EFEITO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS COM SÍNDROME DA FRAGILIDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

EFFECT OF THE PILATES METHOD ON ELDERLY PEOPLE WITH FRAILTY SYNDROME: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249211036


Silvana Bonifácio Tinti
Clara Harumi Tsuda Oliveira
Bruna Prado Gomes


RESUMO

INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um processo irreversível e gradual, que pode gerar perda de funções e mudanças na estruturas do organismo, no qual leva a limitações na vida do idoso em atividades cotidianas e, leva a vários desfechos, entre eles a síndrome da fragilidade. OBJETIVO: Verificar os benefícios do método pilates em idosos diagnosticados com síndrome da fragilidade. MÉTODO: trata-se de uma revisão de literatura, realizada a partir das recomendações do PRISMA, desenvolvida com artigos publicados entre os anos 2014 a 2024, publicadas nas bases de dados eletrônicas Scielo e Pubmed. RESULTADOS: ressalta-se a importância do método de Pilates como elemento de contribuição para o declínio no nível de fragilidade do idoso, considerando-o como uma ferramenta viável e segura para a prática de exercício físico na terceira idade, atenuando efeitos da institucionalização no estado de determinação entre vulnerabilidade e fragilidade. CONCLUSÃO: o exercício físico, método pilates, pode contribuir para a prevenção e a mudança no status de fragilidade do idoso.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Idoso. Pilates. Exercício Físico. Fragilidade.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Aging is an irreversible and gradual process, which can generate loss of functions and changes in the body’s structures, which leads to limitations in the elderly’s life in daily activities and leads to several outcomes, including frailty syndrome. OBJECTIVE: To verify the benefits of the Pilates method in elderly people diagnosed with frailty syndrome. METHOD: this is a literature review, carried out based on PRISMA recommendations, developed with articles published between the years 2014 and 2024, published in the electronic databases Scielo and Pubmed. RESULTS: the importance of the Pilates method is highlighted as an element of contribution to the decline in the level of frailty of the elderly, considering it as a viable and safe tool for the practice of physical exercise in old age, mitigating the effects of institutionalization in the state of determination between vulnerability and fragility. CONCLUSION: physical exercise, the Pilates method, can contribute to the prevention and change in the frailty status of the elderly.

KEYWORDS: Aging. Elderly. Pilates. Physical exercise. Fragility.

1. INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida gerou um crescente interesse em compreender o envelhecimento e as doenças associadas. O processo de envelhecimento é considerado gradual e irreversível (IZQUIERDO et al., 2021), com reduções funcionais e estruturais no organismo, o que pode resultar na síndrome da fragilidade (FIGUEIREDO; DAMÁSIO, 2018). A fragilidade é descrita como uma síndrome geriátrica que está associada ao maior risco de ocorrência de desfechos clínicos adversos, e pode levar o idoso à dependência física (SOUSA et al.; 2021).

A prevalência de fragilidade pode apresentar variações de acordo com a sua severidade, como idosos frágeis e idosos pré-frágeis (JANKOWSKA-POLAŃSKA et al., 2019). Kehler e colaboradores (2018), relatam que altos níveis de comportamento sedentário estão associados com piores níveis de fragilidade, portanto, ao considerar a reversibilidade da síndrome, realizar exercícios físicos pode ser uma maneira eficaz para prevenir, retardar ou reverter a fragilidade (JADCZAK et al., 2018), e uma possível intervenção é o método pilates, que tem sido amplamente popularizado (CURI et al., 2018).

A modalidade de exercício Método Pilates (MP), possui poucos estudos que relatam sua efetividade em termos de desenvolvimento de desempenho físico e bem-estar em idosos (BULLO et al., 2015), mas tem demonstrado ser eficaz no fortalecimento dos músculos posturais e, por conseguinte, na melhora da qualidade de vida (OLIVEIRA et al., 2014). Sharifmoradi e colaboradores (2019), relatam efeitos positivos nas desordens musculoesqueléticas e na capacidade neuromotora, especialmente em relação ao equilíbrio estático e dinâmico, que são variáveis importantes para evitar a vulnerabilidade dos idosos. 

