DOR DO CRESCIMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA E QUALITATIVA DA LITERATURA

GROWING PAINS: AN INTEGRATIVE AND QUALITATIVE REVIEW OF THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249181449


Cirléia Gatti da Silva Salvino1
Lorena Maria Cruz Pedrosa1
Ana Paula de Oliveira Pinheiro1
Ana Paula Lima da Costa1


RESUMO

 A dor do crescimento é uma das principais síndromes dolorosas benignas e não inflamatórias, que acometem a primeira infância que trazem muitas incertezas na literatura médica quanto sua definição, diagnóstico e tratamento. Com base nisso este presente estudo tem o objetivo de investigar as possíveis causas da dor do crescimento bem como seus mecanismos fisiológicos, diagnóstico e potenciais terapêuticos para essa condição durante o desenvolvimento infantil. Este estudo trata-se de uma revisão qualitativa e integrativa da literatura realizada através da busca ativa na base de dado Medical Literature Analisys And Retrieve System Online (medline, na sigla em inglês), de acordo com os preceitos estabelecidos pelo guidiline de pesquisa qualitativa Standards For Reporting Qualitative Research (SRQR, na sigla em inglês). Foram selecionados para análise e inclusão os artigos publicados na integra sem restrição de idioma com bases nos descritores controlados MESH: crescimento, criança e dor, através na combinação das palavras com os descritores booleanos AND e OR. Observou-se com o estudo que a dor do crescimento é uma das principais síndromes não inflamatórias que causam dor na primeira infância com explicação fisiológica para sua ocorrência ainda obscura e dificuldade de parâmetros clínicos para o seu diagnóstico e tratamento devendo, portanto, o profissional médico ter discrição na escolha de sua decisão clínica.

Descritores: Criança; Crescimento; Dor.

Abstract: Growing pain is one of the main benign and non-inflammatory painful syndromes that affect early childhood, bringing many uncertainties in the medical literature regarding its definition, diagnosis and treatment. Based on this, this present study aims to investigate the possible causes of growing pain as well as its physiological mechanisms, diagnosis and therapeutic potential for this condition during child development. This study is a qualitative and integrative review of the literature carried out through an active search in the Medical Literature Analysis And Retrieve System Online (medline) database, in accordance with the precepts established by the Standards qualitative research guideline For Reporting Qualitative Research (SRQR). Articles published in full without language restrictions were selected for analysis and inclusion based on the controlled MESH descriptors: growth, child and pain, through the combination of words with the Boolean descriptors AND and OR. It was observed from the study that growing pain is one of the main non-inflammatory syndromes that cause pain in early childhood with a physiological explanation for its occurrence that is still unclear and difficulty in clinical parameters for its diagnosis and treatment and, therefore, the medical professional must have discretion in choosing your clinical decision.

Descriptors: Child; Growth; Pain.

INTRODUÇÃO

            Muitos dos ortopedistas e pediatras em sua prática clínica atendem crianças com sintomas de dores músculos- esqueléticas em membros inferiores. Essas dores algumas vezes podem apontar para condições graves e malignas como infecções ou lesões, todavia em sua maioria podem ser as dores do crescimento que tem um curso benigno e autolimitado (MOHANTA, 2014).

            A dor do crescimento é uma sídrome dolorosa músculo esquelética não inflamatória da primeira infância, que devido as suas incertezas clínicas não existe na literatura médica critérios de padrões diagnóstico universalmente aceitos para a condição devendo o profissional médico usar de critérios de exclusão para a confirmação de seu diagnóstico (LIAO et al., 2022; O’KEEFFE et al., 2022).

            Embora tenham poucos estudos transversais de incidência e prevalência sobre a dor do crescimento, artigos apontam que a prevalência da condição varia em torno de 3,5 a 36,9% a depender do local ou população, a qual o estudo analítico foi desenvolvido (O’KEEFFE et al., 2022).

            Em uma análise epidemiológica retrospectiva numa população do mediterrânio foi possível observar uma prevalência relativamente alta e frequente do distúrbio, onde em média 24,5% das crianças de 4 a 12 anos relataram quadros de dores em membros inferiores de acordo com o critério de Peterson para dor do crescimento que é um quadro clínico apresentado pela criança e como dores recorrentes nos membros inferiores, com duração inferior a 72  horas, não acompanhadas de localização óssea ou restrições na movimentação de uma ou mais articulações e sem trauma, edema, vermelhidão, sensibilidade localizada ou outros sinais de inflamação local ou generalizada (KASPIRIS; ZAFIROPOULOU, 2009).

