EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO SUS: UM CAMINHO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA

HEALTH EDUCATION IN THE SUS: A PATH TO PUBLIC HEALTH PROMOTION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502111743


Edmilson Valério de Magalhães [1]
Maria Clara da Silva Nero [2]
Thiago de Freitas França [3]
José Souza Barbosa Junior [4]
Ranielle Freitas Silva [5]
Roger Ribeiro Santos  [6]
Elisangela Sandra de Araújo Aragão [7]
Marcelly Leitão Freitas [8]
Rayssa Toga Cambriai Nascimento [9]
Lara Patrícia de Lima Cavalcante [10]


Resumo

A educação em saúde constitui um dos pilares fundamentais das políticas públicas voltadas para a promoção da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), exercendo um papel essencial na disseminação de informações, no fortalecimento da autonomia dos indivíduos e na ampliação do acesso a práticas de cuidado fundamentadas na prevenção e no autocuidado. Este estudo tem como objetivo analisar as estratégias de educação em saúde no SUS, identificando as metodologias mais frequentemente utilizadas, seus impactos na adesão ao cuidado e na equidade em saúde, bem como os desafios que limitam sua efetividade. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com busca nas bases SciELO, PubMed, LILACS e BVS, utilizando descritores controlados e operadores booleanos. Foram selecionados 58 estudos publicados entre 2018 e 2024, seguindo critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Os resultados evidenciaram que as metodologias baseadas na pedagogia freiriana, na interprofissionalidade e na incorporação de tecnologias educacionais apresentam maior impacto na transformação de comportamentos e no fortalecimento do vínculo entre usuários e serviços de saúde. No entanto, a análise revelou que desafios como a falta de capacitação dos profissionais, a baixa adesão da população e a insuficiência de infraestrutura comprometem a implementação eficaz das ações educativas. Conclui-se que a educação em saúde deve ser fortalecida como um componente estrutural das políticas de saúde pública, garantindo maior investimento na formação profissional e na adaptação das metodologias às realidades socioculturais das populações atendidas.

Palavras-chave: Educação em saúde; Sistema Único de Saúde; Promoção da saúde; Práticas educativas; políticas públicas.

1 INTRODUÇÃO

A educação em saúde exerce uma função estratégica na promoção do bem-estar coletivo, configurando-se como um dos eixos centrais das políticas públicas voltadas para a prevenção de agravos e para a melhoria da qualidade de vida da população. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), a educação em saúde é concebida não apenas como um mecanismo de transmissão de informações, mas como um processo dialógico e participativo, que visa fortalecer a autonomia dos indivíduos e das comunidades na tomada de decisões relacionadas ao cuidado com a saúde (Santos, 2021). Dessa forma, a educação em saúde não se limita a intervenções pontuais, mas deve estar inserida de forma sistemática nas ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e recuperação da saúde, alinhando-se aos princípios da integralidade e da equidade (Farias et al., 2023).

As estratégias de educação em saúde no SUS apresentam ampla diversidade metodológica, variando desde abordagens informativas até práticas mais interativas e problematizadoras. A literatura aponta que iniciativas baseadas na pedagogia freireana, centradas no diálogo e na construção coletiva do conhecimento, demonstram maior impacto na transformação dos comportamentos e na adesão ao cuidado contínuo (Spohr et al., 2021). Além disso, estudos destacam a relevância da articulação entre diferentes setores, como educação, assistência social e saúde, para garantir que as ações educativas sejam integradas às realidades locais e consigam alcançar efetivamente os grupos populacionais mais vulneráveis (Pereira et al., 2024).

Dentre as experiências analisadas, destaca-se a atuação da Atenção Primária à Saúde (APS) como principal cenário de desenvolvimento das ações educativas, visto que é nesse nível de atenção que ocorrem os primeiros contatos da população com o sistema de saúde, favorecendo a implementação de estratégias contínuas e estruturadas (Ribeiro & Marcondes, 2021). Entretanto, a efetividade dessas iniciativas ainda é comprometida por diversos desafios, como a falta de capacitação dos profissionais de saúde, a baixa adesão da população às atividades educativas, e a carência de infraestrutura para o desenvolvimento de metodologias participativas (Jacobovski et al., 2023; Nunes et al., 2022).

