EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8084434


Keli Cristiane Rodrigues de Souza1

Luciene da Silva Ribeiro e Silva2

Marcelo Daniel da Silva3

Marilza Hilário Martins4

Renata Caroline dos Santos Lopes5

Tereza Cristina de Oliveira6


RESUMO:

O presente projeto tem como objetivo principal colaborar no processo de aprendizagem do aluno portador de necessidade especial. Relata a importância da gestão escolar juntamente com os familiares em conhecer e compreender a deficiência da criança. Dessa forma, poderá desenvolver atividades lúdicas trabalhando com materiais concretos como histórias, recortes, jogos de memória, dominó, quebra-cabeça, objetos, gravuras e fichas, fantoches, músicas, peças teatrais e vídeos. Esses métodos servirão como incentivo no desenvolvimento cognitivo, contemplando o aluno com dificuldades na aprendizagem com ensino de qualidade e adequado para sua dificuldade ou deficiência, levando-o a desenvolver suas habilidades e evolução na aquisição de vários conhecimentos e assim favorecer o seu sucesso na vida escolar.

Palavras chaves: Inclusão; Dificuldades; Família; Escola; Planejamento Pedagógico.

ABSTRACT:

The main objective of this project is to collaborate in the learning process of students with special needs. It reports the importance of school management together with family members in knowing and understanding the child’s disability. In this way, you can develop recreational activities working with concrete materials such as stories, clippings, memory games, dominoes, puzzles, objects, pictures and cards, puppets, music, plays and videos. These methods will serve as an incentive for cognitive development, providing students with learning difficulties with quality education suitable for their difficulty or disability, leading them to develop their skills and evolution in (evolving) the acquisition of various knowledge and thus favor (favoring) their success both in life and at school.

Keywords: Inclusion; Difficulties; Family; School; Pedagogical Planning.

INTRODUÇÃO

O presente relato refere-se à educação inclusiva, bem como as dificuldades na aprendizagem que as crianças portadoras de necessidades especiais apresentam no ambiente escolar. É cada vez maior o número de crianças que precisam receber uma educação inclusiva devido a alguma deficiência. Desse modo, a unidade escolar precisa estar preparada com professores capacitados e conteúdo pedagógico adequado para que possa contemplar o aluno com ensino apropriado para cada deficiência.

O tema Inclusão tem sido bastante discutido nas escolas, embora poucas providências foram tomadas até o momento, a começar pela acessibilidade dos cadeirantes nas unidades escolares devido à falta de estrutura que as mesmas oferecem.

A inclusão se faz indispensável e necessária em todo sistema educativo, embora seja cercada de discriminação e preconceito, levantando os gestores a vários questionamentos sobre esse processo, pois a maioria das escolas regulares não foram planejadas para receber alunos com deficiências especiais. Alunos que tem convivência frequente com crianças especiais tendem a apresentar atitudes mais favoráveis de aceitação às diferenças.

Para entender as dificuldades de aprendizagem de um aluno especial se faz necessário que o professor analise primeiramente sobre os elementos básicos como: Fala, audição, aspectos cognitivos, leitura, escrita e raciocínio lógico. Estes são os principais fatores que interferem na aprendizagem da criança especial.

Com base nessa análise, o professor deve buscar planejar atividades que estimulem e incentivem a aprendizagem do aluno, pois nem sempre a metodologia desenvolvida condiz com a necessidade do educando. Isso requer um ensino diferenciado, uma vez que a educação inclusiva é baseada na premissa de que é preciso olhar para este aluno de maneira individualizada, criando oportunidades para que desenvolva suas potencialidades. Consequentemente as crianças especiais que não são contempladas com o ensino-aprendizagem, sofrem um atraso intelectual e social. Nesse sentido a presença destes alunos no ambiente escolar apenas cumpre com a obrigatoriedade exigida pelas políticas públicas de acesso e permanência.