            No brasil até o presente momento não foram encontrados estudos transversais de incidência e prevalência sobre a ocorrência da condição na população infantil trazendo uma lacuna que pode ser investigada pelos pesquisadores.

            Os aspectos fisiopatológicos e de etiopatogenia da doença ainda são poucos compreendidos, entretanto teorias e objeções sobre sua ocorrência são relatadas na literatura durante anos como: mecanismos autonômicos de dor, fatores psicológicos como estresse e ansiedade na infância, baixa densidade mineral, causa metabólicas como níveis baixo de vitmina D, componentes genéticos familiariares dentre outros (LI et al., 2022; MOHANTA, 2014; MORANDI et al., 2015).

            Um estudo observacional com trinta crianças (18 homens e 12 mulheres; 3 a 14 anos de idade) que apresentaram dores de crescimento entre janeiro de 2006 e dezembro de 2007 foram matriculados e acompanhados prospectivamente por 1 ano a qual observou-se que a dor estava presente em 43,3% e 56,7% dos casos, respectivamente e ocorriam principalmente ao final da tarde ou durante a noite (PAVONE et al., 2011).

            A história familiar de dores de crescimento foi positiva em 20% dos pacientes. Todos os pacientes apresentaram exames laboratoriais dentro dos valores normais como: hemograma completo, velocidade de hemossedimentação e níveis séricos de cálcio e fósforo constatando que a pesar de frequente é uma condição benigna desde que seja feita a exlusão para o diagnóstico de outras malignidades que se configura com dor (MOHANTA, 2014; PAVONE et al., 2011). Com base nisso este presente estudo tem o objetivo de investigar as possíveis causas da dor do crescimento bem como seus mecanismos fisiológicos, diagnóstico e potenciais terapêuticos para essa condição durante o desenvolvimento infantil.

OBJETIVO GERAL

Investigar os fatores etiológicos da dor do crescimento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Descrever os possíveis mecanismo fisiológicos envolvidos na ocorrência da síndrome dolorosa.
  • Demostrar os critérios para o diagnóstico usados na literatura.
  •  Relatar o que há na literatura sobre o tratamento da condição.

MATERIAIS E MÉTODOS

            O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura estruturada conforme as orientações do guideline de pesquisa qualitativa Standards For Reporting Qualitative Research (SRQR) extraída da rede internacional de transparência e qualidade de pesquisas em saúde (EQUATOR NETWORK).

            Utilizou-se um diagrama com a seleção dos descritores controlados em saúde na plataforma DESC/BIREME em português bem como transcrição para os termos MESH em inglês, juntamente com seus sinônimos (entry terms), da plataforma Medical Literature Analysis And Retrieve System Online (MEDLINE) database. As buscas ativas nas fontes de informação ocorreram no dia 05 de março de 2023 às 14 h e 39 minutos nos bancos de dados vinculados à Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE, na sigla em inglês), sendo utilizada a estratégia de busca: (((dor) OR (dores)) AND ((crescimento) OR (crescendo))) AND ((criança) OR (crianças)).

            Os descritores em ciências da saúde DECS/MESH TERMS foram utilizados de forma combinadas conforme a estrutura acima para quantificação e seleção dos artigos.

            Foram incluídos estudos em humanos na faixa etária de 3 a 14 anos de idade que apresentassem sintomas ou quadro clínicos de dores musculs esqueléticas em membros inferios não relacionadas a traumas, inflamações ou malignidades. Foram excluídos estudos experimentais pré-clínicos e estudos que não atendiam aos critérios de inclusão supracitados.

            A busca e seleção dos estudos se deu por dois revisores que realizaram independentemente a análise dos estudos. Inicialmente, a partir da utilização dos DECS/MESH mencionados. Por se tratar de um estudo de revisão qualitativa de literatura não foram aplicados filtros de tempo na pesquisa e após seguiu-se a análise de títulos e resumos. Nesta etapa, foram excluídos estudos com modelos animais e artigos de opiniões. Concluída tal etapa, procedeu-se à recuperação dos textos completos dos artigos para análise dos demais critérios de inclusão e exclusão. Foram excluídos ainda citações duplicadas e estudos não correspondentes aos parâmetros revisionais propostos. Possíveis discordâncias foram solucionadas com discussão com um terceiro revisor, sendo a inclusão decidida após consenso com os dois revisores principais.

