DO CONFORTO AO MOVIMENTO: BENEFÍCIOS DO PILATES PARA LOMBALGIA GESTACIONAL NO 2º E 3º TRIMESTRE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202510211327


Elba Silva Feitosa
Kassiany Ribeiro Bezerra
Lorrane Ferreira da Silva
Marcos Vinnycius Oliveira dos Reis
Michelly Ribeiro Borges
Sayonara Gomes Fonseca
Orientador: Bruno Silva Lomazzi


RESUMO

A gestação é marcada por transformações hormonais, biomecânicas e emocionais que podem gerar instabilidade pélvica, alterações posturais e lombalgia, impactando a qualidade de vida da mulher. Diante desse contexto, este estudo teve como objetivo analisar os benefícios do método Pilates na redução da lombalgia gestacional durante o segundo e terceiro trimestres. A pesquisa foi realizada por meio de revisão integrativa da literatura, envolvendo 25 estudos publicados entre 2012 e 2025, selecionados em bases como SciELO, PubMed, LILACS e Google Acadêmico. Os artigos incluíram ensaios clínicos, estudos observacionais e revisões, abordando diretamente a aplicação do Pilates em gestantes com dor lombar. Os resultados evidenciaram que a prática regular do método contribuiu significativamente para a redução da dor, melhora da postura, fortalecimento da musculatura profunda e do assoalho pélvico, além de favorecer circulação sanguínea, relaxamento e equilíbrio emocional. A supervisão fisioterapêutica foi apontada como essencial para garantir segurança e adaptação individual dos exercícios. Conclui-se que o Pilates é uma intervenção segura, eficaz e integrativa, capaz de promover benefícios físicos, funcionais e psicossociais para gestantes, reforçando sua aplicabilidade no pré-natal.

Palavras-chave: Pilates; Lombalgia gestacional; Fisioterapia.

ABSTRACT

Pregnancy is marked by hormonal, biomechanical, and emotional changes that can lead to pelvic instability, postural changes, and low back pain, impacting a woman’s quality of life. Given this context, this study aimed to analyze the benefits of the Pilates method in reducing gestational low back pain during the second and third trimesters. The research was conducted through an integrative literature review of 25 studies published between 2012 and 2025, selected from databases such as SciELO, PubMed, LILACS, and Google Scholar. The articles included clinical trials, observational studies, and reviews, directly addressing the application of Pilates in pregnant women with low back pain. The results showed that regular practice of the method significantly contributed to pain reduction, improved posture, strengthening of the deep muscles and pelvic floor, in addition to promoting blood circulation, relaxation, and emotional balance. Physiotherapy supervision was identified as essential to ensure safety and individual adaptation of the exercises. It is concluded that Pilates is a safe, effective, and integrative intervention capable of promoting physical, functional, and psychosocial benefits for pregnant women, reinforcing its applicability in prenatal care.

Keywords: Pilates; Gestational low back pain; Physical therapy.

1 INTRODUÇÃO

A gestação é um processo fisiológico natural, marcado por intensas transformações hormonais, biomecânicas e emocionais que visam garantir o desenvolvimento saudável do feto. Tais mudanças, embora indispensáveis, podem causar instabilidade pélvica, alterações posturais e dores musculoesqueléticas que interferem na rotina da mulher, evidenciando a importância de compreender os impactos funcionais que afetam a gestante (Araújo et al., 2022).

Com o avanço da gravidez, o aumento progressivo do peso corporal e do volume abdominal ocasiona maior sobrecarga nas articulações. Essa sobrecarga, associada à frouxidão ligamentar provocada pelas alterações hormonais, gera instabilidade articular e intensifica a dor lombar, principalmente no segundo e terceiro trimestres, períodos em que as queixas álgicas se tornam mais frequentes (Mendo; Gomes, 2021).

A dor lombar gestacional, segundo Figueiredo et al. (2020), é predominantemente musculoesquelética e caracteriza-se por desconforto na região inferior da coluna. Sua origem é multifatorial, envolvendo fatores mecânicos, circulatórios, hormonais e psicossociais que agem simultaneamente no organismo da gestante, o que explica sua alta incidência e dificuldade de controle.

