EFEITO DO USO DE REALIDADE VIRTUAL EM TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA A SUJEITOS ADULTOS COM AFASIA PÓS-AVC: PROTOCOLO DE ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO E CONTROLADO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11491242


Clarice Vaz Alves Cruz da Silva;
Orientadora: Profa. Drª Rita Tonocchi.


RESUMO

Introdução: recente revisão sistemática aponta para ausência de evidências conclusivas sobre os efeitos do uso de Realidade Virtual (RV) no processo fonoterapêutico a sujeitos com afasia pós AVC, referindo que esse uso demonstrou eficácia limitada diante da severidade do comprometimento da linguagem quando em comparação com a terapia de reabilitação convencional. Tal fato direciona para pesquisas acerca do uso de RV no processo fonoaudiológico voltado a casos de afasia. Objetivo: apresentar dados sobre proposta de ensaio clínico com uso de realidade virtual como recurso terapêutico fonoaudiológico a sujeitos com afasia não fluente pós-AVC, a fim de comparar pré e pós-intervenções. Método: trata-se de protocolo de ensaio clínico randomizado e controlado, registrado na plataforma REBEC, com ocultação de alocação realizada e avaliadores cegados. Tal protocolo propõe contemplar RV a um grupo de sujeitos com afasia, utilizando cenas do cotidiano por meio de módulos subdivididos com diversos aplicativos que retratam e contextualizam cada temática proposta, como: Virtual Reality 360, Whithin VR, VR Theme park, Google cardboard, VR Bike, VR Space, VR Scuba Diving, VR Grocery, VR Movies Player, VR Cinema, VR Labirinto, VR Moon, Vtime XR VR Zoo, VR one Cinema, VR photo Viewer, VeeR VR, VR Estrada, VR Extreme Sports, Cardboard Videros VR. Para tanto, propõe-se acompanhamento fonoaudiológico com o recurso com duração de uma hora, realizadas três vezes por semana, durante dez semanas, totalizando 30 sessões. Para coleta dos dados pré intervenção, os instrumentos utilizados são: Teste nomeação de Boston, fluência verbal, Bateria MTL – atividade Discurso narrativo – e formulário de qualidade de vida a sujeito afásico – SAQOL-39. Tais dados serão investigados por análises mistas de variância. Os efeitos da RV serão demonstrados por uma comparação dos dados obtidos antes e após a intervenção entre o grupo de sujeitos com afasia com uso de RV e o grupo denominado de terapia convencional.

Palavras-chave: Realidade Virtual. Afasia. AVC. Reabilitação. Fonoaudiologia. Linguagem. Qualidade de Vida.

ABSTRACT

Introduction: a recent systematic review points to the absence of conclusive evidence on the effects of using Virtual Reality (VR) in the speech therapy process for subjects with post-stroke aphasia, stating that this use demonstrated limited effectiveness given the severity of language impairment when compared to conventional rehabilitation therapy. This fact leads to research on the use of VR in the speech therapy process aimed at cases of aphasia. Objective: to present data on a proposed clinical trial using Virtual Reality as a speech therapy resource for subjects with non-fluent post-stroke aphasia, in order to compare pre- and post-interventions. Method: this is a randomized and controlled clinical trial protocol, registered on the REBEC platform, with allocation concealment carried out and blinded evaluators. This protocol proposes to provide VR to a group of subjects with aphasia, using everyday scenes through subdivided modules with different applications that portray and contextualize each proposed theme, such as: Virtual Reality 360, Whithin VR, VR Theme park, Google cardboard, VR Bike, VR Space, VR Scuba Diving, VR Grocery, VR Movies Player, VR Cinema, VR Labyrinth, VR Moon, Vtime XR VR Zoo, VR one Cinema, VR photo Viewer, VeeR VR, VR Estrada, VR Extreme Sports, Cardboard Videros VR. To this end, speech therapy support is proposed with RV therapy lasting one hour, carried out three times a week, for ten weeks, totaling 30 sessions. For data collection, the instruments used are Boston naming test, verbal fluency, MTL Battery – Narrative speech activity – and quality of life form for aphasic subject – SAQOL-39. Such data will be investigated by mixed analysis of variance. The effects of VR will be demonstrated by a comparison of data obtained before and after the intervention between the group of subjects with aphasia using VR and the group called conventional therapy.

Keywords: Virtual reality. Aphasia. Stroke. Rehabilitation. Speech therapy. Language. Quality of life.

