DOR LOMBAR E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE REABILITAÇÃO

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12594742


Renata Rodrigues Pio¹
Maria Luzielly Rocha dos Santos²
Haértori da Silva Leal³


RESUMO 

Introdução: A dor lombar é uma condição muito comum nas populações e requer atenção e reabilitação especializadas. Tal evento leva a danos biopsicossociais, por se tratar de uma alteração que gera incapacidade no indivíduo. Essas modificações geram experiências negativas nas atividades dos pacientes e podem ocasionar a redução da qualidade de vida dos mesmos. Objetivo: Investigar a dor lombar e percepção da qualidade de vida em pacientes de uma clínica de reabilitação. Métodos: Trata-se de um estudo de campo, descritivo e observacional, de natureza quantitativa, desenvolvido entre os meses de fevereiro a junho de 2024. A coleta de dados foi desenvolvida em uma clínica de poli atendimento em uma cidade do interior do Piaui. Participaram do estudo 10 indivíduos que apresentavam dor lombar que aceitaram e consentiram o envolvimento na pesquisa. Após o consentimento, os participantes responderam o questionário de dados sociodemográficos com a Escala Visual Analógica (EVA), o questionário de classificação de alteração de prognóstico no tratamento de dor lombar – Start Back Screening Tool e o questionário de incapacidade específica para dor lombar (Roland Morris – BR). Resultados: Dos 10 participantes da pesquisa, 7 eram mulheres e 3 eram homens, as idades variaram de 46 a 76 anos, a maioria casada (70%, n=7), apresentavam uma baixa escolaridade (60%, n=6) e a ocupação predominante foi a aposentadoria (40%, n=4). A dor em 70% (n=7) dos casos foi considerada crônica e 100% (n=10) dos participantes já realizaram alguma intervenção fisioterapêutica. Segundo a Escala Visual Analógica, 70% (n=7) dos participantes da pesquisa classificaram a dor de alta intensidade. A limitação nas atividades de vida diária foi presente em 100% (n=10) dos participantes e 90% (n=9) evitam trabalhos pesados. Cerca de 70% (n=7) dos pacientes apresentaram sintomas psicológicos negativos. Conclusão: Os participantes do estudo relataram altos níveis de dor, limitações nas atividades diárias, inatividade, dependência, dificuldade em deambular, alterações no sono e no humor, causando efeitos prejudiciais à qualidade de vida.

Palavras-chave: dor lombar, qualidade de vida, fisioterapia.

1. INTRODUÇÃO

A dor lombar é uma condição muito comum nas populações e requer atenção e reabilitação especializadas. Tal evento leva a danos biopsicossociais, por se tratar de uma alteração que gera incapacidade no indivíduo. Esses danos podem ser teciduais, levando a uma dor nociceptiva, bem como podem ser caracterizados como dor nociplástica, decorrente de mudanças na nocicepção que não implicam fatores patológicos ou estruturais envolvidos. Essas modificações geram experiências negativas nas atividades dos pacientes e podem ocasionar a redução da qualidade de vida dos mesmos (Ammer; Ebenbichler; Bochdansky, 2022).

Em 2019, foi estimado que cerca de 85% da população mundial poderá sofrer, em algum momento da vida, pelo menos um episódio de dor lombar. Essa sensação é mais relatada por pessoas idosas, porém, o número de adultos e adolescentes que referem esse desconforto tem sido cada vez mais ascendente. A lombalgia pode se apresentar agudamente e permanecer por até 6 semanas, como também, a dor constante por 12 semanas ou mais já é considerada crônica. A probabilidade de uma pessoa que sentiu dor lombar uma vez ter essa experiência novamente é consideravelmente grande (de Souza et al., 2019).

O desconforto físico gerado pela lombalgia acarreta uma limitação funcional no indivíduo, fazendo com que haja o afastamento de suas funções por impossibilidade de realizá-las. A limitação da funcionalidade relaciona-se com a capacidade de se manter útil, diminuindo-a. Desse modo, o paciente tende a sentir-se excluído e disfuncional. Tais sensações, como a de não pertencimento, podem ocasionar distúrbios de ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida do indivíduo, além da influência da dor na percepção psicológica (Amesiya; Nyati; Waiswa, 2023).

Diante disso, o tratamento da dor lombar deve ser específico e direcionado para haver uma melhor e mais rápida resolução do sintoma e das causas que influenciaram o surgimento do mesmo. Essa resolução requer uma atuação multiprofissional, devido aos diversos distúrbios anatômicos, biológicos, funcionais, psicológicos e sociais, gerados com a lombalgia. Nesse contexto, a fisioterapia atua de precisamente, buscando o retorno funcional do paciente, bem como auxiliando em questões sobre crenças de limitação de movimento e confiança do mesmo (Padilha et al., 2024; Desconsi et al., 2019).