Nesse sentido, é notório e de interesse da saúde pública investigar os efeitos do método pilates para a população idosa, para se obter respostas, se há um determinando período de treinamento, e se modifica o status de fragilidade de idosos fisicamente independentes. Além disso, identificar o papel dessa intervenção no contexto da fragilidade e/ou de sua prevenção são imprescindíveis para auxiliar na adoção de estratégias para a saúde pública e para a prática clínica. 

Ao considerar que há declínios físicos na fragilidade, o presente estudo tem como objetivo verificar os benefícios do método pilates em idosos diagnosticados com síndrome da fragilidade. E, o estudo se mostra relevante visto que a prática de exercícios físicos, caracterizam-se como uma ferramenta necessária para prevenção da síndrome da fragilidade, garantindo ao idoso que pratica melhor qualidade de vida, autonomia e segurança para realizar as atividades cotidianas de maneira independente.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ENVELHECIMENTO

Nos últimos anos há um aumento significativo de idosos, isso se deve a tecnologia e suas evoluções, que têm contribuído para este grupo, no que se refere a descoberta de recursos e procedimentos que propiciam a longevidade (AZEVEDO, 2015).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os idosos são aqueles que se encontram na faixa etária entre 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento. A população idosa brasileira, nos anos de 1980 a 2005, teve um crescimento de aproximadamente 126,3% e, estima-se a partir destes dados que em 2050 o número de idosos no Brasil pode ultrapassar 30 milhões de pessoas (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016).

O envelhecimento é compreendido como um processo dinâmico, gradual, natural e inevitável, isto porque este processo se dá a partir de mudanças a nível biológico, corporal, psicológico e social, no entanto, apesar de todos os fenômenos, nem todo indivíduo envelhece da mesma forma, nem tampouco cada parte do organismo envelhece ao mesmo tempo, assim, o envelhecimento assim como tudo que é humano, leva um selo singular, único e individual (CARVALHO E SILVA, 2021).

A principal consequência deste processo é a perda progressiva de seus sistemas de reserva, estes são bastante ricos na infância e na adolescência, no entanto ao longo do tempo vai sendo eliminado, determinando o surgimento de uma maior vulnerabilidade, assim como resposta menos eficaz de todos os sistemas de defesa do organismo diante de qualquer forma de agressão, assim à medida em que aumentam as solicitações (em situações de sobrecarga funcional), perde-se também a vitalidade dos órgãos e sistemas afetados por esta sobrecarga, tornando-se estas mais evidentes (CARVALHO E SILVA, 2021).

Corroborando, Miranda; Mendes e Silva (2016) relatam que no Brasil o envelhecimento vem acontecendo de maneira acelerada, e isto envolve diversos aspectos (genética, estilo de vida, a incidência de doenças crônicas, entre outros fatores). Enfatiza ainda que o aparecimento de doenças nesta etapa da vida é frequente, e isto pode em grande maioria estar relacionada ao sedentarismo do idoso.

Fatores como o sedentarismo, doenças crônicas e perda de mobilidade podem levar a complicações nesta etapa da vida, no entanto, a prática de exercícios físicos pode contribuir de maneira favorável para a prevenção de desfechos clínicos e como forma de tratamento, para a busca da qualidade de vida e estilo de vida mais saudável (CARVALHO E SILVA, 2021).

Frente a este cenário, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) destacam a importância de indivíduos idosos realizarem atividades físicas de força muscular ao menos duas vezes por semana, e aeróbicas ao menos 150 minutos semanais, tendo estas atividades o objetivo de reduzir o risco de mortalidade por doenças que podem ser resultantes do sedentarismo e da comodidade. Ao retratar então a prática de atividades físicas, destacam que o método Pilates pode ser uma estratégia, tornando-se uma modalidade bastante praticada por este grupo nos últimos anos, principalmente por trabalhar força, condicionamento físico, contribuindo para o aumento da densidade óssea, mudanças na composição corporal, melhoria da força e também da resistência muscular, além de auxiliar na coordenação, no equilíbrio e na flexibilidade do idoso (ENGERS, et al., 2016).