Sendo assim, para que a educação seja considerada inclusiva, é preciso que o professor adquira conhecimentos específicos direcionados à educação especial para contribuir no processo de aprendizagem de crianças com deficiência. É necessário compreender quais metodologias devem ser inseridas no planejamento de aula para que o aluno com deficiência tenha resultado satisfatório no processo de ensino-aprendizagem.

Para alcançar todos os objetivos será importante desenvolver atividades lúdicas de acordo com a idade e deficiência que a criança apresenta, bem como é de suma importância à participação dos familiares e de toda comunidade escolar entender sobre a importância da inclusão na escola e no meio social.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A Educação Inclusiva tem conquistado diversos avanços nos últimos tempos. Ela tem sido influenciada por diretrizes internacionais, se constituindo como prioritária na legislação brasileira desde a década de noventa, com base nos princípios da Declaração de Salamanca na Conferência Mundial da Educação Especial (UNESCO, 1994). Porém a legislação nacional parte do pressuposto que a educação inclusiva se caracteriza como uma ampliação de acesso à educação dos grupos historicamente excluídos. O foco principal é garantir os direitos dos alunos com necessidades especiais na unidade escolar assegurando a eles o desenvolvimento cognitivo no processo de Aprendizagem com proposta pedagógica inclusiva, para cada deficiência apresentada, garantindo oportunidades educacionais de forma que o aluno seja contemplado com um ensino de qualidade.

As três últimas décadas registraram, no mundo inteiro, significativos avanços técnico-científicos e sociopolíticos que provocaram impacto na forma de ver e pensar a educação. Estudos internacionais revelam que os sistemas educacionais, tanto nos países do norte como nos países do sul, têm se caracterizado, predominantemente, pela exclusão de grupos em situação de desvantagem social e econômica. Em 1990, segundo Torres (2001) as estatísticas indicavam a existência de mais de 100 milhões de meninos e meninas sem acesso à escola e mais de 900 milhões de adultos analfabetos no mundo.

Para SASSAKI (1997) A inclusão é o processo social pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparem para assumir seus papéis na sociedade. “A inclusão social institui então, um processo bilateral na qual as pessoas ainda excluídas, e a sociedade, buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos”.

Segundo Paraná (2000), autores nacionais e internacionais que se dedicam ao estudo da inclusão reconheceram que muitos são os obstáculos existentes. Diante deles, ou assumimos uma postura de negação e fuga, deixando de enfrentá-los, ou os encaramos como desafios a serem superados, para o que se fazem necessárias algumas ações do enfrentamento. Embora educadores e comunidade em geral busquem uma escola de melhor qualidade para todos, a educação inclusiva não é tarefa fácil de resolver na prática, inúmeras e complexas são as condições que favorecem a proposta inclusiva.

Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao desfrutamento e exercício dos direitos humanos. Dentro do campo da educação, isto se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram promover a genuína equalização de oportunidades (…). Ao mesmo tempo em que as escolas inclusivas prevêem um ambiente favorável à aquisição da igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, família, voluntários. A reforma das instituições sociais não constitui somente uma tarefa técnica, ela depende, acima de tudo, de convicções, compromisso e disposição dos indivíduos que compõem a sociedade. (UNESCO, 1994).

O processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais tem sido amplamente discutido, havendo a necessidade de não somente intervir diretamente sobre essa população, mas também reestruturar a sociedade para que possibilite a convivência dos diferentes (Mendes, 2001).

De acordo com Kunc (apud Stainback 1999), dentre esses processos de ensino e aprendizagem a escola inclusiva, em uma perspectiva dos envolvidos neste processo de ensino necessita de características especificas, para que possam acolher e educar todos os alunos sem distinção ou preconceito. Diante disso, o princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana.

No entanto, essa realidade descrita não foi sempre assim. De acordo com Silva (2012), a história sobre a Educação Especial no Brasil iniciou no século XIX, antes, as pessoas com necessidades especiais sofriam vários tipos de violência física e psicológica por seus familiares, eram abandonados, maltratados e havia muita negligência. Em alguns casos, os indivíduos eram isolados da família e da sociedade em asilos, hospitais e centros específicos como clínicas psiquiatras. Hoje funcionam como APAE, (Associação de Pais e amigos dos Excepcionais) sendo tratadas com muita indiferença, como pessoas incapazes de conviver no meio social. De acordo com Januzzi (1985):

O movimento em prol da educação especial no Brasil se refletiu na criação por parte de D. Pedro II, do Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual IBC), em 1854, e do Imperial Instituto de Surdos-mudos (atual INES), em 1857, que funcionam até hoje. A autora ressalta ainda que, a preocupação com a educação das pessoas diferentes iniciou no final do Império e início da República, quando os ideais liberais começaram a ser discutidos e consolidados. Todavia, mesmo assim, as instituições foram incipientes e só foram fortalecidas na segunda metade do século XX. (JANUZZI, 1985).

Porém, com o passar do tempo houve a necessidade de incluir pessoas com deficiências no ambiente escolar. Montoan (2006), destaca que a formulação de leis voltadas à integração de crianças com deficiência nas escolas regulares foi possível através políticas públicas e dos movimentos sociais. Deste modo, a população percebeu a importância de integrar estes indivíduos na escola para que pudesse interagir com o meio social, e receber um ensino qualificado que contribuísse no desenvolvimento de suas potencialidades, e que fossem adquiridos os mesmos direitos de igualdade e oportunidade. Nesse sentido foi formulada a LEI N. 7853, de 24 de outubro de 1989, que tem como objetivo a inclusão de crianças com deficiência no sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas.

Para que as escolas sejam verdadeiramente inclusivas, ou seja, abertas à diversidade, há que se reverter o modo de pensar, e de fazer educação nas salas de aula, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o professor, especialmente os que atuam no ensino fundamental. Entre outras inovações, a inclusão implica também em outra fusão, a do ensino regular com o especial e em opções alternativas/aumentativas da qualidade de ensino para os aprendizes em geral (BELISÁRIO, 2005).

No entanto, é preciso garantir um ensino de qualidade que alcance os objetivos no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, fazendo se necessário profissionais capacitados que possam identificar e reconhecer qual deficiência a criança apresenta seja ela biológica, social, cultural e/ou histórica. Após a identificação fazer uma análise pedagógica sobre os conteúdos que deverão fazer parte do currículo escolar atendendo o ritmo biológico de cada um. Dessa forma assegurar o direito de frequentar e permanecer na escola, trata-se um avanço importante, mas não é tudo.

De acordo com Aquino (1998), a questão crucial não é apenas que os alunos frequentem a escola, mas que permaneçam e progridem qualitativa e quantitativamente em seus estudos, sendo esta tarefa de todos aqueles que regem o trabalho educativo.

A aula inclusiva visa responder à diversidade de estilos de aprendizagem na sala de aula; então, qualquer ação de desenvolvimento e aperfeiçoamento de práticas de ensino e aprendizagem de professores para a inclusão deve ajudá-los a refletir sobre formas de levantamento de informações sobre seu/sua/s aluno (a)s e planejamento de diversas atividades que abranjam os estilos de aprendizagem individual. (FERREIRA,2010)

Mas o importante é não se prender a uma definição, e sim preocupar-se com o comprometimento com uma educação de qualidade. Educar um indivíduo pressupõe transformá-lo, ajudá-lo a desenvolver suas potencialidades, tentando descobrir outras. É preciso levar em conta o fator genético, ambiental e a interação entre os dois elementos é que a educação passará a modificar (NOVAES, 1972).

Segundo Coelho (1990) a partir do momento em que o professor ou especialista em educação passa a compreender os princípios do processo de aprendizagem e adquire a prática na aplicação deles em situação representativa, os problemas que podem ocorrer nesta área serão tratados e resolvidos sem tabus e sem traumas.

A inclusão nas escolas precisa ser assumida por todos, instigando-os a repensar no processo de aprendizagem e buscar novas possibilidades. Toda ação pedagógica da escola precisa ser planejada de acordo com os interesses e capacidades de cada aluno. Cabe à escola ter preocupação em criar condições e meios para que sejam supridos possíveis impasses estruturais, funcionais e formativos de seu corpo docente independente do contexto escolar precisa acontecer à inclusão, para que alunos possam atingir seu desenvolvimento pleno. É importante ressaltar que um aluno com necessidades especiais precisa ser respeitado pelos profissionais, familiares, sociedade e demais alunos no sentido de manifestar sua opinião e ser ouvido e aceito por pessoas outro grupo de pessoas, criando assim uma relação de valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida. A forma holística de entender as necessidades ajuda na compreensão das necessidades do próximo criando ambiente favorável para que todas suas potencialidades (SILVA, 2012).

De acordo com Feuerstein (1994), para se produzir uma aprendizagem significativa torna-se imprescindível a dupla “mediador-mediado” que, ao desenvolver os critérios de mediação, possibilita a interação e a modificabilidade, já que é somente por meio da interação do sujeito com outros sujeitos capazes de mediar informações necessárias, estando estes sujeitos integrados a um meio ambiente favorável e estimulante, que o desenvolvimento cognitivo acontece.

Spinello (2014), ressalta que o processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo de comportamento. Aprende-se melhor e mais de pressa se houver interesse pelo assunto que se está estudando. Para que o indivíduo obtenha uma aprendizagem com sucesso ele precisa estar motivado a ponto de empenhar-se a aprender. Aquilo que cada um já sabe é a ponte para se saber mais. Em sala de aula o professor precisa identificar o conteúdo que sua turma já conhece para que possa trazer mais informação respeito. Quanto maior a motivação do professor, maior será o empenho da turma. Tendo mais cooperação o indivíduo aprimora seus conhecimentos em busca do novo.

A escola e a família são contextos do desenvolvimento dos indivíduos com papeis complementares no processo educativo cujo significado cultural, econômico e existencial (…) reside no encontro dinâmico das realidades, valores e projetos de cada uma destas unidades sociais. É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo (TEIXEIRA, 2006).

Nesse sentido a escola Inclusiva precisa ofertar um ensino de qualidade com aulas lúdicas e materiais diferenciados. Martins (2006) considera alguns elementos fundamentais para que a escola seja aberta a todos:

– Adoção efetiva de políticas inclusivas;

– Gerar mudanças na escola para que atenda às necessidades de todos;

– Levar o professor à reflexão sobre seu compromisso com a aprendizagem de todos preparando-os para ensinar;

– Possibilitar que os alunos especiais possam sentir-se integrados à escola, “aceitos e apoiados por seus pares pelos demais membros da escola” (Martins, 2006).

De acordo com a Epistemologia Convergente, proposta por Jorge Visca, o ser humano aprende ininterruptamente do seu nascimento em diante. Visto que esta teoria se fundamenta na assimilação recíproca das contribuições das escolas piagetianas, psicanalíticas e da psicologia social, podemos dizer que a aprendizagem é uma variável dependente dos aspectos afetivos, cognitivos e sociais que acontecem simultaneamente em virtude de um processo de retroalimentação constante (Barbosa, 2001).

De acordo com Spinello (2014), as mais conhecidas dificuldades de aprendizagem são: dislexia, disortografia e discalculia.