Durante a gravidez, as modificações posturais incluem o deslocamento do centro de gravidade e o aumento da lordose lombar, gerando sobrecarga muscular e ligamentar. Essas alterações podem ainda provocar aumento da cifose torácica, causando desequilíbrios mais amplos e desconfortos adicionais (Costa et al., 2022). Assim, as mudanças corporais típicas desse período exigem atenção especial e acompanhamento adequado.

Nesse contexto, Barros et al. (2022) destacam o método Pilates como uma prática terapêutica eficaz, de baixo impacto e adaptável às necessidades da gestante. A técnica contribui para a melhora do equilíbrio postural, da flexibilidade e da qualidade de vida, reduzindo dores lombares e promovendo bem-estar físico e emocional.

O Pilates, conforme Cordeiro et al. (2018), enfatiza a ativação dos músculos profundos e o controle da respiração. Essa combinação auxilia no fortalecimento global do corpo e na estabilização da coluna vertebral, enquanto a respiração consciente favorece o relaxamento muscular e a redução da fadiga. Os movimentos também estimulam a percepção corporal, aprimorando a coordenação e o controle postural.

Entre os principais benefícios relatados estão a prevenção da diástase abdominal e o fortalecimento do assoalho pélvico, o que melhora a circulação sanguínea e reduz os riscos de incontinência urinária, uma queixa comum durante a gravidez (Lopes et al., 2022). Além disso, o método favorece a preparação física e emocional para o parto, proporcionando uma experiência mais segura e menos dolorosa.

Para que esses resultados sejam alcançados com segurança, o acompanhamento profissional é indispensável. O fisioterapeuta, ao avaliar individualmente a condição de cada gestante, adapta os exercícios conforme suas limitações e necessidades, garantindo a prática adequada e a prevenção de complicações (Costa et al., 2022).

A atuação fisioterapêutica, de acordo com Cordeiro et al. (2018), vai além do tratamento da dor, abrangendo também ações preventivas e educativas. Por meio do Pilates, o profissional promove o relaxamento, fortalece grupos musculares específicos e estimula a confiança da gestante, o que contribui para o bem-estar físico, emocional e social.

Dessa forma, formula-se a seguinte questão de pesquisa: quais os benefícios do método Pilates para a redução da lombalgia gestacional no segundo e terceiro trimestres? A partir dessa indagação, este estudo busca compreender de forma mais profunda a eficácia dessa prática fisioterapêutica durante o período gestacional.

A pesquisa apresenta relevância científica por reunir evidências que validam o Pilates como um recurso terapêutico seguro e eficiente (Farias et al., 2023). Socialmente, promove a valorização da saúde materna ao propor estratégias acessíveis de alívio da dor e melhora da qualidade de vida.

Por fim, Felix et al. (2021) ressaltam que o Pilates oferece suporte significativo à atuação fisioterapêutica, permitindo condutas direcionadas que combinam conforto, prevenção de agravos e fortalecimento físico. Assim, garante benefícios não apenas durante a gestação, mas também no período pós-parto, consolidando-se como uma abordagem segura e eficaz.

2 METODOLOGIA

Pesquisa desenvolvida por meio de uma revisão integrativa da literatura, método que permite reunir, organizar e analisar de forma sistemática os resultados de pesquisas relevantes sobre um determinado tema. Segundo Souza, Silva e Carvalho (2010), esse tipo de revisão possibilita a síntese do conhecimento disponível e a identificação de lacunas que orientam novas investigações científicas.

Definiu-se como questão norteadora estabelecida foi: quais os benefícios do método Pilates para a redução da lombalgia em gestantes no segundo e terceiro trimestres?

Os critérios de inclusão contemplaram artigos publicados entre 2012 e 2025, disponíveis em português ou inglês, que abordaram diretamente a aplicação do método Pilates em gestantes com dor lombar. Foram aceitos diferentes delineamentos metodológicos, incluindo ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões integrativas e sistemáticas. Conforme Gil (2019), a inclusão de múltiplos delineamentos é válida em revisões integrativas, pois amplia a compreensão do fenômeno estudado.

