DOENÇAS OCUPACIONAIS QUE ACOMETEM OS PROFISSIONAIS DA ODONTOLOGIA

Cirliany Maria Bezerra de Araújo1
Graciliano Davi Santos Rodrigues1
Régia Cristina da Silva Regis1
Hosamérlin Paula da Mota1
Ilse Tatiana Lima Aragão2

RESUMO

Os profissionais da odontologia estão sujeitos as lesões musculoesqueléticas, advindas das posturas de trabalho, sendo assim apontada como a profissão que mais cedo tem o afastamento do ofício. No caso, para minimizar, ou se não, evitar lesões que são consequências da má postura ou de movimentos repetitivos do exercício do trabalho, onde muitas vezes os acessórios ou instrumentos do trabalho estão mal posicionados ou não adaptados corretamente, empregam-se os princípios da ergonomia. Esses princípios trabalham nos quesitos de boa postura do trabalhador, espaço físico adequado e instrumentos adaptados ao profissional, resultando em um bom ambiente de trabalho, com a preservação do físico do trabalhador. Esta pesquisa é de natureza descritiva, qualitativa, quantitativa e exploratória, abordando os profissionais em seus respectivos consultórios dentários (inloco), e verificando alguns pontos de lesões ou posicionamentos do seu dia-a-dia, através da aplicação de questionários aos mesmos. O material desse trabalho aborda exatamente a má postura do profissional da odontologia e os fatores como o ambiente de trabalho, no caso o layout do espaço físico e posicionamento do profissional durante os atendimentos, relatando assim as principais lesões que acometem os dentistas. A pesquisa tem como objetivo analisar os profissionais da odontologia em relação à postura de trabalho e as lesões musculoesqueléticas possíveis, como também avaliar a influência que o ambiente de trabalho tem sobre as condutas, para isso foram utilizados dois tipos de questionários (Lista de Checagem Adaptada e Questionário Bipolar). Nota-se que há poucas variações de movimentos dos dentistas e que o posicionamento de alguns instrumentos e alguns aparelhos durante o tratamento odontológico tem influência em posturas adotadas por esses profissionais.

Palavras – chaves: Dentista, Postura, Lesões, Ergonomia, DORT.

ABSTRACT

Dental professionals are subject to musculoskeletal injuries, resulting of work postures, therefore it’s identified the profession that has the earliest occupation departure. In this case, to minimize and avoid injuries that are consequences of wrong postures or repetitive movements of the exercise of work, where often the accessories and instruments of work are wrong positioned or not correctly adapted, employs up the ergonomics principles. These ________________________________________________________________________
1 Graduandos do curso de Fisioterapia do 7° período da Universidade Potiguar – UnP – Mossoró/RN – Brasil.
2 Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar – UnP – Mossoró/RN – Brasil.

principles works in questions of good postures of the worker, adequate space and instruments adapted to the professional, resulting in a good working ambient, whit the preservation of the physical condition of the worker. This research is a descriptive, qualitative, quantitative and exploratory study, addressing the professionals in their respective dental offices (inloco), and checking some points of injuries or positioning of their day to day, through the application of questionnaires to them. The material of this research approach exactly the wrong posture of dental professional and factors such as the work ambient, in this case the layout of the physical space, and the positioning for the professional during the treatment, reporting the main injuries that affect dentists. The objective of this research is to analyze dental professionals in relation to working posture and possible musculoskeletal injuries, and to evaluate the influence that the work ambient has on conducts, for this were used two kinds of questionnaires (Adapted Checklist and Bipolar Questionnaire). Note that there are just a few movements’ variations of dentists and the positioning of some instruments and equipments during the dental treatment has an influence in postures adopted by these professionals.

Keywords: Dentist; Posture; Injuries; Ergonomics; OWRD.

INTRODUÇÃO

A Odontologia, denominada em seus primórdios como Arte Dentária, nasceu na Pré-História, porém seus registros mais antigos datam de 3500 a.C., na Mesopotâmia, onde é possível observar, nas inscrições da época, uma menção do que seria o verme responsável pela destruição da estrutura dentária, o gusano dentário¹. Em relação a indícios da odontologia no Brasil, é datada no início no período pré- colonial, já havia prática, devido à vinda de pessoas capacitadas de diversas áreas, que poderiam oferecer serviços de qualidade a população ainda primitiva no Brasil2.
A postura de trabalho adotada dos profissionais de odontologia vem sendo estudada ao longo dos anos, pois os dentistas têm posições em seu ofício, que causa lesões musculoesqueléticas3. Dentre todas essas cargas de trabalho, as de ordem mecânica constituem uma das fontes de maior risco para a saúde do cirurgião-dentista e sua equipe de trabalho, pois englobam desde o esforço físico e visual, deslocamentos e movimentos exigidos pela tarefa, até a posição corporal adotada para realiza-la4.
A ciência que estuda um ambiente adequado de trabalho, em todos os aspectos, como a estrutura, psicológico, e postura do profissional, é a ergonomia, palavra que é derivada do grego, onde, ergo significa trabalho, e normos significam lei. Então, a ergonomia visa o planejamento técnico no ambiente de trabalho que possibilite segurança, saúde, estrutura adequada para o trabalhador. A ergonomia (ou Fatores Humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam aperfeiçoar o bem estar humano e a desempenho global dos sistemas5.
Os odontólogos são os mais acometidos por DORT – Doenças Osteomusculares Relacionados com o Trabalho – indicativo de afastamentos prematuros destes profissionais, relatados em alguns estudos recentes. Isso é ocasionado pela postura de trabalho adotado, por esse profissional, que traz como conseqüência as lesões, e o desgaste físico. É em razão dessa postura de atendimento, desse profissional, é que se deve ter uma proposta, que ofereça conforto, e segurança.
Há outros fatores, como instrumentos e acessórios que contribuem para a má postura no exercício ocupacional desses profissionais, como, a posição do feixe de luz, o mocho que é o acento do profissional, e a posição do paciente na cadeira, horas diárias na mesma posição sem descanso. Entre isso, podem ocasionar na especificamente na coluna cervicalgia, dorsalgia, lombalgia, nos membros superiores a tendinite do complexo do ombro, síndrome do desfiladeiro torácico, epicondilite lateral, tenossinovites como a de Quervain, síndrome do túnel do carpo. A ergonomia na Odontologia tem como objetivo a racionalização do trabalho visando sua simplificação, a prevenção da fadiga e o maior conforto tanto para o profissional quanto para o paciente6. Além de avaliar as condições físicas do ambiente de trabalho, estuda sistemas complexos de interação do homem.
É um conjunto, que devem esta interagindo para não somente o bem-estar do profissional em seu ambiente de trabalho, mas é uma resposta também para os clientes que passam a ter resultados benéficos e eficazes, devido ao profissional está trabalhando sem fadiga, lesões, estresse, ao tratá-lo. A fisioterapia na saúde ocupacional é uma forma de trabalhar a prevenção, como também minimizar o processo da doença ocupacional. Tal preocupação decorre dos sérios danos causados à saúde desses profissionais, devido à repetição dos esforços, resultando dentre outros sinais e sintomas, degeneração dos discos intervertebrais, cefaléia, fadiga e varizes6. Podendo assim trabalhar sobre orientações nos aspectos de postura, distribuição de pesos, relaxamento corporal em certas posições no trabalho, carregamento de pesos, emprego do exercício cinético laboral. A experiência histórica da fisioterapia com a prevenção iniciou-se em meados da década de 1970 pelos treinamentos denominados back school, que podemos traduzir como escola de postura7. A ergonomia aplicada à prática odontológica tem como objetivo a racionalização do atendimento, permitindo que o profissional produza mais e melhor, evitando a fadiga e o desgaste desnecessário e, ao mesmo tempo, oferecendo segurança e o conforto ao paciente8. A pesquisa tem como objetivo analisar os profissionais da odontologia em relação à postura de trabalho e as lesões possíveis, como também avaliar a influência que o ambiente de trabalho, tem sobre as condutas.

METODOLOGIA

Em seu contexto, o trabalho presente, tem a característica descritiva, exploratória e qualitativa. Para a elaboração dos resultados, foram utilizadas, fontes primárias e secundárias. Sendo que, a pesquisa primária foi aplicação de 02 questionários – Lista de Checagem Adaptada e Questionário Bipolar – (APÊNDICE) aos profissionais de odontologia e como também o registro fotográfico do posicionamento e ambiente de trabalho do cirurgião dentistas. E a pesquisa secundária realizou-se uma revisão bibliográfica, nos sites de pesquisa Medline, Pubmed e Scielo, com as seguintes palavras: Dentista, Postura, Lesões, Ergonomia, DORT.
O presente estudo foi realizado com 04 profissionais da odontologia, sendo 02 do serviço público e 02 do serviço privado, 03 do sexo feminino e 01 do sexo masculino.
Foi assinado um termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE) pelos profissionais avaliados, permitindo a utilização dos resultados da pesquisa.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

A pesquisa na área da ergonomia epidemiológica tem crescido, buscando identificar os fatores de risco para o desenvolvimento das doenças relacionadas ao trabalho bem como as lesões por esforço repetitivo9.
Os gráficos da pesquisa demonstram análises baseadas dos questionários (Lista de Checagem Adaptada e Questionário Bipolar) aplicados. Aborda as principais alterações musculoesqueléticas e posturais adotadas ambientes do serviço.