INTRODUÇÃO

As sequelas de afasia pós Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um tema recorrente na clínica de Fonoaudiologia, carregando incertezas em relação a processo de reabilitação e efetividade das modalidades terapêuticas. AVC trata-se de lesão neurológica aguda resultante de isquemias ou hemorragias intracranianas (FERREIRA et al., 2016). Aproximadamente um terço das pessoas que sofre AVC desenvolve um quadro de afasia (OMS, 2019).

Afasia é um distúrbio de linguagem adquirido, incapacitante, que influencia significativamente o sujeito acometido e os que o rodeiam, apresentando dificuldades em falar, compreender, ler e escrever, dependendo da região afetada. A gravidade e o tipo de afasia podem variar de acordo com a extensão e a localização da lesão cerebral. Alguns tipos de afasia incluem afasia de Broca, afasia de Wernicke, afasia de condução, afasia global e afasia anômica. (National Aphasia Association, 2013)

Neste estudo, o foco está no tipo de afasia que resulta de danos na área de Broca, campos frontais adjacentes, substância branca, ínsula e núcleos da base adjacentes (KANDEL et al., 2003). A afasia de Broca, também conhecida como afasia motora ou não fluente, o sujeito acometido tem dificuldade em falar mesmo que possa entender a linguagem falada ou lida. O discurso desse sujeito é frequentemente telegráfico e custoso, devido, em especial, a sintomas como anomia, agramatismo e parafasia (BEAR et al., 2006). Assim, a afasia de Broca interfere, principalmente, na produção da fala e não em sua compreensão (GAZZANIGA et al., 2006).

 Quanto à intervenção na afasia, varia de acordo com enquadramento teórico defendido, como valorizar aspectos cognitivos, pragmática, psicolinguística ou aspectos funcionais. Todavia, a terapia voltada à afasia não é linear e seus resultados variam, sendo que o prognóstico depende de diversos fatores, como lesão (origem, topografia, extensão) e sintomatologia (DEMONET; PUEL; CARDEBAT, 1992).

Um estudo realizado por Bhogal et al. (2003) investigou a eficácia de diferentes abordagens de reabilitação da afasia. Os pesquisadores revisaram diversos estudos e concluíram que a terapia intensiva e individualizada é mais eficaz na melhoria da linguagem e da comunicação em pacientes com afasia. Além disso, eles destacaram a importância de um protocolo clínico estruturado, que inclua avaliação inicial, estabelecimento de metas terapêuticas, seleção de estratégias terapêuticas adequadas e avaliação contínua do progresso do paciente. Outro estudo realizado por Cherney et al. (2013) examinou a eficácia de um protocolo clínico baseado em evidências na reabilitação da afasia. Os pesquisadores desenvolveram um protocolo clínico que incluía uma variedade de abordagens terapêuticas, como a terapia de melhoria da compreensão, terapia de melhoria da expressão e terapia de melhoria da comunicação funcional. Os resultados mostraram que o protocolo clínico baseado em evidências levou a melhorias significativas na linguagem e na comunicação em pacientes com afasia. Um estudo realizado por Brady et al. (2016) investigou a eficácia de um protocolo clínico de intervenção precoce na reabilitação da afasia pós-AVC. Os pesquisadores desenvolveram um protocolo clínico que incluía avaliação inicial, estabelecimento de metas terapêuticas, seleção de estratégias terapêuticas adequadas e intervenção precoce. Os resultados mostraram que o protocolo clínico de intervenção precoce levou a melhorias significativas na linguagem e na comunicação em pacientes com afasia pós-AVC. Kagan et al. (2008) também investigou a relevância de um protocolo clínico estruturado na reabilitação das afasias. Os pesquisadores desenvolveram um protocolo clínico chamado “Promoting Aphasics’ Communicative Effectiveness” (PACE), que fornece diretrizes específicas para a terapia da afasia. Os resultados mostraram que a utilização do protocolo PACE levou a melhorias significativas na comunicação funcional e na qualidade de vida dos pacientes afásicos. Isso destaca a importância de um protocolo clínico estruturado na reabilitação das afasias. Esses estudos destacam a importância de um protocolo clínico estruturado na reabilitação da afasia. Um protocolo clínico bem definido e baseado em evidências pode fornecer diretrizes claras para os terapeutas e garantir uma abordagem consistente e eficaz na reabilitação da afasia. Além disso, um protocolo clínico adequado pode ajudar a estabelecer metas terapêuticas realistas, selecionar estratégias terapêuticas apropriadas e avaliar o progresso do paciente ao longo do tempo. A utilização de um protocolo clínico estruturado pode fornecer diretrizes claras e sistemáticas para a terapia, permitindo uma intervenção mais padronizada e baseada em evidências. Isso pode levar a melhores resultados terapêuticos, incluindo melhorias na linguagem, comunicação e qualidade de vida dos pacientes afásicos.