RESULTADOS

No processo de triagem, utilizando-se os DECS/MESH combinados e os respectivos operadores Booleanos, foram selecionados os artigos conforme critério de busca: (((dor) OR (dores)) AND ((crescimento) OR (crescendo))) AND ((criança) OR (crianças)) nas bases de dados. Posteriormente, ao excluir estudos não disponíveis na íntegra e que não se adequassem aos termos porpostos e estudos que não atendiam aos critérios de inclusão supracitados bem como a exlusão das duplicatas restaram foram selecionados então 23 estudos para discussão. Destaca-se que, embora, alguns estudos abordassem tanto outros tipos de abordagem, optou-se por discutir os dados relativos a dor do crescimento segundo o critério de Peterson, por ser esta a temática central do presente trabalho. Na Tabela 1, estão descritos sucintamente os estudos selecionados para discussão considerando autor, ano de publicação, objetivo do estudo e aspectos relevantes de cada pesquisa. Como este artigo é uma revisão integrativa de literatura de trabalhos publicados, não houve necessidade de aprovação pelo comitê de ética.

Tabela 1 Descrição suscinta dos estudos selecionados para discussão

AutorAnoObjetivoAspectos Relevantes
Hestbaek et al.2024O presente estudo aproveita dados de um grande estudo de coorte dinamarquês para fornecer uma descrição detalhada das dores de crescimento em crianças pré-escolares dinamarquesas, com o objetivo de sugerir critérios diagnósticos padronizados.Os principais pontos fortes do estudo são o grande tamanho da coorte e os dados clínicos detalhados. Encontramos uma alta prevalência, 24-43%, dependendo da definição, de dores de crescimento nesta coorte de 777 crianças de 3 a 9 anos de idade com apresentações bastante semelhantes. Critérios diagnósticos padronizados são necessários para evitar a falta de diagnósticos musculoesqueléticos específicos. Nossos resultados confirmaram a relevância dos critérios de Evan, mas sugerimos a adição de dor unilateral. A prevalência aumentou ligeiramente com a idade e não houve indicações de aumento do risco de dores de crescimento em grupos socialmente vulneráveis. Não encontramos nenhuma relação com períodos de crescimento rápido e, portanto, sugerimos o uso do termo “dor de claudicação pediátrica recorrente (RPL)” em vez de dores de crescimento.
Silva Neto et al.2023O objetivo deste estudo foi revisar e caracterizar a dor do crescimento em crianças e adolescentes como precursora/comorbidade da enxaqueca.Preenche a Classificação Internacional de Cefaleias, 3ª edição dos critérios diagnósticos para enxaqueca sem aura ou provável enxaqueca ocorreu em 32/42 (76%) dos pacientes com dor do crescimento e em 8/36 (22%) dos controles (p < 0,001). Na amostra que inicialmente apresentava “dores de crescimento”, essas dores persistiram em 6/42 (14%) e apareceram em 14/36 (39%) daqueles que eram previamente assintomáticos (p = 0,026). A dor nos membros inferiores de crianças e adolescentes, comumente chamada de GP pelos pediatras e ortopedistas, pode refletir um precursor ou comorbidade com a enxaqueca.
O’Keeffe et al.2022O objetivo deste estudo foi detalhar as definições de dores de crescimento na literatura médica.O componente mais consistente foi a dor em membros inferiores, citada em 50% das fontes. Dor à tarde ou à noite (48%), curso episódico ou recorrente (42%), avaliação física normal (35%) e dor bilateral (31%) foram os únicos outros componentes mencionados em mais de 30% dos artigos. Notavelmente, mais de 80% dos estudos não fizeram referência à idade de início na sua definição e 93% não fizeram referência ao crescimento.
Liao et al.2022O presente estudo analisou as características clínicas, achados laboratoriais e resultados de crescimento de crianças taiwanesas com dor do crescimento.As características mais comuns da GP foram dor bilateral nas pernas, sem limitação de atividades, dor intermitente, exame físico normal e estar bem fisicamente. Níveis séricos elevados de fosfatase alcalina (ALP) e lactato desidrogenase (LDH) foram observados em 37,5% e 15,6% dos pacientes, respectivamente. Medicamentos sintomáticos foram utilizados em 33% dos pacientes. Nosso estudo indica que ALP e LDH podem ser biomarcadores associados à condição. Não houve associação significativa entre dor do crescimento e crescimento rápido dentro de 2 anos após o diagnóstico.
Li et al.2022O presente estudo teve como objetivo avaliar a significância diagnóstica dos parâmetros metabólicos ósseos séricos em crianças com dores de crescimento.Inscrevemos 386 crianças com GP e 399 controles saudáveis ​​no presente estudo. A média de idade do grupo GP foi de 5,319 anos e, principalmente, os sujeitos eram crianças em idade pré-escolar. A proporção de gênero (homem para mulher) foi de 1,27 no grupo GP. Após ajuste para idade e sexo, identificamos que os níveis séricos de Ca (p < 0,001, OR: 25,039), P (p = 0,018, OR: 2,681), PINP ( p  < 0,001, OR: 1,002) e PTH ( p  = 0,036, OR: 0,988) foram fatores diagnósticos independentes associados à GP. A área sob a curva (AUC) das curvas ROC estava na ordem: PINP (0,612) > Ca (0,599) > P (0,583) > PTH (0,541).