Os critérios de exclusão abrangeram artigos duplicados, trabalhos sem texto completo, resumos de eventos científicos, dissertações e teses não publicadas, além de estudos que não apresentaram relação direta com a gestação ou a lombalgia. Tal filtragem, segundo Prodanov e Freitas (2013), é essencial para garantir a confiabilidade e a precisão dos resultados de uma pesquisa bibliográfica.

A busca dos artigos foi realizada entre abril e outubro de 2025, nas bases de dados SciELO, PubMed, LILACS e Google Acadêmico. Utilizaram-se descritores em português e inglês, combinados por operadores booleanos: “Pilates AND gestantes”, “lombalgia gestacional AND fisioterapia”, “Pilates AND pregnancy low back pain” e “Pilates AND lombalgia”. Segundo Marconi e Lakatos (2020), a utilização de descritores controlados e operadores lógicos favorece a precisão e a abrangência da pesquisa bibliográfica.

No total, foram identificados 112 artigos relacionados ao tema. Após a leitura dos títulos e resumos, 63 estudos foram excluídos por não atenderem aos critérios estabelecidos, restando 49 para leitura completa. Desses, 25 compuseram a amostra final da revisão, todos devidamente referenciados neste trabalho.

A análise dos resultados foi conduzida de modo interpretativo, com categorização em quatro eixos temáticos: (1) efeitos do Pilates na dor lombar gestacional; (2) benefícios para a postura e a biomecânica materna; (3) impacto sobre o assoalho pélvico e a circulação sanguínea; e (4) repercussões emocionais e psicossociais do método. Essa categorização favoreceu a construção de uma síntese integrativa dos achados, permitindo comparar a consistência dos resultados e destacar as contribuições mais relevantes para a prática fisioterapêutica.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Gestação e suas modificações fisiológicas

A gestação é um fenômeno natural caracterizado por profundas mudanças hormonais, biomecânicas e emocionais, que buscam garantir o desenvolvimento fetal. Essas alterações podem gerar instabilidades pélvicas, desconfortos posturais e dores musculoesqueléticas, impactando a rotina da mulher (Araújo et al., 2022). Com o avanço da gravidez, especialmente a partir do segundo trimestre, torna-se essencial compreender essas modificações para propor estratégias fisioterapêuticas adequadas (Costa et al., 2022).

O aumento progressivo do peso e do volume abdominal altera significativamente o centro de gravidade da gestante, provocando sobrecarga articular e muscular. A lordose lombar acentuada e a compensação torácica resultam em desequilíbrios funcionais e desconforto constante, tornando a lombalgia uma das queixas mais recorrentes durante a gravidez. Essas alterações biomecânicas reforçam a necessidade de intervenções seguras, como o Pilates, para minimizar impactos (Damascena, Estrela & Plazzi, 2021).

A lombalgia gestacional é definida como dor axial ou parassagital, de origem predominantemente musculoesquelética, com etiologia multifatorial que envolve fatores hormonais, mecânicos, circulatórios e psicossociais (Damascena, Estrela & Plazzi, 2021). Tais fatores atuam simultaneamente, agravando a intensidade do desconforto, o que frequentemente limita a mobilidade e compromete a qualidade de vida das gestantes (Figueiredo et al., 2020).

Além dos fatores mecânicos, alterações hormonais também contribuem para a dor lombar. A relaxina, hormônio que prepara a pelve para o parto, aumenta a frouxidão ligamentar, comprometendo a estabilidade articular e favorecendo episódios de dor crônica (Figueiredo et al., 2020). Aliado ao ganho de peso, esse processo impacta postura, sono e saúde mental, exigindo atenção multidisciplinar para prevenção e manejo da lombalgia (Macêdo & Ferreira, 2022).

O crescimento uterino e o aumento de peso corporal são determinantes para o surgimento da lombalgia, podendo reduzir a amplitude de movimento e dificultar a locomoção. Tais limitações interferem nas atividades de vida diária, comprometendo a autonomia da gestante (Macêdo & Ferreira, 2022). Por isso, abordagens fisioterapêuticas durante o pré-natal são fundamentais para prevenir complicações e promover bem-estar (Pereira et al., 2020).