Dislexia: palavra originada do grego que designa a dificuldade que afeta a leitura e a fala. É uma doença hereditária, que tem vários genes envolvidos, pesquisadores no mundo todo estão trabalhando para identificar quais são esses genes. Entretanto, muitos hoje em dia 4 veem essa dificuldade como algo inesperado. Essa doença pode ser superada através dos métodos pedagógicos diferenciados que de certa forma suprem a necessidade da criança. Segundo o instituto ABCD (Associação Brasileira de Dislexia), estima-se que 4% da população brasileira e de 10% a 15% da população mundial. Portanto, são mais de 7 milhões de pessoas convivendo e sofrendo com esse problema, muitas vezes por não saber da existência dele. A dislexia costuma ser identificada no período de alfabetização. Uma das principais causas que contribui para o aparecimento da doença se dá durante o período de gestação, isso acontece através do contato do feto com a testosterona, explica-se então porque essa doença é mais comum no sexo masculino. Já com o sexo feminino, pelo grande excesso de testosterona, podem vir a acontecer o aborto. Isto foi constatado em estudos recentes por pesquisadores. Enquanto no cérebro de uma criança que não possui a dificuldade consegue percorrer caminhos corretos no ato de ouvir, ler, ver e escrever, uma criança com a doença tem seu cérebro muito mais complexo pelo fato de sofrer desvios, acabando por resultar nas dificuldades de aprendizagem. Os disléxicos, por sua vez, sofreram preconceito e eram motivos de chacotas por professores e colegas desavisados. Isso se dava pela carência de informação e conhecimento sobre esta dificuldade. Porém ainda nos dias de hoje, existe muito disso, visto que muitas vezes é a própria criança portadora da doença que se afasta do grupo por ter comprometido sua autoestima, pois conviver com esta dificuldade é ainda mais difícil quando malvista por familiares e amigos, fazendo com que o portador deste distúrbio se sinta diferente de uma forma totalmente negativa. Mesmo sabendo que não há cura para a doença, existe tratamentos que ajudam a amenizar os problemas. Nesse tratamento é fundamental o acompanhamento de um médico, de um pedagogo, um neurologista, um psicólogo e um fonoaudiólogo. Com essas ajudas é visível uma grande melhora na concentração, atenção e no comportamento do portador. Porém, mesmo com todas essas dificuldades apresentadas o disléxico possui grandes capacidades, prova disto citamos: Albert Einstein que se destacou na ciência, Winston Churchill que se destacou na política, Leonardo da Vinci destacou-se nas artes, John Lennon na música e Henry Ford nos negócios.

Discalculia: essa doença é causada por uma má formação nos neurônios que dificulta a aprendizagem dos números. Porém, essa dificuldade de aprendizagem não apresenta nenhuma ligação com níveis de inteligência (QI), deficiência mental ou até mesmo déficits auditivos ou visuais. Crianças que possuem essa dificuldade de aprendizagem não são capazes de discernir sinais matemáticos, resolver operações, classificar números, seguir sequência, entender conceitos matemáticos, não consegue identificar o valor das moedas, entre outros. O quinto transtorno, se não identificado a tempo, pode intervir no desenvolvimento escolar da criança, que por sua vez pode se sentir com receio de obter novas experiências de aprendizagens, podendo assim se tornar agressiva, apática e desinteressada. O profissional mais adequado para detectar e tratar deste transtorno é o psicopedagogo, que juntamente com a escola onde estuda a criança. Por sua vez o psicopedagogo cria atividades especificas com essa criança sem constrangê-la com o restante da turma.

Disortografia: é o transtorno da grafia que juntamente com a dislexia, dificulta a aprendizagem e o desenvolver das habilidades da linguagem por sua vez escrita. Traçado incorreto da letra, alteração no espaço, falta de clareza na escrita, são alguns dos sintomas da disortografia. Muitas pessoas sentem dores nas mãos e até mesmo nos braços, pois ao escreverem fazem força excessiva. O indivíduo que apresenta esse transtorno, geralmente escreve textos reduzidos, possui dificuldade no uso das orações em geral, dificuldade em pontuação e não sente prazer ao escrever. Até o segundo ano é considerado normal que a criança apresente dificuldade na escrita, confundindo ortograficamente, isso ocorre em relação a palavra escrita e o som da mesma. Esse é um transtorno que afeta o ritmo da escrita, ou seja, o desenho da letra não está de acordo com a verdadeira escrita. Nesse caso o caderno de ortografia é fundamental, pois ajuda a trabalhar a coordenação motora da criança e por consequência ajuda no melhor desempenho da escrita. Porém, indivíduos com disortografia precisam de atividades mais especificas e eficazes. Para evitar o fracasso escolar é preciso intervenção fonoaudióloga o quanto antes. Após a avaliação concreta a criança terá de adotar um tratamento para que esse distúrbio não se torne o “bicho papão” em sua aprendizagem.