Acredita-se que a qualidade de vida está alterada em pacientes com dor lombar, afetando suas atividades diárias (trabalho, caminhar, atividades domésticas e cuidados pessoais). Portanto, essa alteração fisiológica diminui a capacidade funcional do paciente, o que pode levar a danos biopsicossociais, prejudicando desde a capacidade de movimentação até a autoestima. Dentre os tratamentos fisioterapêuticos, acredita-se que os mais utilizados na diminuição da dor lombar são a cinesioterapia, terapia manual, eletroterapia e a ginástica terapêutica. Esses tratamentos possuem diversos benefícios, como a analgesia, aumento da flexibilidade, consciência corporal, ativação dos músculos, entre outros. Por esses motivos, são amplamente utilizados nas clínicas de reabilitação. O objetivo do presente estudo foi investigar a dor lombar e percepção da qualidade de vida em pacientes de uma clínica de reabilitação.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Dor lombar 

A dor lombar é uma sensação que tem início na região das últimas vértebras lombares, entre a porção mais baixa do dorso e a prega glútea, que pode ou não irradiar para os membros inferiores. Por ser uma região do corpo com muita mobilidade, a lombar é propensa a desenvolver distúrbios que dificultam a execução dos movimentos, prejudicando as funções fisiológicas e causando dores. O excesso de mobilidade tem associação com outras estruturas corporais, como a coluna torácica e sacral, podendo provocar repercussões nesses segmentos (Mendes, 2023). 

Atualmente há um predomínio da dor lombar na população mundial, essa dor pode ser destacada em dois tipos, a específica e a inespecífica. A inespecífica acontece devido a queixas sem alterações patológicas, como desvios, modificações anatômicas, compressões e desgastes, que podem ser observados em exames radiológicos e exame físico. Já a específica é uma condição em que as alterações citadas são manifestas como degenerações, inflamações, infecções, desgastes e deformidades no segmento vertebral lombar, essas podem ser diagnosticadas e contornadas na maioria dos casos (Pinheiro; Magalhães, 2022).

A dor lombar (DL) também pode ser subdivida em aguda, subaguda e crônica. Onde a dor aguda é classificada como uma das dez principais condições médicas, iniciando bruscamente, com duração de até seis semanas. Essa condição é uma das causas de internação subsequente, que afeta 80% dos adultos ao longo da vida. Já a dor subaguda tem duração de até doze semanas e a crônica persiste por mais tempo, como meses e anos no decorrer da vida (Moraes; Barbosa, 2022).

Ao mencionar a dor lombar crônica, pode se haver a apresentação de variações da neuroplasticidade cerebral, que denomina-se alterações na capacidade de adaptação do sistema nervoso central por sua sensibilização e dor nociplástica, remetendo a uma perturbação no processamento, aumento da percepção e amplificação da dor. A atividade excessiva dos neurônios centrais, a atuação na nocicepção e na sensibilização central contribuem para o permanecimento da dor lombar (Yamada et al., 2022). 

2.2 Causas da dor lombar 

A causa específica da dor lombar ainda é considerada incerta. Portanto, ela é denominada como multifatorial, e pode ser ocasionada por acidentes automobilísticos, trauma na região, fraturas, radiculopatias, desgastes ósseos, alterações estruturais da coluna vertebral, alterações biomecânicas, câncer, tumores, uso de cigarro, posturas erradas, mau alinhamento ósseo, idade, sexo, peso, hereditariedade, sedentarismo, encurtamento ou fraqueza muscular, entre outras situações (Da Silva et al., 2023). 

No que diz respeito à biomecânica, a relação entre o quadril e a coluna é de importante análise, pois mudanças na mobilidade do quadril causam dor e dificuldade de movimento na região lombar. Doenças ou alterações estruturais que limitam a extensão do quadril também podem causar dor lombo pélvica, como resultado da rotação pélvica, anteversão, retroversão, hiperlordose ou hipolordose e aumento da carga nas facetas. Um dos músculos que mais causam modificações na coluna lombar é o iliopsoas, que quando está encurtado pode sobrecarregar a região da coluna lombar, levando a um aumento da curvatura e anteversão pélvica (Assunção, 2022). 

Os fatores de risco do ambiente de trabalho também contribuem para o desenvolvimento da dor lombar crônica e estão se tornando cada vez mais comuns. Os mais importantes incluem posturas inadequadas, falta de organização no ambiente inserido, sobrecargas, equipamentos inadequados, tensões, repetição exagerada de um mesmo movimento e produtividade excessiva. Profissionais que têm uma carga horária alta com uma rotina de grande intensidade ficam mais propensos ao acometimento na coluna lombar (Silva et al., 2021).