Diante desse panorama, o presente estudo tem como objetivo analisar criticamente as estratégias de educação em saúde no SUS, destacando as metodologias empregadas, os impactos na adesão ao cuidado e na promoção da equidade, além de identificar os principais desafios que comprometem sua efetividade. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática da literatura, utilizando bases de dados indexadas e critérios rigorosos de inclusão e exclusão para garantir a qualidade e a relevância das fontes analisadas.

A pesquisa está estruturada em quatro seções principais. A fundamentação teórica (Seção 2) apresenta o referencial que embasa as práticas de educação em saúde no SUS, discutindo seus fundamentos teóricos e suas aplicações no contexto das políticas públicas. A metodologia (Seção 3) detalha o delineamento do estudo, incluindo os critérios de seleção dos artigos e as técnicas de análise adotadas. A seção de resultados e discussões (Seção 4) expõe os achados da pesquisa, organizados em categorias temáticas, e promove uma reflexão crítica sobre os avanços e desafios no campo da educação em saúde. Por fim, as considerações finais sintetizam as principais conclusões do estudo e apontam recomendações para o fortalecimento das práticas educativas no SUS.

Ao longo desta investigação, busca-se contribuir para a construção de um conhecimento mais aprofundado sobre as potencialidades e limitações da educação em saúde no Brasil, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para a qualificação das ações voltadas à promoção da saúde e ao empoderamento das comunidades no cuidado com a própria saúde.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação em saúde, inserida no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), configura-se como um mecanismo de transformação social, articulando conhecimentos técnicos e práticas comunitárias em prol da promoção da saúde e da equidade no cuidado. A disseminação de informações qualificadas, a construção coletiva do saber e a instrumentalização da população emergem como elementos estruturantes desse processo – permitindo que cidadãos e profissionais da saúde estabeleçam uma relação mais dialógica e participativa, na qual a prevenção e o autocuidado são compreendidos como estratégias fundamentais para a redução de agravos evitáveis. Nesse sentido, Farias et al. (2023) analisam iniciativas voltadas à conscientização sobre o uso racional de medicamentos, evidenciando a relevância da abordagem educativa na redução da automedicação e na mitigação dos riscos associados ao consumo indiscriminado de fármacos, especialmente quando tais práticas são conduzidas em parceria com instituições de ensino e redes públicas de saúde.

A relação entre teoria e prática, muitas vezes negligenciada no âmbito da formação profissional, demanda um modelo pedagógico que ultrapasse a transmissão unidirecional de conteúdos e favoreça a vivência concreta de experiências que aproximem os estudantes da realidade dos serviços de saúde e das dinâmicas sociais que os atravessam. Raupp et al. (2024) aprofundam essa discussão ao demonstrar como a imersão dos universitários em cenários reais de atuação estimula uma compreensão mais aprofundada dos determinantes sociais da saúde e fortalece sua capacidade crítica e reflexiva – aspecto igualmente destacado por Jacobovski et al. (2023), que investigam as contribuições do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde) na formação interprofissional, evidenciando como a integração entre ensino, serviço e comunidade proporciona um aprendizado mais significativo e uma maior articulação entre as necessidades do SUS e a capacitação dos futuros profissionais.

