REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412121343
Fernando Leite Terto1
Irenice Gomes de Oliveira2
Raquel Landim Nascimento3
Miguel Leite Terto4
Allyson Francisco dos Santos5
RESUMO
A sustentabilidade é para nós o sonho de bem viver; sustentabilidade é equilíbrio dinâmico com o outro e com o meio ambiente, uma meta e sonho para uma vida equilibrada tanto no contexto social econômico, humano e ecológico, que emerge a necessidade de proporcionar o conhecer de seus princípios e diagnosticar o nível de conhecimento atual no meio estudantil, tendo a educação como arma e ferramenta para sua busca do agir de forma sustentável. Indo a campo e pesquisando sobre o assunto, obtendo informações por meio de questionário estruturado e semi-estruturado com perguntas previamente elaboradas, relacionadas ao prévio conhecimento dos entrevistados sobre a sustentabilidade e o que já obtiveram de conhecimento ao longo de sua trajetória escolar, sua importância, e como os conhecimentos são transmitidos na sua escola. De acordo as informações obtidas observou-se que a maioria dos entrevistados já ouviram falar de sustentabilidade, relataram que é importante conhecer os princípios da sustentabilidade, porém grande percentual relatou que o tema é trabalhado de forma parcial, sendo que os conhecimentos adquiridos na sua trajetória estudantil também foram parcialmente, de forma que os mesmos relataram que é essencial a implementação da disciplina de Educação ambiental desde os primórdios do processo educativo. As utilidades dos recursos naturais dependem de uma boa consciência ambiental e ecologia, e sabemos que o processo de formação intelectual, de conhecimentos para bases sólidas de mudanças racionais depende da educação. É mais de que compreendido que é através do conhecer que o indivíduo agindo com consciência pode mudar a sua forma de visão e relacionamento com o ambiente, utilizando os recursos do meio natural para manter-se vivo, mas também mantendo o meio ambiente com vida para o tempo presente e futuro.
Palavras-Chave: Educação; Sustentabilidade; Conscientização
ABSTRACT
Sustainability is for us the dream of living well; sustainability is dynamic equilibrium with each other and with the environment, a goal and dream for a balanced life both in the economic, human and ecological social context that emerges the need to provide the know of its principles and diagnose the current level of knowledge in through student, and education as a weapon and tool for your search of act sustainably. Going to court and researching the topic obtaining information through structured questionnaires and semi-structured with previously developed questions related prior knowledge of the respondents about the sustainability and what have obtained knowledge throughout their school life, their importance, and how knowledge is transmitted at your school. According information obtained showed that the majority of respondents have heard of sustainability, reported that it is important to know the principles of sustainability, however large percentage reported that the theme is worked partially, and the knowledge gained in his career student were also partially so that they reported that it is essential to the implementation of environmental education subject since the beginning of the educational process. The utilities of natural resources depend on good environmental awareness and ecology, and we know that the process of intellectual, knowledge for solid foundations of rational changes depends on education. It’s understood that it is through knowing that the individual acting with awareness can change the way you view and relationship with the environment, using the resources of the natural environment to stay alive, but also keeping the environment with life the present and future.
Keywords: Education. Sustainability. Awareness.
INTRODUÇÃO
“A sustentabilidade é para nós o sonho de bem viver; sustentabilidade é equilíbrio dinâmico com o outro e com o meio ambiente, é a harmonia entre os diferentes” (MOACIR GADOTTI, 2009. p.14). Tendo a forma sustentável como meta e sonho, também podemos dizer que a mesma é uma esperança para uma vida equilibrada tanto no contexto social econômico, humano e ecológico. “O Educador Paulo Freire dizia que tinha esperanças, não por teimosia, mais por imperativo histórico e existencial” como o mesmo afirma no seu livro Pedagogia da Esperança (FREIRE, 1992).
Segundo Moacir Gadott (2009.p.15)
O primeiro contato com a cultura da sustentabilidade é estranho, difícil, complexo, por que não enxergamos a realidade dessa forma. No entanto já muito ouvimos sobre esse tema que de fato tem suas dificuldades de serem compreendidas e assimiladas no que se diz respeito a seus objetivos e metas propostas para uma relação interativa entre os diferentes agentes da sociedade. Tendo como grande quantidade da população vivendo em locais urbanos, nota-se uma crescente massa com relação direta a evolução, globalização e de um consumo que cada dia vem se abrangendo. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre realidade e os desafios para mudar as formas de pensar e agir relacionadas à questão ambiental numa perspectiva contemporânea.