Além de aspectos linguísticos, a avaliação da qualidade de vida do sujeito afásico é importante para entender o impacto da afasia em atividades diárias, bem-estar psicológico e satisfação geral com a vida (HILARI et al., 2003). Por tanto, essa avaliação pode ser realizada por meio de questionários específicos, como o protocolo SAQOL-39, desenvolvido para avaliar qualidade de vida de pacientes com afasia após AVC. 

À vista disso, direciona-se para o processo de reabilitação da afasia, o que contempla a atuação fonoaudiológica, envolvendo prática de exercícios de linguagem e uso de dispositivos de comunicação assistiva, dadas suas limitações linguísticas.  Neste trabalho, assume-se como terapia fonoaudiológica convencional uma abordagem baseada em métodos tradicionais de terapia da fala com foco em ações descontextualizadas, com exercícios repetidos e isolados.

Em contrapartida, enfatiza-se uma abordagem fonoaudiológica em situações de vida real, ou seja, baseada em contextos relevantes para o sujeito afásico, sendo que o fonoaudiólogo trabalha em conjunto com ele para identificar desafios de comunicação que enfrenta em seu dia a dia.

Assim, aponta-se para uso de recursos tecnológicos, como Realidade Virtual (RV), que possibilita imersão e experimentação de situações do cotidiano. Porém, estudos relacionados à terapia fonoaudiológica voltada à afasia utilizando RV como recurso terapêutico são inconsistentes em relação à eficácia. Segundo estudo de Cao et al (2021), verifica-se eficácia clínica limitada quanto ao uso da RV diante da gravidade do comprometimento da linguagem em comparação com terapia de reabilitação convencional, sendo que esse uso não teve efeito em comunicação funcional, busca de palavras e repetição. Levando em consideração que técnicas terapêuticas voltadas para sujeitos com afasia variam e novas abordagens são necessárias para maximizar suas recuperações. Com o desenvolvimento da tecnologia digital, a RV vem sendo explorada como um modo de intervenção de reabilitação e uma via alternativa de atendimento contextualizado, o que pode adicionar componentes benéficos para a vida desses sujeitos. Um estudo realizado por Serino et al. (2018) investigou os efeitos da terapia de realidade virtual na reabilitação da linguagem em pacientes com afasia. Os participantes receberam treinamento em tarefas de linguagem específicas utilizando a realidade virtual. Os resultados mostraram que a terapia de realidade virtual levou a melhorias significativas na compreensão e expressão verbal dos participantes, em comparação com a terapia convencional. Além disso, os participantes relataram uma maior motivação e satisfação com a terapia de realidade virtual. Esses estudos destacam a importância do uso da realidade virtual na reabilitação, mostrando seus benefícios em diferentes áreas, como a função motora, cognição e linguagem. A utilização da realidade virtual permite uma abordagem mais personalizada e envolvente, o que pode aumentar a motivação e o engajamento dos pacientes durante o processo de reabilitação.

Portanto, é fundamental identificar eficiência, conveniência da abordagem baseada em ambientes imersivos para fomentar e prolongar os benefícios da terapia de linguagem nos casos de afasia. Logo, pesquisas são necessárias para chegar a conclusões mais definitivas. Ademais, o esrudo direciona-se para o desenvolvimento de protocolo clínico para Fonoaudiologia abordando uso de RV, a fim de verificar seus efeitos como recurso terapêutico em sujeitos afásicos pós-AVC, considerando seus impactos em aspectos referentes a linguagem e qualidade de vida do afásico.

OBJETIVOS

O objetivo desse protocolo é apresentar dados sobre proposta de ensaio clínico com uso de realidade virtual como recurso terapêutico fonoaudiológico a sujeitos com afasia não fluente pós-AVC, a fim de comparar pré e pós intervenções, bem como estabelecer diretrizes para avaliação, diagnóstico e tratamento a esses sujeitos, visando padronização do atendimento e melhoria da qualidade do cuidado prestado a eles. 