Os sintomas da lombalgia em qualquer indivíduo podem não estar necessariamente relacionados às alterações ou a uma lesão real, ou potencial. A nocicepção e sua relação com a dor podem ser alteradas além dos fatores que causam a condição dolorosa. Nesse contexto, ainda há elementos que podem influenciar, como aspectos genéticos, socioculturais, psicológicos e memórias anteriores (Moreira; Lucena, 2021).

2.3 Associação entre a dor lombar e a qualidade de vida

A definição de qualidade de vida refere-se ao entendimento de um ser humano sobre sua posição na vida em relação aos seus propósitos, expectativas, padrões e aflições, interligado à sua cultura e conjunto de valores em que vivem. A qualidade de vida das pessoas com dor lombar é significativamente prejudicada. Seu início abrupto tem um risco aumentado de problemas, como redução do desempenho físico, ansiedade, depressão, ideais generalizadas sobre a definição da dor, alteração no rendimento do trabalho, irritação e insônia (Costa, 2020). 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define incapacidade na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) como um termo que descreve deficiências estruturais ou funcionais, restrições em atividades e limitações na participação do indivíduo no ambiente (Silva, 2021). A ideia da qualidade de vida relacionada à saúde é complexa, e inclui aspectos como bem-estar físico, social, mental e capacidade funcional. Pessoas com dor lombar manifestam alterações nesses quesitos, como a sensação de infuncionalidade, acarretando na diminuição da autoestima, maior grau de estresse diário, fadiga e irritabilidade. Tal condição também afeta o ambiente em que está inserido, ocasionando efeitos negativos no trabalho, em casa e na realização das atividades diárias (Iguti et al., 2021). 

O sono é uma das principais vítimas na redução da qualidade de vida. Estudos mostram que problemas na qualidade do sono ou a diminuição do seu horário causam fadiga durante o período em que o indivíduo se dispõe para realizar suas atividades diárias, falha na produção de energia, cansaço excessivo, alterando habilidades físicas e mentais. No contexto de capacidade física, há a relação com a função de estabilização da coluna lombar, diretamente relacionada à lombalgia (Donzeli et al., 2020).

2.4 Fisioterapia na dor lombar 

Uma condição de saúde complexa conhecida como dor lombar crônica (DLC) afeta uma vasta quantidade de indivíduos ao redor do planeta. Por tanto, é necessário o papel importante desempenhado por fisioterapeutas no desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes para abordar essa questão. Durante uma abordagem multidisciplinar, que engloba terapia manual, educação, pilates, treinamento de resistência, estabilização, controle motor e exercícios aeróbicos, é desempenhada uma atribuição importante na melhoria da função do paciente (Souza et al., 2023). 

A prática de exercícios terapêuticos no alívio da dor lombar crônica é vista como um tratamento eficaz, sendo frequentemente utilizado na fisioterapia em diversas formas de aplicação. Essas formas incluem treinos de flexibilidade, aeróbico, fortalecimento e conservação segmentar da coluna. Alguns músculos são essenciais no tratamento e precisam ser avaliados, como o transverso abdominal, multífidos e oblíquos internos, visando uma melhora da dor a curto, médio e longo prazo, melhoria da capacidade funcional e qualidade de vida. Outra forma de tratamento seria relaxar tecidos moles que estão encurtados, como o propósito do alongamento, uma conduta empregada e eficaz no tratamento das mais variadas disfunções do sistema musculoesquelético (Tavares et al., 2020). 

Há também outros tipos de recursos utilizados, como os recursos térmicos e elétricos. Nas correntes elétricas, o TENS (Neuroestimulação Elétrica Transcutânea) de baixa e alta frequência, tem o objetivo de diminuir os níveis de dor, causando o aumento do limiar de dor durante a aplicação do TENS, ocasionado devido à interferência da corrente elétrica gerada pelo aparelho na transmissão das sensações dolorosas, resultando na analgesia. Já nos recursos térmicos, podem ser citados a crioterapia e os recursos que aumentam o calor na região, tornando maior o fluxo sanguíneo local e influenciando na mobilidade tecidual (Malheiros et al., 2020).

3. METODOLOGIA

3.1 O tipo de pesquisa e abordagem

O estudo foi classificado como pesquisa de campo, descritiva e observacional, de natureza quantitativa.

A pesquisa de campo é denominada por analisar e coletar dados pessoalmente com indivíduos e equipes, sendo necessário o auxílio de livros, artigos, documentos e revistas para prover os objetivos da pesquisa. A interpretação dos resultados, precisamente, permite que os detalhes sejam indicadores de contextualizações no estudo (De Lunetta et al., 2023). 