Refletir sobre as práticas sociais e educativas, em um contexto marcado pela degradação permanente do ambiente e do seu ecossistema é necessário à articulação a educação ambiental, que é um grande e forte meio de se trabalhar mudanças nos comportamentos e nas atitudes humanas a fim de melhoria para o ambiente, tornado assim nossos atos coerentes com o propósito da sustentabilidade. A capacidade de reflexão e busca de conhecimento nos leva a abrir nossas mentes sobre o tema e a grande importância da busca do educar para sustentabilidade, onde vemos que é possível mudar através do ensinar e aprender não mudando o mundo mais buscando a conscientização de cada indivíduo para que aumente a possibilidade do valorizar, cuidar e atuar de forma ativa, enfrentando os desafios na luta do equilíbrio do consumo e utilização dos recursos naturais. Isso é possível tendo fortemente a utilização educativa e pedagógica da Educação Ambiental.
Se olharmos à nossa volta, nos damos conta do desequilíbrio que tomou conta do Sistema Terra e do Sistema Sociedade (BOFF, 2012, p.17). Onde é bem notável o quanto é generalizado à insustentabilidade, gerando a sensação de que poderão acontecer catástrofes a qualquer momento em vários aspectos do nosso planeta. O que faz impulsionar os seres humanos a um consumo desregrado com exageros e sem necessidades, não sendo proporcionados por um único fator. “Embora sua faceta em maior evidência seja aspecto ambiental ela se estende pelas mais diversas esferas da vida humana, o qual enfatiza uma crise em complexidade, diversificada e multifacetada, que se não for tomadas intervenções precisas, poderá levar a humanidade ao cerne da destruição, pois se estende em uma crise de amplitude intelectual, moral e espiritual. ( CAPRA 2006, p.177)
Segundo Morin e Kern (1995, p. 69-103.)
Quando se fala em consumismos exagerado, que ocorreu na busca incessante por satisfação através da superficialidade dos bens matérias dos divertimentos vazios que não satisfazem a verdadeira essência humana. Isso ocorre quando queremos suprir as necessidades interiores com algo material, onde que o material não satisfaz e preenche o lugar que é preenchido pela presença de Deus que é essência fundamental para o fortalecimento da dimensão espiritual no ser humano, onde essa dimensão não sendo preenchida pela essência da vida que é Deus e sendo buscada a ser preenchida com o material ficará sempre a insatisfação e sempre o desejo de ter mais levando a consumir e não a preencher o que de fato é preenchido com o fator espiritual.
A Carta da Terra (apud BOFF, 2012, p.14) nos diz que: “como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança na mente e no coração”. Esse trabalho emerge a percepção que visa melhorias para esse assunto tão preciso de ser trabalhado, onde o mesmo tem o objetivo de proporcionar um conceitual sobre a sustentabilidade com o propósito de diagnosticar o nível de conhecimento atual e fortalecer sua importância, compreender como o referido assunto é trabalhado atualmente e sua aplicação na trajetória estudantil, fortalecer a necessidade de se trabalhar o referido tema tendo a educação como arma e ferramenta para o seu desenvolver.
O município de Cedro está localizado na mesorregião do Sertão Pernambucano e na microrregião do sertão central (Salgueiro) estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Estado de Ceará, a sul e oeste com cidade de Serrita e a leste com o município de Salgueiro.
Seu Estado tem um formato aproximadamente retangular, com uma “altura” de pouco mais de 100 km de norte a sul e uma “largura” de aproximadamente 700 km de leste a oeste, e faz divisa com Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste, Ceará e Paraíba ao Norte. A cidade está localizada a 52 km do Sertão Central, e a 569 km da capital pernambucana (Recife), cujo acesso é feito pela BR-232/116; PE-475(T) (Figura 1) (TERTO, 2011).
.Figura 1 – Localização da área de estudo – Cedro/PE. Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.
O método utilizado para a coleta de dados para execução da pesquisa foi baseado no método descrito por Albuquerque (1997), sendo entrevistas previamente definidas, que aconteceu no período de 1 a 3 dezembro de 2014. As técnicas adotadas para a coleta de dados foram como sugere Cicourel (1986), Minayo (1994), Amorozo (1996), Chizzotti (1998), e Gil (1999) e Terto (2011, apud), entrevistas semi-estruturada e estruturada onde o participante responde o formulário previamente elaborado.