2.2 SÍNDROME DA FRAGILIDADE DO IDOSO

A fragilidade pode ser definida como a dependência de indivíduos acima dos 65 anos de idade de outras pessoas para realizar suas atividades cotidianas (WOODHOUSE, 1997), assim, a fragilidade está relacionada a perda da autonomia do indivíduo e consequentemente a sua dependência em realizar até mesmo as coisas mais simples e básicas do dia a dia (LANA; SCHNEIDER, 2014). O modelo de fragilidade criado por Brocklehurst em 1982, abrangia a três componentes: o biológico, o social e o psicológico, assim pode-se afirmar que a fragilidade não é algo específico de determinado grupo (idosos), mas que ele pode manifestar-se em qualquer faixa etária (LANA; SCHNEIDER, 2014).

Porém, destaca-se que quando associada ao envelhecimento, este termo tem sido amplamente aceito como uma síndrome clínica, caracterizada por um estado de vulnerabilidade fisiológica que resulta na diminuição das reservas de energia, de habilidades, e de se manter ou recuperar a homeostase após eventos desestabilizantes (LANA; SCHNEIDER, 2014).

Estudos afirmam que o início da síndrome da fragilidade, pode ocorrer não apenas por fatores pessoais de natureza cognitiva, psicológica, social, e físico, mas também por fatores ambientais de ordem financeira, legal, institucional, culminando assim em maior risco de desfechos clínicos adversos, entre eles as quedas, hospitalização, e muitas vezes até mesmo a morte do indivíduo (LANA; SCHNEIDER, 2014).

O conceito de fragilidade de acordo com Duarte (2009 apud Lana; Schneider, 2014) pode ser compreendido como uma síndrome de múltiplas dimensões, porém, a definição mais utilizada é que a síndrome da fragilidade representa uma síndrome caracterizada pela redução da reserva homeostática e a redução da capacidade do organismo em resistir às intempéries, resultando em declínios acumulativos que causam vulnerabilidade e efeitos adversos. Desta forma, o resultado cumulativo dos declínios em determinados sistemas do corpo, podem se constituir como base para a fragilidade, entre eles, a vulnerabilidade dos fatores estressores e o comprometimento de manter a homeostase, assim como a incapacidade e a dependência para a realização das atividades básicas diárias.

O idoso torna-se um indivíduo frágil quando o organismo perde a complexidade de manutenção de sua dinâmica e apresenta respostas de não adaptação ao estresse, de maneira geral, os idosos frágeis apresentam maior risco de desfechos clínicos adversos como a dependência, queda, piora em quadros crônicos, doenças agudas, entre outros (ARAÚJO, et al., 2018).

A fragilidade neste sentido, caracteriza-se como uma condição instável, relacionada ao declínio funcional do indivíduo, onde a interação deste com o ambiente pode causar limitações de desempenho em ocorrências de pequenos impactos, podendo resultar até mesmo na perda de autonomia deste idoso.

2.3 ATIVIDADE FÍSICA E SÍNDROME DA FRAGILIDADE

Nos dias atuais, observa-se uma abertura grande de possibilidades para que o idoso pratique atividades físicas, visto que se tem muitos grupos de recreação, de atividades funcionais que são realizadas por empresas privadas e também pelo setor público, com atividades estas voltadas para a terceira idade, no entanto, por falta de conhecimentos, muitos idosos somente entendem a prática da atividade física como uma forma de tratamento de alguma doença e não como prevenção e melhora de qualidade de vida (GODOY; ALONSO E EVANGELHISTA, 2020).

A prática de exercícios físicos de baixa ou alta intensidade, apresenta grande influência na prevenção do idoso quanto a síndrome da fragilidade, fazendo com que estes consigam manter seu estado normal, aumentando a força muscular, melhorando a marca e o equilíbrio, o que consequentemente resulta em melhora da qualidade de vida e na independência e autonomia em realizar as atividades diárias (GODOY; ALONSO E EVANGELHISTA, 2020).

Embora o declínio fisiológico, psicológico e social possa levar o idoso a uma situação de fragilidade, há parâmetros que podem ser modificados por meio do estímulo adaptativo adequado. Nesse contexto, o Método Pilates se destaca como uma modalidade que promove melhorias nesses aspectos e tem significativa adesão entre os idosos (BOLETINI, 2022; COIMBRA; COIMBRA, 2019).