No estudo descritivo, a intenção da pesquisa é descrever a disposição das variáveis selecionadas pelos autores, de forma que as hipóteses causais não influenciam. O estudo descritivo ainda pode ser dividido em tipos, conforme os dados, que podem ser coletados sobre indivíduos ou agregados em grupos. No presente estudo, foi optado por utilizar dados agregados em grupos (Aggarwal; Ranganathan, 2019).

A pesquisa observacional é amplamente utilizada e valiosa, realizando a conferência sistematizada de fenômenos, comportamentos ou alterações naturais, permite estudar diversos temas e âmbitos em várias situações diferentes no mundo. Nos estudos em saúde, esse tipo de pesquisa é bastante utilizado. Apesar dos desafios que podem levar a uma perturbação do resultado do estudo, a análise observacional tem a oferecer mais benefícios do que empecilhos para o pesquisador e para o público alvo (Turner; Houle, 2019).

Na pesquisa quantitativa, o objetivo é a quantificação de determinados dados de curiosidade acadêmica, dimensionando, averiguando e avaliando a intensidade ou a aplicabilidade de determinada variável, método ou recurso. Nesse tipo de estudo, há um distanciamento entre o pesquisador e o objeto de investigação, para os resultados serem mensuráveis (Rodrigues; De Oliveira; Dos Santos, 2021). 

3.2 Campo de pesquisa escolhido

O estudo teve como campo de pesquisa uma clínica de reabilitação em uma cidade no interior do Piauí. Essa, localizada na região do centro-sul do Piaui, com aproximadamente 83.090 habitantes, tem clima quente e subúmido (IBGE, 2022). Uma clínica de reabilitação é um local que recebe pessoas com variadas disfunções, oferecendo serviço especializado para tratar e restabelecer as condições normais do indivíduo.

No campo de pesquisa escolhido, há um número considerável de pacientes com dor lombar, o que possibilitou a aplicação da metodologia do presente estudo. Desse modo, a pesquisa visa contribuir para o avanço do conhecimento na área, gerando benefícios acadêmicos, científicos e populacionais com a análise e divulgação dos resultados. 

3.3 População e amostra a ser analisada

A população analisada foram 10 pacientes com dor lombar em uma clínica de reabilitação em uma cidade no interior do Piauí. Foram incluídos na pesquisa os pacientes que aceitaram participar, sem distinção de sexo e características demográficas, assim como têm idade acima de 18 anos. Para aquisição do número de participantes, os pesquisadores requisitaram à direção da clínica, por meio de uma carta de intenção (ANEXO E), a solicitação do acesso aos prontuários com intenção acadêmica, respeitando as confidencialidades e privacidade das informações. Os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A) autorizando e confirmando sua colaboração com a pesquisa. Foram descartados: menores de idade, gestantes, pacientes que não apresentaram dor lombar, pacientes que não realizaram atendimento fisioterapêutico e pessoas que recusaram a participação no estudo.

3.4 Instrumentos e técnicas de coleta de dados

           No primeiro momento, foi requerido à direção da clínica de reabilitação a liberação para pesquisa juntamente com todos os estágios da pesquisa. O recolhimento dos dados dos participantes aconteceu no mês de maio e junho do ano de 2024, durante o dia e horário previamente previstos. O projeto foi apresentado aos participantes que possivelmente tiveram interesse e aceitem participar da pesquisa. Durante essa sessão, os participantes foram convidados a aprovar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A) em duas vias, uma do pesquisador e outra do participante. A pesquisa foi realizada através da entrega dos questionários, os pesquisadores receberam os mesmos com dia e hora marcada para análise dos dados. 

3.4.1 Questionário Qualidade de vida (ANEXO B) 

  • Questionário de incapacidade específica para dor lombar: Roland Morris–BR

Nesse questionário foram observadas questões relacionadas a atividades diárias, dor e função. Ao sentir desconfortos na coluna lombar, os indivíduos tendem a ter dificuldades na realização de atividades, esse questionário foi direcionado para dor lombar. 

3.4.2 Questionário de dados sociodemográficos (APÊNDICE C)

  • Dados de Identificação 

Esses dados foram utilizados para identificação pessoal de cada indivíduo, do perfil socioeconômico, matrimonial, ocupação, escolaridade, sexo, cor, intensidade da dor (escala visual analógica EVA), dentre outros quesitos, que foram interpretados e auxiliaram em tomadas de decisões. 

3.4.3 Questionário de classificação de alteração de prognóstico no tratamento de dor lombar (ANEXO D) 

  • Start Back Screening Tool 

O objetivo do questionário Start Back Screening Tool (SBST) foi distinguir subgrupos dentre pacientes com dor lombar em relação ao prognóstico no tratamento, considerando fatores físicos e psicossociais, categorizando-os em riscos de mau prognóstico. Com base nos resultados, conseguimos analisar a evolução de cada paciente, bem como identificar a necessidade de ajuda de outros profissionais. 

