EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DA CÁRIE EM CRIANÇAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

HEALTH EDUCATION IN THE PREVENTION OF CARIES IN CHILDREN: EXPERIENCE REPORT

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10182555


Milena Fernandes da Silva¹
Pedro Yarli da Silva Santiago¹
Ketlin Lara Tosta Vanzo²


Resumo

A Odontologia possui um papel essencial na promoção e prevenção da saúde bucal, por meio da educação em saúde que proporciona mais conhecimento para a população, sobre a importância de manter hábitos saudáveis e higiene oral. O presente estudo objetiva relatar a experiência vivenciada, pelos acadêmicos de odontologia, durante a sua trajetória acadêmica, em ações de educação em saúde, voltadas à promoção de saúde e prevenção de agravos, como a cárie dentária em crianças. A metodologia utilizada foi o relato de experiência dos acadêmicos do curso de odontologia da Faculdade de Ciência Médicas AFYA Palmas, que tiveram experiências teóricas e práticas. O relato de experiência pautou-se na realização de atividades, atuações e procedimentos desenvolvidos pelos acadêmicos, como a escovação supervisionada, promoção da saúde e prevenção de doenças bucais. Utilizou-se também, uma breve revisão integrativa de literatura, para embasar teoricamente o estudo. As atividades foram focadas em ações lúdicas para crianças sobre higiene oral, orientações sobre saúde geral e bucal, escovações supervisionadas, evidenciação de placa bacteriana com fucsina básica, avaliação do Índice CPOD e palestras educativas. A educação em saúde é essencial para  ampliar o conhecimento dos indivíduos e adoção de hábitos de higiene bucal que irão favorecer o bem-estar, a qualidade de vida, além de prevenir doenças, como é o caso da cárie dentária. É importante abordar sobre a saúde bucal nas escolas, pois é na infância que se instala os bons e maus hábitos que refletirão no futuro, além das crianças serem agentes multiplicadores de saúde em seu lar e na sociedade. 

Palavras-chave: Higiene Oral. Promoção da Saúde. Saúde Bucal

Abstract

Dentistry plays an essential role in the promotion and prevention of oral health, and to this end it has health education at its disposal as a tool that provides people with more knowledge about the importance of maintaining healthy oral hygiene habits. Thus, this study aims to report the experience of dentistry students, during their academic career, in health education actions aimed at promoting health and preventing diseases, such as tooth decay in children. The methodology used was the experience report of students from the dentistry course at the Faculty of Medical Science AFYA Palmas, who had practical and theoretical experiences with moments in which they experienced Health Education. The experience report was based on carrying out activities, actions and procedures developed by academics supervised brushing, health promotion and prevention of oral diseases. A brief integrative literature review was also used to theoretically support the study. The activities were focused on playful actions for children on oral hygiene, guidance on general and oral health, supervised brushing, detection of bacterial plaque with basic fuchsin

Key words: Oral hygiene. Health Promotion. Oral Health.

1.INTRODUÇÃO

A saúde bucal é parte essencial e indissociável do bem-estar geral, e é conceituada como um conjunto de condições biológicas (objetivas) e psicológicas (subjetivas) que influencia no exercício das funções de fonação, mastigação e deglutição, além de estar relacionada diretamente à dimensão estética do indivíduo. Mesmo com a difusão de conhecimentos sobre a importância da saúde bucal, ainda é grande o número de pessoas que são afetadas por diversas patologias bucais, como é o caso da cárie dentária (MACEDO et al., 2017).

A cárie dentária é o resultado dos sinais e sintomas provenientes de uma dissolução química que ocorre na superfície dentária, causada por eventos metabólicos provenientes do biofilme (placa bacteriana) que recobre toda a área afetada. Esse problema pode atingir o esmalte, a dentina e o cemento, e as lesões podem se manifestar clinicamente de diversas formas (FEJERSKOV; NYVAD; KIDD, 2017).

Desta maneira, realizar ações de promoção e prevenção voltadas à saúde bucal no período da infância, induz as crianças a desenvolverem hábitos saudáveis. A educação em saúde, cotidianamente, mostra-se como um método importante que proporciona mais conhecimento ao indivíduo, no sentido de conscientizá-lo a respeito da importância da mudança de atitudes e do desenvolvimento de hábitos saudáveis. Neste cenário, a odontologia possui um papel essencial na prevenção e promoção da saúde bucal, com ações educativas direcionadas às crianças, aos pais e a toda a sociedade (GARBIN et al., 2016).