MÉTODO

Trata-se de um protocolo de ensaio clínico, randomizado, com ocultação de alocação e avaliadores cegados, registrado na plataforma ReBEC. 

O processo terapêutico proposto será de um ciclo de dez semanas, com sessões três vezes na semana, totalizando 30 sessões de 1 hora. Sendo o grupo de RV exposto a terapia imersiva por 20 minutos e no restante do tempo realizará atividade com a mesma temática contextualizada por meio da RV. 

A seguir, apresenta-se os módulos e os APPs que serão aplicados:

O Ambiente Virtual

Para desenvolvimento do trabalho com uso de RV, uma série de aplicativos serão selecionados para o projeto dentro de uma plataforma de realidade virtual existente, como VR Vídeos, Virtual Reality 360, Whithin VR, VR Theme park, Google cardboard, VR Bike, VR Space, VR Scuba Diving, VR Grocery, VR Movies Player, VR Cinema, VR Labirinto, VR Moon, Vtime XR VR Zoo, VR one Cinema, VR photo Viewer, VeeR VR, VR Estrada, VR Extreme Sports, Cardboard Videos VR. 

Na sala de aplicação serão utilizados óculos VR Realidade Virtual 3d com fone de ouvido e controle – SHINECON, smartphone IPHONE 8, smartTV com espelhamento de tela para que a aplicadora possa observar e mediar o que o sujeito/paciente está experimentando durante a imersão.

Participantes

A Fonoaudióloga aplicadora recebe treinamento de 8 horas, quanto a forma da abordagem terapêutica descrita pelo protocolo e quanto ao funcionamento dos materiais utilizados.

Os pesquisadores garantirão que o anonimato dos participantes seja protegido e seus dados permanecerão confidenciais para que suas identidades e qualquer tipo de identificação ou informação será protegida. Não constarão despesas para os participantes durante qualquer etapa do estudo. A participação neste estudo será completamente voluntária e, se algum desconforto for experimentado, o trabalho poderá ser pausado. Cada participante nunca será realocado em outro grupo. 

POPULAÇÃO DE ESTUDOS

A população deste estudo será composta por sujeitos com afasia predomínio motor, não fluente e recente, pós AVC. 

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

  1. Sujeitos com idade entre 18 e 90 anos
  2. Sujeitos identificados com afasia não fluente pós AVC recente (até seis meses)
  3. Sujeitos não terem realizado nenhum tipo de intervenção fonoaudiológica prévia
  4. Sujeitos que não apresentam perda auditiva severa
  5. Sujeitos que não apresentam deficiência visual severa
  6. Apresentar pontuação mínima de 20% em teste de nomeação (BOSTON) 

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

  1. Sujeitos que apresentam quadro de epilepsia 
  2. Sujeitos que apresentam claustrofobia
  3. Sujeitos com quadros clínicos que coloquem em risco sua saúde
  4. Sujeitos com intolerância ao uso dos óculos de RV
  5. Sujeitos que apresentam afasia com prejuízo na compreensão

RANDOMIZAÇÃO

A randomização deverá ser realizada por um pesquisador independente usando um sistema de sorteio com envelopes opacos selados imediatamente. Os voluntários serão considerados participantes do estudo quando o envelope for aberto. 

Antes da intervenção, os voluntários serão alocados aleatoriamente em dois grupos: Grupo I – Realidade Virtual (RV) – participantes voluntários submetidos à intervenção terapêutica com uso de RV; Grupo II – Terapia Convencional (TC) – participantes voluntários passarão por TC com figuras, jogos e cartazes. 

Os participantes não terão informação do grupo em que será alocado.

A descrição de atividades terapêuticas do protocolo no apêndice 3.

TRATAMENTO

O processo terapêutico proposto será de ciclo de dez semanas, com sessões de 60 minutos, sendo a dose de 20 minutos de estímulo com realidade virtual, três vezes na semana, totalizando 30 sessões. A seguir, apresenta-se os módulos que serão aplicados:

Nas primeiras sessões os participantes do grupo RV receberão instruções sobre o procedimento de reabilitação e duas sessões de vivência e adaptação à tecnologia. Os demais temas serão aplicados nos módulos seguintes. 