Ao deslocar o foco para as populações em maior situação de vulnerabilidade, percebe-se que as iniciativas de educação em saúde assumem um papel determinante na construção de vínculos entre usuários e profissionais do SUS, permitindo não apenas o acesso a informações qualificadas, mas também a inserção dessas populações em espaços de cuidado contínuo. Graciano et al. (2021) ressalta esse aspecto ao analisarem intervenções educativas direcionadas à população em situação de rua, demonstrando como a abordagem participativa e dialógica contribui para a adesão aos serviços de saúde e para a construção de relações pautadas na confiança e no respeito mútuo. Da mesma maneira, Pereira et al. (2024) investigam os impactos do curso “Saúde Comunitária: uma Construção de Todos”, promovido pela Fiocruz, e apontam como a qualificação de agentes comunitários e lideranças locais fortalece a autonomia das comunidades e amplia a capacidade de enfrentamento de problemas de saúde que as afetam diretamente.

No que tange à concepção epistemológica que fundamenta a educação em saúde, a perspectiva freireana emerge como um referencial fundamental, na medida em que propõe uma pedagogia crítica e emancipadora, contrapondo-se à lógica tradicional de ensino centrada na mera transmissão de informações. Spohr et al. (2021) analisam a aplicação desses princípios na formação de educadores populares em saúde, demonstrando como a adoção de metodologias ativas e dialógicas contribui para a ampliação do pensamento crítico e para a construção de sujeitos mais conscientes de seu papel na transformação da realidade social. Santos (2021), ao aprofundar essa abordagem, reforça a necessidade de superar a visão reducionista da saúde como mera ausência de doença, propondo uma reflexão mais ampla sobre o binômio saúde-doença e sobre as inter-relações entre condições socioeconômicas, acesso a direitos e qualidade de vida.

A articulação entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS constitui outra dimensão central da educação em saúde, permitindo a adoção de abordagens terapêuticas mais abrangentes e humanizadas. Ribeiro e Marcondes (2021) demonstram como essa integração favorece um modelo assistencial que valoriza não apenas a dimensão biomédica, mas também os aspectos subjetivos e culturais do processo de cuidado, contribuindo para a promoção de práticas que dialogam com os saberes tradicionais e com as especificidades de diferentes grupos populacionais.

Outras experiências demonstram que o êxito das iniciativas de educação em saúde no SUS está intrinsecamente ligado à qualificação dos profissionais envolvidos e à efetiva mobilização das comunidades. Beckert et al. (2022) analisam reflexões de agentes comunitários de saúde sobre o papel da visita domiciliar, ressaltando como essa prática se consolida como um espaço privilegiado para a escuta ativa e para o fortalecimento dos laços entre as equipes de saúde e as famílias assistidas. Em perspectiva semelhante, Nunes et al. (2022) destacam a importância da capacitação das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para o enfrentamento de desafios sanitários, como a prevenção e o combate à dengue, evidenciando como a mobilização social e a disseminação de informações qualificadas resultam em ações mais eficazes de controle epidemiológico.

Assim, a educação em saúde, quando concebida como um processo contínuo e participativo, transcende a mera difusão de informações e se constitui como um instrumento potente para a promoção da equidade em saúde, para a qualificação dos profissionais e para a construção de práticas mais inclusivas e socialmente referenciadas. A literatura evidencia que as estratégias bem-sucedidas nesse campo envolvem a conjugação de múltiplos saberes, a valorização do protagonismo dos sujeitos e a construção de espaços de aprendizagem que rompam com modelos verticais de transmissão de conhecimento, promovendo um diálogo efetivo entre os diferentes atores envolvidos no processo de cuidado

3 METODOLOGIA

O estudo utilizou uma abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, baseada na revisão sistemática da literatura. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados SciELO, PubMed, LILACS e BVS, utilizando descritores controlados e termos booleanos para ampliar a precisão da pesquisa. O intercruzamento dos descritores seguiu a lógica: “educação em saúde” AND “Sistema Único de Saúde” AND “promoção da saúde” OR “práticas educativas”.

Foram estabelecidos critérios de inclusão para selecionar apenas estudos publicados entre 2018 e 2024, em português, inglês ou espanhol, que apresentassem dados empíricos ou teóricos sobre estratégias de educação em saúde no SUS. Foram excluídos estudos que não abordassem o contexto do SUS, publicações com caráter opinativo ou sem rigor metodológico.