A prática de atividade física segura contribui para a estabilidade postural e o controle do ganho de peso. Modalidades de baixo impacto, como o Pilates, fortalecem a musculatura e promovem relaxamento, além de melhorar o condicionamento físico e reduzir dores (Pereira et al., 2020; Oliveira et al., 2021).

Apesar de muitas gestantes evitarem exercícios por medo de riscos ao bebê, estudos demonstram que atividades supervisionadas são seguras e eficazes na prevenção de sintomas musculoesqueléticos e na manutenção da qualidade de vida (Oliveira et al., 2021). A orientação profissional é indispensável para garantir segurança e eficácia nos resultados (Silva, Resplandes & Silva, 2021).

O fisioterapeuta tem papel central na condução do Pilates gestacional, realizando avaliação clínica detalhada e prescrição individualizada de exercícios. Esse acompanhamento potencializa os benefícios da prática, reduz riscos e reforça a importância da fisioterapia na saúde materna (Felix et al., 2021).

3.2 O método Pilates e sua contribuição na gestação

O método Pilates surgiu como um sistema de exercícios que integra corpo e mente, com ênfase na respiração e no fortalecimento muscular. Para gestantes, a técnica se destaca por ser de baixo impacto e adaptável às limitações físicas, favorecendo a estabilidade lombar e pélvica, prevenindo dores e complicações (Franco, 2023). Por essas características, o Pilates tem sido cada vez mais incorporado como conduta fisioterapêutica no pré-natal (Cordeiro, Brasil & Gonçalves, 2018).

Os movimentos do Pilates priorizam a ativação da musculatura profunda, responsável pelo suporte da coluna e da pelve, contribuindo para o alinhamento postural e prevenção de sobrecargas articulares (Cordeiro, Brasil & Gonçalves, 2018). No entanto, a técnica melhora a consciência corporal e a coordenação motora, aspectos fundamentais para o bem-estar da gestante. Dessa forma, o Pilates representa uma prática segura e eficaz durante a gravidez (Faria et al., 2023).

Estudos indicam que o método apresenta resultados positivos na redução da dor lombar, promovendo relaxamento e alívio da tensão muscular (Faria et al., 2023). Ademais, auxilia no controle da respiração e na melhora da circulação sanguínea, o que impacta diretamente na saúde física e emocional da gestante (Barros et al., 2022). 

A prática regular também favorece o fortalecimento da musculatura abdominal e do assoalho pélvico, além de melhorar a postura e reduzir a fadiga (Barros et al., 2022). Essas adaptações são essenciais para o preparo ao parto e para prevenir complicações, como a diástase abdominal, enquanto promovem relaxamento e controle da ansiedade gestacional (Bortoletti et al., 2025).

O Pilates tem efeitos positivos na qualidade de vida, refletindo no sono, disposição e bem-estar geral da gestante. Todavia, contribui para a autonomia nas atividades cotidianas, reduzindo o impacto das alterações fisiológicas da gravidez e fortalecendo sua relevância como recurso integrativo na saúde materna (Bortoletti et al., 2025; Gava, Fresneda & Spada, 2022).

Outra contribuição importante do método é o fortalecimento do assoalho pélvico, prevenindo disfunções urinárias e sexuais frequentes durante a gestação (Gava, Fresneda & Spada, 2022). Essa prática também aumenta a consciência corporal e facilita o processo do parto, consolidando o Pilates como um aliado na preparação gestacional (Lopes et al., 2022).

O Pilates atua como protocolo terapêutico para mulheres com incontinência urinária, proporcionando maior controle esfincteriano e reduzindo desconfortos associados (Lopes et al., 2022; Perillo & Veneziano, 2023). Quando adaptado ao período gestacional, apresenta baixo impacto articular, previne sobrecargas e auxilia na redução de edemas, melhorando a circulação e garantindo conforto materno (Perillo & Veneziano, 2023; Ribeiro et al., 2021).

Dessa forma, a prática de Pilates apresenta caráter preventivo e terapêutico, atendendo às principais demandas das gestantes e consolidando-se como recurso seguro, eficaz e fundamental no acompanhamento pré-natal fisioterapêutico.