Kanta e Gopinathan et al.2019Correlacionar GP com nível de vitamina D e DMO estão disponíveis, mas nenhum deles é conclusivo o suficiente para identificar a etiologia desta condição autolimitada.Aproximadamente 3% a 47% das crianças sofrem de sintomas de dor moderada a intensa. Em estudos anteriores, os GPs foram associados a níveis insuficientes de vitamina D na população pediátrica, mas nenhum estudo foi feito para descobrir qualquer correlação com baixa DMO, marcadores séricos de remodelação óssea e análise de expressão genética osteoblástica ou osteoclástica. Assim, seria construtivo explorar estes marcadores em relação aos sintomas idiopáticos da GP em crianças pequenas, o que seria benéfico para fins diagnósticos e terapêuticos.
Adolf et al2019Investigar a origem, significado e tratamento da dor do crescimento.As dores de crescimento representam um diagnóstico de exclusão, com quadro característico de dor bilateral, intermitente, à tarde ou à noite, sem aumento de intensidade, que desaparece completamente pela manhã. A dor unilateral nunca deve ser interpretada levianamente como dores de crescimento. Tendo em conta os diagnósticos diferenciais, um diagnóstico atempado de tumores malignos ou osteomielite bacteriana e artrite é essencial e crucial para o futuro prognóstico.
Tinninge et al.2017O objetivo deste artigo é dar conta do conhecimento epidemiológico sobre as dores do crescimento, incluindo definições, diagnósticos diferenciais relevantes e tratamento da doença.Em 2014, Wong et al descobriram em um estudo clínico que a síndrome das pernas inquietas estava relacionada a dores de crescimento. Esses resultados apoiam uma hipótese mais antiga de que as dores de crescimento são um subgrupo no mesmo quadro de doença que a síndrome das pernas inquietas. Champion et al descobriram em 2012, num estudo duplo com 176 participantes, que as dores de crescimento eram hereditárias e que as dores de crescimento estavam mais frequentemente presentes em famílias com síndrome das pernas inquietas, e que as duas doenças podem, portanto, partilhar uma componente genética. A etiologia por trás das dores de crescimento não é clara, mas na última década tem havido um interesse crescente em esclarecer as causas do distúrbio. Foram encontradas correlações com, entre outras coisas, baixos níveis de vitamina D, fadiga óssea, menor limiar de dor e síndrome das pernas inquietas , e possivelmente dores de crescimento são hereditárias.
Lehman et al.2017Esta revisão tem como objetivo fornecer algumas orientações sobre como diferenciar as dores do crescimento de outras causas de dor em crianças. Um objetivo secundário inclui fornecer recomendações gerais para exames laboratoriais e de imagem quando um históricoA investigação sugeriu que a dor ocorre mais frequentemente em crianças que sofrem de deficiência de vitamina D, baixa densidade óssea, baixo limiar de dor, síndrome das pernas inquietas e em crianças que foram amamentadas durante menos de 40 dias desde o nascimento. Ainda não existem conclusões firmes sobre a etiologia.
Vehapoglu et al.2015O objetivo deste estudo foi investigar o status de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] em crianças com dores de crescimento e avaliar a eficácia do tratamento com vitamina D na resolução dos sintomas de dor.Nas 120 crianças com dores de crescimento, a insuficiência de vitamina D foi observada em 104 (86,6%). Após a suplementação de vitamina D, os níveis médios de 25(OH) D aumentaram de 13,4 ± 7,2 para 44,5 ± 16,4 ng/ml, a pontuação média de dor VAS diminuiu de 6,8 ± 1,9 para 2,9 ± 2,5 cm (uma redução média de -3,8 ± 2,1, p < 0,001) e a diferença foi estatisticamentesignificativa. A suplementação com vitamina D oral resultou em redução significativa na intensidade da dor entre essas crianças com dores de crescimento que apresentavam hipovitaminose D.
Vasilopoulou et al.2015O presente estudo descreve o desenvolvimento, validação e avaliação clínica de um questionário para detecção de PG na população infantil geral de 4 a 7 anos de idade.Com base nas publicações existentes, um questionário fechado de 27 pontos foi desenvolvido e aplicado a uma população parental de crianças em idade escolar para padronização. Nove questões que avaliam localização, intensidade e distribuição temporal da dor apresentaram excelente validade e confiabilidade e foram finalmente selecionadas. Um ponto de corte de 8 foi proposto para o diagnóstico do GP. A sensibilidade e a especificidade do questionário foram estudadas em uma amostra de crianças ambulatoriais atendidas em uma clínica ortopédica por dor em membros inferiores sem origem traumática aparente. O diagnóstico de GP baseado no questionário coincidiu com o diagnóstico ortopédico em todos os casos.
