MADE OF LIFOTAPING IN REDUCING LYMPHEDEMA SECOND TO BREAST CANCER: SYSTEMATIC REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10302356
Tatiane Nunes da Silva Rodarte¹
RESUMO
O linfedema é conhecido como uma complicação secundária de tratamento do cancro da mama, causada pela redução no fluxo linfático e acumulação de linfa no espaço intersticial. O taping tornou-se uma alternativa de tratamento para redução do volume do linfedema. O objetivo do estudo foi avaliar a literatura por meio de uma revisão sistemática sobre os efeitos do taping no linfedema relacionado ao câncer de mama. Foram acessadas as seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS, MEDLINE via PubMed, no período de 2000 a 2020. Foram considerados para inclusão estudos publicados em inglês, português e espanhol. Alguns estudos foram identificados pela estratégia de busca e elegibilidade. Todos eles mostraram efeito positivo na redução do linfedema (perímetro ou volume) antes versus após o tratamento. No entanto, sem efeitos comparando o taping com o grupo controle ou outros tratamentos (diferença média padronizada = 0,04, intervalo de confiança 95%: −0,24; 0,33). O taping foi eficaz no linfedema pós-mastectomia relacionado ao câncer de mama; no entanto, não é mais eficiente do que outros tratamentos.
Palavras-chave: Linfedema; taping; câncer de mama; mastectomia.
ABSTRACT
Lymphedema is known as a secondary complication of breast cancer treatment, caused by reduced lymphatic flow and accumulation of lymph in the interstitial space. Taping has become an alternative treatment for reducing the volume of lymphedema. The aim of the study was to evaluate the literature through a systematic review of the effects of taping on lymphedema related to breast cancer. The following databases were accessed: SCIELO, LILACS, MEDLINE via PubMed, from 2000 to 2020. Studies published in English, Portuguese and Spanish were considered for inclusion. Some studies were identified by the search and eligibility strategy. All of them showed a positive effect on the reduction of lymphedema (perimeter or volume) before versus after treatment. However, without effects comparing taping with the control group or other treatments (standardized mean difference = 0.04, 95% confidence interval: −0.24; 0.33). Taping was effective in post-mastectomy lymphedema related to breast cancer; however, it is not more efficient than other treatments.
Keywords: Lymphedema; taping; breast cancer; mastectomy.
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama ainda afeta muitas mulheres em todo o mundo hoje (INCA 2013). Graças aos seus tratamentos, que evoluíram nos últimos anos, a taxa de sobrevida relativa em 5 anos após o diagnóstico desse câncer é estimada em 89% (INCA 2013). No entanto, uma das consequências de suas terapias é o linfedema (LF) de membro superior (MS). Na verdade, esse edema gera muitas complicações e os tratamentos ainda são complexos. Dentre essas, a Fisioterapia Complexa Descongestiva (FCD) se consolidou como uma fisioterapia de tratamento conservador. Este consiste, nomeadamente, em Drenagem Linfática Manual (DLM) e dispositivos de contenção-compressão como o taping.
A isso, devemos agregar os exercícios físicos, há muito desencorajados pelos terapeutas para seus pacientes. Devem, segundo eles, poupar seu membro afetado para não piorar seu estado. Aos poucos, acabaram desenvolvendo um medo da ideia de movimentar esse membro, denominado cinesiofobia, o que poderia gerar, gradativamente, isolamento social e alteração na qualidade de vida (QV).
Atualmente, as doenças neoplásicas apresentam um grande problema de saúde pública e, dentre elas, está presente o câncer de mama, que nas últimas décadas, apresenta um aumento expressivo na causa de mortalidade em todo o mundo (OLIVEIRA et al, 2006).
Essa neoplasia é decorrente da interação entre diversos fatores, entre eles: estilo de vida, meio ambiente, fatores genéticos e hábitos reprodutivos (OLIVEIRA et al, 2006).