3.3 A importância da fisioterapia no período gestacional

A fisioterapia desempenha papel fundamental no acompanhamento da gestante, oferecendo recursos como o Pilates e a reeducação postural global, que reduzem a dor lombar, melhoram o equilíbrio corporal e favorecem a mobilidade (Ribeiro et al., 2021). Entretanto, essas intervenções contribuem para a preparação física para o parto, evidenciando que a atuação fisioterapêutica vai além da reabilitação, abrangendo também a prevenção (Felix et al., 2021).

O Pilates aplicado à gestação auxilia no preparo para o parto natural, fortalecendo a musculatura pélvica e abdominal, além de otimizar a respiração, o que impacta diretamente na condução do trabalho de parto (Felix et al., 2021). Essa prática estratégica reforça a segurança da gestante ao longo de todo o ciclo gestacional, consolidando o fisioterapeuta como elemento central no suporte materno (Mendo & Jorge, 2021).

Estudos sistemáticos demonstram que o Pilates é eficaz na redução da dor gestacional e na melhora da qualidade de vida, sendo seguro quando supervisionado por profissional capacitado (Mendo & Jorge, 2021). Esses achados evidenciam a necessidade de maior difusão da técnica no pré-natal, consolidando a fisioterapia como recurso de promoção da saúde materna (Franco, 2023).

A atuação fisioterapêutica deve ser global, promovendo integração entre corpo e mente por meio do Pilates, ampliando a percepção corporal e favorecendo o equilíbrio emocional (Franco, 2023). Tais ganhos reduzem a ansiedade e estresse durante a gravidez e fortalecem o vínculo materno com o bebê, demonstrando que a fisioterapia transcende o aspecto físico (Araújo et al., 2022).

As transformações corporais da gestante impactam não somente a postura, mas também fatores sociais e emocionais, reforçando a importância da fisioterapia como suporte integral (Araújo et al., 2022). A prática do Pilates, ao unir aspectos físicos e psicossociais, contribui para uma gestação mais saudável e equilibrada, consolidando o papel do fisioterapeuta (Bortoletti et al., 2025).

Além disso, a inserção do Pilates no pré-natal amplia o acesso das gestantes a práticas seguras e de baixo custo, favorecendo programas coletivos e políticas de promoção da saúde materna, especialmente em contextos de atenção primária (Bortoletti et al., 2025; Marés et al., 2012).

O princípio da estabilização central, fundamental no Pilates, é determinante para a prevenção de sobrecargas lombares, reforçando o controle motor e a resistência muscular durante a gestação (Marés et al., 2012). Quando aplicado sob orientação fisioterapêutica, promove benefícios sustentáveis, prevenindo complicações musculoesqueléticas e melhorando a qualidade de vida (Macêdo & Ferreira, 2022).

A combinação do Pilates com a fisioterapia mostra-se eficaz na prevenção e tratamento da lombalgia gestacional, além de preparar a gestante para o parto, fortalecendo sua autonomia e confiança (Macêdo & Ferreira, 2022; Pereira et al., 2020). Esses achados confirmam a importância estratégica da fisioterapia no acompanhamento pré-natal e na promoção da saúde materna.

4 RESULTADOS

A análise da literatura revelou que a prática de Pilates durante a gestação apresenta efeitos significativos na redução da lombalgia, na melhora da postura e no fortalecimento muscular, contribuindo para o bem-estar físico e emocional da gestante. Araújo et al. (2022) identificaram que gestantes adolescentes apresentaram alterações hormonais, biomecânicas e emocionais que influenciam no surgimento da dor lombar, evidenciando a necessidade de intervenções fisioterapêuticas adequadas.

Estudos observacionais destacaram melhorias na qualidade de vida das gestantes que praticaram Pilates. Bortoletti et al. (2025) observaram que 40 gestantes de unidades básicas de saúde relataram melhora no sono, aumento da disposição e redução de queixas lombares. Lopes et al. (2022) também constataram que a prática contribuiu para a prevenção de sintomas urinários e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico em 25 gestantes com incontinência urinária.