Simon et al .2015Investigar os fatores etiológicos e tratamentos preventivos da dor do crescimento.Seguindo os critérios de Peterson as dores de crescimento são dores noturnas intermitentes que ocorrem uma ou duas vezes por semana, raramente diariamente, sem dor entre os episódios. A dor geralmente está localizada em ambas as pernas, nos músculos da panturrilha, nas canelas e na fossa poplítea. Defeitos posturais ou ortopédicos, incluindo pés chatos, estão associados a dores de crescimento. A dor foi resolvida com a combinação de suporte de arco completo e suplementação de cálcio. As palmilhas podem melhorar a instabilidade mecânica que pode contribuir para as dores de crescimento. A suplementação de cálcio, 20 mg/kg, com um máximo de 2.000 mg/d, além da ingestão atual de cálcio e uso de palmilhas pode reduzir a síndrome de estresse ósseo e a fadiga óssea. A suplementação de cálcio pode melhorar a densidade da resistência óssea, que pode ser baixa em crianças com dores de crescimento.
Simakalornboon et al.2015Este artigo aborda a avaliação clínica e o manejo da sindrome das pernas inquietas, distúrbio do movimento periódico  em crianças e a relação com dores de crescimento.Estudos epidemiológicos recentes demonstraram que a síndrome das pernas inquietas (SPI) e o distúrbio periódico dos movimentos dos membros (TMPM) são distúrbios comuns, mas subreconhecidos, em crianças e adolescentes. Existe uma sobreposição significativa entre SPI e dores de crescimento em crianças. Crianças com baixo armazenamento de ferro provavelmente se beneficiarão da terapia com ferro .
Morandi et al.2015O objetivo do nosso estudo foi analisar a possível relação entre dores de crescimento, níveis de vitamina D e estado mineral ósseoNo início do estudo as crianças relataram uma intensidade média de dor crescente de 7,5 ± 1,6 DP. Os valores médios dos níveis de 25-OH-D e PTH foram 15,7 ± 6,9 ng/ml e 57,3 ± 27,3 pg/ml, respectivamente. O escore AD-SOS (densi. Óssea) Z foi de −0,53 ± 1,19 DP, e o valor médio do escore Z do BTT (espessura cortical) foi de −0,72 ± 0,96 DP. Após os primeiros 3 meses de suplementação de vitamina D observamos aumento nos níveis de 25-OH-D (34,1 ± 17,8, p < 0,001) e redução tanto nos níveis de PTH (47,3 ± 30,6, p = 0,135) quanto na intensidade da dor (2,7). ± 2,2, p < 0,001). Após 24 meses observamos uma nova redução significativa na intensidade da dor (3,9 ± 3,4, p < 0,001) e nos níveis de PTH (43,7 ± 28,5, p = 0,004) e uma melhoria nos parâmetros do QUS, em particular nos escores Z do BTT ( p  = 0,014). Nosso estudo sugere uma relação interessante entre dores de crescimento, níveis de vitamina D e estado mineral ósseo.
Wong et al.2014nvestigar se houve alguma associação entre dores de crescimento (GP) e movimentos periódicos dos membros do sono (MPMS) em crianças encaminhadas para polissonografia (PSG), à luz dos possíveis determinantes genéticos compartilhados entre GP e síndrome das pernas inquietas.A dor do crescimento foi registrada em 43 das 230 crianças elegíveis encaminhadas para PSG, das quais 25,6% tinham um índice PLMS ≥5/h, significativamente maior do que nas crianças sem GP (10,2%) (odds ratio 3,04, χ 2 = 6,0, P = 0,014). A razão de chances ajustada para a associação entre GP e PLMS permaneceu significativa em 2,53 (IC 95% 1,1–6,1, P < 0,05). Um índice movimentos periódicos dos membros (PLMS) ≥5/h foi registrado em 30 dos 230 participantes. GP e PLMS também foram significativamente associados de forma multivariada à inquietação como indicação para PSG. Estes resultados sugerem que a GP pode estar associada aos PLMS, dando maior apoio à hipótese de que a GP pode estar no espectro fenotípico da síndrome das pernas inquietas.
Mohanta.2014Este artigo revisa o conhecimento atual sobre diagnóstico, etiopatogênese e manejo desta condição bastante comum, mas perturbadora.Um diagnóstico bastante preciso de “dores de crescimento” pode ser feito clinicamente, se os critérios diagnósticos amplamente aceitos forem seguidos. Uma abordagem sistemática, com a devida consideração tanto dos critérios de inclusão como de exclusão, pode evitar investigações e medicamentos (às vezes potencialmente prejudiciais). A garantia continua a ser o principal apoio na gestão do “crescimento dores’.
Champion et al.2012Avaliar a suscceptibilidade genética da dor do crescimento bem como sua relação com a síndrome das pernas inquietas.Vinte e cinco dos 34 pares monozigóticos (MZ) foram concordantes para GP, em comparação com 12 dos 54 pares dizigóticos (DZ). A concordância caso a caso foi de 0,85 e 0,36 para os pares MZ e DZ, respectivamente (p < 0,001). A prevalência de GP ao longo da vida para parentes de gêmeos com GP foi de 51% para irmãos não gêmeos e 47% para os pais. Vinte e três por cento dos indivíduos gêmeos com GP preencheram os critérios de SPI em comparação com 8% dos indivíduos gêmeos sem GP (p = 0,03). Dos gêmeos com concordância com GP, 19% preencheram os critérios de SPI em comparação com 2% dos gêmeos com discordância com GP (p = 0,01). Em dois pares MZ, um tinha GP e o outro RLS. A prevalência de SPI ao longo da vida foi de 40% para as mães, 24% para os pais e 18% para irmãos não gêmeos. Este primeiro estudo familiar de gêmeos com GP fornece evidências de uma etiologia genética e de uma relação genética com a SPI.