No Brasil, com exceção do câncer de pele, a neoplasia maligna de mama, representa a de maior incidência e taxa de mortalidade entre as pessoas do sexo feminino. Estimativas indicam que ocorrerão 466.730 novos casos de doenças neoplásicas, sendo que entre as mulheres, a incidência prevista é de 235 mil, com maior destaque para o câncer de mama (LEAL et al, 2011).
A maior incidência está nos países desenvolvidos, sendo que a Holanda apresenta-se como a pais de maior incidência, para cada 100.000 casos, 90,2 são câncer de mama, em segundo lugar estão os Estados Unidos com 86,9 a cada 100.000 casos. No Brasil, em 2006 foram estimados 4772.050 novos casos de câncer, dentre eles, o câncer de mama apresentou-se como o de maior incidência entre as mulheres (48.930 casos) (VIEIRA. et al, 2008).
Dentre as modalidades terapêuticas utilizadas em pacientes com câncer de mama, a cirurgia é o recurso mais utilizado como forma de tratamento, seu principal objetivo é a manutenção da funcionalidade e erradicação da doença (LEAL et al, 2011).
A mastectomia possui um aspecto agressivo e traumatizante na vida da mulher submetida a essa forma de tratamento, pois envolve tanto aspectos físicos (imagem corporal), sexuais, limitações funcionais e, consequentemente laborais, quanto alterações emocionais e psíquicas, tais como ansiedade e depressão. Existe também, durante o tratamento, outros efeitos como a incerteza a respeito do futuro, o medo da doença sem cura e suas complicações e os traumas (perda de um órgão de grande importância e grande valor emocional na vida da mulher) (VIEIRA et al, 2008).
Existe uma forma de resolução para parte dos efeitos deletérios da mastectomia, que consiste no procedimento de reconstrução mamaria imediata (RMI), técnica esta, que vem ganhando muito espaço no Brasil, principalmente, quanto ao contexto imediato.
As duas principais modalidades utilizadas são as que fazem uso de tecido autógeno e as utilizam implantes de expansores ou próteses artificias. Estas técnicas atuam de forma a melhorar as alterações psíquicas, emocionais e físicas, causados pela mastectomia. (MARTA et al, 2011).
Uma importante consequência da mastectomia com esvaziamento axilar, realizada em pacientes neoplásicas é o linfedema, que ocorre devido ao acúmulo de fluido e à alta concentração proteica no interstício. Essa complicação influencia a vida da paciente de forma negativa, nos aspectos social, psicológico, familiar, alterando a autoestima, a relação com o parceiro, aumentando sentimento de depressão e ansiedade, além disso, aumenta o risco de infecções, prejudica a amplitude dos movimentos (ADM) e diminui a capacidade de regeneração do tecido (LUZ, 2011).
O câncer de mama é um tipo de neoplasia que acomete significativamente as mulheres. É capaz de trazer inúmeras consequências tanto físicas como psicológicas, devido principalmente, aos tratamentos mutiladores, como a mastectomia, que pode deixar sequelas fisiológicas e emocionais que influenciam de forma negativa a vida da mulher. Dentre as consequências desta cirurgia há o linfedema, tornando a atuação da fisioterapia muito importante, visto que a mesma desempenha um papel positivo e fundamental na reabilitação dessas pacientes no período pós-operatório.
O presente estudo visa demonstrar a atuação benéfica da fisioterapia, por meio da DLM e do taping, quanto ao controle e/ou melhora do linfedema secundário em decorrência do câncer de mama. Este estudo teve como objetivo analisar os efeitos e benefícios do lifotaping no controle do linfedema de membros superiores em pacientes submetidos à mastectomia, por meio de uma revisão literária.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A seleção dos artigos para compor essa pesquisa foi realizada mediante uso da metodologia de revisão sistemática com o objetivo de identificar a atuação do educador social em abrigos. Esse estudo foi desenvolvido com a reunião de artigos relevantes que respondem ao problema de pesquisa: qual o efeito do lifotaping na redução do linfedema secundário ao câncer de mama? Foram examinados artigos publicados entre Janeiro de 2000 a Janeiro de 2020. A pesquisa foi realizada nas bases de dados: LILACS e SCIELO. Os descritores usados em português foram: mastectomia; linfedema; câncer de mama; em inglês: mastectomy; lymphedema; breast cancer Em espanhol: mastectomía; linfedema; cancer de mama.