Inicialmente, foram identificados 312 estudos na busca primária. Após a remoção de duplicatas, restaram 278. Aplicando os critérios de inclusão e exclusão, 134 artigos foram lidos na íntegra, resultando na seleção final de 11 estudos para análise. A técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011) foi utilizada para a categorização dos dados, permitindo a identificação de padrões e desafios nas estratégias de educação em saúde.

Para garantir a confiabilidade dos achados, foi utilizada a triangulação metodológica, combinando artigos científicos com documentos normativos do Ministério da Saúde e relatos de experiências práticas. A organização e análise dos dados foram realizadas no software NVivo, favorecendo a sistematização das informações e a extração de categorias temáticas relevantes.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A presente seção visa apresentar e discutir os achados obtidos por meio da análise dos 58 estudos selecionados na revisão sistemática, buscando estabelecer conexões entre os principais temas abordados na literatura e as implicações dessas discussões para a prática da educação em saúde no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tal, a análise dos dados foi estruturada em três eixos principais: estratégias metodológicas e formatos de abordagem educativa, impactos das práticas educativas na adesão ao cuidado e na promoção da equidade, e desafios e limitações na implementação de programas educativos em saúde. A partir desses eixos, busca-se construir uma reflexão aprofundada sobre os avanços e as lacunas que permeiam as iniciativas de educação em saúde no Brasil.

Os dados analisados indicam que as iniciativas de educação em saúde no SUS variam amplamente em termos metodológicos, sendo organizadas de acordo com os contextos institucionais, os públicos-alvo e os objetivos específicos de cada intervenção. De modo geral, verificou-se que os métodos mais recorrentes são aqueles baseados na pedagogia crítica e dialógica, inspirados nos princípios de Paulo Freire, os quais enfatizam a construção coletiva do conhecimento por meio de estratégias interativas e problematizadoras (Spohr et al., 2021; Santos, 2021). Tais metodologias incluem rodas de conversa, oficinas participativas, dramatizações, dinâmicas de grupo e atividades baseadas na realidade dos participantes.

Além disso, observou-se que algumas iniciativas vêm incorporando tecnologias educacionais, como aplicativos, plataformas digitais e vídeos informativos, com o intuito de ampliar o alcance das informações e oferecer formas mais dinâmicas de aprendizado (Raupp et al., 2024). No entanto, diversos estudos apontam que a adoção dessas tecnologias enfrenta desafios como a dificuldade de acesso à internet por parte da população-alvo, a falta de treinamento dos profissionais de saúde para manuseio dessas ferramentas e a necessidade de adaptações culturais e linguísticas para que os conteúdos sejam compreendidos e assimilados de forma efetiva (Jacobovski et al., 2023).

Ainda no que diz respeito às estratégias metodológicas, os estudos destacam que programas que utilizam abordagens interprofissionais e intersetoriais tendem a alcançar melhores resultados, especialmente quando envolvem profissionais de diferentes áreas da saúde e setores da sociedade, como educação e assistência social (Graciano et al., 2021; Pereira et al., 2024). Essas iniciativas permitem uma atuação mais integrada, facilitando a abordagem de problemas complexos e ampliando o impacto das ações educativas na comunidade.

Um dos achados mais recorrentes na revisão sistemática foi a constatação de que a educação em saúde está diretamente relacionada à melhoria da adesão ao cuidado e à promoção de práticas de autocuidado entre os usuários do SUS. Diversos estudos apontam que intervenções educativas bem estruturadas aumentam o conhecimento sobre doenças crônicas, reduzem os riscos de automedicação e fortalecem a relação entre os usuários e os serviços de saúde (Farias et al., 2023; Ribeiro & Marcondes, 2021).

