EFEITO DO MÉTODO BOBATH EM CRIANÇAS DE 6 MESES A 5 ANOS COM ATRASO NEUROPSICOMOTOR POR INFLUÊNCIA DO MEIO SOCIOECONÔMICO EM QUE VIVE

EFFECT OF THE BOBATH METHOD IN CHILDREN AGED 6 MONTHS TO 5 YEARS WITH NEUROPSYCHOMOTOR DELAY DUE TO THE INFLUENCE OF THE SOCIOECONOMIC ENVIRONMENT IN WHICH THEY LIVE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11638727


Adriana Camila Rangel Tatagiba
Bruna Rodrigues de Lacerda
Fabrícia Nunes de Souza Barbosa
Larissa Karine D’ Oliveira Santos
Orientador: Profº Drº José Carlos Telles Carriel
Orientador: Profº. Ms. Fábio Augusto D’ Alegria Tuza


RESUMO

Introdução: Por razão das transformações socioeconômicas da sociedade, diversos fatores passaram a influenciar no desenvolvimento e crescimento infantil, especialmente a partir do zero aos cinco anos, tais fatores refletem de forma negativa no desenvolvimento motor, causa pelo qual a observação do desenvolvimento infantil nessa fase pode produzir indicadores dos marcos motores.  Entretanto, o “Atraso no Desenvolvimento” é particularmente às crianças com idade inferior a 5 anos quando essas não conseguem cumprir os marcos do desenvolvimento esperado. Objetivo: Avaliar o uso do método Bobath em crianças com atraso do desenvolvimento motor na primeira infância, mais especificamente de 6 meses a 5 anos devido à falta de estímulo dos pais. Métodos: Esta pesquisa trata-se uma pesquisa qualitativa, de estudo bibliográfico. Para sua composição foram utilizados artigos científicos disponíveis em bibliotecas virtuais como Lilacs, PubMed. E como descritores utilizados, os termos: Primeira Infância; Criança; Atraso Desenvolvimento Motor; Fisioterapia; Método Bobath. Foram incluídos artigos de estudo de caso, estudo de análise comparativo, estudo observacional, artigos gratuitos, Foram excluídos os artigos duplicados na base de dados, artigos originais de revisão bibliográfica, ou revisão integrativa, que não se encaixavam nos critérios de inclusão, publicados fora da janela de tempo estipulada, artigos duplicados, ou incompletos. Resultados: Foram encontrados o total de 16.309 artigos, nas plataformas de buscas:  BVS e Pubmed entre 2014 à 2024, dentro dos idiomas português e inglês. Os selecionados e incluídos na pesquisa, que obtiveram o nível de seleção foram 18 artigos. Conclusão: foi evidenciado através dos estudos que o método bobath é um ótimo instrumento de estímulos de movimento.  É importante que tanto aos responsáveis, educadores quanto para os fisioterapeutas saibam reconhecer esse estímulo favorecedor do desenvolvimento infantil. A criança descobre e vivencia seu mundo a partir das relações a qual fornecemos a elas. Relações estas que são englobadas de estímulos, visuais, tátil, lingüísticos, afetivos, cognitivos e motores, os quais se tornam um aliado da criança na busca de uma aprendizagem plena e significativa.

Palavras-chave:  Primeira Infância; Criança; Atraso Desenvolvimento Motor; Fisioterapia; Método Bobath.

ABSTRACT

Introduction: Due to socioeconomic transformations in society, several factors began to influence child development and growth, especially from zero to five years of age, such factors have a negative impact on motor development, which is why the observation of child development at this stage can produce indicators of motor milestones. However, “Developmental Delay” applies particularly to children under the age of 5 when they are unable to meet expected developmental milestones. Objective: To evaluate the use of the Bobath method in children with delayed motor development in early childhood, more specifically from 6 months to 5 years due to lack of parental stimulation. Methods: This research is a qualitative research, bibliographical study. For its composition, scientific articles available in virtual libraries such as Lilacs and PubMed were used. And as descriptors used, the terms: First Childhood; Child; Motor Development Delay; Physiotherapy; Bobath method. Case study articles, comparative analysis study, observational study, free articles were included. Duplicate articles in the database, original bibliographic review articles, or integrative review, which did not fit the inclusion criteria, published outside within the stipulated time window, duplicate or incomplete articles. Results: A total of 16,309 articles were found on the search platforms: VHL and Pubmed between 2014 and 2024, in Portuguese and English. Those selected and included in the research, which obtained the selection level, were 18 articles. Conclusion: it was evidenced through the studies that the bobath method is a great instrument for stimulating movement. It is important that both parents, educators and physiotherapists know how to recognize this stimulus that favors child development. Children discover and experience their world through the relationships we provide them. These relationships encompass visual, tactile, linguistic, affective, cognitive and motor stimuli, which become an ally for the child in the search for full and meaningful learning.

Keywords: Early Childhood; Child; Motor Development Delay; Physiotherapy; Bobath method.

1. INTRODUÇÃO

O Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) é um procedimento constante que se aprimora nos primeiros anos de vida de uma criança e se associa a estímulos recebidos do ambiente, familiar ou escolar, em que vive. O DNPM inicia-se ainda na vida uterina, no qual o crescimento físico, a maturação neurológica e a aquisição de habilidades cognitivas, biomecânicas e comportamentais são estabelecidos e aperfeiçoados no decorrer da vida, chegando ao fim com a morte1.

Sendo assim, podemos dizer que o desenvolvimento infantil é um procedimento maturacional e dinâmico, que tem como resultado uma ordem sequencial das habilidades sensoriais, motoras, cognitivas, de linguagem, socioemocionais e de autorregulação. O aprimoramento de habilidades e aprendizado entre a segunda infância e a fase adulta se dão por aptidões essenciais determinadas entre o pré-conceito e a primeira infância2.

Diversos fatores podem influenciar no desenvolvimento infantil de forma positiva, como saúde, nutrição, segurança e proteção, cuidados atenciosos e aprendizagem precoce. Todas são indispensáveis e para o desenvolvimento e ocorrem de forma bidirecionais, começadas tanto pela criança, quanto pelo cuidador e mantida pelo meio em que vive.Também é possível identificar as influências negativas, como falta de vacinas e baixa renda familiar, que influenciam diretamente o DNPM infantil3.