Pavone et al.2011objetivo deste estudo foi definir as características clínicas, história familiar, achados laboratoriais e resultado terapêutico das dores de crescimento em crianças.O grupo de estudo apresentou dor durante a noite e à tarde em 43,3% e 56,7% dos casos, respectivamente. Ambos os membros inferiores foram acometidos em 80% dos casos, causando episódios de despertar e choro em 40% e 37% dos casos, respectivamente. A frequência da dor foi a seguinte: diariamente, 5%; semanalmente, 45%; mensalmente, 35%; e a cada 3 meses, 15%. As dores foram aliviadas com massagem no local afetado em 95% dos casos e com analgésicos em 5% das crianças. A história familiar de dores de crescimento foi positiva em 20% dos pacientes. Todos os pacientes apresentaram exames laboratoriais dentro dos valores normais. A dor do crescimento é uma síndrome não inflamatória frequente que consiste em dores intermitentes, muitas vezes incômodas, que afetam as extremidades inferiores das crianças. O diagnóstico clínico é fácil se critérios precisos de inclusão e exclusão na história e no exame físico forem rigorosamente seguidos.
Uziel et al.2010Examinar o resultado de 5 anos em uma coorte de crianças com “dores de crescimento” e a associação com alterações no limiar de dor.Examinamos 35/44 pacientes (80%) após 5 anos. Dezoito pacientes (51%) apresentaram resolução das dores de crescimento. Em 14 dos 17 pacientes com dores de crescimento persistentes (83%), os episódios foram menos frequentes e mais leves. A prevalência de síndromes dolorosas concomitantes diminuiu de 20% para 14%. Nenhum paciente desenvolveu fibromialgia. Os limiares de dor foram semelhantes em toda a coorte de dores de crescimento e nos controles saudáveis, mas aqueles com dores de crescimento contínuas tiveram limiares significativamente mais baixos que os controles (P <0,05) e os pacientes com dores de crescimento resolvidas (P <0,02). No estudo foi confirmado que a dor do crescimento tem em sua maioria das vezes uma evolução benigna.
Kaspiris e Zafiropoulou.2009O estudo tem como objetivo examinar tanto o perfil epidemiológico das crianças afetadas pelo transtorno quanto as medidas tomadas pelos pais ou médicos especialistas para seu manejo. Além disso, tentamos vincular as teorias existentes com os resultados do nosso estudo, para verificar se estes foram verificados pelos achados epidemiológicos.Cento e trinta dessas crianças apresentavam dores de crescimento, atendendo aos critérios de Petersen. A frequência do distúrbio foi de 24,5%. Na maioria das vezes, surgiram após exercício físico intenso, sem que seu desenvolvimento estivesse vinculado ao IMC das crianças. A principal abordagem terapêutica utilizada pelos pais foi a massagem dos membros inferiores dolorosos e, em menor proporção, a administração de anti-inflamatórios.
Lowe e Hashkes.2008Apresentar hipóteses alternativas sobre a causa das dores de crescimento, algumas das quais baseadas em estudos que realizamos.Ainda não foi identificado nenhum mecanismo claro que explique estas dores, mas há um conjunto crescente de evidências que indicam que vários factores, individualmente ou em combinação, podem ser responsáveis ​​por este fenómeno. Estes incluem fatores mecânicos, como hipermobilidade articular e pés chatos, diminuição do limiar de dor, redução da resistência óssea e fatores emocionais que envolvem a família do paciente e outros estressores sociais. a identificação de um ou mais sinais clínicos de alerta, tais como dor unilateral, rigidez matinal, inchaço das articulações e sintomas sistémicos (por exemplo, febre, perda de peso e mal-estar), deve desencadear uma avaliação alargada para excluir outras condições mais graves que também possam apresentar-se com dor nos membros.
Horle e Wood.2008Realizar uma descrição sobre os mitos e fisiopatologia da dor do crescimento.Devo insistir na importância de desdramatizar a situação, incentivar uma atividade física regular, praticar esportes e reservar um lugar privilegiado para terapias não médicas.
Asadi-pooya e Bordbar2007O presente estudo foi realizado para determinar se a realização de exames laboratoriais é necessária para excluir outros possíveis diagnósticos em uma criança com dores nos membros típicas de dores de crescimento de acordo com a história e o exame físico. Exames laboratoriais incluindo hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, cálcio sérico, fósforo, fosfatase alcalina e fator reumatóide foram realizados para todos os pacientes e controles.  Não houve diferenças significativas entre pacientes e controles em relação a todos os exames laboratoriais medidos nesse estudo.