Levando em consideração estudos de um importante psicólogo do desenvolvimento humano, Piaget (apud Padilha, 2012), vários são os fatores que influenciam o desenvolvimento cognitivo, dois deles são:

Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que encontra.

Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de três anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de sua idade.

Por isso a importância do papel docente na percepção do aluno, no acompanhamento do mesmo em sala de aula e na busca constante de aprender e melhorar a si mesmo em sua prática, ciente enquanto cidadão responsável por formar outros cidadãos, melhores pessoas e profissionais. A aprendizagem não deveria ser encarada apenas como o estudo ou a memorização de conteúdo. Ao aluno deve ser oportunizada a participação em ações culturais beneficentes e teatros, cinemas, museus, viagens, e, sobretudo o acesso a leituras variadas (PADILHA, 2012).

Para Visca (1987, apud Barbosa, 2006), um dos obstáculos a ser considerado é o da ordem do conhecimento, que se caracteriza por oferecer uma informação muito mais complexa do que o sujeito aprendiz dá conta. O professor precisa saber o que os alunos já conhecem sobre o tema a ser trabalhado, para adequar a informação ou a exigência, trazendo-as para um nível compatível à competência deles para que possam acompanhar o conhecimento, somando ou transformando-o.

Se realmente desejamos uma sociedade justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham valores e direitos iguais, precisamos reavaliar a maneira como operamos em nossas escolas, para proporcionar aos alunos com deficiência as oportunidades e habilidades para participar da nova sociedade que está surgindo. (STAINBACK; STAINBACK, 1999).

Para se trabalhar as questões das diferenças, as atividades em grupo são uma boa estratégia para observar o quanto cada pessoa pode complementar na realização das tarefas, na construção do todo, pois assim elas podem ter a oportunidade de perceberem o quanto cada uma é importante, mesmo com suas diferenças, já que cada uma tem muito a contribuir com suas habilidades e experiências. Como aponta Ferreira (2010) “(…) unir saberes torna-nos mais sábios e produtivos. É preciso descobrir novas perspectivas, dividindo e somando com o outro”.

Para Spinello (2014), é necessário refletir sobre as dificuldades de aprendizagem que são encontradas nas instituições de ensino que alguns estudantes possuem, tendo o educador o papel de construir juntamente com o educando a questão da aprendizagem. O professor promovendo as mudanças necessárias passa a ter voz, tendo a criatividade como sua aliada para ajudar no processo de aprendizagem dos mesmos.

A metodologia da escola deve ser adequada, envolvendo seus alunos. E quando surgir algum problema com algum aluno é importante que haja uma mobilização por parte da escola a fim de que solucionem a possível dificuldade. A escola deve esforçar-se para aprendizagem ser significativa para o aluno. Com isso, todos têm a ganhar a escola, a família e a criança. Para que ocorra aprendizagem é necessário que o indivíduo seja motivado, que tenha o desejo de aprender, ao educador cabe descobrir a rota de como chegar ao estudante. O incentivo que ocorre em sala de aula deve ser suficientemente forte e eficaz de forma a envolver o aprendiz na situação de aprendizagem, oportunizando a ocorrência de mudanças desejáveis (SPINELLO, 2014).

Conhecer as diferenças sim, mas para promover a inclusão e não para justificar a segregação. Conhecer as diferenças mais comuns que são certamente as mais numerosas. Enfim, não dar a conhecer a diferença realçando a “patologia” psicológica ou pedagógica que contribuam para que o futuro professor possua um esboço de entendimento que lhe permita iniciar seu processo de pesquisa sobre as melhores estratégias para que esse aluno se integre e aprenda na escola. (RODRIGUES, 2006).

Desse modo devemos construir um espaço propicio para se desenvolver da melhor maneira possível, através de atividades em que venham contribuir com sua autoestima, com a sua confiança e a sua valorização como estudante. “Ser ensinante significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimento e a construção de si mesmo, como sujeito criativo e pensante” (FERNÁNDEZ, 2001).

3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINOTEMA E LINHA DE PESQUISA

Este projeto de ensino tem como objetivo principal relatar sobre a inclusão de alunos com deficiência no ambiente escolar e no meio social. Enfatizar que a inclusão de alunos especiais é de grande importância, considerando que sua inserção na escola seja contemplada com uma educação diferenciada e adequada para que estes indivíduos possam se desenvolver no processo de aprendizagem e de socialização, ofertando a eles um ensino de qualidade garantindo o mesmo direito dos demais alunos. Este tema está de acordo com a temática exigida pelo curso, por abordar o papel da docência e prática educativa.

Através deste trabalho ampliaram-se os conhecimentos sobre a Educação Inclusiva que será de suma importância na formação acadêmica e na prática pedagógica.

3.2. JUSTIFICATIVA

O tema Educação Inclusiva foi escolhido devido ao fato vivenciado e de convívio na vida escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde havia na sala de aula, um aluno com deficiência intelectual vítima de paralisia cerebral, e nenhuma atividade diferenciada era desenvolvida com o objetivo de estimular e incentivar no processo de aprendizagem. O mesmo ainda sofria agressões físicas e psicológicas do professor. Também há conhecimento de relatos de uma pessoa da família que também tem deficiências e relatou que desistiu da vida escolar, devido a pouca atenção que recebia do professor e das atividades que não eram apropriadas para sua deficiência e ainda sobre a dificuldade de permanecer em uma escola sem estrutura física para receber cadeirantes.

Durante os estágios encontraram-se crianças especiais onde se percebeu que nem sempre elas recebem atenção e apoio pedagógico suficiente para a evolução da aprendizagem. Infelizmente existem várias crianças, jovens, adolescentes e adultos portadores de deficiências e que não frequentam uma unidade escolar principalmente na zona rural onde o acesso à escola torna mais difícil e existem muitas escolas em estado precário.

3.3. PROBLEMATIZAÇÃO

Ao realizar o projeto sobre Educação Inclusiva, nota-se as barreiras que impedem ou dificultam a acessibilidade e a permanência dos alunos com deficiências físicas na escola.

Uma escola Inclusiva permite diversas mudanças em suas práticas pedagógicas com estratégias e flexibilidade possibilitando participação plena, mudanças de valores a respeito das características individuais de cada aluno com deficiência, possibilitando no futuro a inserção do mesmo no mercado de trabalho, embora as empresas ofertem vagas por exigências da lei, são muitos os que não estão devidamente capacitados para assumir um cargo ou concorrer com demais pessoas.

Nesse sentido o professor deve atender as expectativas do educando com atividades diferenciadas para cada tipo de deficiência com o objetivo de sanar ou minimizar as dificuldades na aprendizagem.

3.4. OBJETIVOS

O projeto de ensino será desenvolvido para trabalhar com os alunos com necessidades especiais e com toda comunidade escolar tem como objetivo identificar e reconhecer as diferenças e semelhanças através de jogos, brincadeiras, dança, jogos, música, teatro, fantoche, desenho e atividades e vídeos sobre inclusão. Com a finalidade de estabelecer valores sociais relacionados à vivência de cada aluno e da comunidade escolar buscando uma melhoria na qualidade de vida com proposta pedagógica para:

– Conhecer e respeitar as diferenças e possibilidades uns dos outros;

– Compreender quais práticas pedagógicas contribui na aprendizagem de alunos especiais;

– Enfatizar a importância de trabalhar sobre a inclusão na escola e na família;

3.5. CONTEÚDOS

Este projeto aborda proposta pedagógica a serem trabalhados na comunidade escolar a respeito da inclusão das crianças especiais como:

– Brincadeiras lúdicas

– Jogos de memória

– Quebra-cabeça

– Vídeos

– Músicas

– Histórias infantis

– Teatro

– Apresentação com fantoche

– Desenhos

– Dança

3.6. PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO

Este projeto tem como finalidade promover a participação dos alunos dos anos iniciais da escola São Francisco da professora regente de toda equipe gestora e familiares. O projeto será desenvolvido em cinco etapas:

– No primeiro dia será apresentado um vídeo (Dumbo) trabalhando as diferenças. Para enfatizar a importância de respeitar e conviver com pessoas com necessidades especiais. Em seguida assistir um vídeo (O patinho feio) sem o som mostrando apenas as imagens, para observar o que as crianças com deficiência auditiva apreendem observando só as imagens do vídeo. Em seguida criar um momento de conversa para discutir o assunto sobre as diferenças e o que os alunos que não são deficientes auditivos sentiram ao ver o vídeo sem o som.

– No segundo dia serão ensinadas brincadeiras lúdicas que contribuem no processo de aprendizagem de crianças com necessidades especiais, como os jogos educativos. Deficiência na fala: passar mensagem para o colega através da incluindo todos os alunos e professores.

– No terceiro dia serão apresentadas peças teatrais sobre inclusão com fantoches pelos professores e reapresentadas com a participação dos alunos. Em seguida criar um momento se conversa para discutir o assunto com os alunos.

– No quarto dia serão desenvolvidas atividades de artes como desenhos, dobraduras e pintura.

– No quinto dia será feita uma socialização para toda comunidade escolar e familiares onde serão apresentadas as atividades artísticas desenvolvidas pelos alunos com deficiência e os demais alunos durante o projeto.

3.7. TEMPOS PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO

3.8. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

– Televisão;

– Aparelho de vídeo;

– DVD;

– Fantoches;

– Papel sulfite;

– Lápis de colorir;

– Giz de cera;

– Canetinhas coloridas;

– Tinta guache;

– Cartolina.

3.9. AVALIAÇÃO

Os alunos serão avaliados de acordo com a participação e a interesse de todos durante a aula, seja essa participação parcial ou integral, respeitando às limitações individuais de alguns alunos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O número de crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem por manifestação de alguma deficiência é cada vez maior, diante dessa situação são necessárias práticas pedagógicas adequadas para atendê-las. Portanto os professores devem ter formação profissional para desenvolver esses atendimentos, utilizando proposta pedagógica que atenda às necessidades dos alunos no processo de aprendizagem.

Este projeto tem como objetivo contribuir no processo de desenvolvimento cognitivo e social de alunos com necessidades especiais, visando à integração no ambiente escolar com acesso apropriado e a compreensão de práticas pedagógicas fundamentais de maneira que estes alunos desenvolvam suas potencialidades na aprendizagem.

Nesse sentido faz-se necessário conhecer e compreender as deficiências a qual o aluno apresenta para desenvolver as questões relacionadas com as práticas pedagógicas para que assim possa melhorar ou sanar as dificuldades do aluno no ambiente escolar, com participação da família e de toda comunidade escolar.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 Prof.ª efetiva da rede municipal de educação da Escola Municipal São Francisco, Cáceres – MT.

2Prof.ª interina da rede municipal de educação da Escola Estadual João de Campos Widal, Mirassol D’Oeste – MT

3Prof.º inteirinho da rede municipal de educação da Escola Municipal União, Cáceres – MT

4Prof.ª efetiva da rede municipal de educação da Escola Municipal Santo Antônio do Caramujo, Cáceres -MT.

5Coordenadora pedagógica da rede municipal de educação da Escola Municipal Santo Antônio do Caramujo, Cáceres – MT

6Prof.ª efetiva da rede municipal de educação da Escola Municipal Santo Antônio do Caramujo, Cáceres – MT.