3 RESULTADOS
No presente estudo foram encontrados 29 artigos quanto à combinação linfedema e mastectomia, 23 artigos quanto à combinação linfedema, drenagem linfática e taping 61 artigos quanto à combinação fisioterapia e câncer de mama, conforme demostrado na tabela 1.
Tabela 1 – Artigos científicos observados
SCIELO | LILACS | PEDRO | Total | ||
Linfedema e Taping | 11 | 18 | 29 | ||
Linfedema e Drenagem Linfática | 5 | 18 | 23 | ||
Fisioterapia e Câncer de mama | 18 | 43 | 61 |
Na tabela 2 foram demonstrados os artigos inclusos, sendo 1 quanto à combinação linfedema e taping, 20 artigos quanto à combinação linfedema e drenagem linfática e 3 artigos quanto à combinação fisioterapia e câncer de mama.
Tabela 2 – Artigos científicos inclusos no estudo
Scielo | Lilacs | Literatura | Total | |
Linfedema e Taping | – | 1 | – | 1 |
Linfedema e Drenagem Linfática | – | 4 | 16 | 20 |
Fisioterapia e Câncer de mama | 3 | – | – | 3 |
O câncer de mama é o câncer mais comum diagnosticado em mulheres em todo o mundo; nos Estados Unidos, uma em cada oito mulheres (12%) desenvolverá câncer de mama invasivo durante sua vida. Em 2015, esperava-se que 231.840 novos casos de câncer de mama invasivo fossem diagnosticados em mulheres.
Mastectomias e outras terapias para câncer de mama podem produzir complicações, como infecção, necrose de pele, seroma, aderências de tecido cicatricial, dor, dano motor ou dos nervos sensoriais, fraqueza muscular, amplitude de movimento limitada e linfedema (NASCIMENTO, DE OLIVEIRA; AMARAL, 2012).
O linfedema de membro superior associado ao câncer de mama tem prevalência de 24% a 49% e pode estar presente imediatamente após a cirurgia ou surgir anos após o tratamento. A maioria dos casos ocorre durante os primeiros 18 meses após a cirurgia (PINHEIRO, GODOY; SUNEMI, 2015). A redução no transporte de linfa que é frequentemente observada no membro superior após a cirurgia de câncer de mama aumenta o risco de infecção, fibrose, síndrome compartimental, alterações cutâneas, diminuição da sensibilidade e função e morbidade funcional na área afetada (LEAL, DIAS, CARRARA & FERREIRA, 2011).
A presença de linfedema pode causar dor, inchaço e ganho de peso no membro afetado, bem como deformidades causadas pelo inchaço, pele com aspecto de casca de laranja e outros problemas secundários, como celulite e trombose, que podem comprometer o membro afetado funcionalidade (PINHEIRO, GODOY & SUNEMI, 2015). O tratamento do linfedema tradicionalmente envolve medicamentos ou fisioterapia. O tratamento precoce e adequado diminui a incidência de complicações e melhora o prognóstico do quadro clínico (DEVOOGDT et al., 2010). Recomenda-se terapia descongestiva complexa, que inclui drenagem linfática e compressão elástica para melhorar o fluxo linfático, removendo o excesso de tecido linfático e mantendo uma circunferência reduzida da região. A compressão inelástica com o taping é feita envolvendo a área em camadas, realizando exercícios que aumentam a atividade muscular e utilizando os cuidados indicados para a pele (PINHEIRO, GODOY & SUNEMI, 2015).