DISCUSSÃO

A dor do crescimento é uma sídrome dolorosa músculo-esquelética com evolução benigna não inflamatória da primeira infância com características clínicas mais comuns a dor bilateral ou unilateral das pernas ocorrendo, geralmente, pelo final da tarde e a noite sem limitação de atividades e exame físico musculo-esquelético normal (LIAO et al., 2022; O’KEEFFE et al., 2022; PAVONE et al., 2011; UZIEL et al., 2010).

             Não existe na literatura médica critérios de padrões diagnóstico universalmente aceitos para a condição devendo o profissional médico usar de critérios de exclusão para a confirmação de seu diagnóstico (ADOLF; BRAUN; MEURER, 2019; MOHANTA, 2014; O’KEEFFE et al., 2022; VASILOPOULOU et al., 2015).

            Em um estudo de coorte com 777 crianças de 3 a 9 anos de idade foi possivel observar que a prevalência de dor do crescimento foi de 24 a 43% mudando a depender da região ou população a qual será desenvolvido o estudo. Também não observamos nenhuma relação com períodos de crescimento rápido e dores nos membros inferiores sugerindo, portanto, o uso do termo “dor de claudicação pediátrica recorrente (RPL)” em vez de dores de crescimento (HESTBÆK; LÜCKING; JENSEN, 2024).

            Em estudos para avaliar parâmetros clinicos, laboratoriais e metabólicos da dor do crescimento em crianças, constatou que, 37,5% dos pacientes e 15,6% dos pacientes tiveram níveis séricos elevados de fosfatase alcalina e lactato desidrogenase, respectivamente, indicando que essas substâncias podem torna-se biomarcadores associados a condição. Em outro estudo do mesmo pesquisador do tipo caso controle que avaliou os níveis de cálcio, fosfato e paratormônio demonstrou que esses produtos estavam reduzidos quando comparados com crianças que não tinham a dor do crescimento além de terem os níveis de vitamina D e densidade de massa óssea mais baixa (KANTA; GOPINATHAN, 2019; LEHMAN; CARL, 2017; LIAO et al., 2022).

            Em 2014, wong e colaboradores descobriram em um estudo clínico que a síndrome das pernas inquietas estava relacionada a dores de crescimento. Esses resultados apoiam uma hipótese mais antiga de que as dores de crescimento são um subgrupo no mesmo quadro de doença que a síndrome das pernas inquietas. Em uma pesquisa com 176 pacientes em 2012 descobriu que as dores de crescimento eram hereditárias e que estavam mais frequentemente presentes em famílias com síndrome das pernas inquietas e, portanto, podem partilhar um componente genético (LEHMAN; CARL, 2017; SIMAKAJORNBOON; DYE; WALTERS, 2015; TINNING; HESTB, 2017; WONG et al., 2014).