A educação em saúde oral, realizada com crianças, têm mostrado eficácia na redução do risco de cárie dentária, a qual pode evoluir rapidamente nessa faixa etária, o que acaba comprometendo a qualidade de vida das crianças e dos seus familiares. A escola tem sido o lugar indicado para a realização da educação em saúde oral, pois reúne crianças com e sem acessos aos serviços odontológicos (CARDOSO et al., 2019).

Souza et al., (2021) ressalta que a infância é um dos períodos mais importantes para cuidados e construção de hábitos com a saúde pessoal. Sendo assim, a escola desempenha um papel essencial na orientação e formação das crianças, e por este motivo, é um espaço propício para adoção de medidas de prevenção e educação. Aliada à odontologia, a educação se torna uma ferramenta de promoção da saúde bucal, especialmente no público infantil, por isso, pode e deve ser utilizada na prevenção da cárie dentária, o que facilita a aquisição do conhecimento, que possui como finalidade a maximização da qualidade de saúde e de vida da criança.

As ações desenvolvidas através da educação em saúde são essenciais como direito do indivíduo. Essas ações são realizadas por meio da transmissão do conhecimento com o objetivo de incentivar alterações dos hábitos. A educação em saúde valoriza a heterogeneidade, diversidade e intercomunicação dos grupos sociais; a iniciativa das crianças e o diálogo entre o saber científico e o saber popular, tendo como ponto de partida o saber inicial do público alvo. Possuem como foco a melhoria na condição bucal de toda uma população, com ações direcionadas para orientações e aconselhamentos de higiene bucal, alteração de padrões alimentares inadequadas e incentivo à busca pelo tratamento odontológico (SILVA; CARCERERI; AMANTE, 2017).

Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi relatar a experiência vivenciada, pelos acadêmicos do curso de odontologia, durante a trajetória acadêmica, em ações de educação em saúde, voltadas à promoção de saúde e prevenção de agravos.

2.METODOLOGIA 

Foi realizado um relato de experiência dos acadêmicos do curso de odontologia da Faculdade de Ciência Médicas AFYA/Palmas, que tiveram experiências e vivenciaram a Educação em Saúde. O relato de experiência pautou-se na realização de atividades, atuações e procedimentos desenvolvidos pelos acadêmicos, escovação supervisionada, promoção de saúde e prevenção de doenças bucais.

Marini et al., (2017) destacam que o relato de experiência é uma ferramenta da pesquisa descritiva, que expõe reflexões a respeito da ação e/ou conjunto de ações que abordam situações vivenciadas no âmbito profissional de interesse da comunidade científica. 

Utilizou-se também, uma breve revisão integrativa de literatura, para embasar teoricamente o estudo com publicações que relacionavam-se com o tema. As bases de dados utilizadas foram o Google Acadêmico, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) no período de 2016 a 2023. Foram selecionadas 15 publicações que serviram de embasamento para a construção da discussão deste estudo.

3.RELATO DE EXPERIÊNCIA 

Os acadêmicos do curso de odontologia vivenciaram as ações sociais de promoção e prevenção da saúde desde o primeiro período do curso. As atividades foram focadas em ações lúdicas para crianças sobre higiene oral, orientações sobre saúde geral e bucal, escovações supervisionadas, evidenciação de placa bacteriana com fucsina básica, avaliação do Índice CPOD e palestras educativas. As ações foram desenvolvidas em escolas públicas municipais, tendo como foco crianças de 6 a 12 anos de idade, matriculadas do 3º ao 5º ano do ensino fundamental.

As ações de escovação supervisionada foram realizadas em duplas de acadêmicos de odontologia, sendo que cada dupla ficava responsável em supervisionar duas crianças, assim, cada acadêmico era responsável por uma criança. A escovação supervisionada é considerada uma das principais ações de educação em saúde. Para o desenvolvimento desta ação, as crianças eram divididas em grupos, de acordo com a série que estavam matriculadas. Cada criança recebia um kit de higiene bucal, composto por uma escova e um creme dental. O acadêmico realizava a escovação na criança e orientava sobre a técnica correta, com o objetivo de promover a familiarização da criança com o processo de escovação (figura 1).