Tem-se diante do exposto que a atividade física pode gerar mudanças positivas, prevenir e até reverter a síndrome da fragilidade.

2.4 MÉTODO DE PILATES E OS BENEFÍCIOS NA SÍNDROME DA FRAGILIDADE DO IDOSO

O método Pilates possui princípios, como a respiração adequada, centralização do corpo, concentração mental, controle de movimentos, precisão e fluidez dos movimentos a partir de seis alicerces da prática, sendo estes aspectos sutis que se manifestam a cada exercício realizado (NETTO, 2019).

Inúmeros estudos apresentam os benefícios apontados pela prática do método Pilates, sua prática é capaz de promover um aumento significativo na flexibilidade, coordenação motora e força muscular, quando praticadas por pacientes com dores lombares crônicas faz-se eficaz na redução da dor, visto que trabalha exercícios de fortalecimento muscular que promovem estabilização da coluna, promovendo a melhoria da função física e qualidade de vida dos pacientes (CORDEIRO et al., 2022).

Um estudo realizado por Boletini (2022) apresenta que a prática de atividades físicas, considerando o método pilates, apresentam inúmeros benefícios para os idosos com síndrome da fragilidade, resultando em diferenças significativas na qualidade de vida e na evolução do idoso, reduzindo a fragilidade principalmente quando comparados a idosos que não praticam nenhuma atividade.

Queiroz et al., (2016) em estudo realizado, apresentam que a partir de atividades de pilates solo com ou sem a utilização de acessórios, apresentam uma diferença estatisticamente significativa no idoso, o que corrobora com o estudo de Pestana et al., (2016), em que relatam também a redução no nível sérico de proteína C reativa e de medidas antropométricas em idosos que realizaram exercícios em um período de 20 semanas. Neste sentido, entende-se que a prática regular de exercício contribui para a prevenção da depressão, condições emocionais do idoso, harmonia corporal, mobilidade, autonomia e qualidade de vida e redução de medidas antropométricas, o que contribui para a melhoria da síndrome da fragilidade.

3. MÉTODOS

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, em que foi delineado como questão norteadora do estudo: “O método pilates pode alterar o status de fragilidade?”, com recurso à estratégia PICO. Neste estudo, os participantes (P) são idosos com síndrome da fragilidade, (I) diz respeito ao efeito do método pilates, (C) é verificar o efeito do método pilates em idosos fisicamente frágeis, (O) é analisar o ganho de força muscular, equilíbrio e aptidão física em idosos frágeis que praticam método pilates.

A pesquisa será realizada durante os meses de setembro de 2023 a julho de 2024 nas bases de dados Scielo, Pubmed e Google Acadêmico. Serão incluídas apenas as produções científicas publicadas entre os anos de 2014 a 2024, por meio das palavras-chave: Idoso – Aged, Fragilidade – Frailty, Método pilates – pilates exercise, Técnicas de Exercício e de Movimento – Exercise Movement Techniques; e escritas nos idiomas português e inglês. Os critérios de inclusão são: idosos (acima de 60 anos), fisicamente ativos, que realizam a prática de pilates, que não possuem patologias neurológicas, metabólicas e cardíacas incapacitantes.

Figura 1 – Fluxograma de busca dos artigos nas bases de dados eletrônicos consultadas:

Fonte: Própria autora (2024).

O fluxograma acima indica sistematicamente que foram encontradas 3.580 publicações nas bases de dados eleitas para a seleção dos artigos que serviram como base para o desenvolvimento da presente pesquisa. Entre os estudos identificados, 200 artigos foram selecionados após a leitura do título e, 60 foram excluídos por repetição. Dessa forma, foram selecionados 140 artigos para a leitura integral, no qual 134 foram excluídos por não atenderem os critérios de inclusão mencionados no presente estudo. Portanto, foram utilizados 6 artigos para o desenvolvimento da presente pesquisa.