As revisões bibliográficas e integrativas reforçaram esses achados, mostrando benefícios adicionais relacionados à postura, estabilidade e preparo para o parto. Barros et al. (2022) evidenciaram que o Pilates promoveu melhora postural, prevenção de diástase e fortalecimento do assoalho pélvico. Cordeiro, Brasil e Gonçalves (2018) destacaram a redução de dores, melhora postural e ganhos funcionais. Costa et al. (2022) reforçaram que a prática de exercícios físicos, incluindo o Pilates, é fundamental para reduzir dores e desconfortos da gestação.

Estudos clínicos confirmaram a eficácia do Pilates na redução da dor lombar. Figueiredo et al. (2020) relataram diminuição significativa da dor e melhora da funcionalidade em 30 gestantes. Macêdo e Ferreira (2022) observaram redução da dor lombar e melhora da mobilidade articular em 35 gestantes, enquanto Ribeiro et al. (2021) compararam Pilates e RPG, constatando que ambos reduziram a dor, porém o Pilates apresentou melhores resultados funcionais.

O fortalecimento do assoalho pélvico e o controle da diástase abdominal também foram evidenciados em estudos específicos. Perillo e Veneziano (2023) relataram que 12 puérperas apresentaram redução da diástase e melhora da força abdominal após exercícios de Pilates adaptados ao período pós-parto. Gava, Fresneda e Spada (2022) confirmaram que a técnica previne incontinência urinária e melhora a consciência corporal.

Por fim, a atuação do fisioterapeuta mostrou-se fundamental para maximizar os benefícios do Pilates. Silva, Resplandes e Silva (2021) destacaram que a fisioterapia é essencial para a prevenção e redução de complicações durante a gestação. Franco (2023) e Felix et al. (2021) reforçaram que a prática supervisionada melhora o condicionamento físico, equilíbrio mental e preparo para o parto natural, demonstrando a importância de uma intervenção profissional qualificada.

Em síntese, os achados sugerem que o Pilates é um recurso seguro, eficaz e integrativo no acompanhamento gestacional, promovendo benefícios físicos, funcionais e psicossociais às gestantes.

5 DISCUSSÃO

Os achados desta revisão integrativa indicam que o método Pilates constitui uma estratégia fisioterapêutica eficaz para a redução da lombalgia gestacional, especialmente durante o segundo e terceiro trimestres, período marcado por instabilidade postural, sobrecarga articular e alterações hormonais significativas (Araújo et al., 2022; Macêdo; Ferreira, 2022). A análise dos 25 estudos selecionados demonstra que a prática regular de Pilates proporciona não apenas diminuição da dor lombar, mas também melhora da funcionalidade e autonomia da gestante, refletindo em impactos positivos na qualidade de vida (Figueiredo et al., 2020; Bortoletti et al., 2025).

A eficácia do Pilates está relacionada a mecanismos biomecânicos e neurofisiológicos. Segundo Cordeiro, Brasil e Gonçalves (2018), o fortalecimento da musculatura profunda do tronco promove estabilidade lombar e pélvica, prevenindo compensações posturais que poderiam agravar a dor. De forma complementar, Costa et al. (2022) destacam que a ativação do core contribui para o alinhamento corporal adequado, facilitando a execução das atividades diárias e reduzindo limitações físicas relatadas por gestantes (Damascena; Estrela; Plazzi, 2021). Esses achados sugerem que a prática de Pilates atua como ferramenta preventiva e terapêutica, potencializando a adaptação fisiológica ao período gestacional.

Além dos efeitos musculoesqueléticos, os exercícios de Pilates impactam positivamente a circulação sanguínea e a função do assoalho pélvico, prevenindo complicações como incontinência urinária e diástase abdominal (Gava; Fresneda; Spada, 2022; Lopes et al., 2022; Perillo; Veneziano, 2023). Tais resultados corroboram a visão de que a técnica promove um conjunto de benefícios fisiológicos integrados, reforçando seu papel na manutenção da saúde materna. Assim, o Pilates não se limita à redução da dor, mas contribui para um cuidado preventivo e amplo durante a gestação.