 As crianças também foram instruídas, sobre a quantidade ideal de dentifrício, pois o exagero do produto pode facilitar a deglutição do mesmo. Além do exagero de dentifrício não ser sinônimo de higienização dental, são os movimentos circulares da escova dentária que removem o biofilme, neste caso, o dentifrício torna-se auxiliar da técnica de escovação. Sendo assim, a quantidade de dentifrício fluoretado indicada para crianças, de até três anos de idade, é equivalente a um grão de arroz; e a indicação para crianças, de até seis anos de idade, é equivalente a um grão de ervilha 

 ¹A sigla CPO tem origem nas palavras “cariados”, “perdidos” e “obturados”, e o D indica que a unidade de medida é o dente

Fonte: Pesquisadores (2023)

Foi abordado, de forma lúdica, pelos acadêmicos de odontologia a maneira correta da criança realizar a escovação dentária. A técnica de fones, conhecida popularmente, como a técnica de “bolinhas” (SANTOS; BASSO et al 2022) é indicada para as crianças, devido a sua facilidade em ser compreendida e executada. A higienização deve ser realizada em todas as faces dos dentes (vestibular, lingual, palatina e oclusal) e na língua deve-se realizar movimento de varredura, de dentro para fora (figura 1). As crianças também foram instruídas, sobre a quantidade ideal de dentifrício, pois o exagero do produto pode facilitar a deglutição do mesmo. Além do exagero de dentifrício não ser sinônimo de higienização dental, são os movimentos circulares da escova dentária que removem o biofilme, neste caso, o dentifrício torna-se auxiliar da técnica de escovação. Sendo assim, a quantidade de dentifrício fluoretado indicada para crianças, de até três anos de idade, é equivalente a um grão de arroz; e a indicação para crianças, de até seis anos de idade, é equivalente a um grão de ervilha 

O evidenciador de placa bacteriana (fucsina básica) era aplicado nas superfícies dentárias das crianças, anteriormente à escovação, para que as crianças conseguissem enxergar as superfícies dentárias que estavam com higiene deficiente, tornando o momento mais interativo entre acadêmico – criança. Para aplicar-se o evidenciador, foi colocado uma medida do mesmo em um copo descartável pequeno e solicitou que a criança fizesse um bochecho com a solução. O corante permitiu que as crianças visualizassem as faces dentárias que tinham presença de placa bacteriana e, consequentemente, que precisavam melhorar a escovação. Neste momento, os acadêmicos notaram a empolgação das crianças com a ação lúdica de promoção de saúde. A aplicação do evidenciador de placa bacteriana estimulou nas crianças, o interesse em aprender a escovar de maneira correta. As crianças ficaram surpreendidas ao notarem a diferença que a escovação adequada fazia na remoção da placa bacteriana. Para os acadêmicos de odontologia, foi motivador promover saúde e perceber a satisfação dos envolvidos. 

Outra ação de prevenção de doenças, vivenciada pelos acadêmicos, foi a avaliação do Índice CPOD. Realizada com espelhos bucais e sondas odontológicas, para examinar a cavidade bucal e registrar as condições dos dentes. O Índice CPOD mostrou o estado de saúde bucal das crianças, que na maioria das vezes, mostrava-se precária. A realização dessa etapa permitiu identificar casos agudos e crônicos de cáries dentárias, além de outros problemas orais, como casos iniciais de gengivite. Observou-se, que devido a cárie dentária, o índice de perda de dentes decíduos foi consideravelmente alto. Além disso, notou-se, também, a deficiência da escovação dentária, relacionada à situação socioeconômica da família que a criança estava inserida, como também, a falta de cuidado e acesso aos serviços odontológicos.

As crianças foram encaminhadas à Clínica Odontológica da Faculdade de Ciência Médicas AFYA/Palmas para o tratamento adequado dos problemas constatados. 

