desses problemas o mais cedo possível parece vital. As associações entre ansiedade/depressão parental e dos filhos foram parcialmente mediadas pela autoestima dos filhos e moderadas pela atividade física. Portanto, os esforços de prevenção e tratamento podem ser direcionados ao aumento da autoestima e ao incentivo à atividade física em filhos vulneráveis de pais com ansiedade/depressão.
Singh B et al, 2023Effectiveness of physical activity interventions for improving depression, anxiety and distress: overview systematic reviews. an ofEste estudo abordou a evidência de revisões sistemáticas, com uma população 128.119 participantes, incluindo adultos saudáveis, pessoas com transtornos de saúde mental e pessoas com várias doenças crônicas. Os maiores benefícios foram observados em pessoas com depressão, HIV e doença renal, em mulheres grávidas e pós-parto e em indivíduos saudáveis. A atividade física de maior intensidade foi associada a maiores melhorias nos sintomas. A eficácia das intervenções de atividade física diminuiu com intervenções de maior duração. Ficando evidenciado que pacientes, com transtornos ansiosos são beneficiados pela modulação da homeostase, proveniente da AF, porem em patologias mentais com maior desfecho (depressão) o benefício é mais evidente.

Fonte: Autoria própria, 2025.

Por longo tempo atribuiu-se problemas mentais apenas à condição do próprio indivíduo, mas a ciência aponta os problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, como situações significativamente associados em pais e filhos (Ranoyen et al., 2015). Essa direcionalidade é ancorada no fato de a depressão parental reduzir a psicopatologia dos filhos (Ranoyen et al., 2015). Estudos anteriores afirmam que a depressão materna cíclica está relacionada a um maior risco de tais problemas na descendência, com estudos mostrando que quase 60% dos adolescentes com ansiedade e depressão apresentam episódios adicionais na idade adulta (Patton, 2015).

Considerando as diversas áreas da vida humana, bem como as lamúrias de cada segmento, foi evidenciado que a atividade física se encarrega de suprir anseios exigidos ao corpo treinado, pensando na problemática de estudantes de graduação. A AF tem o potencial de ser uma estratégia eficaz para prevenir e gerenciar a saúde mental de estudantes universitários (Carballo-Fazanes et al., 2020).

O público universitário, com idade entre 18 a 25 anos, está exposto ao maior risco de vivenciar o início de problemas de saúde mental, diante da situação de cobranças a que são submetidos, frente às demandas exigidas pela academia. O bem-estar duvidoso e sintomas de sofrimento psicológico podem levar à ansiedade e depressão. Ademais, uma proporção expressivamente maior de estudantes de graduação é diagnosticada com adoecimento mental em relação a indivíduos de outras idades (Solmi et al., 2022 ) e essa população também tende a relatar níveis mais elevados de sofrimento psicológico quando comparada a não estudantes em três pesquisas nacionais ( Cvetkovski et al., 2012 ).

A ansiedade não diagnosticada, conduz o paciente a um prognóstico ruim, devido a repercussão hipotalâmica causada pelo sistema autônomo, com apresentação de funções involuntárias como frequência cardíaca, a respiração e a digestão, interferindo diretamente na manifestação do campo cognitivo, como o medo, a supressão de pensamentos e as preocupações em excesso e entre outros, bem como sintomas comportamentais, a exemplo as compulsões e a evasão de lugares ou situações (Tully 2016).

É aceitável que os benefícios da AF na depressão e na ansiedade ocorram devidos a um ajuste de vários mecanismos psicológicos, neurofisiológicos e sociais. (Arent; Walker; Arent, 2020). Diferentes modos de AF estimulam diferentes efeitos fisiológicos e psicossociais (Singh et al, 2023). A AF de baixa intensidade pode ser considerada insuficiente para estimular as alterações neurológicas e hormonais que estão associadas a maiores melhorias na depressão e na ansiedade. (Arent; Walker; Arent, 2020).

Ao materializar os desfechos dos estudos incluídos, os resultados indicam que o hábito de atividade física regular e a diminuição de comportamentos sedentários carecem ser incluídas no projeto das estratégias de promoção da saúde.

4  CONCLUSÃO

Os resultados indicam que as pessoas que não tem hábito de atividade física têm maior predisposição de apresentar sintomas de depressão e ansiedade quando comparados com aquelas que praticam atividade física regular. Também foi possível identificar como a atividade física reduz os sintomas de ansiedade e depressão, como melhoram a condição de vida populacional, aumenta a qualidade de vida e fora possível identificar de maneira expressiva os benefícios vivenciados pelos pacientes fisicamente ativos, para além da condição mental adequada. 

Diante disso, é de suma importância para longevidade e manutenção da condição psicossocial do indivíduo, o incentivo a atividade física regular, devendo esse tema ser abordado em todas as esferas da saúde e fomentado como política pública fundamental.

Compete salientar que o incentivo deve ser realizado independentemente da população, ou seja, população em geral, grupos especiais ou portadores de alguma patologia.

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1Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Faculdade Madre Thais, Ilhéus, Bahia. e-mail: pdamasceno12@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Faculdade Madre Thais, Ilhéus, Bahia. Mestre em Educação Física (UESC). e-mail: ana.nascimento@faculdadedeilheus.com.br