Além desses tratamentos tradicionais, o Kinesio Taping (KT) surgiu como um tratamento alternativo que pode ser adicionado, pois a baixa pressão produzida pelo KT na pele melhora o fluxo linfático (CENDRON, PAIVA, DARSKI & COLLA, 2015). O KT estimula os mecanorreceptores dérmicos, promovendo estímulos sensoriais e mecânicos; seu elástico ativo atua sobre o sistema linfático e reduz a congestão do fluxo linfático na região onde é aplicado, o que diminui a circunferência do membro afetado (PINHEIRO, GODOY & SUNEMI, 2015). Portanto, o objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente a literatura e avaliar os efeitos do taping no linfedema relacionado ao câncer de mama.
O carcinoma invasivo de mama é definido como um grupo de tumores epiteliais malignos que invadem o tecido adjacente e tem tendência a metástases a distância. Grande parte desses tumores é derivada de células da unidade do ducto terminal do lóbulo mamário, células estas que são as luminais secretoras e células basais (VIEIRA et al, 2008).
O bom prognóstico do paciente depende da detecção precoce do câncer. Esses dois aspectos estão diretamente relacionados, ou seja, o sucesso do tratamento e as condições do paciente dependem do estádio em que o tumor é diagnosticado.
Atualmente, utiliza-se a classificação proposta pela Union Internationale Contre lê Cancer (UICC) e pelo American Joint Commitee on Cancer (AJCC), referida como classificação TNM, onde T é a dimensão do tumor primário (quadro 1), N indica a presença ou ausência de metástases para linfonodos regionais (quadro 2) e M a presença ou ausência de metástases à distância.
O objetivo desta classificação é a detecção precoce do câncer de mama em estágios ainda não invasivos, reduzindo a chance do seu possível desenvolvimento, além de possibilitar um tratamento com menor morbidade e uma expectativa de cura acima de 90% (VIEIRA et al, 2008).
Quadro 1 – Classificação T
Tx | Tumor primário não pode ser avaliado |
T0 | Sem evidência de tumor primário |
Tis | Carcinoma in situ |
T1 | Tumor ≤ 2,0 cm |
T1a | Tumor ≤ 0,5 cm |
T1b | Tumor > 0,5 cm e < 1 cm |
T1c | Tumor > 1,0 cm e ≤ 2 cm |
T2 | Tumor > 2,0 cm e ≤ 5 cm |
T3 | Tumor > 5,0 cm |
T4 | Extensão para parede torácica / pele |
T4a | Extensão para parede torácica |
T4b | Edema de pele / ulceração ou nódulos satélites na pele |
T4c | T4a + T4b |
Td | Carcinoma inflamatório |
Quadro 2 – Classificação N
Nx | Linfonodos não acessíveis |
N0 | Ausencia de metástase em linfonodos regionais |
N1 | Metástase em linfonodo (s) axilar (es), homolateral (is), móvel (is) |
N2 | Metástase em linfonodos axilares fixos uns aos outros ou a outras estruturas |
N3 | Metástase em linfonodos da cadeia mamária interna homolateral |
Quadro 3 – Classificação M
Mx | Presença de metástase à distância não pode ser avaliada |
M0 | Ausência de metástase, exceto axila e mamária interna homolateral |
M1 | Presença de doença fora da mama, axila ou mamária interna homolateral |
Teve um efeito positivo na redução do volume do linfedema do membro superior em pacientes pós-mastectomia comparando antes e depois do tratamento. No entanto, quando comparado ao grupo controle ou outros tratamentos, o KT não tem efeito significativo na redução do volume do linfedema.