Por razão das transformações socioeconômicas da sociedade, as instituições de educação infantil (primeira infância) são os ambientes onde a criança passa a maior parte do dia e durante uma fase primordial do seu desenvolvimento e crescimento, especialmente a partir do zero aos cinco anos, causa pelo qual, a observação do desenvolvimento infantil nessa fase pode produzir indicadores dos marcos motores e suas associações para promoção de saúde e atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor4.

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2023, diz que 12% de 13 mil crianças brasileiras com faixa etária de 0 a 5 anos de idade, apresentam atraso no desenvolvimento e não retratam os comportamentos e habilidades expectáveis para essa faixa etária. O estudo faz parte de um projeto chamado “Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas), que demonstra a que incidência de atraso cresce entre as famílias com maior vulnerabilidade. 

O estudo abrangeu 5 regiões do Brasil e teve como objetivo disponibilizar informações para que melhorias sejam realizadas com ações, programas, entre outros5. No mesmo ano o Ministério da Saúde publicou dois guias chamando atenção para o atraso no DNPM, onde instrui pais e cuidadores primários, e profissionais de saúde e educação, abordando temas como

“A importância dos primeiros 1000 dias de vida.”, “O que precisamos saber sobre a primeira infância”, “A criança e suas necessidades básicas”, entre outros6.

 Por esse meio, os fatores ambientais, considerados externos são aqueles associados ao ambiente em que a criança convive. A situação socioeconômica da família, assim como os níveis de instrução dos pais transmitem influências na qualidade do ambiente doméstico, nas possibilidades de interação entre pais e filhos, nas rotinas determinadas pela família, assim como na oferta de recursos favorecedores do desenvolvimento infantil disponíveis no domicílio7,8. O ambiente domiciliar, primeiro ambiente vivenciado pelo lactente no início da vida, tem sido indicado como o principal fator extrínseco potencializador do desenvolvimento infantil8.

Conduzir um diagnóstico efetivo de alterações no desenvolvimento de bebês e crianças é de suma importância no que tange a oportunidade de realizar o estímulo fundamental para minimizar ou reparar sequelas ao longo da vida7.Por consequência, o uso da escala motora é um excelente instrumento de diagnóstico que conduz à uma exploração minuciosa de diferentes etapas do desenvolvimento, permitindo avaliar os níveis de desenvolvimento motor, considerando os êxitos e dificuldades em cada elemento da psicomotricidade, da maneira que a partir da avaliação motora é possível se adquirir o perfil motor de cada criança8.

Logo, a inserção do fisioterapeuta nas instituições de primeira infância tem a intenção de estimular a prática da psicomotricidade, facilitando as crianças que precisam atenção especial, incentivando a atingirem o devido sucesso e melhor desempenho motor, notando suas habilidades psicomotoras, como motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e lateralidade9

Possibilitando o tratamento fisioterapêutico pelo Conceito Neuroevolutivo Bobath (CNB) que inibe padrões de tônus anormal e facilita o surgimento de padrões de tônus normal, favorecendo a ocorrência de movimentos ativos e mais próximos do padrão típico, com efeitos positivos no recrutamento de ações musculares, auxiliando no ganho de habilidades motoras9

Portanto, o desenvolvimento neuropsicomotor é essencial na vida da criança, porque, através da descoberta realizada por meio do seu corpo, dos movimentos e de tudo que está em seu ambiente, a criança conseguirá organizar e conquistar seu espaço, desenvolver habilidades e emoções, aprendendo aos poucos a coordená-las de modo a buscar sua independência. Portanto, o presente estudo tem o objetivo de identificar os benefícios que a fisioterapia motora proporciona para o tratamento de crianças com deficiência neuropsicomotor infantil.

2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL

 Avaliar o uso do Método Bobath em crianças com atraso do desenvolvimento motor na primeira infância, mais especificamente de 6 meses a 5 anos causados por meios socioeconômicos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  1. Evidenciar os principais fatores causadores do atraso motor infantil no meio socioeconônimo;
  2. Relatar os principais atrasos causados no desenvolvimento neuropsicomotor infantil causado pelo meio socioeconômico;
  3. Demonstrar e eficácia do método Bobath no atraso do desenvolvimento infantil causado pelo meio socioeconômico.
3 MARCO TEÓRICO  
3.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR

O termo “motor”, quando usado sozinho, refere-se aos fatores biológicos e mecânicos que influenciam o movimento. Entretanto, raramente é usado sozinho, servindo de sufixo ou de prefixo em palavras como psicomotor, motor-perceptivo, motor-sensorial, aprendizado motor e desenvolvimento motor10.

Já o termo desenvolvimento motor é frequentemente usado para agrupar os vários componentes de aptidão física relacionados à saúde (força muscular, resistência muscular, resistência aeróbia, flexibilidade das juntas e composição corporal) e ao desempenho (velocidade de movimento, agilidade, coordenação, equilíbrio e energia) conjuntamente11.

O termo habilidade motor consiste em uma ação de movimento voluntária, aprendida, orientada para um objetivo, realizada por uma ou mais partes do corpo. O estudo das habilidades motoras deve se orientar para o processo, com a observação da mecânica do movimento e das possíveis causas que o alteram11.

O controle motor como o aspecto do aprendizado e do desenvolvimento motor ligado aos mecanismos neurais e físicos subjacentes ao movimento humano. A maior parte das pesquisas sobre desenvolvimento motor na atualidade aborda o desenvolvimento a partir do ponto de vista dos mecanismos de controle. A performance motora é o ato de colocar em prática uma habilidade de movimento12.

Como tal, pode ser observada diretamente e o seu resultado pode ser avaliado no aspecto quantitativo por meio de alguma forma de medição. Por exemplo, a velocidade com que uma pessoa percorreu 50 m e a distância percorrida pela bola que arremessou são medidas da sua performance motora na corrida e no arremesso, respectivamente12.

Processo do desenvolvimento motor deve ser considerado de forma singular, pois os bebês, as crianças, os adolescentes e os adultos estão envolvidos, durante toda a vida, no processo de aprender como se movimentar com controle e competência em resposta as mudanças que enfrentam dia a dia no ambiente em constante mutação12.

Com isso, cada indivíduo tem um cronograma singular para a aquisição das capacidades de movimento, pois embora o “relógio biológico” do indivíduo seja sequencial e de acordo com a maturação, a taxa e a extensão do desenvolvimento são determinadas individualmente, com a experiência e sob a influência das demandas de desempenho das tarefas12.

3.2 MARCOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

A aquisição de um repertório de habilidades em uma variedade de áreas como linguagem, motora, sensorial, cognitiva e comportamental. Existe desde agora da concepção, que está ligada às interações socioafetivas e ao amadurecimento do sistema nervoso. compreensão do desenvolvimento normal da criança em todas as suas facetas, incluindo as influências ambientais ajudam na detecção de alterações potenciais do desenvolvimento completo cuidado. Ações de promoção da saúde desviam o foco da doença e se concentram em os benefícios da família e como os médicos podem ajudá-los a melhorar as chances da criança. Atividades para promover a saúde infantil concentram-se no bem-estar e na supervisão de bem-estar13.

Os marcos de idade estabelecem o desenvolvimento motor, que podem ser considerados comportamentos ou habilidades aprendidos ou alterados. A partir de, as mudanças ocorrem lentamente e de forma contínua de uma combinação ou sequência de etapas. A sequência de mudanças ocorre na direção céfalo-caudal, ou seja, começa na cabeça e se estende para as extremidades, normalmente no sentido proximal para distal, como do tronco para os membros, e também dos movimentos mais gerais e internacionais para os mais específicos13.

Figura 1: Desenvolvimento motor

Fonte: Pediatria em foco59.

       Um conjunto de habilidades que são esperadas para uma faixa etária e que numa compreensão temporal do indivíduo irão compor os marcos de desenvolvimento14. Quando a aquisição destas habilidades não ocorre no tempo esperado, ou na presença de atrasos e/ou inexistência de aquisições e/ou capacidades esperadas para o ciclo de vida, isto significa que a criança não atingiu os marcos esperados para sua idade, e por isso possui um desenvolvimento atípico15.

Outros estudos indicam que a associação de fatores de risco, como idade gestacional menor, baixo peso ao nascer e/ou situação socioeconômica desfavorável, aumenta ainda mais a probabilidade da criança apresentar um atraso no desenvolvimento motor, psicológico e cognitivo. Os fatores ambientais como o contexto em que vive, a condição socioeconômica, a escolaridade dos pais/cuidadores e as relações familiares, exercem influência tanto no desempenho funcional como no desenvolvimento de uma criança16.

Para um atraso geral é considerado quando as crianças têm atrasos em pelo menos duas das seguintes habilidades:

  • Habilidades cognitivas: envolve o pensar, o aprender e a resolução de problemas. As habilidades cognitivas são um conjunto de habilidades que são aprendidas em diferentes graus, conforme um indivíduo cresce e se desenvolve mentalmente. São habilidades usadas para aprender, compreender e integrar as informações de uma forma significativa17.
  • Habilidades sociais e emocionais: possibilitam a interação da criança com as pessoas nos ambientes sociais e auxilia na tomada de suas decisões18
  • Habilidades de fala e linguagem: consistem no uso e entendimento da linguagem e seus símbolos por meio da capacidade de compreensão de conceitos e regras gramaticais, da construção de frases, e reprodução de histórias19. A linguagem falada tem diversas implicações no desenvolvimento cognitivo da criança: ela possibilita a comunicação com outras pessoas, iniciando a socialização; a internalização da palavra para a formação do pensamento; e a formação das imagens mentais, representações dos significados dos signos20.

 Por sua vez, estas representações permitem que as experiências ocorram de maneira mais rápida, levando ao desenvolvimento da linguagem21. Os atrasos ou as diferenças nos padrões de aquisição de linguagem podem ser indicadores sensíveis de influências do desenvolvimento global, pelo caráter multifatorial que envolve esses processos de aprendizagem22

  • Habilidades motoras (finas e grossas): representam a tomada de consciência progressiva, pela criança, de seu sistema muscular, na mesma medida da inibição dos atos reflexos, da progressão das habilidades e da repetição das experiências motoras22
  • Na primeira infância, o controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, embora esteja se desenvolvendo rapidamente23.  O desenvolvimento motor, quando ocorre com atraso, costuma seguir uma sequência própria, desorganizada, dependente da etiologia específica que levou a este atraso, trazendo consequências importantes nas interações que a criança faz no seu ambiente, podendo promover alterações secundárias com influência imediata no desempenho de habilidade de vida diária.

Mesmo na atualidade com evidências científicas sobre como diagnosticar e intervir nos desvios no desenvolvimento, tais práticas ainda ocorrem tardiamente em relação ao preconizado, ou seja, quando a criança está já na idade escolar24.

Para os autores, ainda há crenças e práticas em torno do desenvolvimento infantil que precisam ser esclarecidos e modificados. Por exemplo, a crença de que uma vez detectado o atraso, com o tempo a situação pode ser resolvida sem prejuízos a criança com o referido atraso. Tal crença deve ser desconstruída uma vez que apenas um pequeno percentual destas crianças se recuperará de atrasos sem nenhuma intervenção24.

 Outro exemplo estaria na prática de profissionais ao falarem que “cada criança tem seu tempo” como resposta às aflições dos pais sobre o desenvolvimento do próprio filho. Esta frase deve ser substituída pela realização de avaliação objetiva da queixa sendo necessário ter o conhecimento sobre as normas que regem e influenciam a aquisição dos marcos do desenvolvimento infantil24.

3.2 AVALIAÇÃO E PREVENÇÃO

A intervenção psicomotora é eficaz para o desenvolvimento de crianças, através de brincadeiras livres, sem orientação, apenas para ouvir e estar presente, ou seja, a própria criança se movimenta da sua maneira, explorando o ambiente, exercitando a sua imaginação e conhecendo suas habilidades25,26.

Um programa de brincadeiras livres, sendo na maioria das vezes a única oportunidade que as crianças têm de participar de atividades, podendo encorajar o movimento, não promove o aprendizado de habilidades motoras fundamentais como as brincadeiras orientadas, em uma combinação de jogo livre, jogo orientado e atividades27.

Os circuitos psicomotores compostos por atividades de duplas tarefas, que favorecem a motricidade, cognição e linguagem, usados para melhorar o desenvolvimento de crianças com déficits específicos, sendo possíveis a adaptações e adequações conforme cada necessidade. Essas intervenções, apresentam resultados positivos, quando a intervenção também é realizada pelos pais e a criança é atendida por uma equipe interdisciplinar28.

As atividades de prevenção, como atividades que trabalham a psicomotricidade devem ser realizadas rotineiramente, usando-se o relacional e funcional da criança, caracterizado por circuitos funcionais com atividades de saltar a dois pés, chutar para o alvo, passar por cima do banco, saltar por cima da trave, rastejar por baixo do colchão, caminhar por cima da linha e andar em zig-zag, que além de promover uma melhora significativa em seu desenvolvimento psicomotor, contribui para o autoconceito29

Para aprimorar as funções psicomotoras atrasadas o tratamento precoce gera resultados positivos para a maturação motora e habilidades de cognição e linguagem. A utilização de circuitos sensoriais, cognitivos e estimulação socioafetiva tem resultado insatisfatórios, mostrando que os fatores referentes principalmente a objetos, acontecimentos e interações comunicativas, que afetam diretamente no desenvolvimento saudável da criança, não são apropriados30.

A estimulação psicomotora de forma lúdica utilizando materiais de contraste visual e sensorial, brinquedos com diferentes formas e texturas, e sons diferentes, contribuem para que a criança se desenvolva de modo espontâneo, exercitando suas potencialidades, que só as ações por motivação intrínseca conseguem alcançar, melhorando de forma qualitativa as atividades realizadas, principalmente quando tem a participação da família, na construção dos aspectos sociais, prevenção de deformidades e deficiências secundárias31.

Não se trata apenas de apresentar e expor um objeto à criança, trata-se de transformá-lo e manuseá-lo, o que não poderá ser atingido por apenas intervenções lúdicas consequentemente não resultam em desempenho satisfatório32.

Utilizando a escala de DENVER II e a Escala de Alberta Infant Motor Scale (AIMS) é possível utilizar métodos avaliativos para as intervenções psicomotoras, observando melhorias nas pontuações de fatores avaliados, o que representa elementos valiosos na melhora em habilidades motoras33,34.

A intervenção envolvendo a educação dos pais no manejo individualizado e na estimulação motora de seu filho, mostra o processo de comunicação do conhecimento prático aos pais e o valor da competência de manuseio na interação com o bebê35.

3.2.1 Escala de DENVER II

DENVER II trata-se de um teste de triagem com a finalidade de identificar crianças que possam apresentar possíveis atrasos no desenvolvimento. O teste avalia a capacidade da criança de 0 a 6 anos de desempenhar as atividades esperadas para esse período de idade (Tabela 1).

Contém 125 itens, organizados em quatro categorias distintas de desenvolvimento infantil: pessoal-social (25 itens), motor adaptável de alta qualidade (29 itens), motor grosso (32 itens) e linguagem (39 itens). As partes são ordenadas por grau de dificuldade no formulário de solicitação e são enviados para processamento diretamente com a criança ou com alguns deles36.

Tabela 1:Teste de Escala de DENVER II

Fonte: elaborado pelas autoras (2024).

3.2.1 Escala de Alberta Infant Motor Scale (AIMS) 

A Escala de Alberta Infant Motor Scale (AIMS) é utilizada como um instrumento de avaliação do desenvolvimento motor grosso dos recém-nascidos entre 0 e 18 meses de idade37.

Os primeiros meses de vida são de suma importância para o processo de desenvolvimento sensório-motor, logo, a falta de estímulos nessa fase poderá implicar defasagens na aquisição de habilidades motoras fundamentais, e por consequência, prejudicará o desenvolvimento infantil37.

Portanto, ferramentas padronizadas e validadas para a avaliação dessas habilidades são amplamente utilizadas por profissionais da saúde para assim acompanhar o desenvolvimento infantil, com isso é possível quantificar o desempenho motor das crianças, comparando sempre com as normas preestabelecidas referentes aos seus pares37

A escala de Alberta é composta por 58 itens, e são divididos em subescalas: prono (21 itens), supino (9 itens), sentado (12 itens), e em pé (16 itens). Cada item que compõe as subescalas devem ser registrados partindo da observação da descrição espontânea dos movimentos da criança37.

A escala tem escores brutos, percentis e categorização do desempenho motor, e é apresentada da seguinte forma: normal ( >25%), suspeito ( 25 – 5%) e atípico ( <5%). Após 25 anos de sua publicação, essa escala ainda é amplamente testada38.

No Brasil, a AIMS vem se mostrando uma ferramenta eficiente, confiável e consistente para avaliar o desenvolvimento motor infantil. Tendo o poder preditivo e discriminante de atrasos significativos38. Entre muitas de suas vantagens de acesso e emprego está as razões pelas quais justificam sua ampla utilização que é o pouco tempo de aplicação (entre 10 a 30 minutos), não é necessário o uso de materiais específicos, baixo ou quase nenhum gasto financeiro e exige pouco manuseio da criança38.

Seus resultados mostram que, o acompanhamento do desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida é essencial para a promoção de saúde, prevenção de atrasos e/ou agravos, e também para identificação do atraso neuropsicomotor. A intervenção do fisioterapeuta junto com os pais, através de orientações e demonstrações de brincadeiras e posicionamentos, tem resultados positivos. E então conseguimos ver a funcionalidade e a importância da AIMS38.

Figura 2 : Escala de Alberta Infant Motor Scale

Fonte: Pediatria em foco59.

3.3 FATORES SOCIOECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM NO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL.

         O desenvolvimento infantil envolve uma série de capacidades e habilidades motoras que contém relação e dependência mútua e as principais características nesse ponto de vista são a linguagem, habilidades motoras, capacidades cognitivas e aspectos socioemocionais da criança.  Nas últimas décadas o padrão de morbidade infantil retratou uma grande mudança: doenças infecciosas, parasitárias e a desnutrição, antes dominantes, estão sendo substituídas por novas situações de morbidade, como a exposição a violência, pais usuários de drogas, crescimento da obesidade e sedentarismo, além das desigualdades na saúde consequentes das desigualdades econômicas, raciais e étnicas.

 Fatores como baixa escolaridade materna, depressão materna, renda familiar baixa, ausência paterna e fatores biológicos como estado nutricional, idade gestacional e peso ao nascimento também estão totalmente correlacionados com o atraso no desenvolvimento motor.

3.4 A FALTA DE ESTÍMULO E A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO MOTOR.

O trabalhar com o lúdico facilita os relacionamentos interpessoais, a criatividade, propicia a aprendizagem de forma dinâmica e proporciona um ambiente agradável e amigável para criança. O jogo estimula e contribui de forma prazerosa no desenvolvimento global da criança – inteligência, afetividade, motricidade e sociabilidade – desenvolvendo também o espírito de iniciativa, autonomia, poder de decisão, enfim, a sua personalidade. Quando a mesma não encontra oportunidade de interação com o ambiente e seus mais variados desafios, acaba tendo dificuldades no seu desenvolvimento. 

Além de diversão a ludicidade deve ser vista como forma de aprendizado e de desenvolvimento intelectual37. É de fundamental importância ressaltar a participação dos responsáveis e do educador no dia a dia da criança, já que possui um papel importante no processo de aprendizagem, devendo respeitar e compreender a subjetividade de cada criança, bem como o ambiente em que está inserida, e objetivar uma boa estimulação do desenvolvimento motor37, 38.

 É fundamental que o educador faça uso de práticas adequadas na elaboração das atividades, saindo da educação tradicional e investindo mais em uma educação que proporcione não apenas o desenvolvimento motor, mas também um desenvolvimento cognitivo e afetivo. O desenvolvimento motor e desenvolvimento neural do SNC (Sistema Nervoso Central), são duas coisas que caminham em paralelo. Então você tem que passar pelas fases da vida recebendo os estímulos corretos, que são motor, sensorial e cognitivo38

As consequências da falta do desenvolvimento motor para a criança e posteriormente para o adulto, se não trabalhado de forma correta, pode não se conseguir ter a mesma efetividade, ainda que você pegue essa faixa etária e comece a trabalhar insistentemente O desenvolvimento das perceções é fundamental para o sucesso nas ações cognitivas e motoras da criança. Perceções não desenvolvidas potencialmente podem levar a criança a problemas no aprendizado de habilidades motoras38.

Existem diversos fatores que afetam a criança que possui atraso no desenvolvimento motor. Já ficou claro que cada pessoa tem um ritmo diferente no seu desenvolvimento, sendo muitas vezes difícil distinguir o que é simplesmente uma particularidade de um atraso no desenvolvimento motor que possa estar sendo causada por alguma condição que precise ser investigada e tratada38

Mas, como iremos identificar que uma criança está com atraso no desenvolvimento motor? Geralmente ocorre quando uma criança não atinge alguns dos marcos do desenvolvimento com a idade esperada, mesmo já levando em conta as variações individuais. Essas crianças são normalmente denominadas de atrapalhadas, desajeitadas ou sem coordenação. As mesmas, tem propensão para deixar cair objetos além de apresentar baixo desempenho em atividade desportivas38. Esse atraso pode ser observado em uma ou mais áreas: 

  1. Coordenação motora ampla (habilidades físicas como rolar, sentar e andar); 
  2. Coordenação motora fina (capacidade de segurar e manipular objetos); 
  3. Linguagem e fala (tanto a compreensão quanto a fala);
  4. Habilidades sociais (relacionamento com outras pessoas);
  5. Capacidade de autocuidado (vestir-se, usar o banheiro); Observados esses fatores é necessário agir e planejar atividades adequadas para estimular o desenvolvimento das áreas prejudicadas.

Atividades simples, que embora não pareçam, traz grandes benefícios para o desenvolvimento da coordenação motora grossa e fina, além de contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem como um todo, pois além de trabalhar a área motora, trabalha outras áreas importantes para o desenvolvimento global do paciente como a área cognitiva e afetiva38.

3.5 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO MOTOR

As habilidades motoras da criança são importantes na formação progressiva das estruturas que dão origem, aos poucos, as formas superiores de raciocínio, ou seja, em cada etapa do desenvolvimento, a criança obtém uma organização mental que permite o indivíduo lidar com o ambiente. 

O movimento do corpo humano é a maneira mais antiga de comunicação que o indivíduo possui. A corporeidade está ligada diretamente com a criança, pois é a parte dela que se comunica com o mundo e, através do movimento a criança irá se organizar como um ser pensante e atuante para conseguir participar ativamente na sociedade. O estudo do movimento é indicado para ajudar na adaptação e evolução, onde o pensamento pode manifestar-se38

Quando o profissional de fisioterapia apresenta um programa de reabilitação adequado, o mesmo desenvolve a melhora do tônus muscular, fortalecimento da musculatura de tronco, fortalecimento muscular dos membros superiores e inferiores, melhora na dissociação de cinturas escapular e pélvica, melhora o equilíbrio, ajuda na propriocepção, aperfeiçoamento da coordenação motora fina e grossa, e nos estímulos cognitivos para execução de atividades de vida diária39.

Cabe ao fisioterapeuta também, estimular o desenvolvimento motor normal da criança, como: rolar, sentar, engatinhar, deambular com e sem obstáculos, subir e descer degraus, respeitando assim as limitações de cada criança40. O fisioterapeuta atua também na inibição de movimentos anormais melhorando o autoajuste corporal, proporcionando treino de habilidades motoras e equilíbrio. 

Quando os pacientes apresentam dificuldades na coordenação motora grossa, o papel do fisioterapeuta é de ajustar exercícios de maneira funcional, auxiliando a criança a aprender movimentos dos membros para contribuir com o equilíbrio e a coordenação. É necessário elaborar um programa de alongamento ou de fortalecimento para auxiliar na marcha. É necessário também exercícios de fortalecimento para melhorar o tônus muscular, e planejar estratégias de controle motor onde podem ser trabalhados com a criança juntamente com os pais, para que eles possam contribuir para um melhor desenvolvimento40.

3.6 CONCEITO BOBATH 

O Conceito Bobath, conhecido como “Tratamento do Neurodesenvolvimento (NDT)” foi desenvolvido pelo casal Karel e Berta Bobath em 1940. O conceito Bobath é comumente utilizado na reabilitação de pacientes com distúrbios neuromotores e pode ser aplicado em pacientes de todas as idades e todos os graus de incapacidade física e funcional41,42

Tem como objetivo melhorar a funcionalidade e independência, com o uso de pontos-chave que estimulam e ajudam os pacientes a alcançar o potencial de movimento e habilidades motoras máximas. A abordagem é geral, considerando aspectos sensoriais, motores e sociais de cada um, a terapia é personalizada para cada paciente de forma individual. 

Profissionais que atuam com o Bobath, utilizam manuseios para facilitar o movimento padrão, contribuindo para o paciente ter mais independência nas suas atividades de vida diária de forma ativa, assim estimulando equilíbrio, coordenação, mobilidade, estabilização e recuperação do controle motor e postural e, trabalhando o ganho de massa muscular43,44

De acordo com uma pesquisa realizada por Nunes e Borges45 ficou claro que o conceito Bobath promove uma resposta com grande melhora na mobilidade, controle motor, equilíbrio e coordenação. Durante o tratamento o paciente é analisado de forma geral e constante, e sempre deve ser adaptado da maneira que melhor atender a evolução de cada um, porém, sempre seguindo o conceito neuroevolutivo. Desta forma auxilia com o acompanhamento e adaptação do tratamento com o controle motor, perda ou ganho de tônus e massa muscular, mobilidade, equilíbrio e coordenação42.

O tratamento fisioterapêutico com base na estimulação precoce busca atenuar o atraso da marcha, verificando a necessidade de cada paciente, mas principalmente obtendo ajustes posturais, como controle de cabeça e de tronco, apoio das mãos, reações protetoras, posicionamento adequado em sedestação independente com e sem apoio de MMSS, movimentos de transição postural e alcance em sedestação, quatro apoios, semi ajoelhado e ortostatismo, estabilidade em base estática e dinâmica, melhoria de força muscular global e coordenação, treino de marcha, equilíbrio e propriocepção46.

Figura 3: Método Bobath

Fonte: Bobath60.

4. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado como parte de formação do Curso de graduação em Fisioterapia da Universidade Iguaçu. 

A busca bibliográfica foi realizada entre o período de fevereiro de 2023 a Abril de 2024, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), FioCruz, Ministério da Saúde, Lilacs, PubMed. 

Os idiomas utilizados para seleção os periódicos foram: inglês e português, abrangendo artigos com datas de publicação entre 2014 à 2024. Para busca de periódicos foram utilizados os descritores na língua inglesa com os termos: Early Childhood; Child; Motor Development Delay; Physiotherapy; Bobath method.. E para língua portuguesa: Primeira Infância; Criança; Atraso Desenvolvimento Motor; Fisioterapia; Método Bobath. Foram utilizados os operadores booleanos AND, OR, cruzando-se os descritores anteriormente, relacionados nas bases de dados citadas.

No estudo foram incluídos em artigos de estudo de caso, estudo de análise comparativo, estudo observacional, artigos gratuitos, que contivessem no mínimo dois descritores selecionados no título ou resumo e que apresentassem texto completo. 

Foram excluídos os artigos duplicados na base de dados, artigos originais de revisão bibliográfica, artigos de revisão sistemática, revisão da literatura ou revisão integrativa, que não se encaixavam nos critérios de inclusão, publicados fora da janela de tempo estipulada, artigos duplicados, ou incompletos, ou que não descrevessem o tema abordado pelo trabalho, pelo qual é: O uso do método bobath em crianças com atraso do desenvolvimento motor na primeira infância entre 6 meses e 4 anos.

5. RESULTADOS

  Foram encontrados o total de 16.309 artigos, nas plataformas de buscas: BVS e PubMed entre 2014 a 2024, dentro dos idiomas português e inglês. Conforme a tabela 1 abaixo:

Diagrama 1– Banco de Dados e artigos selecionados

                                        Fonte:  Autoras (2024).

Os 18 artigos selecionados e incluídos na pesquisa, obtiveram o nível de seleção baseado nas seguintes descrições do quadro 1 a seguir:

Quadro 1: Resultados do Levantamento bibliográfico com autores e assuntos utilizados na pesquisa para a construção do TCC.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2024).

3. DISCUSSÃO

O desenvolvimento motor de crianças de zero a quatro anos tem sido tema de estudo de alguns pesquisadores, e é de grande relevância aos profissionais que atuam na área pediátrica, visto que o primeiro ambiente externo é a casa, e por esta razão, desempenha grande responsabilidade neste processo. Os primeiros anos de vida compreendem um período crucial no desenvolvimento infantil, pois neles ocorrem maturação significativa do sistema nervoso central, e intensa plasticidade cerebral, quando o cérebro é altamente receptivo a estímulos e experiências. Por esta razão, os três primeiros anos de idade foram eleitos como faixa etária na referida pesquisa. 

Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo discorrer, por meio de uma revisão bibliográfica, sobre o desenvolvimento motor de crianças de 6 meses à quatro anos com interação dos responsáveis, cuidadores e educadores, através do meio socioeconômico. Os temas abordados pelos pesquisadores nos fazem refletir sobre a importância dos ambientes escolar e domiciliar para o desenvolvimento infantil, assim como a consideração dos fatores biológicos, neonatais e socioeconômicos ao avaliar o desenvolvimento motor da criança; englobaram a avaliação do desenvolvimento motor grosso, motor fino, cognitivo; diferenças entre o desenvolvimento motor de crianças com o método Bobath na qualidade de vida de crianças frequentadoras de creches e escolas.

Nisso, Alcântara45 define que o método Neuroevolutivo – Bobath é um conceito “vivo”. Consiste na solução de problemas que envolvem o tratamento de indivíduos com disfunção do movimento. A pessoa é considerada um “todo”, sendo, portanto, o processo individualizado, incluindo uma equipe interdisciplinar. Usando o princípio da ciência do movimento, é um processo interativo entre os indivíduos, os que cuidam dele e os profissionais. A intervenção envolve o processo de manuseio direto para a aplicação de técnicas de facilitação e inibição, com o objetivo aperfeiçoar a função, incluindo a interação de muitos sistemas.

de Bortoli46, destacaram que crianças com menos de 36 meses de idade apresentaram menor probabilidade de atingir os marcos de desenvolvimento quando nasceram com baixo peso. Por outro lado, apresentaram maior probabilidade de alcançar seu desenvolvimento quando o chefe da família estava empregado (ou aposentado/pensionista), quando os cuidadores leram a Caderneta de Saúde da Criança, se foram engajados em atividades de estímulo e tinham brinquedos manufaturados. 

No grupo de 36 a 59 meses de idade, as crianças cujos cuidadores receberam informações sobre DI dos serviços de saúde, educação e/ou assistência social e aquelas que foram amamentadas, realizaram atividades de estímulo e possuíam livros tiveram maior chance de atingir seus marcos de desenvolvimento. Por outro lado, as crianças desse grupo que estavam matriculadas em Programas de Primeira Infância, usavam telas por duas horas ou mais todos os dias, vinham de famílias que participavam de programas de transferência de renda (famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza) e cujos cuidadores consideravam bater como um método disciplinar necessário para educá-las eram menos propensas a alcançar seus marcos de desenvolvimento.

Nisso, Torquaro47, apontam em seu estudo que apesar de as mães participantes desta pesquisa pertencerem a um grupo vulnerável, de baixa renda e escolaridade, tais variáveis não interferiram em seu interesse em promover melhores oportunidades de estimulações físicas e afetivas aos filhos, uma vez que puderam experenciar, durante e após a intervenção educativa, formas de enfrentamento dos problemas. Entretanto, é necessário que, atrelado aos estímulos motores, o envolvimento afetivo também seja tema abordado nesse processo educativo sobre a estimulação infantil, visto que o pleno desenvolvimento biopsicossocial da criança depende da afetividade que a família lhe proporcionará. Estudo realizado no Peru evidenciou que interações de qualidade entre crianças e cuidadores melhoram significativamente a comunicação, a resolução de problemas e as habilidades motoras finas das crianças

É de amplo conhecimento que as experiências vividas pelas crianças nos seus anos iniciais de vida desempenham forte correlação com o seu desenvolvimento global, e assim, Gerzson48 et al, ao realizarem um programa de intervenção motora em lactentes perceberam que o desenvolvimento motor das crianças sofreu avanços significativos quanto maior era a frequência de intervenção da prática de movimento.

Discorreram sobre a ideia de que as habilidades motoras não são refinadas naturalmente à medida que a criança fica mais velha, podendo sofrer limitações importantes se não receberem os estímulos adequados. Desta maneira, constata-se que os fatores biológicos são importantes, mas que experiências motoras adicionais sistematizadas conferem a oportunidade de aprimorar as habilidades presentes no dia-a-dia. 

Essa informação se assemelha aos resultados de Mélo et al49 que foi adquirido pelos escores inferiores em funcionamento emocional, funcionamento físico e linguagem, sugerindo que a falta de capacidade linguística contribui não somente para dificuldade de compreensão de tarefas, mas também para dificuldade de expressão e consequentemente um funcionamento emocional não adequado.

No estudo de Rebelo et al50, sobre as habilidades posturais, finas, motricidade fina e global. As motricidades demostraram a capacidade de locomoção de uma criança desempenhar suas atividades do dia a dia, em especial na escola, onde é desenvolvido a partir de diferentes propostas pedagógicas e fisioterapêuticas organizadas durante o cotidiano.

Borges et al51, ressaltaram que um fator ambiental relativo à família identificado neste estudo, demonstrou uma associação significativa com o desenvolvimento infantil, o fato de que mais de metade das famílias das crianças tinha renda familiar escassa, entre um e dois salários mínimos, no qual se concluiu que baixos níveis socioeconômicos têm associação direta com a qualidade do desenvolvimento neuropsicomotor e que, além de fatores biológicos, as condições ambientais e socioeconômicas podem determinar o atraso no desenvolvimento.

Entretanto, Duarte et al52, defende que a escolaridade materna e o nível socioeconômico não foram associadas ao atraso de desenvolvimento motor, após ajuste para fatores de confusão, no presente estudo.  Diferentes estudos apontam a importância da escolaridade materna para desenvolvimento motor da criança de diferentes faixas etárias, o que parece acontecer pelo fato das mães com maior grau de instrução possuírem (instrução que requer no método Bobath), em geral, mais conhecimento sobre desenvolvimento e possibilidade de estimular o seu filho. 

Para Esteban22, no entanto, com instrução direta e tempo de prática adequado, o domínio pode ser potencialmente alcançado. Neste estudo, com um período de intervenção semelhante e práticas baseadas em brincadeiras livres para o grupo de controle, ações estruturadas poderiam ter feito com que os professores estivessem mais envolvidos na instrução do que quando o currículo implica apenas brincadeiras livres. Portanto, a provável coordenação dos membros, que é uma habilidade motora fundamental difícil de dominar pelos pré-escolares, foi ensinada de forma mais intensa ao grupo de intervenção do que aos do grupo de comparação.

Todavia, Brasil53 relata que a observação dos movimentos, sons e gestos das crianças e as respostas que os cuidadores dão a elas estão diretamente relacionadas aos cuidados responsivos, que podem oferecer proteção, reconhecimento das necessidades da criança, enriquecer o processo de aprendizagem e a construção de relações de confiança. 

As interações estabelecidas por meio dos cuidados responsivos criam vínculos afetivos que auxiliam no entendimento do seu ambiente e das suas relações sociais, por meio de estimulações nas conexões cerebrais. No entanto, as desigualdades sociais podem criar barreiras significativas para os cuidadores em situação socioeconômica desfavorável, dificultando a oferta de atividades de estímulo adequadas às suas crianças, como ler ou olhar figuras de livros, contar histórias, cantar, passear, jogar ou brincar, nomear, contar ou desenhar53.

Brasil54, defende que o entendimento de como e quando a estimulação essencial e oportuna deve acontece, fortalece o papel da família, sendo o projeto terapêutico singular elaborado nesse contexto. Pais e cuidadores precisam se sentir integrados, acolhidos e atuantes no desenvolvimento da criança. Quando a criança consegue lidar com as dificuldades que aparecem em cada fase do seu desenvolvimento, acolhida e amparada com sensibilidade, afeto e compreensão dos responsáveis, ela obtém segurança em seus próprios recursos psíquicos e emocionais; passa a confiar nos vínculos que irão sustentar sua estabilidade emocional, independência e autoestima. 

Entende-se que o envolvimento e o acesso à informação por parte dos pais/cuidadores fazem toda a diferença na vida de um bebê/uma criança com risco e/ou transtorno do neurodesenvolvimento. Portanto, nota-se que, com a participação ativa da família, a estimulação do neurodesenvolvimento é feita de forma mais ecológica, afetuosa e integrada ao cotidiano da família, o que leva a resultados mais efetivos54.

Para Costa55, um acompanhamento do desenvolvimento deve acontecer, especialmente, nos dois primeiros anos de vida, etapa extrauterina em que o tecido nervoso mais se desenvolve e está mais sujeito a agravos. Devido à plasticidade, é também nessa época, que a criança melhor responde a terapias e aos estímulos que recebe do ambiente. O impacto positivo que os programas de intervenção precoce têm apresentado em relação ao desenvolvimento da criança e seu posterior desempenho escolar justifica de forma definitiva a necessidade da identificação precoce das crianças com risco de atraso. 

Da costa56 et al, confirmam que um planejamento de intervenção clínica nunca será igual ao outro e nem será aplicável a dois pacientes, entretanto, um aspecto em comum que é destacado em todo planejamento terapêutico consiste na atenção e intervenção direcionada para as principais ocupações da criança. 

Através de um levantamento, foi possível destacar em termos gerais, quais as principais estratégias e instruções usadas na prática clínica do projeto Bobath: Treino de AVD (Vestir-se, despir-se, calçar sapatos ou órteses, higiene bucal e entre outras); Confecção de recursos acadêmicos adaptados para auxiliar na adequação postural;  Adaptação e confecção de jogos e brinquedos para favorecer o brincar funcional e para obter de forma lúdica o engajamento da criança em manuseios de ativação muscular e dissociação; Treinos em bases instáveis; Elaboração de cartilhas de orientação para os pais sobre o manuseio em casa da criança com alteração neuromotora56

Dessa forma, foi observado que os resultados das intervenções usados dos princípios e os manuseios do conceito Bobath foram positivos e efetivos, os indícios da efetividade das intervenções é observável até mesmo durante a pós sessão, apresentando diferenças clínicas significativas de desempenho ocupacional e na prevenção de agravos posturais e neuro musculoesqueléticos, como contraturas musculares, encurtamentos musculares, deformidades e entre outras, bem como neutralizando agravos cumulativos no público assistido, assim, notando que os resultados dialogam com achados de outros estudos na literatura.

Diante do apresentado, é nítido que o desenvolvimento motor nos primeiros anos de vida é assunto bastante complexo e necessita de uma atenção maior das instituições de ensino, visto ser ambiente em que as crianças passam a maior parte dos seus dias, e por esta razão, pode ser fator influenciador positivo ou negativo deste processo. 

A temática escolhida é de extrema importância para o desenvolvimento integral das crianças, em um período que produz consequências até a vida adulta. A fisioterapia pediátrica possui papel fundamental no que diz respeito à avaliação e acompanhamento do desenvolvimento motor, intervenções dentro das instituições, capacitação de profissionais e gestores, conscientização dos pais e cuidadores envolvidos, bem como na realização de novos estudos na área.

4. CONCLUSÃO

No presente estudo foi possível identificar que fatores socioeconônimos poder influenciar de forma direta no desenvolvimento neuropsicomotor infantil. Sabemos que uma criança é um ser integral em desenvolvimento, com capacidades e potencialidades a ser desenvolvida, por isso é preciso que ela seja estimulada em todos os seus sentidos, para que possa se desenvolver integralmente, porque de acordo com os últimos estudos sobre a infância, quanto mais estímulos a criança receber neste período, melhores serão os resultados que terá ao longo da sua vida, tanto em aspectos sociais, culturais, como cognitivos, físicos e também afetivos.

Deste modo, percebe-se que o estímulo quando oferecido tornam-se um importante aliado no desenvolvimento da criança. Em vista disso, podemos concluir que, para que a criança se desenvolva integralmente, deve estar em constante movimento, proporcionado à por uma série de estímulos, ou seja, atividades lúdicas e cognitivas ricas, diversificadas e prazerosas, um ambiente estimulador, atenção especial e estímulos afetivos, causando, assim, um desenvolvimento cognitivo significativo sobre ela.

Diante disso, foi evidenciado através dos estudos que o método Bobath é um ótimo instrumento de estímulos de movimento.  É importante que tanto os responsáveis, educadores quanto para os fisioterapeutas saibam reconhecer esse estímulo favorecedor do desenvolvimento infantil. A criança descobre e vivencia seu mundo a partir das relações a qual fornecemos a elas. Relações estas que são englobadas de estímulos, visuais, tátil, linguísticos, afetivos, cognitivos e motores, os quais se tornam um aliado da criança na busca de uma aprendizagem plena e significativa.

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