3.5 Análise de dados 

Os dados coletados foram analisados pelo programa Microsoft Excel (versão 16.0.14026.20246), estatísticas descritivas e analíticas. As variáveis qualitativas foram descritas por sua frequência relativa (%) e absoluta (n) e as variáveis numéricas pela média ± desvio padrão.

3.6 Aspectos éticos 

O estudo foi direcionado à Plataforma Brasil (Base nacional e unificada de registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema CEP/Conep), onde foi apreciado pelo comitê de ética e pesquisa (CEP). Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (APÊNDICE A) em duas vias, que inclui informações detalhadas sobre o trabalho, direito de participação, liberdade de desistir do mesmo a qualquer momento, seguros do anonimato, benefícios, riscos e o detalhamento que a pesquisa não causou complicações ou prejuízos para os participantes. Este estudo foi apresentado e aprovado na Plataforma Brasil, onde foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Piauí – (parecer nº 6.970.973 ). Dessa forma, a coleta de dados começou após a aprovação.

Os benefícios da pesquisa aos participantes foram o conhecimento acerca da doença, compreensão dos sintomas, causalidades do problema, métodos preventivos e tratamentos direcionados à condição, distribuição de materiais com fins educativos, com maneiras de prevenção de disfunções musculoesqueléticas a fim de melhorar a qualidade de vida. Ao final da pesquisa, ocorreu a apresentação dos resultados na instituição. Já os pesquisadores foram beneficiados pelo desenvolvimento acadêmico, habilidades em discorrer informações de forma crítica, comunicação entre sociedade e pesquisadores, ampliação de conhecimentos e aprendizagens. O campo de pesquisa se beneficiou com novos achados sobre a temática e conscientização da população sobre patologia e sintomas. 

Os riscos da pesquisa foram atribuídos ao vazamento de dados, desconforto aos participantes ao responderem questionários, irritabilidade, nervosismo e o risco de contaminação pela Covid-19. Para evitar a ameaça da Covid-19, foram tomadas as devidas precauções (uso de máscaras e álcool em gel, distanciamento social). Os riscos de constrangimento devido a algumas situações em que foi perguntado a respeito da qualidade de vida, foram atenuados por se tratar de uma pesquisa de forma individual e privativa, por ser em uma página que só o participante teve acesso. Foram resguardadas todas as informações pessoais dos participantes sigilosamente a respeito do que foi coletado.

A resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que estabelece no Brasil os aspectos éticos das atividades de pesquisa em seres humanos, serviu como base para este estudo (Ribeiro et al., 2022).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após o convite para participar da pesquisa e a aceitação dos 10 pacientes voluntários, sendo eles 7 mulheres e 3 homens, as idades dos participantes variaram de 46 a 76 anos, a maioria casada (70%, n=7), apresentavam uma baixa escolaridade (60%, n=6) e a ocupação predominante foi a aposentadoria (40%, n=4). Com a aplicação dos questionários, foi observado que 70% (n=7) dos pacientes apresentavam apenas dor na região lombar, sem associação com outras partes do corpo. A dor em 70% (n=7) dos casos foi considerada crônica, por estar presente há mais de 3 meses na vida do indivíduo (de Oliveira et al., 2022). Todos os pacientes que aceitaram participar da pesquisa já realizaram algum tipo de intervenção fisioterapêutica para a dor na coluna lombar. Segundo a Escala Visual Analógica, 70% (n=7) dos participantes da pesquisa classificaram a lombalgia referida como uma dor de alta intensidade.

Quadro 1 – Questionário de dados sociodemográficos.

VariáveisN%
Idade
Entre 45 – 55 anos220
Entre 56 – 65 anos550
Entre 66 – 75 anos220
Entre 76 – 85 anos110
Sexo
Feminino770
Masculino330
Estado civil
Casado (a)770
Solteiro (a)110
Viúvo (a)220
Divorciado (a)00
Ocupação
Agricultor (a)110
Aposentado (a)440
Auxiliar administrativo110
Costureira110
Dona de casa330
Escolaridade
Não estudou110
Ensino fundamental incompleto550
Ensino fundamental completo00
Ensino médio incompleto110
Ensino médio completo220
Ensino técnico110
Já realizou atendimento fisioterapêutico alguma vez?
Sim10100
Não00
Local da dor
Coluna lombar770
Coluna lombar e cervical110
Coluna lombar e pernas220
Início da dor
Há 10 anos ou mais330
Entre 5 – 10 anos atrás330
Entre 1 – 5 anos atrás110
Há menos de 1 ano 110
Não soube informar220

Fonte: Dados dos pesquisadores, 2024.