          Em estudos com o objetivo de investigar o status de 25-hidroxivitamina D em crianças com dores de crescimento, genética das síndrome das pernas inquietas e avaliar a eficácia do tratamento com vitamina D, calcio e palmilhas ortopédicas na resolução dos sintomas de dor verificou que após a suplementação dessas subtâncias bem como o uso das palmilhas atenuou o quadro doloroso nessas crianças, além de aumentar a densidade e resistência da massa óssea nesse grupo (CHAMPION et al., 2012; MORANDI et al., 2015; SIMON, 2015; VEHAPOGLU et al., 2015).

            Apesar de bem explorada nos últimos anos ainda não foi identificado nenhum mecanismo claro que explique estas dores, mas há um conjunto crescente de evidências que indicam que vários fatores, individualmente ou em combinação, podem ser responsáveis ​​por este fenómeno como: fatores mecânicos, hipermobilidade articular, pés chatos, diminuição do limiar de dor, redução da resistência óssea e fatores emocionais que envolvem a família do paciente e outros estressores sociais (LOWE; HASHKES, 2008).

            A identificação de um ou mais sinais clínicos de alerta, tais como dor unilateral, rigidez matinal, inchaço das articulações e sintomas sistémicos (por exemplo, febre, perda de peso e mal-estar), deve desencadear uma avaliação alargada para excluir outras condições mais graves que também possam apresentar-se com dor nos membros. A principal abordagem terapêtutica tem sido a massagem nos membros afetados, além de analgésicos, anti-infalamatórios e o incentivo de atividades físicas (HORLÉ; WOOD, 2008; KASPIRIS; ZAFIROPOULOU, 2009; LOWE; HASHKES, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A síndrome do crescimento doloroso é uma condição musculoesquelética dolorosa e benigna que ocorre durante a primeira infância. Suas características clínicas mais frequentes incluem dor nas pernas, tanto bilateral quanto unilateral, que geralmente ocorre no final da tarde e à noite. Não há critérios diagnósticos universalmente aceitos na literatura médica para esta condição, exigindo que os profissionais médicos utilizem critérios de exclusão para confirmar o diagnóstico. A ausência de padrões diagnósticos universais ressalta a importância de uma abordagem cuidadosa e criteriosa por parte dos profissionais de saúde ao investigar e confirmar casos desta condição.

            A presença de um ou mais sinais clínicos de alerta, como dor unilateral, rigidez matinal, inchaço das articulações e sintomas sistêmicos, como febre, perda de peso e mal-estar, deve instigar uma avaliação abrangente para descartar outras condições mais graves que também possam manifestar-se com dor nos membros.

            Apesar de ter sido objeto de investigação nos últimos anos, ainda não foi identificado um mecanismo claro que explique essas dores. No entanto, há um crescente conjunto de evidências sugerindo que vários fatores, seja isoladamente ou em conjunto, podem contribuir para esse fenômeno incluindo fatores mecânicos, como postura e atividade física, hipermobilidade articular, presença de pés chatos, redução do limiar de dor, fragilidade óssea e influências emocionais, como o contexto familiar do paciente e outros estressores sociais.

            Com base no levantemento bibliográfico podemos inferir que a dor do crescimento é um quandro de evolução benigna de dor de origem não inflamaória com alta taxas de prevalencia na comunidade, apesar de ainda não ser bem compreendida pela comunidade acadêmica. De acordo com nossos estudos não houve correlação positiva entre crescimento fisiológico e o desenvolvimento quadro de dor observado por vários pesquisadores e que devido a isso tem-se sugerido a troca do termo dor do crescimento por dor de claudicação pediátrica recorrente. Também podemos observar que alguns autores já nos dão a ideia de que a famigerada dor do crescimento na verdade não é uma doença isolada mais sim um subgrupo da síndrome das pernas inquientas, doença musculo-esquelética caracterizada por um desejo quase irresistível de mover as pernas.            Apesar de alguns estudos não terem encontrado desrregulações em exames laboratorias muitos pesquisadores mostraram redução nos níveis de vitamina D, cálcio, fósforo, densidade de massa óssea e resistência óssea nos pacientes acomentidos com dor do crescimento (ASADI-POOYA; BORDBAR, 2007; CHAMPION et al., 2012; MORANDI et al., 2015).

            Nosso estudo mostra que muito embora apesar dos avanços no entendimento da dor do crescimento muitos estudos precisam ainda serem realizados para o entendimento completo da doença.

REFERENCIAL TEÓRICO

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1 Acadêmicas do curso de medicina do Instituto Metropolitano de Ensino, Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO.