DOENÇA RENAL CRÔNICA: FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

CHRONIC KIDNEY DISEASE: RISK FACTORS AND PREVENTION STRATEGIES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202502021951


Vitória Alvina Ferreira Lima Gomes Weba; Renan Castro de Andrade Barros Fonseca; Edvan Pimenta Figueiredo; Wanessa Anselmo de Lucena Castro; Thays Linhares de Melo; Josimar Cunha Rodrigues Junior; Maria de Pontes Camargo; Camilla Borja de Siqueira Diniz; Renata de Araújo Lins Bahia; Bruno Henrique Meira Almeida; Paulo Vinicius Leal Berredo; Luís Felipe Eidam Mendes; Igor Murad Schmitt; Iana Isabela Silva Pinto; Alana Dágila Cabral de Alencar.


Resumo

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição progressiva e irreversível que afeta uma parcela significativa da população mundial. Os fatores de risco para o desenvolvimento da DRC são multifatoriais, o diagnóstico precoce e a implementação de estratégias de prevenção são fundamentais para controlar a progressão da DRC e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O presente artigo tem como objetivo geral analisar os principais fatores de risco associados à Doença Renal Crônica e discutir as estratégias de prevenção mais eficazes. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Renal Crônica”, “Fatores de Risco”, “Prevenção”, aplicando o operador booleano “AND”. A partir da revisão da literatura, ficou evidente que a Doença Renal Crônica é uma condição multifatorial, cuja progressão está fortemente associada a fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade e histórico familiar. A literatura revisada evidencia que a detecção precoce, o controle rigoroso dessas condições e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais para prevenir o agravamento da função renal. Estratégias de intervenção, incluindo a monitoração da pressão arterial, controle glicêmico, ajustes alimentares e educação em saúde, são comprovadamente eficazes na redução da incidência de complicações renais e na promoção da qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a abordagem multidisciplinar desempenha um papel crucial na gestão da DRC, proporcionando cuidados mais completos e adaptados às necessidades individuais de cada paciente. A conscientização e a implementação de práticas preventivas, especialmente em populações de risco, são essenciais para a diminuição da carga da doença renal crônica no sistema de saúde. Dessa forma, políticas públicas e iniciativas de saúde comunitária devem focar em promover a prevenção, a detecção precoce e o tratamento adequado, para que a progressão da doença seja minimizada, e os pacientes possam alcançar melhores resultados ao longo de sua jornada de cuidados.

Palavras-chave: Doença Renal Crônica. Fatores de Risco. Prevenção.

1 INTRODUÇÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição progressiva e irreversível que afeta uma parcela significativa da população mundial. Caracterizada pela deterioração gradual da função renal, a DRC é um problema de saúde pública de grande impacto, com prevalência crescente, especialmente em países em desenvolvimento. A falta de diagnóstico precoce e a insuficiência de estratégias de prevenção eficazes contribuem para o agravamento da doença, aumentando a mortalidade e o risco de complicações graves, como a necessidade de diálise ou transplante renal. (PORTO et al, 2017).

Os fatores de risco para o desenvolvimento da DRC são multifatoriais, envolvendo condições clínicas como hipertensão, diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade e histórico familiar de doenças renais. Além disso, fatores sociodemográficos, como idade avançada, baixo nível socioeconômico e falta de acesso a cuidados médicos adequados, também desempenham papel crucial na evolução da doença. A interação entre esses fatores pode acelerar o declínio da função renal, levando a um quadro de insuficiência renal terminal se não forem adotadas medidas preventivas. (AMARAL et al, 2019).

O diagnóstico precoce e a implementação de estratégias de prevenção são fundamentais para controlar a progressão da DRC e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A abordagem preventiva deve incluir a conscientização sobre os fatores de risco, a promoção de hábitos de vida saudáveis e o acompanhamento médico regular. A gestão eficaz das condições comorbidas, como o controle rigoroso da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue, é essencial para reduzir o impacto da doença e prevenir complicações futuras. (VANELLI et al, 2018).

Este artigo tem como objetivo analisar os principais fatores de risco associados à Doença Renal Crônica e discutir as estratégias de prevenção mais eficazes. A partir da revisão da literatura científica e da análise de práticas clínicas atuais, busca-se fornecer uma visão abrangente sobre a importância de uma abordagem preventiva e os desafios enfrentados na promoção da saúde renal.

2 METODOLOGIA

A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).

Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Doença Renal Crônica”, “Fatores de Risco”, “Prevenção”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Doença Renal Crônica” AND “Fatores de Risco”, e “Doença Renal Crônica” AND “Prevenção”.

Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A revisão bibliográfica sobre a Doença Renal Crônica (DRC) revela uma ampla gama de fatores de risco identificados por estudos diversos. Entre os mais citados, destacam-se a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, que são considerados os principais responsáveis pela progressão da doença. A associação entre essas condições crônicas e o desenvolvimento de DRC tem sido amplamente documentada, com evidências mostrando que o controle inadequado de pressão arterial e glicemia aumenta significativamente o risco de insuficiência renal crônica. (MARINHO et al, 2017).

Além das doenças metabólicas, fatores genéticos também desempenham um papel importante na predisposição ao desenvolvimento de DRC. A literatura revisada indica que indivíduos com histórico familiar de doenças renais estão mais propensos a desenvolver a condição, sugerindo uma componente hereditária relevante. Estudos recentes apontam que o mapeamento genético pode ajudar na identificação precoce de pacientes em risco, possibilitando uma abordagem preventiva mais eficaz. (SILVA et al, 2020).

Outro fator frequentemente relacionado à Doença Renal Crônica é a obesidade, que está diretamente associada à resistência à insulina, inflamação sistêmica e alterações hemodinâmicas que afetam a função renal. Diversos estudos indicam que o aumento do índice de massa corporal (IMC) é um fator preditivo importante para o agravamento da função renal ao longo do tempo, principalmente em pacientes com hipertensão ou diabetes. (HOJS et al, 2023).

A revisão também trouxe à tona o impacto do consumo excessivo de sal e proteínas na dieta. A ingestão elevada de sódio é um fator de risco bem documentado para a hipertensão e, por conseguinte, para a DRC. Além disso, dietas ricas em proteínas podem sobrecarregar os rins, contribuindo para a progressão da doença renal. Estratégias dietéticas de baixo teor de sódio e proteínas são frequentemente recomendadas para prevenir o agravamento da DRC. (NABER, PUROHIT, 2021).

Em relação às estratégias de prevenção, a literatura destaca que a detecção precoce da doença é fundamental para retardar sua progressão. A triagem para DRC, por meio de exames de função renal, como a dosagem de creatinina sérica e a taxa de filtração glomerular (TFG), é amplamente indicada para populações de risco, como indivíduos com hipertensão e diabetes. A abordagem precoce pode, muitas vezes, evitar a necessidade de diálise e outros tratamentos invasivos. (GAITONDE, COOK, RIVERA, 2017).

O controle rigoroso da pressão arterial e dos níveis glicêmicos é uma das estratégias mais eficazes para prevenir a progressão da DRC. A literatura científica aponta que a redução da pressão arterial para níveis abaixo de 130/80 mmHg pode retardar significativamente o avanço da doença renal. Para pacientes diabéticos, o controle da glicemia também é fundamental, com a adoção de terapias medicamentosas e mudanças no estilo de vida, como dieta e exercício físico. (VERHELST, 2018).

Além das intervenções clínicas, programas de educação em saúde têm se mostrado eficazes na prevenção da DRC. A conscientização sobre os fatores de risco e a importância da adesão ao tratamento são fundamentais para melhorar os resultados a longo prazo. Estudos mostram que a implementação de campanhas educativas pode reduzir a incidência de complicações renais, especialmente em populações vulneráveis. (EVANS et al, 2022).

Por fim, a literatura revisada sugere que uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, enfermeiros e outros profissionais de saúde, é essencial para a gestão da DRC. A colaboração entre diferentes especialidades médicas, aliada a programas de monitoramento contínuo da função renal, pode proporcionar um cuidado mais integral e eficaz, resultando em melhores prognósticos para os pacientes. (AMMIRATI, 2020).

4 CONCLUSÃO

A Doença Renal Crônica é uma condição multifatorial, cuja progressão está fortemente associada a fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade e histórico familiar. A literatura revisada evidencia que a detecção precoce, o controle rigoroso dessas condições e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais para prevenir o agravamento da função renal. Estratégias de intervenção, incluindo a monitoração da pressão arterial, controle glicêmico, ajustes alimentares e educação em saúde, são comprovadamente eficazes na redução da incidência de complicações renais e na promoção da qualidade de vida dos pacientes.

Além disso, a abordagem multidisciplinar desempenha um papel crucial na gestão da DRC, proporcionando cuidados mais completos e adaptados às necessidades individuais de cada paciente. A conscientização e a implementação de práticas preventivas, especialmente em populações de risco, são essenciais para a diminuição da carga da doença renal crônica no sistema de saúde. Dessa forma, políticas públicas e iniciativas de saúde comunitária devem focar em promover a prevenção, a detecção precoce e o tratamento adequado, para que a progressão da doença seja minimizada, e os pacientes possam alcançar melhores resultados ao longo de sua jornada de cuidados.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Thatiana Lameira Maciel et al. Prevalência e fatores associados à doença renal crônica em idosos. Revista de Saúde Pública, v. 53, p. 44, 2019.

AMMIRATI, Adriano Luiz. Chronic kidney disease. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 66, n. Suppl 1, p. s03-s09, 2020.

BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.

EVANS, Marc et al. A narrative review of chronic kidney disease in clinical practice: current challenges and future perspectives. Advances in therapy, v. 39, n. 1, p. 33-43, 2022.

GAITONDE, David Y.; COOK, David L.; RIVERA, Ian M. Chronic kidney disease: detection and evaluation. American family physician, v. 96, n. 12, p. 776-783, 2017.

HOJS, Radovan et al. Chronic kidney disease and obesity. Nephron, v. 147, n. 11, p. 660-664, 2023.

MARINHO, Ana Wanda Guerra Barreto et al. Prevalência de doença renal crônica em adultos no Brasil: revisão sistemática da literatura. Cadernos Saúde Coletiva, v. 25, p. 379-388, 2017.

NABER, Tania; PUROHIT, Sharad. Chronic kidney disease: role of diet for a reduction in the severity of the disease. Nutrients, v. 13, n. 9, p. 3277, 2021.

PORTO, Janaína Rodrigues et al. Avaliação da função renal na doença renal crônica. RBAC, v. 49, n. 1, p. 26-35, 2017.

SILVA, Patrícia Aparecida Barbosa et al. Política pública brasileira na prevenção da doença renal crônica: desafios e perspectivas. Revista de Saúde Pública, v. 54, p. 86, 2020.

VANELLI, Chislene Pereira et al. Doença renal crônica: suscetibilidade em uma amostra representativa de base populacional. Revista de Saúde Pública, v. 52, p. 68, 2018.

VERHELST, David. Characteristics and epidemiology of chronic kidney disease. Soins; la revue de reference infirmiere, v. 63, n. 826, p. 14-16, 2018.