4. RESULTADOS 

Para a formação do estudo, foram delimitadas as seguintes etapas: identificar o tema e seleção da questão de pesquisa; definir os critérios para inclusão e exclusão dos estudos a fim de extrai-los; categorizar e avaliar dos estudos incluídos na revisão; interpretar os resultados encontrados.

Foram realizadas pesquisas nas bases de dados Scielo e Pubmed, selecionando artigos relacionados a temática em primeiro momento pelo título do artigo, após selecionar alguns artigos, foram então realizadas as leituras dos resumos, neste momento, descartaram-se alguns artigos, os remanescentes, foram então realizadas as leituras do artigo completo, a partir do qual foram selecionados os artigos que fazem parte da pesquisa.

A Tabela 1 apresenta informações dos artigos selecionados para o presente estudo, como: autor, ano, tipo de estudo, tamanho da amostra, variáveis avaliadas, objetivo do estudo e principais resultados.

Tabela 1 – Fluxograma de busca dos artigos nas bases de dados eletrônicos consultadas:

REFERÊNCIATIPO DE ESTUDOAMOSTRA (SEXO)VARIÁVELOBJETIVORESULTADOS
JOSEPHS, et al. (2016)Ensaio clínico controlado randomizado cego simples.31 participantesPilatesDeterminar se o Pilates é mais eficaz do que os exercícios tradicionais de força e equilíbrio para melhorar as medidas de equilíbrio, a confiança no equilíbrio e reduzir quedas em idosos que vivem na comunidade com risco de queda.Houve melhora significativa na Fullerton Advanced Balance Scale tanto para o PG (diferença média = 6,31, p < 0,05) quanto para o TG (diferença média = 7,45, p = 0,01). O PG também mostrou melhora significativa na Activities-Specific Balance Confidence Scale (diferença média = 10,57, p = 0,008).
VIEIRA, et al. (2017)Ensaio clínico randomizado40 mulheres idosasPilatesInvestigar os efeitos de um programa de exercícios inspirado no Pilates de 12 semanas no desempenho funcional de mulheres idosas residentes na comunidade.Após 12 semanas, efeitos de tempo foram observados para os testes STS (p = 0,03) e 6 MW (p < 0,01). Somente entre os indivíduos do PG o tempo gasto para levantar de uma cadeira e retornar à posição sentada diminuiu significativamente (2,0 s mais rápido, p = 0,02) e a distância percorrida em 6 min aumentou (∼30 m, p < 0,01). O desempenho do OLS e do TUG permaneceu inalterado em ambos os grupos.
JANKOWSKA-POLANSKA, et al. (2019)Análise socioclínica.382 pacientesSíndrome da FragilidadeAvaliar a incidência e gravidade da síndrome de fragilidade avaliada pela Escala de Fragilidade de Edmonton.A Escala de Fragilidade de Edmonton provou ser uma ferramenta confiável que pode ser utilizada na população polaca.
BOLETINI, (2022)Estudo Randomizado30 idosos ambos os sexosMétodo Pilates SoloInvestigar o efeito do treinamento do MPS em idosos institucionalizados em diferentes níveis de fragilidade, nos aspectos físicos, psicológicos e sociais.Método de Pilates Solo é uma ferramenta viável e segura para a prática de exercício físico dentro das ILPIs, atenuando os efeitos da institucionalização no estado de determinação mútua vulnerabilidade e fragilidade.
SARASHINA, et al. (2022)Ensaio  ClínicoIdosos frágeisPilatesAvaliar a viabilidade do método de Pilates em idosos frágeis em estágio avançado no controle de quedas.O Pilates pode ser considerado um programa de intervenção potencial para melhorar a saúde de idosos em estágio avançado porque mudanças positivas de humor foram observadas após cada sessão, o que encorajou a participação contínua.
SU, et al. (2022)Ensaio clínicoGrupo de mulheres idosasMétodo Pilates investigar os efeitos de um programa adequado de intervenção de exercícios de Pilates na manutenção da saúde e benefícios em mulheres de meia-idade residentes na comunidade com um desenho quase experimental. Os efeitos benéficos dos programas de exercícios de Pilates podem, portanto, promover a melhoria da saúde na população feminina de meia-idade, com implicações práticas para as comunidades.

Fonte: Própria autora (2024).