Além das atividades mencionadas, as palestras educativas também faziam parte da promoção de saúde. Foram organizadas com o objetivo dos acadêmicos se apresentarem para as crianças e promoverem a interatividade crianças-acadêmicos com orientações e brincadeiras. As palestras tinham como tema “A importância da saúde bucal”. Em cada escola que se desenvolvia as ações, o público alvo eram crianças com idade entre 6 a 12 anos de idade, sendo que, em média, atingiu-se um público alvo de aproximadamente 25 crianças por ação. Durante as palestras, utilizou-se macromodelos dentários para demonstrar a maneira correta de utilizar-se o fio dental, higienizar os dentes e a língua (Figura 2). 

Para completar a ação social, os teatros educativos com fantoches foram realizados com a participação das crianças. Os acadêmicos apresentavam os “amigos do dente”, abordando sobre a higienização bucal, alimentação balanceada, problemas bucais, como a inflamação gengival, a cárie dentária e a perda do dente.

Figura 2: Macromodelo dentário utilizado nas palestras de educação em saúde nas escolas públicas do município de Palmas-TO.

Fonte: Pesquisadores (2023)

É importante destacar que as crianças foram beneficiadas pelas ações de educação em saúde, que fazem parte de uma metodologia inovadora de ensino e integra as disciplinas acadêmicas. Ademais, os acadêmicos em odontologia e as crianças, entusiasmaram-se com as atividades que deixaram marcas positivas para ambos. 

Atualmente, sob uma nova visão de promoção de saúde, as ações de educação em saúde desenvolvidas pelos acadêmicos de odontologia da Faculdade de Ciências Médicas – AFYA Palmas, mostram-se sob uma nova perspectiva, pois abrange não somente a saúde bucal, como também a saúde geral e a qualidade de vida. A finalidade das ações desenvolvidas durante a formação acadêmica, é contribuir para que as crianças se tornem adultos conscientes sobre a sua saúde bucal, uma vez que, a infância é considerada uma fase de construção de valores e hábitos (CARDOSO et al., 2019). Sendo assim, torna-se essencial incentivar a educação em saúde nesta faixa etária.

A educação em saúde realizada pelos acadêmicos de odontologia, tem como foco mudar o comportamento das crianças e de seus responsáveis, para evitar problemas bucais. Durante o desenvolvimento das ações, foram oferecidas condições para a manutenção da saúde bucal, como por exemplo a correta escovação, que favorece a prevenção de problemas bucais futuros, como a doença periodontal, cárie dentária, má oclusão, perda precoce de dentes, dentre outros. 

A experiência, permitiu que os acadêmicos percebessem, que as crianças conseguiram aprender rápido aquilo o que lhe foi ensinado, e demonstravam vontade em adquirir novos conhecimentos. Pode-se afirmar que o principal objetivo das ações de educação em saúde, desenvolvidas nas escolas, é auxiliar os pais e/ou responsáveis a educarem seus filhos, com foco no seu desenvolvimento e crescimento saudável, com bons hábitos de saúde bucal, conscientes de seu corpo e de suas funcionalidades, de maneira a viabilizar uma vida próspera.  

4.DISCUSSÃO

As ações de educação em saúde relatadas neste trabalho, permitiu que os acadêmicos de odontologia estabelecessem uma relação positiva e interativa com as crianças e os colaboradores da escola. A parceria da escola em receber os acadêmicos, contribuiu para a melhoria na qualidade de vida das crianças, além de, também, absorverem o conhecimento em saúde e multiplicarem em sala de aula, compartilharem com os pais e/ou responsáveis. 

As crianças são agentes promotores de saúde que consolidam os conhecimentos adquiridos ainda na infância e geram um reflexo positivo a longo prazo. Salles et al., (2021) destacam que, na promoção da saúde, a educação é um dos pontos essenciais, especialmente por buscar a capacitação e encorajamento do indivíduo em assumir responsabilidades próprias a respeito da sua saúde. Neste âmbito, educar é estimular o desenvolvimento de habilidades, criação de valores e formação de atitudes que levem a criança a agir na sua vida cotidiana em benefício à sua própria saúde bucal.

Para Monteiro; Castro (2021), fora do ambiente familiar, a escola é o primeiro local de aprendizagem e aquisição de hábitos por parte das crianças. É um espaço ideal para o desenvolvimento de ações que promovam a saúde, devido sua responsabilidade e abrangência na formação de valores e atitudes. São nos primeiros anos de vida que se consegue incorporar atitudes e hábitos saudáveis que serão levados por toda a vida que ressaltam a importância da educação em saúde nas escolas.

Neste relato de experiência, verificou-se que os acadêmicos de odontologia trabalharam a educação em saúde de maneira diversificada, que inclui escovação supervisionada, evidenciação de placa bacteriana, avaliação do Índice CPOD e palestras sobre saúde bucal, incluindo o teatro com fantoches.  Para Oliveira et al., (2017) as ações de educação em saúde bucal são fundamentadas na transmissão de conhecimentos e na comunicação unilateral (acadêmico/aluno), tendo como foco a prevenção e cura da doença. Para o alcance destes focos, deve-se utilizar como estratégias de educação, a escovação supervisionada, as palestras, o teatro de fantoches, o uso de macromodelos, que irão caracterizar ações que irão encorajar as crianças a refletir, dialogar e alcançar a autonomia do cuidado. Por ser uma ação prática essencialmente interdisciplinar e intersetorial, a educação em saúde exige uma construção inovadora e coletiva, quer seja nos métodos adotados ou nos recursos utilizados, movendo o foco da doença para a promoção da saúde e integralidade do cuidado. 

Em um relato de experiência realizado por Ponte et al., (2020), os autores descreveram a ação de educação em saúde bucal realizada em uma creche pública municipal localizada no interior do estado do Ceará. Segundo os autores, as ações de educação em saúde foram essenciais na contribuição de estímulos a hábitos mais saudáveis e de higiene bucal, corroborando com este relato de experiência, que as crianças mostraram-se cooperativas e empolgadas durante as atividades. Além disso, os colaboradores da escola envolveram-se na educação em saúde, aprovando a experiência e fortalecendo a parceria entre a Academia e a sociedade.

Em um outro estudo, Silva et al., (2020) relataram a experiência de um grupo de estudantes da saúde sobre a promoção de saúde na escola, especialmente sobre saúde bucal. Foram desenvolvidas diversas ações, como escovação supervisionada, orientações sobre a importância da boa higiene bucal e distribuição de kits de higiene oral (escova, creme dental e fio dental). No relato de experiência, os autores confirmaram que a promoção da saúde realizada dentro da escola, induz à criação de hábitos saudáveis, uma vez que amplia o conhecimento das crianças e melhora a qualidade de vida das mesmas, rompendo barreiras.

Para finalizar, é importante destacar que vivenciar as atividades de educação em saúde, durante a jornada acadêmica, está relacionado a ensinar, fazer e aprender de maneira contextualizada e compartilhada. Para Ferraressso et al., (2022), a educação em saúde bucal, implica no atendimento e na vivência das demandas existentes e deve induzir melhorias nas condições de vida das pessoas. É uma oportunidade que os acadêmicos têm de atuarem como agentes promotores da saúde bucal, consolidando os conhecimentos teóricos adquiridos na graduação, aplicando-os de maneira clara, acessível e coerente. Neste sentido, Selau et al., (2020) confirmam que a educação em saúde contribui para a qualificação acadêmica, por meio do desenvolvimento de habilidades e competências. No processo de formação acadêmica, auxilia na compreensão do cuidado humanizado, formações de profissionais críticos e capazes de refletir, recriar e transformar o trabalho a partir de uma realidade vivenciada. Para Barbosa et al., (2019), as ações de educação em saúde promovida e incentivada durante a trajetória acadêmica, contribuem para a formação de um indivíduo envolvido com o cuidado e desenvolvimento significativo da criança. 

5.CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação em saúde nas escolas é essencial para investigar a situação de saúde das crianças, multiplicar o conhecimento sobre saúde geral e bucal, além de permitir que o indivíduo aprenda sobre a construção de bons hábitos.

A vivência dos acadêmicos de odontologia, em experiências de promoção de saúde, permite a formação de profissionais humanizados, críticos, reflexivos e interessados em contribuir com a qualidade de vida da sociedade.

Todos os envolvidos na educação em saúde são beneficiados a longo prazo, pela experiência positiva, pelos conhecimentos adquiridos e multiplicados.  

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