O uso de taping tem sido questionado em diversas condições clínicas, como em pacientes com dor musculoesquelética (ADDED et al., 2016; CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012; LUZ JÚNIOR et al., 2015; PARREIRA et al., 2014), pois este método nem sempre reduz significativamente a dor. Porém, em outras condições estéticas e clínicas, como a celulite, um ensaio clínico randomizado apresentou resultados positivos com a prerrogativa de que o taping gera um estímulo de tração diferente na parte superior da pele (SILVA et al., 2014). No entanto, outros estudos demonstraram o mesmo efeito positivo na redução do volume do linfedema em membros inferiores, aumentando o fluxo linfático por meio do taping em modelos animais experimentais (SHIM, LEE, LEE, 2003) e em estudo clínico em humanos (De GODOY, BRAILE & GODOY, 2003). Nesta investigação, cinco estudos (MELGAARD, 2016; PEKYAVAS et al., 2014; POP et al., 2014; SMYKLA et al., 2013; TSAI et al., 2009) analisaram todas as técnicas de processamento associadas, o que tornou difícil avaliar o efeito isolado do taping por si só como uma estratégia de terapia autônoma. Além disso, o protocolo taping mudou de 3 vezes por semana por 3 semanas (9 sessões) (POP et al., 2014) até 5 vezes por semana por 4 semanas (20 sessões) (TSAI et al., 2009).
O período de tempo que o taping foi usado a cada dia incluiu “o maior tempo possível” (TSAI et al., 2009), o que se traduziu em uma média de 22 horas diárias (PEKYAVAS et al., 2014) para três aplicações por semana, que foi de aproximadamente 56 h (POP et al., 2014) por até três dias consecutivos (72 h) (SMYKLA et al., 2013). Todos os ensaios seguiram a recomendação de aplicação para taping, que deve ser mantida por não mais de 3–5 dias devido à redução do efeito do polímero elástico (CASTRO-SÁNCHEZ et al., 2012; Wallis, KASE; KASE, 2003).
Da mesma forma, a orientação usada para manter o taping fixo na pele também variou. Vários autores têm sugerido que o uso do taping nos casos de linfedema tem efeito positivo devido à tensão superficial da pele e também pela técnica de aplicação no sentido centrípeto, que respeita a anatomia do sistema linfático e pode favorecer o fluxo de linfa (MARTINS et al., 2016; SHIM, LEE & LEE, 2003; SILVA et al., 2014). Além da redução do volume do linfedema, outros estudos avaliaram a melhora (POP et al., 2014; TARADAJ et al., 2016); entende-se que esses fatores estão associados à qualidade de vida dos pacientes.
O linfedema implica um comprometimento das atividades da vida diária e também tem impactos sociais e emocionais (PEKYAVAS et al., 2014; TSAI et al., 2009). Nesses casos, o tratamento do linfedema com KT oferece conforto e comodidade, bem como a possibilidade de higiene adequada dos membros superiores para esses pacientes (FINNERTY, THOMASON & WOODS, 2010). Em relação à qualidade de vida do paciente antes e / ou após o tratamento, Tsai et al. (2009) aplicaram dois questionários: Esses questionários foram aplicados no início e também no final do tratamento; sua comparação revelou uma mudança significativa em relação à qualidade de vida dos pacientes, principalmente em um estado emocional melhorado. Pekyavas et al. (2014) utilizaram o Short Form, questionário geral, para avaliação de qualidade de vida, e os resultados dos questionários comparando a aplicação no início e no final do tratamento não obtiveram resultados significativos. No entanto, os participantes aceitaram o uso do KT de acordo com o questionário. A Escala Visual Analógica foi usada por Tsai e al. (2009) e Pekyavas et al. (2014) para avaliar a qualidade de vida de pacientes tratados com taping; ambos os estudos apresentaram resultado positivo ao final do tratamento. Além disso, todos os estudos (PEKYAVAS et al., 2014; POP et al., 2014; SMYKLA et al., 2013; TSAI et al., 2009) sugeriram que o conforto e a conveniência da intervenção foram melhores com KT do que com compressão bandagem, especialmente nos casos em que a bandagem é contra-indicada. Entre as limitações desta revisão sistemática está a falta de nomenclatura padronizada para o termo “Taping” que não constitui um termo MeSH e, portanto, dificultou a busca de artigos relacionados ao tema.
Além disso, a baixa qualidade metodológica dos estudos incluídos nesta revisão sistemática não permite uma conclusão final sobre a indicação do uso do taping como técnica para redução do linfedema em pacientes pós-mastectomia para câncer de mama.
Nesta revisão sistemática, foi possível avaliar o desempenho do taping no tratamento do linfedema pós-mastectomia em pacientes com câncer de mama, examinando estudos que aplicaram o taping de diferentes formas. O uso do taping foi considerado eficaz, mas a avaliação desses estudos não os torna altamente confiáveis para recomendar o uso do taping como alternativa para o tratamento do linfedema. Em conclusão, o taping foi eficaz na redução do linfedema pós-mastectomia relacionado ao câncer de mama; entretanto, não é mais eficiente do que outros tratamentos. Apesar desses resultados promissores, mais estudos com alta qualidade metodológica são necessários para determinar o melhor uso do taping na redução do linfedema pós-mastectomia devido ao câncer de mama; portanto, pode ser incorporado rotineiramente no tratamento clínico do linfedema.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O linfedema é definido como um inchaço anormal gradual de um membro e / ou quadrante relacionado do tronco devido ao acúmulo de fluido rico em proteínas nos espaços de tecido da pele. O linfedema da extremidade superior é uma complicação preocupante que ocorre após o tratamento do câncer de mama. É uma doença crônica causada por cirurgia e / ou radioterapia envolvendo as vias de drenagem linfática da mama e áreas axilares e considerada potencialmente grave e debilitante.
Se não tratada, a presença de macromoléculas, proteases e moléculas pró-inamatórias pode levar à inflamação crônica e endurecimento da pele e, eventualmente, propensa a infecções. Esses sintomas podem resultar em incapacidade funcional, problemas psicossociais e comprometimento da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em pacientes com linfedema relacionado ao câncer de mama. O linfedema é uma condição crônica que não pode ser curada, mas pode ser controlada. Esses tratamentos variam de exercícios simples a diferentes tipos de técnicas microcirúrgicas.
Diversas intervenções fisioterapêuticas têm sido propostas para o controle dos sintomas e para minimizar as complicações, reduzindo o inchaço dos membros superiores. A terapia descongestiva completa (CDT) é o tratamento mais popular e padrão ouro para pacientes com linfedema e compreende duas fases. A terapia da fase 1 inclui educação e cuidados meticulosos com a pele, drenagem linfática manual (DLM), bandagem de compressão não elástica multicamadas e exercícios, enquanto a fase 2 compreende a continuação dos cuidados com a pele e exercícios, além de automassagem e roupas de pressão. Na segunda fase, os pacientes podem necessitar de bandagem compressiva à noite, de acordo com o quadro clínico dos pacientes.
Até onde sabemos, nosso estudo é um dos primeiros da literatura que avalia a eficácia do taping de fase 2, não apenas em relação ao volume e volumes em excesso, mas também às variáveis funcionais específicas e QV. Nossos achados demonstraram que a o taping de forma combinada resultou em uma diminuição acentuada nos volumes dos membros afetados e volumes em excesso, bem como na melhora da função dos membros superiores e QV. Este estudo também indicou que a duração, estágio e grau do linfedema se correlacionaram com a melhora no volume, o que significa que quanto mais cedo o tratamento começa, maior é o sucesso da terapia.
Esperamos que nossos resultados contribuam para o estabelecimento de abordagens de tratamento na prática clínica e que o conhecimento deste estudo possa ser implementado no tratamento descongestivo precoce de pacientes com linfedema.
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