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Os dados referentes na Tabela 1 analisam os profissionais da odontologia, em relação ao Questionário Bipolar, de uma forma mais subjetiva, dentre algumas características alterações musculoesquelética, visuais e concentração em ambiente de trabalho, em que se referiam aos graus (1/2/3/4/5).

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O posicionamento dos dentistas em seu ambiente de trabalho, onde este tem poucas variações de movimento em seus atendimentos pode ser indicativo de lesões em sua estrutura corporal. Outro fator importante, é no requisito do posicionamento de instrumentos e equipamentos utilizados pelos profissionais. No que diz respeito dos cirurgiões dentistas não é diferente, pois o ambiente do consultório pode influenciar nos atendimentos aos pacientes, como prejudicar o profissional. O layout do consultório do dentista deve estar condizente, em relação à ventilação, iluminação, lavabo de mãos, armários dos instrumentos esterilizados, e materiais.
É comum nos consultórios ter a presença dos assistentes, uma vez que assistem os dentistas em seus atendimentos, repassando materiais, limpeza do ambiente e esterilização do material que fora utilizado, já que os profissionais não podem levantar-se para manuseio de materiais ou preparar aparelhos de tratamento.
Na análise dos consultórios odontológicos da pesquisa, foi possível observar que existe uma grande diferença entre os quatros profissionais analisados bem como as instalações dos seus consultórios, na rede publica e privada. Uma vez que, instalação do consultório público foi observada que havia algumas limitações de posicionamento de aparelhagem, e posicionamento de tomadas para aparelhos elétricos em locais inadequados ao alcance do dentista para suas condutas de tratamento. Um fator encontrado em um dos consultórios era a mocho (cadeira do dentista), onde a regulagem para altura estava quebrada há certo tempo, e o outro a regulagem mantinha-se fixa e dificultava o atendimento do profissional, e claro onde este havia de realizar a conduta com o mau posicionamento comprimindo partes moles dos MMII, acarretando em lesões musculoesqueléticas. Outros pontos observados, é que além do mocho havia outros móveis sem nenhuma regulagem, fios dos aparelhos utilizados mantinham distâncias discrepantes em relação ao uso dos profissionais, e as mesas de apóio também se encontravam fixo o que dificultava bastante o trabalho executado, bem como a bandeja de materiais com pinças, alicates, brocas e demais instrumentos utilizados. Em relação ao ambiente, foi constatado que havia muitos ruídos por parte de outros funcionários que entravam e saiam da sala em busca de materiais, como também os pacientes que aguardavam para o atendimento. Em relação à ventilação e iluminação dos consultórios, não havia nenhum problema diagnosticado, que afetaria as condutas odontológicas. A utilização dos EPI’s estava de acordo, no caso o uso de luvas, toucas, máscaras e óculos transparentes. Porém nos consultórios dos profissionais da rede privada, podemos analisar a diferença inversamente, onde os móveis eram todos projetados nas medidas e alturas indicadas aos mesmos, as cadeiras com regulagens automáticas, os mochos com regulagens para adaptação, iluminação especial com luz de Led, bandejas de materiais com regulagens perfeitas, e uso de EPI’s como toucas, luvas, máscaras. A adaptação sempre transcorria de cada estatura e posicionamento de atendimento de desejado por estes. Em relação ruídos não apresentaram desconforto.
Nos dois consultórios havia a presença de assistentes, para o auxílio de instrumentação do tratamento odontológico.
Dentre os profissionais da rede pública e privada, que responderam aos questionários aplicados, as queixas sempre havia diferença de estrutura que apresentava algias, em relação à coluna, onde 02 relataram desconforto na coluna cervical, 01 na coluna torácica e 01 na coluna lombar. Os mesmos relatam que há poucas variações de posicionamento, pois o atendimento sempre é na posição sentado e que raras vezes precisam levantar-se, onde só ocorre no intervalo de atendimentos.
Apesar de estes profissionais utilizarem muito os membros superiores, não constaram que há algum tipo de desconforto presente. Já os membros inferiores alguns apresentavam algum desconforto como formigamento ou dor devido a permanecerem por muito tempo sentado. Para prevenirmos essas doenças deve-se, preferencialmente, trabalhar na posição de 9 horas ou 11 horas, posicionar-se bem acomodado no mocho regulável, manter a linha dos antebraços paralela com o plano do chão, os braços próximos do corpo, as coxas paralelas ao plano do chão com os pés apoiados, pois a inclinação da coluna vertebral ocorrerá para frente e não para lateral, o que é mais natural e normal em relação às vértebras10.
De acordo com o presente estudo e com a literatura pesquisada, pôde-se constatar que a busca de uma solução que traga ao dentista condições favoráveis, que o leve a uma melhor qualidade de vida e bem-estar, poderá ser alcançado, por exemplo, através de exercícios cinéticos laboral, principalmente com exercícios para minimizar a compensação dos esforços e sobrecargas mio-articulares geradas no dia-a-dia clínico, obtidos com alongamentos. Esses alongamentos devem ser realizados antes os atendimentos e nas pausas entre pacientes. É preferível também movimento miolinfocinéticos nos membros inferiores e superiores. É importante ter orientações de posturais que evite movimentos compensatórios durante atendimento e isso pode ser associados com regulagens da altura do mocho e da cadeira de dentista com o paciente.