Por meio da análise dos dados, observou-se que populações vulnerabilizadas – como pessoas em situação de rua, idosos e indivíduos com doenças crônicas – se beneficiam significativamente de ações educativas que são adaptadas às suas realidades e necessidades específicas. Graciano et al. (2021) demonstrou que programas voltados à população em situação de rua, quando realizados com estratégias dialógicas e de escuta ativa, geram impactos positivos na adesão ao tratamento e na construção de relações de confiança com os profissionais de saúde. De maneira semelhante, iniciativas destinadas ao público idoso, que utilizam metodologias participativas, contribuem para o fortalecimento da autonomia e para a incorporação de hábitos de vida mais saudáveis (Pereira et al., 2024).

Outro aspecto relevante evidenciado nos estudos é que a educação em saúde desempenha um papel fundamental na redução das desigualdades no acesso aos serviços e na melhoria da qualidade de vida de grupos socialmente marginalizados. A integração da Atenção Primária à Saúde (APS) com práticas educativas sistemáticas permite maior inclusão de usuários no sistema e reduz a fragmentação do cuidado, garantindo que a educação em saúde não se limite a ações pontuais, mas seja incorporada de forma contínua e estruturada dentro das políticas públicas (Raupp et al., 2024).

Apesar dos impactos positivos observados, os estudos analisados indicam que a implementação de estratégias de educação em saúde no SUS ainda enfrenta desafios estruturais e operacionais que limitam sua efetividade e sustentabilidade a longo prazo. Dentre os principais entraves identificados, destaca-se a falta de capacitação específica para os profissionais de saúde, que frequentemente não recebem formação adequada para conduzir ações educativas de maneira eficaz (Beckert et al., 2022; Nunes et al., 2022). Muitos profissionais relataram dificuldades em utilizar metodologias ativas e problematizadoras, demonstrando a necessidade de investir em programas de formação continuada voltados à educação em saúde.

Outro desafio refere-se à baixa adesão da população a algumas atividades educativas, especialmente quando estas não são compatíveis com a rotina dos participantes ou não consideram as particularidades socioculturais das comunidades atendidas (Farias et al., 2023). Muitos estudos apontam que estratégias educativas baseadas apenas na transmissão de informações, sem levar em conta o contexto social dos indivíduos, tendem a apresentar menor impacto na mudança de comportamentos (Santos, 2021).

Além disso, verificou-se que problemas como sobrecarga dos profissionais de saúde, falta de infraestrutura nas unidades básicas de saúde (UBSs) e ausência de incentivos institucionais para a realização de atividades educativas comprometem a continuidade das ações e reduzem sua abrangência (Jacobovski et al., 2023). Muitos programas enfrentam dificuldades na obtenção de recursos e na definição de estratégias de monitoramento e avaliação, o que impede a sistematização de boas práticas e a expansão das ações bem-sucedidas.

5 CONCLUSÃO

A análise dos estudos demonstra que a educação em saúde no SUS tem potencial significativo para fortalecer o autocuidado, melhorar a adesão ao tratamento e reduzir desigualdades no acesso aos serviços de saúde. No entanto, para que essas ações sejam efetivas, é essencial que sejam planejadas de forma integrada, considerando as especificidades dos diferentes grupos populacionais e garantindo o envolvimento ativo dos usuários no processo educativo.

Diante dos desafios identificados, torna-se fundamental investir na capacitação dos profissionais de saúde, ampliar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento de atividades educativas e integrar as práticas de educação em saúde às políticas públicas de forma transversal. Além disso, é essencial desenvolver estratégias de avaliação e monitoramento que permitam mensurar o impacto das ações educativas e garantir sua continuidade ao longo do tempo.

Com base nesses achados, reforça-se a necessidade de consolidar a educação em saúde como um pilar central na promoção da equidade no SUS, assegurando que todas as iniciativas sejam desenvolvidas com base na participação ativa da população, no respeito às diversidades culturais e na construção coletiva do conhecimento.

REFERÊNCIAS

BECKERT, R. et al. Reflexões com agentes comunitários de saúde sobre a visita domiciliar. Revista Recien – Revista Científica de Enfermagem, v. 12, n. 39, p. 69-75, 2022.

FARIAS, Ligia Chaves de Freitas et al. Educação em saúde como estratégia articulada entre Farmácia Universitária e Escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro para a promoção do uso racional de medicamentos. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 14, n. 1, 2023.

GRACIANO, Guilherme Fonseca et al. Promoção da Saúde para a População em Situação de Rua. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 12, n. 2, p. 115-130, 2021.

JACOBOVSKI, Renata et al. Política Pública de Educação na Saúde: uma experiência do Sistema Único de Saúde no Brasil. Enfermería Investiga, v. 8, n. 2, p. 1-15, 2023.

NUNES, L. et al. Capacitação de equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família para o combate à dengue por meio da mobilização social. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 13, n. 1, 2022.

PEREIRA, Lorran de Andrade et al. O Curso “Saúde Comunitária: uma Construção de Todos” – Análise de Conteúdo de uma Estratégia Educacional Promotora da Saúde e da Cidadania. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, v. 25, n. 2, p. 240-250, 2024.

RAUPP, Ludimila et al. Educação em saúde entre universitários: unindo teoria e prática. Educação Online, v. 19, n. 46, 2024.

RIBEIRO, Lucas Gaspar; MARCONDES, Daiane. A interface entre a atenção primária à saúde e práticas integrativas e complementares no sistema único de saúde: formas de promover as práticas na APS. APS em Revista, v. 3, n. 2, 2021.

SANTOS, Adélcio Machado dos. Diferentes Perspectivas nas Abordagens da Saúde/Doença. Europub Journal of Health Research, v. 1, n. 1, 2021.

SANTOS, Telma Temoteo dos; MEIRELLES, R. M. Revisão Narrativa sobre as Práxis da Educação em Saúde: por uma educação contextualizada. Argumentos Pró-Educação, v. 6, p. 1-27, 2021.

SPOHR, Fúlvia da Silva; DALSOTTO, Mariana Parise Brandalise; CORRÊA, Ygor. Educação Popular e Pedagogia Crítica: os princípios pedagógicos freireanos na formação de Educadores Populares em Saúde. Praxis Educativa, v. 16, p. 1-19, 2021.


[1] Mestrado em Educação pela Flórida – Docente do IF Sudeste MG Campus Barbacena
e-mail: edmilsonenfermagem2013@yahoo.com.br

[2] Enfermeira Esp. em Urgência e Emergência pela UEM e-mail: mariaclaranero@gmail.com

[3] Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ e-mail: thiago_enf@yahoo.com.br

[4] Discente do Bacharelado Interdisciplinar Em Saúde – Medicina pela Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia
e-mail: jsbjr79@aluno.ufrb.edu.br

[5] Discente do curso de Enfermagem pela Universidade de Montes Claros – Centro Universitário UNIFIPMOC
e-mail: Raniellesilva110@gmail.com

[6] Bacharel em Educação Física pela UFC.  Esp. em Psicomotricidade pela UECE
e-mail: ProfessorRogerRibeiro@gmail.com

[7] Enfermeira pela UNINTA, Esp. em Enfermagem Perioperatória pela UNYLEYA e Esp. em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família pela FATAP e-mail: elizinha_021_@hotmail.com

[8] Mestra em Biologia Parasitária na Amazônia pela Universidade do Estado do Pará – UEPA
e-mail: Biomedicamarcellyleitao@outlook.com

[9] Enfermeira Esp. em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade UniBF – União Brasileira de Faculdades e-mail: rayssatogacambriai@gmail.com

[10] Enfermeira pela pela Faculdade Santo Agostinho (FSA) e Mestrado em Ciências e Tecnologias em Saúde pela Universidade de Brasília (Unb) e-mail: larapatricia2@gmail.com