Intervenção

Os participantes elegíveis serão submetidos às seguintes avaliações das funções linguísticas, antes e após realização das sessões fonoaudiológicas: Teste de nomeação de Boston, TFVS, tarefa 4 – Bateria MTAL e o protocolo de qualidade de vida do sujeito afásico SAQOL-39.

O Teste de Boston (Boston Diagnostic Aphasia Examination – BDAE) é um instrumento amplamente utilizado na avaliação da afasia, um distúrbio de comunicação que resulta de lesões cerebrais. Desenvolvido por Goodglass e Kaplan em 1972, o BDAE é composto por uma série de tarefas que avaliam diferentes aspectos da linguagem, como compreensão, expressão oral, leitura e escrita. 

Um estudo realizado por Goodglass et al. (2001) investigou a validade e a confiabilidade do Teste de Boston na avaliação da afasia. Os pesquisadores examinaram um grande número de pacientes com afasia e concluíram que o BDAE é um instrumento válido e confiável para a avaliação da linguagem em pacientes com afasia. Além disso, eles destacaram a importância de uma avaliação abrangente que inclua diferentes tarefas do BDAE para obter uma compreensão completa das habilidades linguísticas do paciente. Outro estudo realizado por Kertesz (2006) comparou o desempenho de pacientes com afasia em diferentes tarefas do Teste de Boston. O autor analisou os resultados de pacientes com diferentes tipos de afasia e identificou padrões específicos de desempenho em cada tarefa. Esses padrões ajudaram a diferenciar os diferentes subtipos de afasia e forneceram informações importantes para o planejamento da reabilitação. Um estudo mais recente realizado por Halai et al. (2017) investigou a utilidade do Teste de Boston na avaliação da afasia em pacientes com demência. Os pesquisadores examinaram um grupo de pacientes com demência e afasia e concluíram que o BDAE é um instrumento útil para avaliar a linguagem em pacientes com demência. Além disso, eles destacaram a importância de adaptar as tarefas do BDAE para atender às necessidades específicas dos pacientes com demência. Esses estudos destacam a importância do Teste de Boston na avaliação da afasia. O BDAE fornece uma avaliação abrangente e padronizada das habilidades linguísticas, permitindo uma compreensão mais precisa do perfil de linguagem do paciente. Além disso, o BDAE pode ajudar a diferenciar os diferentes subtipos de afasia e fornecer informações importantes para o planejamento da reabilitação.

A Bateria Montreal-Toulouse de Avaliação da Linguagem (BMTAL) é um instrumento de avaliação da linguagem desenvolvido por um grupo de pesquisadores franceses, liderados por Michel Habib, com o objetivo de avaliar diferentes aspectos da linguagem em crianças e adultos. A BMTAL é composta por uma série de testes que avaliam diferentes habilidades linguísticas, como a compreensão e produção de palavras, a compreensão e produção de frases, a consciência fonológica, entre outros. BMTAL também é uma ferramenta útil para a pesquisa científica. Os testes da bateria foram desenvolvidos com base em estudos teóricos e empíricos sobre o desenvolvimento da linguagem, o que garante a validade e confiabilidade dos resultados obtidos. A utilização da BMTAL em estudos permite a comparação de diferentes grupos de indivíduos e a investigação de fatores que podem influenciar o desenvolvimento da linguagem. Diversos estudos têm utilizado a BMTAL como instrumento de avaliação da linguagem em diferentes contextos. Por exemplo, um estudo realizado por Silva et al. (2018) utilizou a BMTAL para avaliar o desempenho linguístico de crianças com transtorno do espectro autista. Os resultados mostraram que as crianças com autismo apresentaram dificuldades específicas em diferentes habilidades linguísticas, como a compreensão de frases complexas. Outro estudo realizado por Santos et al. (2020) utilizou a BMTAL para avaliar o impacto de um programa de intervenção na linguagem de crianças com atraso de linguagem. Os resultados mostraram que o programa de intervenção foi eficaz em melhorar diferentes aspectos da linguagem, como a compreensão e produção de palavras e frases.

No protocolo utilizamos a Tarefa 4 para avaliação do discurso narrativo, essa tarefa tem como objetivo avaliar a organização e estruturação do discurso narrativo, bem como a coerência e coesão textual. A tarefa de discurso narrativo da BMTAL consiste em solicitar ao indivíduo que conte uma história a partir de uma sequência de imagens ou a partir de um estímulo verbal. O indivíduo deve organizar as informações de forma lógica e coerente, utilizando uma estrutura narrativa adequada, que inclui a introdução, desenvolvimento e conclusão da história. Diversos estudos têm utilizado a tarefa de discurso narrativo da BMTAL para investigar diferentes aspectos da produção narrativa em crianças e adultos. Por exemplo, um estudo realizado por Boudreau et al. (2018) investigou a relação entre a produção narrativa e a compreensão de histórias em crianças com transtorno do espectro autista. Os resultados mostraram que as crianças com autismo apresentaram dificuldades tanto na produção narrativa quanto na compreensão de histórias, indicando um comprometimento nas habilidades de processamento narrativo. Outro estudo realizado por Sampaio et al. (2019) investigou a produção narrativa em adultos com doença de Alzheimer. Os resultados mostraram que os indivíduos com Alzheimer apresentaram dificuldades na organização e estruturação do discurso narrativo, além de uma redução na quantidade de informações fornecidas nas narrativas. A tarefa de discurso narrativo da BMTAL também tem sido utilizada como uma medida de desempenho linguístico em diferentes populações clínicas. Por exemplo, um estudo realizado por Andrade et al. (2017) investigou a produção narrativa em indivíduos com afasia. Os resultados mostraram que os indivíduos com afasia apresentaram dificuldades na organização e coesão do discurso narrativo, além de uma redução na quantidade de informações fornecidas.

O teste de fluência verbal e semântica, também aplicado no protocolo como ferramenta de avaliação no pré e pós terapia é uma ferramenta amplamente utilizada na avaliação da linguagem e das funções cognitivas. Esse teste consiste em solicitar ao indivíduo que produza o maior número possível de palavras em um determinado tempo, seguindo um critério específico, como por exemplo, palavras que iniciem com uma determinada letra (fluência verbal fonêmica) ou palavras que pertençam a uma determinada categoria semântica (fluência verbal semântica). Diversos estudos têm investigado a relação entre a fluência verbal e semântica e diferentes aspectos da linguagem e das funções cognitivas. Por exemplo, um estudo realizado por Troyer et al. (1997) investigou a relação entre a fluência verbal e semântica e a memória episódica em idosos. Os resultados mostraram que a fluência verbal semântica estava mais fortemente relacionada à memória episódica do que a fluência verbal fonêmica.

Outro estudo realizado por Henry et al. (2004) investigou a relação entre a fluência verbal e semântica e a função executiva em indivíduos com doença de Alzheimer. Os resultados mostraram que a fluência verbal semântica estava mais fortemente relacionada à função executiva do que a fluência verbal fonêmica.
Além disso, a fluência verbal e semântica também têm sido utilizadas como medidas de desempenho linguístico em diferentes populações clínicas. Por exemplo, um estudo realizado por Ardila et al. (2006) investigou a fluência verbal e semântica em indivíduos com afasia. Os resultados mostraram que a fluência verbal e semântica estava comprometida em diferentes graus, dependendo do tipo e localização da lesão cerebral.

A intervenção inicia com escolha do vídeo ou jogo em RV pertinente ao tema do módulo para contextualizar a terapia, após a dose do estímulo com RV, ele realizará atividades contextualizadas sugeridas por tema de cada módulo, descritas no apêndice 3.

A seguir, o fluxograma dos módulos que serão aplicados nas sessões de terapia:

Descrição de execução de cada módulo no Apêndice 3

Terapia

Mecanismos da oralidade 

Primordialmente, é necessário reconhecer que trabalhar a oralidade implica ter em conta determinados mecanismos, presentes tanto na compreensão como na expressão/produção (cf. Luna, 2016): 

– Linguísticos, abrangendo o nível lexical e gramatical; 

– Enciclopédicos, ligados ao conhecimento do mundo, que provém das vivências pessoais e de eventos contextualmente situados;

 – De organização textual, ligados ao recurso aos tipos/géneros textuais que traduzem diferentes propósitos comunicativos. 

As estratégias da oralidade pressupõem a existência de três etapas na compreensão oral (cf. Luna, 2016): a pré-escuta, que prepara para a compreensão; a escuta, que permite um primeiro acesso ao sentido do texto oral; a pós-escuta, que conduz à construção do sentido do texto por parte do ouvinte. 

Nesse processo terapêutico utilizando RV e a terapia convencional o protocolo contemplará tarefas de: 

  • Terapia na Vida Diária

• Integrando as funções de linguagem na rotina

• Exemplos práticos em situações cotidianas

  • Desenvolvimento da expressão oral e escrita

• Estratégias para aprimorar a expressão verbal

• Exercícios práticos com apoio visual

  • Compreensão Auditiva e Linguagem

• Trabalhando na compreensão de mensagens auditivas

• Reconhecer e interpretar pistas auditivas

  • Habilidades de Conversação

• Prática de habilidades de conversação 

• Manter o tópico da conversa, evitar discurso tangencial.

  • Uso de Recursos Não-Verbais

• Importância das pistas não-verbais

• Incorporação de gestos e expressões faciais

  • Jogos e Atividades interativas

• Como tornar a terapia mais envolvente

• Usando jogos e atividades lúdicas

Segundo Sá (2018) a expressão/produção oral contempla diversos níveis: 

– Fonético-fonológico, associado ao uso da entoação, para reforçar a expressividade e sublinhar alguns aspetos do discurso; 

– Léxico-semântico, ligado à capacidade de selecionar vocabulário adequado à situação de comunicação oral em causa; 

– Morfossintático, responsável pela concordância e pelo uso apropriado de conectores (tão importantes no discurso escrito como no discurso oral); 

– Textual, associado à coerência e à coesão, que asseguram a clareza na apresentação das ideias e na sua articulação; obviamente, depende do nível léxico-semântico e, sobretudo, do nível morfossintático.

ANÁLISE DE DADOS

Os dados coletados via questionários e testes, anteriormente descritos, serão transferidos para planilhas no software Excel (Microsoft, v.15.33, 2017). Para a análise descritiva, os dados serão apresentados individualmente, ou em média, desvio padrão, número de casos e frequência de ocorrência, conforme a natureza de cada variável. Também serão calculados os ganhos percentuais entre os momentos pré e pós-intervenção (((valor pós * 100)/valor pré) – 100), assim como escore Z no teste de Boston. A apresentação dessas informações foi feita em tabelas, formatadas no Word (Microsoft, v.15.33, 2017), e gráficos, formatados no Prism (GraphPad Software, v.9.11, 2021). 

CONTROLE DO VIÉS

O estudo incluirá vários recursos metodológicos importantes que minimizarão o risco de viés, como processo de randomização, ocultação de alocação, avaliação cega dos resultados e análise de intenção de tratar.

CONCLUSÃO

A pesquisa busca verificar sobre os potenciais benefícios de um ambiente virtual para trabalho acerca da linguagem em sujeitos com afasia, indicando se uso de recurso RV possibilita evolução na comunicação, aspectos psicossociais e quanto qualidade de vida. A utilização de um protocolo clínico estruturado na reabilitação das afasias é de extrema relevância para garantir uma abordagem terapêutica consistente e eficaz, permitindo uma intervenção mais padronizada e baseada em evidências. 

O estudo fornecerá avaliação de custos, efeitos e benefícios do uso de RV como recurso terapêutico fonoaudiológico e sua eficácia na contextualização da terapia como uma opção de tratamento personalizado, acessível e de baixo custo. 

A realidade virtual é uma é uma ferramenta inovadora e multissensorial, a qual pode favorecer entusiasmo e engajamento por parte do sujeito com afasia durante sessões fonoaudiológicas contínuas (GIACHERO et al., 2020).

O uso de RV poderá gerar insights sobre como apoiar sujeitos com afasia no acesso à tecnologia. Ademais, destaca-se acerca de impactos aos envolvidos em quadros de afasia pós AVC, como os próprios sujeitos/pacientes, suas famílias e profissionais fonoaudiólogos, uma vez que a RV poderá complementar as terapias presenciais e remotas.

IMPACTO

Para sujeitos com afasia e profissionais fonoaudiólogos, a realidade virtual poderá complementar terapias, além de gerar insights sobre como apoiar esses sujeitos a acessos à tecnologia. Ademais, A continuação da pesquisa nessa área pode fornecer evidências adicionais sobre a eficácia da terapia de realidade virtual e ajudar a desenvolver abordagens terapêuticas mais personalizadas e eficazes para a reabilitação da afasia. É necessário investir em novos recursos terapêuticos, tecnologia e políticas de saúde que garantam o acesso equitativo a serviços de reabilitação especializados e promovam a implementação de intervenções baseadas em evidências.

Os resultados serão apresentados em publicações acadêmicas e eventos científicos. 

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