CONCLUSÃO

A preocupação com o bem-estar do dentista durante e após o dia-a-dia profissional já vem sendo estudada há muito tempo, sendo a dor e o desconforto corporal, além da má postura, fatores determinantes para o aparecimento de doenças ocupacionais, causando incômodos e em outros casos, impedindo o desempenho profissional do dentista.
O espaço em que o profissional da odontologia esta inserido, em suas condutas de tratamento, faz com que sua postura modifique por um determinado tempo. Este profissional tem poucas variações de movimentos em sua posição de atendimento, onde o profissional sempre deve estar sentado, sendo assim um fator negativo. Não há intervalos durante a jornada de trabalho, que os mesmo possam realizar alongamentos, para não haver compressão de estruturas dos membros inferiores. Os cirurgiões dentistas devem estar atentos em orientações posturais ao que diz respeito a suas condutas, para evitar transtornos que possam acometer seu organismo, alterando também uma qualidade em seus atendimentos.
Por fim, o estudo pretende que o exercício cinético laboral, unido a princípios ergonômicos, chegue aos dentistas, uma categoria profissional que apresenta risco ocupacional elevado. Associado a um posicionamento planejado, no layout do consultório referente aos aparelhos e instrumentos utilizados, cabendo estes serem ajustados de acordo com a necessidade de cada profissional. E que estes profissionais a utilizem no seu dia-a-dia, principalmente, dentro dos consultórios, visando com isso amenizar e eliminar os problemas de saúde causados por suas atividades ocupacionais e terem melhor qualidade de vida.

BIBLIOGRAFIA

1. SILVA, RHA., PERES, AS. Odontologia: Um breve histórico. Revista de Odontologia Clínica. -Científica., Recife: 2007. p 7-11. Disponível em: http://www.crope.org.br/revista/v6n1/2.pdf. Acesso em: 6 jun 2010.

2. BARBOSA, E. et. al.. Prevalência de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho em Cirurgiões-Dentistas de Campina Grande – PB. Pesquisa Brasileira Odontopediatria Clínica Integrada. v. 4, n. 1. João Pessoa: 2004. p. 19-24.

3. PIETROBON, L., FILHO, GIR. Cifoescoliose em cirurgiões-dentistas:
Uma abordagem ergonômica. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 27., 2006, Fortaleza, Anais…Fortaleza: 2006. p. 1-9.

4. GRAÇA, CC., ARAÚJO, TM., SILVA,CEP. Desordens Musculoesqueléticas em Cirurgiões-Dentistas. Revista Sitientibus. n. 34, Feira de Santana: 2006. p. 71-86. Disponível em: http://www.maxipas.com.br/principal/pub/anexos/20080806044019desordens-dentistas.pdf. Acesso em: 6 jun 2010.

5. International Ergonomics Association. Definição Internacional de Ergonomia. Revista Brasileira de Ergonomia. 2000. Disponível em: http://www.acaoergonomica.ergonomia.ufrj.br/docs/definicao.pdf. Acesso em: 1 abr 2010.

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10. GARBIN, AJI. et. al. Ergonomia e Cirugião Dentista: Uma Avaliação do Atendimento Clínico Usando Análise de Filmagem. Revista de Odontologia e Ciência. 2008. 133 p.

APÊNDICES

QUESTIONÁRIO BIPOLAR / QBP

NOME:

IDADE:

DATA:

FUNÇÃO:                                                                              SETOR:

SEXO:  MASC (  ) FEM (  )

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LISTA DE CHECAGEM ADAPTADA

Nome

Data      /       /

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ANEXOS

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