Conforme o Quadro 1, o número de indivíduos com dor lombar do sexo feminino é muito maior do que o número de indivíduos do sexo masculino. Dentre os estudos referentes a essa condição, a população feminina é a mais atingida por esse sintoma. Essa associação se deve a fatores fisiológicos, idade avançada, gestação, peso corporal, ansiedade, características comportamentais, laborais e inatividade física. Esses fatores influenciam na biomecânica corporal, podendo ocasionar dor lombar específica quanto inespecífica (Sant’Anna et al., 2021).

Em relação à idade, os participantes são adultos e idosos, em sua maioria idosos que apresentavam dor lombar crônica. A prevalência de lombalgia em idosos é constantemente associada à senescência corporal, o indivíduo idoso tende a ter a diminuição da massa muscular, essa atrofia atinge os músculos espinhais, causando compressão das estruturas e alterações posturais. Também são observadas causas como a osteopenia, o aumento da gordura corporal e o aumento de interleucinas pró-inflamatórias no organismo, facilitando o surgimento de sintomas na região lombar (Sakai et al., 2022).

Em um estudo conduzido por Huang, Guo e Martins (2023) nos Estados Unidos, foi observado que indivíduos com dor lombar que tinham menor renda, pior situação ocupacional e baixo nível educacional portavam a lombalgia em sua forma mais grave. Dessa forma, pode-se associar fatores ocupacionais e de escolaridade à presença e à gravidade da dor lombar. Como mostrado no Quadro 1, a maioria dos participantes da presente pesquisa apresenta baixo nível educacional, são donas de casa, agricultores ou aposentados, revelando uma relação entre o nível social e a ocorrência dessa dor.

A dor lombar pode ser local ou irradiar-se para outras partes do corpo. Quando a dor lombar irradia para uma ou ambas as pernas, ela é chamada de dor radicular lombossacral. Conforme o Quadro 1, 20%  (n=2) dos pacientes relataram que sentem dor constantemente tanto na região lombar quanto em um ou ambos os membros inferiores. Esse tipo de situação pode causar ainda mais incapacidades e redução na qualidade de vida dos pacientes (Oliveira et al., 2020).

Gráfico 1 – Escala Visual Analógica (EVA)

Fonte: Dados dos pesquisadores, 2024.

A Escala Visual Analógica foi utilizada para os pacientes descreverem a intensidade da dor no instante em que foram entrevistados. A partir da análise dos resultados presentes no Gráfico 1, foi possível observar que uma grande parcela dos pacientes apresentava alto nível de dor, com a numeração escolhida superior a 5 (70%, n=7). No âmbito da dor lombar, a intensidade alta da dor é considerada comum. Os pacientes tendem a sentir fortes dores que podem levar à incapacidade funcional dos mesmos, influenciar em mudanças de comportamento e questões psicossociais (Donatti et al., 2019).

Quadro 2 – Questionário de classificação de alteração de prognóstico no tratamento de dor lombar – Start Back Screening Tool.

Start Back Screening ToolConcordo (N)Concordo(%)Discordo (N)Discordo (%)
A minha dor nas costas se espalhou pelas pernas nas duas últimas semanas.990110
Eu tive dor no ombro e/ou na nuca pelo menos uma vez nas últimas duas semanas.880220
Eu evito andar longas distâncias por causa da minha dor nas costas.770330
Nas duas últimas semanas, tenho me vestido mais devagar por causa da minha dor nas costas.880220
A atividade física não é realmente segura para uma pessoa com um problema como o meu.550550
Tenho ficado preocupado por muito tempo por causa da minha dor nas costas.770330
Eu sinto que minha dor nas costas é terrível e que nunca vai melhorar.440660
Em geral, eu não tenho gostado de todas as coisas como eu costumava gostar.220880
Em geral, quanto a sua dor nas costas o incomodou nas duas últimas semanas.Nada (N): 0Nada (%): 0
Pouco (N): 3Pouco (%): 30
Moderado (N): 3Moderado (%): 30
Muito (N): 4Muito (%): 40
Extremamente (N): 0 Extremamente (%): 0

Fonte: Dados dos pesquisadores, 2024.

Segundo o Quadro 2, a presença de irradiação da dor lombar para os membros inferiores nos participantes da pesquisa foi de 90% (n=9) da amostra. Tal dado não contradiz os demais estudos presentes na literatura, que classificam esta apresentação como uma das mais comuns em pacientes com dor lombar. Conforme um estudo realizado por Peene et al. (2024), a prevalência de dor lombar com associação à dor nas pernas por ano na população global é de até 25% dos casos. Este sintoma é causado geralmente pela irritação e/ou compressão da raiz nervosa dos dermátomos lombares, ou sacrais.

Além disso, a dor lombar também pode estar associada a sintomas dolorosos nas regiões da coluna cervical e ombros. Em 80% (n=8) dos casos relatados no Quadro 2, indivíduos que se queixam de lombalgia já sentiram ou sentem constantemente desconforto no pescoço e ombro nas últimas duas semanas. Esta dor musculoesquelética na região superior do corpo pode estar relacionada às condições de vida dos pacientes, à ocupação laboral, ao índice de massa muscular e gordura corporal, ao estresse e ao estilo de vida. No estudo conduzido por Sahin e Şentürk (2023) em uma amostra de 210 idosos havia uma maior prevalência e intensidade de dores nas costas, pescoço e ombros em indivíduos sarcopênicos do que em indivíduos sem sarcopenia, constatando a influência da diminuição da massa muscular no surgimento de dores nessas regiões.

Em relação à limitação das atividades, 70% (n=7) dos pacientes concordam que tendem a evitar andar longas distâncias devido à dor lombar. Tal condição também é citada na literatura atual como negativa, a dificuldade de movimentação relatada pelos pacientes acarreta impacto nas atividades de vida diária e no contexto social. Desse modo, o indivíduo encaminha-se para uma vida cada vez mais sedentária ocasionada pela limitação já desenvolvida e pela cinesiofobia produzida pela dor (Smalley; Edwards, 2023; das Neves; Barbosa, 2023).

Consoante o Quadro 2, 80% (n=8) dos participantes relataram que têm dificuldades na hora de se vestir, e realizam essa atividade com mais cautela por conta da dor nas costas. Da mesma forma, o artigo conduzido por Ribeiro et al. (2019) relata que a flexibilidade em indivíduos com dores musculoesqueléticas crônicas tende a ficar diminuída, levando o paciente a ficar mais tempo em postura estática e retraída, evitando o alongamento das estruturas que pode ocasionar ou exacerbar a sensação dolorosa. 

O medo do movimento é uma das principais crenças da população com lombalgia. No presente estudo, 50% (n=5) dos pacientes afirmaram que a atividade física não é segura para uma pessoa com dor lombar, enquanto os outros 50% (n=5) discordaram desse pensamento. Em um ensaio clínico produzido por De Morais et al. (2021) com 81 pacientes que apresentavam lombalgia com alto medo do movimento, incapacidade, ansiedade, depressão, pensamentos catastróficos relacionados a movimentação, entre outros, foi realizado a educação e a exposição aos movimentos temidos como intervenção. Esse estudo obteve como resultados que a cinesiofobia apesar de ser comum, pode ser melhorada com as intervenções citadas, auxiliando também na redução da dor.

Relacionado a preocupação, depressão, incômodo e crenças de prognóstico negativo, foram observados valores diferentes. Em geral, 70% (n=7) dos pacientes relatam que ficam preocupados por conta da dor lombar, porém, creem que pode haver uma melhora do quadro (60%, n=6). Já comparado a depressão, expressa pelo questionamento sobre gostar de todas as coisas como gostava antes, obteve-se um número pequeno, apenas 20% (n=2) dos participantes relataram esse sentimento. Apesar do incômodo relatado em 70% (n=7) dos casos ser de moderado a muito nas últimas duas semanas. De Castro et al. (2024) em seu estudo, associaram a dor lombar a transtornos mentais comuns na vida adulta, obtendo um resultado significativo nessa relação.

Quadro 3 –  Questionário de incapacidade específica para dor lombar: ROLAND MORRIS- BR.

Questionário Roland Morris-BR SIM (N) e (%)NÃO (N) e (%) 
Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.880%220%
Mudo de posição frequentemente tentando deixar minhas costas confortáveis.880%220%
Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.990%110%
Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que geralmente faço em casa.550%550%
Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.770%330%
Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar mais frequentemente.770%330%
Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me levantar de uma cadeira normal.660%440%
Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas por mim.660%440%
Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.660%440%
Eu somente fico em pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas.990%110%
Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.10100%00%
Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas.550%550%
As minhas costas doem quase que o tempo todo.770%330%
Tenho dificuldade em me virar na cama por causa das minhas costas.770%330%
Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.220%880%
Tenho problemas para colocar minhas meias por causa das dores em minhas costas.10100%00%
Caminho apenas curtas distâncias por causa de minhas dores nas costas.990%110%

Não durmo tão bem por causa de minhas costas.
660%440%
Por causa de minhas dores nas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.220%880%
Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.660%440%
Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.990%110%
Por causa das dores em minhas costas, fico mais irritado e mal humorado com as pessoas do que o habitual.660%440%
Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual.770%330%
Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.440%660%

Fonte: Dados dos pesquisadores, 2024.

Gráfico 2 – Pontuação total do Questionário Roland Morris-BR

Fonte: Dados dos pesquisadores, 2024.