O questionário foi idealizado com fácil compreensão, contendo perguntas abertas e fechadas sobre dia a dia e sobre o prévio conhecimento dos entrevistados sobre a sustentabilidade e o que já obtiveram de conhecimento ao longo de sua vida estudantil, executados individualmente a 90 alunos em sua referida sala de aula na Escola de Referencia Professor Manoel Joaquim Leite nas turmas de 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O maior quantitativo dos alunos entrevistados foi de 75 % do sexo feminino e em menor percentual o sexo masculino com 25% ambos com faixa de idade relativa dos 14 aos 20 anos.
Com a obtenção dos seguintes resultados 74,4% dos entrevistados (Figura 2) responderam que já tinham ouvido falar VARIAS VEZES sobre sustentabilidade e outros 25,6% disseram ter ouvido falar POUCAS VEZES.
Figura 2. Frequência observada do percentual de alunos entrevistados que já ouviram falar em sustentabilidade
Quando perguntados o que entendiam sobre sustentabilidade 95,6% disseram (Figura 3) ser a prática que não prejudica o ambiente, e os outros 4,4% relataram ser uma forma de viver bem. A sustentabilidade é vista em dois níveis diferentes: sustentabilidade fraca ou sustentabilidade forte. A sustentabilidade fraca pode ser interpretada como a extensão do bem estar econômico (NEUMAYER, 2003). Em situação oposta a Sustentabilidade forte é um paradigma da não substituição, no qual existem sistemas naturais que não podem ser corroídos ou destruídos sem comprometer os interesses as gerações futuras (FIORINO, 2011). Portanto, observa-se no resultado obtido que o maior percentual de resposta relacionado a uma prática ligada ao ambiente corroborando com a sustentabilidade forte, que para acontecer é exigido um subconjunto de relações que sejam prioritários ao capital natural.
Figura 3. Frequência observada do percentual de alunos que falaram sobre o que entende por sustentabilidade
Sobre a importância em conhecer os princípios da sustentabilidade 90% dos entrevistados relataram sim, por outro lado 10% demonstraram não ter nenhuma importância. O maior percentual dos entrevistados expressaram que os princípios sustentáveis é um fator importante, sendo explicito que esse resultado está em concordância com Tavares (2014, p.
46); “Diversos estudos apontam a sustentabilidade como peça fundamental da inovação”. Compreender a necessidade da sustentabilidade nos dias atuais é o caminho consciente para discussões sobre o bem estar social, econômico e ecológico. Para Mendes (2008, p. 24), “Nos dias atuais o conceito de sustentabilidade já está acoplado ao conceito de desenvolvimento social”.
Figura 4. Frequência observada do percentual de alunos que relataram sobre a importância de conhecer os princípios da sustentabilidade
Analisando o conhecimento sobre o tema sustentabilidade trabalhado nas escolas, 93,3% dos adolescentes disseram que o tema é trabalhado parcialmente em projetos, enquanto 6,7% disseram não ter conhecimento de algum trabalho relacionado a sustentabilidade no ambito escolar. Foi observado que grande percentual dos entrevistados relataram ter contato com os princípios da sustentabilidade em sua escola de forma parcial por meio de projetos, onde corrobora a Portaria 678/91 do MEC, que determinou que a educação escolar deveria contemplar a Educação Ambiental permeando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino.
Figura 5. Frequência observada do percentual de alunos que responderam se na sua escola são trabalhados os princípios e conceitos da sustentabilidade.
Perguntamos se o conhecimento adquirido por eles era proveniente de trabalhos realizados pela instituição durante as series inicias e 80% responderam que sim e 20% dos entrevistados responderam que não.
Figura 6. Frequência observada do percentual de alunos que responderam se obtiveram conhecimentos sobre a sustentabilidade na sua trajetória estudantil
Perguntamos aos entrevistados o que eles achavam da inserção da disciplina de Educação Ambiental como essencial no currículo escolar desde o ensino infantil, fundamental e médio, sobre isso obteve 88,9% que se mostraram a favor e 11,1% foram contra, que corrobora com Lanfredi, (2002, p. 197) afirmando que a educação ambiental é um dos mecanismos privilegiados para a preservação e conservação da natureza, ensino que há de ser obrigatório desde a pré-escola, passando pelas escolas de 1º e 2º grau. Os mesmos dados obtidos também corroboram com a UNESCO, (2005, p.57,) onde afirma que o programa Educação para o Desenvolvimento Sustentável exige que se reexamine a política educacional, no sentido de reorientar a educação desde o jardim da infância até a universidade e o aprendizado permanente na vida adulta, para que esteja claramente enfocado na aquisição de conhecimentos, competências, perspectivas e valores relacionados com a sustentabilidade.
Figura 7. Frequência observada do percentual de alunos que responderam que é essencial inserir na matriz curricular a disciplina de educação ambiental desde os primórdios do ensino infantil, fundamental e médio.
Os dados obtidos e apresentados acima nos dá à confirmação da necessidade da intervenção de meios educacionais para uma boa conscientização a respeito do assunto.
É notável entre os entrevistados que mesmo tendo ouvido falar em sustentabilidade muito pouco seja estudado pelos alunos na sua instituição de ensino, onde uma grande parcela dos entrevistados já ouviu falar sobre o assunto e também relataram que seus princípios são importantes, contudo foi observado que o grau de conhecimento necessita-se ser crescente e qualitativo para se mostrar eficaz na prática sustentável e na melhoria da preservação, sendo isso requisito necessário entre o saber e o conhecer para práticas e ações conscientes e atuantes com responsabilidade na realidade presente, corroborando com a afirmação de Freire (1979) “o homem é consciente, na medida em que conhece e tende a se comprometer com a própria realidade”.
Segundo Brasil (1997), o primeiro passo foi dado com a regulamentação do Art. 225 Inciso 1º, VI da CF pela lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Assim, incumbe ao Poder
Público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização para a preservação do ambiente”. Destaca-se que o Brasil é o único país da América Latina que possui uma política nacional específica para a Educação Ambiental. No ano de 1991 foi enfatizada a necessidade de investir na capacitação de professores. O educador ao ligar o conteúdo das ciências às questões do cotidiano torna a aprendizagem mais significativa. As oficinas pedagógicas realizadas durante as aulas se desenvolvem apoiadas nas vivências dos alunos e dos fenômenos que ocorrem a sua volta, buscando examiná-los com o auxílio dos conceitos científicos pertinentes. É através de um ensino investigativo, provocativo que o aluno começa a pensar e a refletir sobre o processo de construção do conhecimento (FREIRE, 1987). A Educação Ambiental é convocada a conscientizar sobre os riscos socioambientais que decorrem da relação homem/natureza. Ao propor acreditamos que ela seja capaz de levar os indivíduos a reverem suas concepções e seus hábitos (TREVISOL, 2003, p.93).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As utilidades dos recursos naturais dependem de uma boa consciência ambiental e ecologia, e sabemos que o processo de formação intelectual, de conhecimentos para bases sólidas de mudanças racionais depende da educação. Na medida em que os conhecimentos atuam de forma crescente, e nos faz conhecer a realidade e os paradigmas que necessitam de mudança no mundo ao qual vivemos e necessitamos para a manutenção da vida humana, precisamente os hábitos a atitudes se tornam possíveis a agir com coerência com o conhecimento absorvido, com comprometimento e ações benéficas para o ambiente e a diversidade da vida existente.
É mais de que compreendido que é através do conhecer que o indivíduo agindo com consciência pode mudar a sua forma de visão e relacionamento com o ambiente, utilizando os recursos do meio natural para manter-se vivo, mas também mantendo o meio ambiente com vida para o tempo presente e futuro. O desafio fundamental para a construção de uma sociedade sustentável é a Educação. A Educação Ambiental foi identificada como o elemento crítico para a promoção desse novo modelo de desenvolvimento (DIAS, 2004).
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1Graduado em Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC) Pós -Graduado em Gestão Ambiental com Ênfase em Auditoria e Perícia (FVJ) Especialista em Educação Ambiental Interdisciplinar (UNIVASF) nandoterto1@gmail.com
2Graduada em Ciências Biológicas, Especialista em Educação Ambiental, Mestre e Doutora em Agronomia. Professora pela Faculdade do Vale do Jaguaribe. nice1crat@yahoo.com.br
3Graduada em Geografia, pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Especialização em Geografia, meio ambiente e sustentabilidade. Mestre em Geografia pelo curso de Mestrado Acadêmico em Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (MAG/UVA). raquellandimnasc123@gmail.com
4Graduado em Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC) miguelleite@outlook.com
5Graduado em Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (FACHUSC) Especialista em Educação Ambiental Interdisciplinar (UNIVASF). Mestre em Ensino de Biologia (UFPB) allysons@outlook.com.br