A dimensão emocional e psicossocial da gestante também se mostrou relevante. A prática regular favoreceu relaxamento muscular, redução da ansiedade e melhora do sono, aspectos essenciais para o bem-estar durante a gestação (Bortoletti et al., 2025; Franco, 2023). Ao atuar simultaneamente na esfera física e emocional, o Pilates potencializa a qualidade de vida, promovendo maior confiança e segurança funcional da gestante. Esse efeito integrativo evidencia a necessidade de considerar abordagens terapêuticas que contemplam tanto o corpo quanto a mente.

Outro aspecto relevante é a supervisão profissional. Silva, Resplandes e Silva (2021) e Felix et al. (2021) enfatizam que a atuação do fisioterapeuta garante adaptação individualizada dos exercícios, prevenindo sobrecargas e complicações. A presença do profissional assegura que o método seja aplicado de forma segura, respeitando as particularidades do período gestacional e consolidando sua eficácia como recurso terapêutico.

A comparação entre estudos revela consistência nos efeitos positivos do Pilates. Figueiredo et al. (2020) e Macêdo e Ferreira (2022) observaram redução significativa da lombalgia associada à melhoria da mobilidade articular e postura, corroborando os achados de Barros et al. (2022) e Cordeiro, Brasil e Gonçalves (2018). Essa convergência evidencia a robustez do método como estratégia fisioterapêutica confiável e segura. Oliveira et al. (2021) e Silva, Resplandes e Silva (2021) reforçam que a prática supervisionada desmistifica receios relacionados à atividade física na gestação, enquanto o sedentarismo pode intensificar sintomas musculoesqueléticos e comprometer a saúde funcional (Pereira et al., 2020).

Além dos benefícios físicos, o Pilates contribui para a preparação para o parto, fortalecendo musculatura pélvica e abdominal, promovendo consciência corporal e controle respiratório, e reduzindo o risco de cesarianas desnecessárias (Felix et al., 2021; Franco, 2023). Esses efeitos evidenciam a aplicabilidade do método como recurso integrativo no cuidado pré-natal, promovendo preparo físico e emocional para o trabalho de parto.

Apesar das evidências positivas, alguns estudos apontam limitações, como tamanho reduzido da amostra, diversidade de protocolos e ausência de ensaios clínicos randomizados de grande porte (Mendo; Jorge, 2021; Faria et al., 2023). Essas lacunas indicam a necessidade de pesquisas futuras que investiguem parâmetros ideais de frequência, duração e intensidade dos exercícios de Pilates para gestantes. Mesmo assim, a predominância de resultados favoráveis reforça a recomendação do método como intervenção segura, eficaz e de relevância clínica no acompanhamento fisioterapêutico do período gestacional.

6 CONCLUSÃO

O presente estudo evidenciou que o método Pilates constitui uma intervenção fisioterapêutica segura e eficaz para a redução da lombalgia gestacional, especialmente durante o segundo e terceiro trimestres. A prática promove diminuição da dor lombar, melhora da postura, fortalecimento da musculatura profunda e do assoalho pélvico, além de favorecer a circulação sanguínea e o equilíbrio emocional da gestante.

Os resultados indicam que o Pilates atua de forma integrada, conciliando benefícios físicos, funcionais e psicossociais. O fortalecimento do core e a ativação da musculatura estabilizadora da coluna reduzem sobrecargas articulares e previnem compensações posturais, enquanto o trabalho respiratório e a consciência corporal promovem relaxamento, controle da ansiedade e melhora da qualidade de vida.

A presença do fisioterapeuta durante a prática é fundamental para adaptar os exercícios às necessidades individuais de cada gestante, garantindo segurança e eficácia. A supervisão profissional assegura que os movimentos sejam realizados de maneira adequada, prevenindo complicações e potencializando os efeitos terapêuticos do método.

Embora os achados sejam positivos, ainda há necessidade de estudos futuros com amostras maiores e protocolos padronizados, a fim de consolidar evidências sobre frequência, duração e intensidade ideais dos exercícios de Pilates para gestantes. Pesquisas adicionais também poderiam explorar efeitos de longo prazo no pós-parto e a influência da prática na prevenção de outras complicações gestacionais. Dessa forma, o Pilates se apresenta como recurso integrativo no pré-natal, promovendo saúde materna de forma segura, eficaz e abrangente.

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