Os estudos elencados na revisão integrativa demonstram que a o treinamento com Método Pilates pode contribuir de maneira positiva para a melhoria da qualidade de vida e da saúde do idoso que apresenta a síndrome da fragilidade, visto que melhora a musculatura, dando maior sustentação ao idoso, devolvendo-lhe a autonomia e independência, e consequentemente permitindo que este consiga realizar suas atividades diárias, além de contribuir também para a perda de peso corporal, equilíbrio e melhora na marcha.

5. DISCUSSÃO 

A partir dos dados coletados para o desenvolvimento do presente estudo, foi possível observar que a síndrome da fragilidade é uma consequencia advinda do desenvolvimento do indivíduo, que de acordo com o avanço da idade e a inatividade física, faz com que perca seu equilíbrio, sua força, e consequentemente torna-se mais vulnerável, o que compromete a marcha, a autonomia e a independência deste indivíduo.

Observa-se que a síndrome da fragilidade atinge principalmente àqueles idosos que não praticam nenhum tipo de atividade física. A fragilidade pode apresentar variações de acordo com a severidade, apresentando maior nível de fragilidade aqueles idosos sedentários. O que leva a compreensão de que a prática de atividades fisicas mesmo que sejam simples caminhadas, alongamentos ou algo mais rotineiro, podem contribuir para o retardar ou o reverter da fragilidade (JADCZAK et al., 2018).

Ao retratar o conceito de fragilidade, este de acordo com Duarte (2009) é definido como uma síndrome de diferentes dimensões, porém o autor destaca que a síndrome está mais precisamente caracterizada pela redução da reserva homeostática e da redução da capacidade do organismo em relação a resistência do corpo, a qual resulta em vulnerabilidade para algumas ações a serem realizadas pelos idosos e, contribui para que estes fiquem com movimentos comprometidos, gerando incapacidade para a realização até mesmo de atividades rotineiras e cotidianas. Dentro deste processo de fragilidade, autores como Boletini (2022) e Godoy; Alonso e Evangelista (2020), destacam então a importância da prática cotidiana da atividade física como um fator que tende a contribuir para amenizar os sintomas, garantindo ao idoso mais autonomia e independência. Entre as diferentes práticas de atividade física que podem ser realizadas pelo idoso, uma que tem apresentado destaque é o método pilates, porém, de acordo com o que foi observado, ainda há poucos estudos a respeito da temática abordada, para que venha trazer fundamentos da eficácia deste tipo de treinamento no controle e prevenção da síndrome da fragilidade, fator que tem levado ao interesse de pesquisas e de investigações mais precisas (CURI et al., 2018).

Ainda a respeito da Síndrome da Fragilidade, Dias et al., (2023) em seu estudo buscou elencar os riscos de queda em idosos que apresentam a síndrome da fragilidade, destacando que tal risco, está associado a presença de outras doenças prévias, ou em idosos que não realizam atividades laborais, principalmente aqueles que residem sozinhos. Isto porque idosos que apresentam uma rotina mais ativa, apresentam menor risco de quedas, pois encontram-se mais ativos, com maior capacidade de realizar as atividades cotidianas.

Destaca ainda que o estado de saúde do idoso e o número de medicamentos utilizado por conta das doenças podem aumentar o risco de quedas, principalmente devido a ocorrencia de efeitos colaterais, no entanto, não se pode afirmar que as quedas tem relação direta com o uso de medicamentos. Fatores nutricionais também devem ser levados em consideração, podendo contribuir para a prevalencia maior ou menor de quedas. Neste contexto, os autores afirmam que a associação dos riscos de queda com a síndrome da fragilidade estão dentro de um mesmo caminho, sendo que a prevenção da instalação da síndrome da fragilidade pode evitar a ocorrencia de quedas.

A síndrome da fragilidade pode ainda de acordo com Lenardt et al. (2021), contribui para o desenvolvimento de sintomas depressivos, isto devido a habilidades funcionais prejudicadas pela síndrome, a inatividade física, a dependência para as atividades cotidianas, incapacidade funcional e também o isolamento social, destaca ainda que a desregulação fisiológica dentro da síndrome é um imoprtante fator que precipita e perpetua a depressão em idosos, assim, entende-se que idosos que possuem a síndrome da fragilidade, tornam-se mais propensos a ser depressivos.

Viana et al. (2022), destacam que a prática de atividades físicas, mais precisamente de treinamento de resistência, neste estudo realizado em idosas que apresentavam sarcopenia e síndrome de fragilidade, em 12 semanas apresentaram resultados positivos no que se refere ao estado de fragilidade, contribuindo ainda para o aumento da massa muscular.

Corrogorando; Pillatt; Nielsson e Schneider (2019), destacam que a prática frequente de exercício físico trazem inúmeros benefícios para os idosos fragilizados, apresentando nestes moelhoras em relação aos aspectos funcionais (aumento de força, mobilidade, massa muscular, performance física, equilibrio, marcha, redução da incidência de quedas, entre outros), concluindo que a prática de exercício torna-se muito mais benéfica para o idoso que outras formas de intervenções, entre estes exercícios, a prática de treinamentos de resistência, e de equilibrio faz-se fundamental, contribuindo ainda esta prática cotidiana para a redução da fragilidade em média quatro vezes, quando comparados com idosos sedentários.

Segundo Costa (2012), o método pilates trabalha diferentes formas de adequar a respiração, a centralização do corpo, a concentração mental, e estes fatores contribuem para uma maior segurança para o idoso, onde o mesmo passa a compreender como controlar e dominar seu corpo e movimentos, o que contribui para a autonomia do mesmo. Além disso, esta modalidade contribui também para a flexibilidade do idoso, para uma melhor coordenação motora, muscular, redução de dores, pois o objetivo do pilates é o fortalecimento muscular, estabilizando a coluna e promovendo a melhora da função física o que consequentemente contribui para uma melhor qualidade de vida dos pacientes que dela utilizam-se (CORDEIRO et al., 2022).

No estudo realizado por Engers et. al. (2016) encontram-se diferentes resultados quanto ao efeito do pilates na qualidade de vida e na fragilidade do idoso, alguns estudos apresentaram efeito positivo no aumento e prevenção da redução de níveis de flexibilidade, outros, detacam melhoria no equilibrio estático e dinâmico, evolução no desempenho funcional principalmente em atividades rotineiras, destacam ainda eficiencia na estabilização e reversão de implicações corporais (perda de massa, normalização da gordura corporal, entre outros). O pilates na visão dos autores frente a seus estudos, contribuem ainda para a funcionalidade, estabilidade e mobilidade dos idosos, equilibrio dinamico e estático, força muscular, flexibilidade entre outros, o que resulta na melhoria da autoconfiança do idoso, na autonomia e na redução do número de quedas.

Um estudo realizado por Curi et al., (2017) apresentou resultados positivos na qualidade de vida e na autonomia funcional de idosas que foram submetidas a 16 semanas de pilates, os treinamentos foram realizados durante uma hora, duas vezes por semana, fazendo com que as participantes tivessem uma vida mais saudável, outro fator observado no estudo foi a questão do equilibrio e da capacidade de resistencia muscular, promovendo maior agilidade, coordenação, manutenção de massa muscular, capacidade aerobica e flexibilidade.

Já em estudo realizado por Pacheco et al. (2019), ao observar os efeitos da prática do pilates na aptidão física e na força dos idosos, constatou que houve melhora na força de membros inferiores e superiores, além da flexibilidade, agilidade e do equilibrio dinâmico, resistencia aerobica, o que leva a compreensão e a importancia da prática de atividades físicas como o pilates como recurso eficiente para promover a aptidão física neste grupo.

Costa et al. (2016), em seu estudo de revisão integrativa envolvendo 17 artigos que retratavam a temática equilibrio, risco de quedas e os efeitos do método Pilates para a prevenção e controle destes fatores na vida do idoso, puderam concluir que o método Pilates apresenta sim efeito positivo no que se refere ao equilibrio e a diminuição do risco de quedas neste grupo, além disso, destacam a melhora da flexibilidade como elemento de consenso entre os pesquisadores, destacando algumas controvérsias quanto a outros dados e fatores isolados, os quais acabam por sugerir a realização de novos estudos e ensaios clínicos para maior conformidade dos efeitos do metodo Pilates na qualidade de vida dos idosos.

Contibuindo, Guimarães et al. (2014), ao estudar sobre o efeito do Pilates na flexibilidade do idoso, concluiem que aqueles que não praticam atividades físicas, em particular o Pilates, apresentaram menor grau de flexibilidade, bem como sua redução com o passar dos anos, enquanto que aqueles que praticam, apresentam uma maior desenvoltura na flexibilidade, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

Já em um estudo realizado por Pucci et. al. (2020), com 41 idosas que não praticavam nenhum tipo de atividade física, onde as mesmas foram divididas em três grupos: Pilates, Treinamento Resistivo e Controle, de maneira que o objetivo era observar e avaliar a qualidade de vida destas participantes, utilizando-se do teste de Wilconxon-Mann-Whitney a fim de analisar a avaliação. Frente a este estudo, os autores puderam observar melhora no grupo de pilates, no quesito participação, no grupo de treinamento resistido foi possível verificar uma diferença significativa quanto a saúde mental, e no grupo de controle, houve melhora no quesito participação social. Apontando que o tempo de estudo (12 semanas) foi suficiente para observar alterações significativas na questão psicológica das participantes, no entanto na questão física o tempo não foi suficiente para observar uma mudança visivel, sendo necessário para isto, uma prática com maior intensidade e tempo.

Mello et al. (2018), conclui que é possível identificar que o Pilates promove melhoria no nível de flexibilidade, agilidade e equilíbrio para o idoso, contribuindo também para uma maior resistencia aeróbica, além de promover melhor qualidade de vida. Destacam ainda que os estudos sobre a prática de Pilates na terceira idade e sua relação com o envelhecimento é um tanto escasso, no entanto, mesmo que os materiais sejam poucos, é possível considerar o Pilates como uma estratégia preventiva interesante para o idoso manter e melhorar seu estado de saúde, demonstrando efeitos benéficos tanto diretos como indiretos frente a diferentes aspectos de forma, contribuindo para a prevenção de doenças que podem estar associadas ao processo de envelhecimento.

Dessa forma, entende-se que a prática regular de exercícios físicos tende a contribuir não apenas para a síndrome da fragilidade, mas também para outros fatores que estão relacionados ao idoso, como a depressão, as condições emocionais do idoso, a mobilidade, a autornomia e consequentemente a uma melhor qualidade de vida e saúde do idoso, além disso, contribui para a perda de massa corporal, o que está diretamente relacionado a síndrome da fragilidade, sendo assim, o idoso ao perder massa corporal e fortalecer os músculos e ossos, tende a ser mais autônomo, independente e, pode combater a síndrome da fragilidade.

6. CONCLUSÃO

Frente às pesquisas realizadas, observa-se que a capacidade funcional é fator determinante para a saúde do indivíduo, principalmente quando se refere a grupos de idosos, visto que este grupo encontra-se em vulnerabilidade devido à idade, e as consequencias geradas no corpo ao longo dos anos, reduzindo assim a força física, muscular, aumentando o número de quedas, entre outros fatores, entre eles  muitas vezes a dependencia até mesmo para os afazeres mais simples do cotidiano.

Diante disso, faz-se necessário que sejam estabelecidas medidas que vizem a promoção de um envelhecimento saudável e ativo, entre as formas de se manter ativo, o presente trabalho retrata a importancia do método pilates no combate e prevenção à síndrome da fragilidade. Ao final da pesquisa, observou-se que são poucos estudos que abordam o método pilates como um método a fim de prevenir e reverter a síndrome da fragilidade, mas que apresenta efeitos significativos, tanto em aspectos físicos como também psicológicos.

Conclui-se que o método Pilates apresenta como uma boa alternativa a ser inserida dentro de um plano de cuidado e de atenção ao idoso, contribuindo para uma melhora na saúde e na qualidade de vida deste idoso, a fim de atenuar e até mesmo neutralizar os efeitos da vulnerabilidade, contribuindo para o retardamento da incapacidade e de eventos adversos associados à fragilidade.

REFERÊNCIAS

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