Conforme a análise do Quadro 3, 100% (n=10) dos participantes evitam se abaixar ou se ajoelhar. As restrições decorrentes de alterações e dores na coluna lombar referem-se às funções sensoriais e motoras. Entre essas alterações motoras, há a dificuldade para se locomover, ajoelhar, agachar e flexionar a coluna. Compreende-se uma incapacidade como qualquer obstrução de realizar uma tarefa, que outra pessoa considera normal e efetiva, devido a uma deficiência (Reis, 2024).

Com o decorrer da patologia, alguns indivíduos têm dificuldades em realizar suas demandas habituais de todo ser humano, como vestir-se. A pesquisa evidenciou que 60% (n=6) dos participantes precisam se vestir de forma mais lenta e 100% (n=10) ao calçar meias sentem desconforto e não conseguem realizar essa tarefa. No estudo conduzido por Wolff e Amorim (2021), foi observado que mulheres gestantes com dor lombar apresentaram um grau significativo de incapacidade funcional, resultando na dificuldade de se vestir, andar e sentar. 

Os problemas gerados pela dor lombar afetam o cotidiano dos pacientes e fazem com que os indivíduos busquem adaptações. 70% (n=7) dos participantes sentem dor o dia inteiro. Dentre eles, 90% procuram ficar poucos períodos em pé por conta da dor nas costas e 80% (n=8) mudam de posição frequentemente para alívio dessa sintomatologia. Segundo Paula e Cotrim (2020), acometendo cerca de 65% das pessoas a cada ano, a dor lombar é o que mais causa incapacidades, sendo considerado um problema de saúde pública em muitos países do mundo. A deficiência está vinculada às complicações nas funções diárias, em casa e no ambiente laboral. 

Acredita-se que longas jornadas de trabalho e altas cargas de peso desenvolvem o aparecimento de alterações na coluna lombar, dentre elas a dor. 90% (n=9) dos integrantes do presente estudo evitam estar expostos a esses tipos de trabalhos, buscando prevenir o agravamento de sua patologia. Nascimento et al. (2022) demonstram em seu estudo que os DORTs (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) são um problema de saúde frequente ao redor do planeta e um dos principais motivos de incapacidade do ambiente laboral. Além da postura envolvida, as demandas de trabalho e altas cargas são fatores de maior risco para o desenvolvimento da dor lombar nos colaboradores.

Sabe-se que o sono funciona como reparador para o corpo ao final do dia, desse modo, foi analisado no presente estudo que 60% (n=6) dos participantes não dormem bem por conta das dores nas costas. Um dos fatores que afetam a qualidade de vida é a qualidade do sono, onde o experimento se transforma com o aumento do sono diurno, diminuição do sono noturno, fragmentação do sono e dificuldade em começar a dormir. A maioria das alterações do sono ocorre em idosos com patologias lombares (De Oliveira et al., 2020). 

Em relação ao humor, quando há a alteração no mesmo, todo o sistema simpático é ativado, desencadeando ajustes no organismo. Foi avaliado que 60% (n=6) dos indivíduos relatam ficar irritados e mal-humorados frequentemente. Souza (2020) relata que um paciente pode ter o estado emocional definido com a sua condição de humor. Tais modificações, como estresse, ansiedade, tristeza, irritação e depressão, levam ao aumento no nível de tensão, o que pode levar à exacerbação da atividade muscular e da dor. 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados apresentados no presente estudo, é possível concluir que a dor lombar é um problema significativo que impacta não somente a saúde física, mas também o bem-estar psicológico e social. Os participantes do estudo relataram altos níveis de dor, limitações nas atividades diárias, inatividade, dependência, dificuldade em deambular, alterações no sono e no humor, causando efeitos prejudiciais à qualidade de vida.

Os resultados obtidos revelaram informações importantes para pesquisadores, pacientes e profissionais de saúde, auxiliando no conhecimento sobre as abordagens terapêuticas, educação do paciente a respeito de sua condição e visando uma melhor qualidade de vida para aqueles que sofrem de dor lombar. 

É importante ressaltar a relevância da intervenção fisioterapêutica para melhorar a condição imposta aos pacientes e minimizar as limitações causadas pela dor lombar por meio de terapias manuais, eletrodos, métodos e técnicas. Assim, é necessário o investimento em pesquisas e intervenções destinadas à prevenção e melhora da dor lombar, oferecendo suporte adequado aos pacientes e buscando reduzir os efeitos negativos dessa patologia na qualidade de vida dos mesmos. 

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1Autor – Discente bolsista PIBIC/ Instituto de Educação Superior Raimundo Sá
2Co-autor – Discente bolsista PIBIC/ Instituto de Educação Superior Raimundo Sá
3Orientador PIBIC – Docente do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá